História em Revista
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<p>O periódico <em>História em Revista</em>, uma publicação semestral do Núcleo de Documentação Histórica da Universidade Federal de Pelotas e vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFPel, tem como objetivo a divulgação da produção historiográfica ou de áreas afins, na forma de artigos, ensaios bibliográficos e resenhas. Buscando contribuir com o desenvolvimento da pesquisa, publica, também, matérias sobre organização de acervos documentais e depoimentos ou documentos históricos inéditos de significativo interesse para a pesquisa histórica.</p> <p><strong>Qualis:</strong> B1</p> <p><span data-sheets-value="{"1":2,"2":"A4"}" data-sheets-userformat="{"2":2627,"3":{"1":0},"4":{"1":2,"2":16776960},"9":1,"12":0,"14":{"1":3,"3":1}}"><strong>ISSN:</strong>2596-2876</span></p>UFPelpt-BRHistória em Revista1516-2095<p><span>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</span></p><p><span>1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a </span><a href="http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a><span> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</span></p><p><span><span>2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</span></span></p><span><span><span>3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado</span><span>.</span></span></span>Apresentação
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29746
<p>O Dossiê que aqui apresentamos traz em seus oito artigos contribuições inéditas para possíveis diálogos entre as áreas da Literatura e História. Áreas do conhecimento que desde alguns anos vêm construindo bases sólidas de contribuições interdisciplinares para a compreensão do social, do cultural e do político. Essa conexão, seja na produção artística ou teórica, que se intensificou significativamente nas últimas décadas, tem como grande impulsionador os Estudos Culturais. Entre as muitas possibilidades de contato, a Literatura pode oferecer perspectivas sobre processos históricos, enquanto a História pode servir de base para narrativas ficcionais, por exemplo. Já no campo da teoria, desde Aristóteles, esforços têm sido feitos para conectar, relacionar e, ao mesmo tempo, diferenciar esses dois campos. Neste dossiê, da literatura em língua portuguesa à literatura estrangeira, os artigos exploram as interseções entre Literatura e História, buscando reflexões que observem as potências desse diálogo, bem como as interlocuções que emergem quando abordamos esses campos de forma interdisciplinar.</p>Daniele Gallindo; Lua Gill da Cruz; Pilar Lago e Sousa
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2025-07-302025-07-30302010910.15210/hr.v30i2.29746Crônicas Machadianas: as crônicas literárias como fontes históricas
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/28971
<p>Este trabalho visa mostrar a relação entre Literatura e História, evidenciando que crônicas literárias são também fontes históricas. Para tanto, além da revisão bibliográfica, apresenta a análise de três crônicas de Machado de Assis para responder à seguinte questão: Que aspectos do cotidiano de ex-escravizados foram retratados por Machado de Assis em suas crônicas? Este estudo segue pressupostos da História Cultural, por isso assume que a crônica literária, sendo um produto cultural, é também uma fonte documental. Assim sendo, o referencial teórico tem caráter interdisciplinar, pois se baseia em pesquisas de historiadores e de estudiosos da literatura. Para atingir o objetivo do estudo, na análise do corpus, serão evidenciados aspectos históricos que envolvem as crônicas selecionadas, relacionando-os com textos publicados em jornais da época. A principal conclusão foi a de que as crônicas revelam a interpretação do cronista sobre modos de pensar e de agir da sociedade, em especial, a dificuldade da elite brasileira de deixar as vantagens proporcionadas, direta ou indiretamente, pela escravidão.</p>Claudia Teixeira FaçanhaLucia de Souza Teixeira Costa
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2025-07-302025-07-30302103310.15210/hr.v30i2.28971Possíveis diálogos entre a História e a Literatura
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29086
<p>Um dos objetivos desse texto é discutir algumas questões que envolvem o diálogo possível entre a Literatura e a História, chamando a atenção para como alguns autores aproximam muito a linha desses dois campos de conhecimento que são o escopo de pesquisa da Nova História Cultural. Ler obras literárias, principalmente aquelas em que seus autores foram contemporâneos dos acontecimentos trazidos nas suas narrativas, descortina para os historiadores nuances e imaginários de uma época que, nem sempre os documentos históricos são capazes de reconhecer. Em obras como, <em>O Cortiço</em> de Aloisio de Azevedo por exemplo, identificamos as inúmeras possibilidades de interface entre esses dois campos, especialmente porque ambos constroem narrativas, claro que uma referenciada, como é o caso da História e outra não, como é o caso da Literatura.</p>Derocina Alves Campos Sosa
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2025-07-302025-07-30302344610.15210/hr.v30i2.29086Intersecções Brasil Angola:
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29089
<p>Propomos desvendar as aproximações e distanciamentos entre o romance <em>Sombras de reis barbudos</em> (1972), escrito pelo goiano José J. Veiga, e o conto “Gavião veio do sul e pum!”, de autoria do angolano Boaventura Cardoso, a partir de uma perspectiva comparatista horizontalizada e “transtextual” (TRIGO, 1991), adotando, para tanto, a noção de um comunitarismo político e estético entre Brasil e países africanos de língua portuguesa (ABDALA JR, 2014). Assim, pode-se dizer que a literatura de ambos os autores “fagocitou” outras esferas do conhecimento, como história e sociologia, reconfigurando o passado na medida em que deu voz e protagonismo a sujeitos excluídos pelos respectivos processos históricos – a saber, ditadura militar, representada sob a percepção realista pela forma literária romance histórico (AINSA, 1991; ANDERSON, 2007; SILVA, 2016; ESTEVES, 2010; LUKÁCS, 1965; 2011), de um lado, e a guerra de independência através do conto angolano, de outro. </p>Júlio César Kohler Damasceno BaronRogério Max Canedo Silva
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2025-07-302025-07-30302476110.15210/hr.v30i2.29089Figuração da história e da identidade nacional em A Estranha Nação de Rafael Mendes, de Moacyr Scliar
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29091
<p>Este artigo analisa a interação entre história e literatura no romance <em>A estranha nação de Rafael Mendes</em> (1983), de Moacyr Scliar. A obra é examinada à luz da desconstrução e ressignificação da identidade nacional, tradicionalmente formulada pelos discursos oficiais da história e da literatura. A análise se apoia em conceitos teóricos como a metaficção historiográfica, proposta por Linda Hutcheon, e o estudo de Seymour Menton sobre o novo romance histórico latino-americano. Proponho que o romance de Scliar, ao articular ficção e História de modo crítico e irônico, indica uma reflexão sobre a formação identitária e a representação do passado.</p>Luiz Felipe Voss Spinelli
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2025-07-302025-07-30302627510.15210/hr.v30i2.29091Entre Páginas e Cicatrizes: a violência contra a mulher em O Peso do Pássaro Morto e no cotidiano brasileiro
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29014
<p>A obra de Aline Bei, intitulada <em>O peso do pássaro morto</em>, é um exemplo de como a literatura pode ser usada para reflexionar e debater sobre a violência na sociedade brasileira. É possível discutir sobre questões éticas, vulnerabilidade e força, propondo uma ressignificação de experiências de dor, além de sugerir caminhos de resistência. Para isso, tem-se em vista uma abordagem interpretativa, fundamentada em teorias de Rita Segato e Heleieth Saffioti, conhecidas por seus estudos sobre gênero e violência. Além disso, busca-se incorporar à discussão algumas das contribuições de Antonio Candido, cuja crítica literária lida com a representação da realidade social em textos literários.</p>Lucas Matheus Araujo BicalhoLuís Fernando de Souza AlvesMauricio Alves de Souza Pereira
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2025-07-302025-07-30302769110.15210/hr.v30i2.29014Privacidade em práticas de escrita feminina na Inglaterra do século XVIII
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29080
<p align="justify"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O presente </span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">trabalho analisa</span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> as práticas de escrita privada feminina no século XVIII. Seu objeto são o diário e as cartas particulares da jovem aristocrata Frances Burney. A partir do gênero literário particular e epistolar nos dirigimos a pensar a educação feminina como condicionante da privacidade na Inglaterra setecentista, analisada no registro e na comunicação de pensamentos e de sentimentos de uma integrante da sociedade aristocrática. Os documentos analisados foram produzidos entre 1768 </span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">a 1778</span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> e exibem a tensão entre as regras da sociedade e as aspirações de uma jovem inglesa que, ao articular-se entre o privado e o público, capacitou a si mesma no gênero </span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">literário</span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> do romance enquanto amadurecimento feminino.</span></span></span></span></span></p>Adriano Diniz ComissoliMaria Vitória Collares
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2025-07-302025-07-303029211210.15210/hr.v30i2.29080A Construção do Pirata da Era Moderna
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/29092
<p>Nossa pesquisa investiga a construção histórica e literária da imagem do pirata moderno, analisando como produções culturais dos séculos XVIII e XIX moldaram estereótipos que persistem no imaginário popular contemporâneo. A partir da interseção entre História e Literatura, discutimos a romantização dos piratas como figuras de resistência, liberdade e rebeldia, contrastando com a realidade violenta de suas práticas. Obras como <em>A General History of the Pyrates</em> e <em>A Ilha do Tesouro</em> são exemplos no contexto da formação dos arquétipos clássicos do pirata — como o aventureiro anti-herói — e de sua consolidação na cultura de massa. O estudo também aborda o papel da mídia moderna na perpetuação desses símbolos, enfatizando o processo de transição da figura histórica para o mito literário. Ao refletir sobre as representações literárias e culturais, buscamos compreender como se construiu uma memória coletiva que oscila entre a celebração e a vilanização do pirata.</p>Andre Luiz Melo Tinoco Nogueira
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2025-07-302025-07-3030211313110.15210/hr.v30i2.29092Marguerite Duras sob o feitiço de Jules Michelet
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/HistRev/article/view/28068
<p><span style="font-weight: 400;">Marguerite Duras, escritora prolífica e um dos grandes nomes da literatura francesa do século XX, foi uma autora que refletiu muito sobre a sua própria escrita. Ela era leitora do historiador Jules Michelet, pensador admirado por intelectuais do século XX e com uma forte posteridade. Duras não mencionava com frequência autores que ocupavam um espaço importante na sua biblioteca, com a exceção de Michelet, evocado diversas vezes. Neste texto, argumento que essas referências ao historiador têm algo de fundamental para a poética durasiana, pois se ligam a duas tensões cruciais da sua obra: a associação do feminino à escrita e a imagem da escrita em abismo. Para traçar tal caminho, apresentarei a obra de Duras sob essa chave do feminino e do abismo, por meio de reflexões feitas pela própria escritora. Ademais, farei um percurso pela historiografia de Michelet, apoiando-me na leitura que Maria Juliana Gambogi Teixeira faz do seu texto mais citado por Duras — </span><em><span style="font-weight: 400;">A Feiticeira</span></em><span style="font-weight: 400;"> — e partirei da hipótese da pesquisadora acerca do pensamento do romance esboçado pelo historiador.</span></p>Rafaela Faria Vianna
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2025-07-302025-07-3030213214810.15210/hr.v30i2.28068