Escravidão e Velhice em Pelotas
o crime do ex-cativo João Piratini e sua “quadrilha de ladrões de gado” (1889)
Palavras-chave:
Velhice, Escravidão, Processo-crime, Pelotas, Tradições africanas
Resumo
Este artigo visa explorar o tema da velhice cativa através do processo-crime no qual o ex-cativo João Piratini se tornou réu, em 1889, no município de Pelotas. A escolha desta fonte se deu a partir da observação da idade deste homem na data de ocorrência do crime: 70 anos completos. Para atingir os objetivos estabelecidos, pretendemos realizar um debate acerca de como o tema da velhice cativa vem sendo trabalho pela historiografia brasileira da escravidão. Em seguida, passaremos a analisar o processo-crime em si, destacando elementos como as relações sociais, ofícios e saberes, comportamento e discursos a fim de compreender o cotidiano de João Piratini. Por fim, apontaremos brevemente como algumas tradições africanas poderiam estar presentes na vida do ex-cativo septuagenário.Downloads
Não há dados estatísticos.
Referências
AL-ALAM, Caiuá Cardoso; MOREIRA, Paulo Roberto Staudt; PINTO, Natália Garcia. Os Calhambolas do General Manoel Padeiro: práticas quilombolas na Serra do Tapes (RS, Pelotas, 1835). São Leopoldo: Oikos, 2020.
ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
BARZANO, Marco Antonio Leandro. Griôs: a sabedoria dos velhos africanos na cidade de lençóis/BA. Ensino em Re-Vista, v.16, n.1, p.245-257, jan./dez. 2009.
BERNARDO, Kátia Jane Chaves. Envelhecer em Salvador: uma página da história (1850 –1900). 2010. Tese (Doutorado em História Social) - Programa de Pós- Graduação em História da UFBA, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2010.
FARINATI, Luís Augusto Ebling. Confins meridionais: famílias de elite e sociedade agrária na Fronteira sul do Brasil. 2007. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
FAUSTO, Boris. Crime e cotidiano: a criminalidade em São Paulo (1880-1924). São Paulo: Editora brasiliense, 1984.
FERREIRA, Ricardo Alexandre. Livres, escravos e a construção de um conceito moderno de criminalidade no Brasil Imperial, São Paulo, 2009. História (São Paulo), São Paulo, v. 28, n. 2. 2009, p. 339-376.
FLORENTINO, Manolo; GÓES, José Roberto. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico no Rio de Janeiro, c. 1790-c. 1850. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
GUTIERREZ, Ester J. B. Negros, charqueadas e olarias: um estudo sobre o espaço pelotense. Pelotas: Editora Universitária/UFPEL, 2001.
MACHADO, Maria Helena P. T. Crime e escravidão: trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas 1830-1888. São Paulo: Editora brasiliense, 1987.
MAGALHÃES, Teresa Raquel Coimbra. Escravos velhos em São João del-Rei do século XIX: 1831 a 1861. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São João del-Rei, Minas Gerais, 2018.
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil: séculos XVI-XIX. Rio de Janeiro: Vozes, 2016.
MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. Justiçando o cativeiro: a cultura de resistência escrava. In: PICCOLO, Helga; PADOIN, Maria Medianeira (ed.). História Geral do Rio Grande do Sul: Império. Vol. 2. Porto Alegre: Méritos, 2006, p. 215-230.
MOTTA, José Flávio. O tráfico de escravos velhos (Província de São Paulo, 1861- 1887). História: Questões & Debates, Curitiba: Ed. da UFPR, n. 52, p. 41-73, jan./jun. 2010.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira. Tradução. Niterói: EDUFF, 2004.
PALERMO, Luis Claudio. Uma análise sobre aspectos da historiografia da escravidão brasileira pós-1980: permanências, mudanças e matizes no interior dessa tendência. Clio: Revista de pesquisa histórica, Pernambuco, v. 37, n. 2, p. 214-235, jul./dez., 2019.
PINTO, Natália Garcia. A benção compadre: experiências de parentesco, escravidão e liberdade em Pelotas, 1830/1850. 2012. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), 2012.
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
SLENES, Robert W. Na Senzala, Uma Flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Campinas: Editora Unicamp, 2011.
WOODARD, James. De escravos e cidadãos: raça, republicanismo e cidadania em São Paulo (notas preliminares). In: ABREU, Martha; DANTAS, Carolina Vianna; MATTOS, Hebe (org.). Histórias do pós-abolição no mundo atlântico: identidades e projetos políticos. Niterói: Editora da UFF, 2014.
ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
BARZANO, Marco Antonio Leandro. Griôs: a sabedoria dos velhos africanos na cidade de lençóis/BA. Ensino em Re-Vista, v.16, n.1, p.245-257, jan./dez. 2009.
BERNARDO, Kátia Jane Chaves. Envelhecer em Salvador: uma página da história (1850 –1900). 2010. Tese (Doutorado em História Social) - Programa de Pós- Graduação em História da UFBA, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2010.
FARINATI, Luís Augusto Ebling. Confins meridionais: famílias de elite e sociedade agrária na Fronteira sul do Brasil. 2007. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
FAUSTO, Boris. Crime e cotidiano: a criminalidade em São Paulo (1880-1924). São Paulo: Editora brasiliense, 1984.
FERREIRA, Ricardo Alexandre. Livres, escravos e a construção de um conceito moderno de criminalidade no Brasil Imperial, São Paulo, 2009. História (São Paulo), São Paulo, v. 28, n. 2. 2009, p. 339-376.
FLORENTINO, Manolo; GÓES, José Roberto. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico no Rio de Janeiro, c. 1790-c. 1850. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
GUTIERREZ, Ester J. B. Negros, charqueadas e olarias: um estudo sobre o espaço pelotense. Pelotas: Editora Universitária/UFPEL, 2001.
MACHADO, Maria Helena P. T. Crime e escravidão: trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas 1830-1888. São Paulo: Editora brasiliense, 1987.
MAGALHÃES, Teresa Raquel Coimbra. Escravos velhos em São João del-Rei do século XIX: 1831 a 1861. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São João del-Rei, Minas Gerais, 2018.
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil: séculos XVI-XIX. Rio de Janeiro: Vozes, 2016.
MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. Justiçando o cativeiro: a cultura de resistência escrava. In: PICCOLO, Helga; PADOIN, Maria Medianeira (ed.). História Geral do Rio Grande do Sul: Império. Vol. 2. Porto Alegre: Méritos, 2006, p. 215-230.
MOTTA, José Flávio. O tráfico de escravos velhos (Província de São Paulo, 1861- 1887). História: Questões & Debates, Curitiba: Ed. da UFPR, n. 52, p. 41-73, jan./jun. 2010.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira. Tradução. Niterói: EDUFF, 2004.
PALERMO, Luis Claudio. Uma análise sobre aspectos da historiografia da escravidão brasileira pós-1980: permanências, mudanças e matizes no interior dessa tendência. Clio: Revista de pesquisa histórica, Pernambuco, v. 37, n. 2, p. 214-235, jul./dez., 2019.
PINTO, Natália Garcia. A benção compadre: experiências de parentesco, escravidão e liberdade em Pelotas, 1830/1850. 2012. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), 2012.
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
SLENES, Robert W. Na Senzala, Uma Flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Campinas: Editora Unicamp, 2011.
WOODARD, James. De escravos e cidadãos: raça, republicanismo e cidadania em São Paulo (notas preliminares). In: ABREU, Martha; DANTAS, Carolina Vianna; MATTOS, Hebe (org.). Histórias do pós-abolição no mundo atlântico: identidades e projetos políticos. Niterói: Editora da UFF, 2014.
Publicado
2024-10-29
Seção
Anais do VI Encontro Discente do Programa de Pós-Graduação em História da Univer
Copyright (c) 2024 Laís Neves Bittencourt
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a LICENÇA CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O EFEITO DO ACESSO LIVRE).