Gêneros não-binários etnohistóricos

O gênero Muxe e a colonialidade

  • Gabriel Donizetti Ferreira Simionato
Palavras-chave: Não-binariedade, Colonialidade, Muxes

Resumo

Este artigo busca entender a binariedade de gênero como uma invenção e imposição da colonialidade. Para tanto, reflete-se sobre um caso etnohistórico de variação não-binária de gênero: o caso do gênero muxe entre os zapotecas, no México, percebendo como uma sociedade com um gênero não-binário se relaciona com a cis-heteronormatividade, o patriarcado e a colonialidade. Justifica-se pelos poucos trabalhos acadêmicos sobre a não-binariedade de gênero (ainda mais sobre as muxes) e a necessidade de pensá-la enquanto construção social, cultural e histórica. Desse modo, o conceito de gênero, de acordo com Butler, Lugones e Segato, é fundamental para a análise. Assim, percebe-se como a colonialidade define de forma binária, dicotômica e hierárquica noções de gênero e as impõe como realidade natural, biológica e universal.

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Publicado
2024-03-12