“Indigenismo emancipatório” e “lugar de memória subterrânea” na região amazônica

a atuação do Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões (CDPAS) durante a Redemocratização (1985 - 1988) sob heranças ditatoriais e coloniais

  • Vitória Luyza Cardoso Barbosa Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões, Grupo Magüta, Indigenismo emancipatório, Lugar de memória subterrânea, Tikuna

Resumo

O presente artigo analisa a vigilância, por parte do governo brasileiro, da atuação indigenista do Grupo Magüta - por meio do Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões (CDPAS) - junto aos Tikuna a fim de assim classificar suas agências sob dois conceitos: “lugar de memória subterrânea” e “indigenismo emancipatório”. Mesmo após o fim da Ditadura Militar, durante o processo de Redemocratização, indígenas Tikuna e antropólogos do Museu Nacional/UFRJ sofreram um processo de vigilância constante por parte do governo brasileiro. Com a presente análise, afirmo que, ao criar o Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões (CDPAS), o Grupo Magüta opunha-se às práticas indigenistas tutelares hegemônicas do Estado que possuem raízes históricas coloniais e colonialistas3 que se estabelecem, ainda, em relação aos povos indígenas no Brasil. Nesse sentido é que argumento que o Magüta/CDPAS se constituiu enquanto um lugar de memória subterrânea exercendo um indigenismo emancipatório junto aos Tikuna.

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Publicado
2024-12-17
Seção
Dossiê Povos indígenas e história: sujeitos, saberes e temporalidades