Onde se ausculta o saber ancestral

sonho, xamanismo e relações entre humanos e não humanos em Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória, de Daniel Munduruku

  • Cristhyan Emanoel Monteiro Gomes Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: Cosmologias Indígenas, Sonho, Xamanismo, Humanos e Não Humanos, Daniel Munduruku

Resumo

O livro Meu avô Apolinário (2001) é uma sensível e profunda narrativa autobiográfica do escritor indígena Daniel Munduruku. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo central traçar reflexões acerca de três propriedades presentes na sociedade munduruku: a instituição do sonho, a práxis xamânica e as relações tecidas entre os humanos e não humanos, a partir da respectiva obra. Analisamos como esses três elementos constituem maneiras ancestrais de compreensão da vida e da existência do povo munduruku, retratando uma parcela das suas cosmologias. Nesse sentido, o que fazemos é observar, no texto literário, as reverberações de tais cosmovisões, uma vez que o autor indígena dificilmente não se associa a sua vivência indígena, sendo um emissário do seu povo, em que a escrita compreende um compromisso e uma tentativa de resistência e de não apagamento por meio da arte.

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Publicado
2024-12-17
Seção
Dossiê Povos indígenas e história: sujeitos, saberes e temporalidades