“Nazismo de esquerda”
representação falsificadora do passado e má-fé
Resumo
Este artigo se dedica a noção muito divulgada, sem corroboração na historiografia, de que o nazismo teria sido uma ideologia de esquerda. Tomando como fontes os livros Guia politicamente incorreto da história do mundo, de Leandro Narloch (2013) e Mentiram (e muito) para mim, de Flavio Quintela (2014), o objetivo é analisar os pressupostos dessa ideia. Aponto que essa narrativa ressignifica as categorias de “esquerda” e “direita, para serem a oposição entre projetos de sociedade previamente imaginados e a crença de que as mudanças devem vir do desenvolvimento espontâneo e involuntário. Argumento que isso parte de uma má-fé no sentido sartreano, pois nega que o capitalismo é também fruto de projetos de futuro. Uma consequência disso é a neutralização do potencial da memória dos crimes nazistas ser mobilizada contra regimes autoritários e repressivos e a normalização da extrema-direita.
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