Novos Rumos Sociológicos
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<p>A Novos Rumos Sociológicos (NORUS) é a revista científica do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A revista publica artigos inéditos, ensaios bibliográficos, entrevistas, traduções, resenhas, que podem ser enviados em português, inglês, francês ou espanhol.</p> <p><strong>Qualis:</strong> B1</p> <p><span data-sheets-value="{"1":2,"2":"A4"}" data-sheets-userformat="{"2":2627,"3":{"1":0},"4":{"1":2,"2":16776960},"9":1,"12":0,"14":{"1":3,"3":1}}"><strong>ISSN: </strong>2318-1966</span></p>Ufpelpt-BRNovos Rumos Sociológicos2318-3721<p>Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do(a) autor(a), com direitos de primeira publicação para a revista. Os artigos são de uso gratuito em aplicações exclusivamente acadêmicas e educacionais e, portanto, não-comerciais.</p>Editorial
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<p>A revista Novos Rumos Sociológico (Norus/PPGS/UFPEL) vem cumprindo o seu papel de apresentar visadas possíveis para se fazer sociologia na sociedade contemporânea, ampliando sempre que possível o seu escopo analítico. Um dos campos mais vigorosos e promissores é o da sociologia da ciência e das tecnologias, tema deste Dossiê: "Estudos sociais em Ciência e Tecnologia", organizado pelos professores Fabrício Neves (UNB) e Daniela Alves (UFV).</p>Macus Vinicus SpolleMarcos Lacerda
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2024-11-202024-11-20122113Apresentação
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<p>É com grande satisfação que apresentamos o dossiê "Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia" da revista NORUS. Este número especial reúne um conjunto de nove artigos que abordam, sob diferentes perspectivas e enfoques, as complexas relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Os Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia (ESCT) constituem um campo interdisciplinar heterogêneo que vem ganhando cada vez mais relevância nas últimas décadas, contribuindo para o avanço teórico e metodológico das distintas áreas que o compõe e para as políticas públicas não apenas de ciência e tecnologia, mas de educação, de saúde, de cultura. Sua abordagem relacional e crítica busca compreender como fatores sociais, políticos, econômicos e culturais moldam o desenvolvimento científico e tecnológico, ao mesmo tempo em que são por ele influenciados. A sociedade, nos ESCT, não é pano de fundo do desenrolar da produção do conhecimento científico e tecnológico, mas parte central da produção, sustentação, difusão ou negação de fatos científicos e artefatos tecnológicos. </p>Fabrício Neves Daniela Alves
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2024-11-202024-11-20122147Educação, Tecnologia, Ideologia e o processo de desenvolvimento de Álvaro Vieira Pinto
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<p>Este artigo explora o conceito do desenvolvimento e sua relação com a tecnologia, com base nos escritos de Álvaro Vieira Pinto. A partir de seu texto <em>Ideologia e desenvolvimento naciona</em>l, investigamos os fundamentos que sustentam suas ideias presentes no livro <em>O conceito de tecnologia</em>, com foco na noção de consciência para o outro e na apropriação da tecnologia como patrimônio da humanidade para atender às demandas sociais. Vieira Pinto destaca a necessidade de construir uma ideologia nacional com base filosófica e estruturada no Estado. Essa ideologia, embora liberal, seria democrática, com participação ativa das massas e dos intelectuais, e, como evidenciado em suas obras, estariam intrinsecamente ligada à educação. Vieira Pinto argumenta que a apropriação da tecnologia, mesmo de origem estrangeira, pode servir como um estágio intermediário no processo de desenvolvimento nacional. A partir dessa perspectiva, examinamos como a educação tecnológica é abordada no meio acadêmico, onde frequentemente é associada à acumulação de capital, em detrimento das oportunidades vislumbradas por Vieira Pinto. Diante das disputas ideológicas presentes na sociedade brasileira, identificamos a dificuldade em encontrar elementos capazes de construir uma ideologia sólida para o desenvolvimento nacional. Essa lacuna constribui para a perpetuação do atual cenário da educação brasileira, postergado o desenvolvimento do país. <br><br></p>Geovane Ferreira Gomes
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2024-11-202024-11-201221829Os ideais de progresso por meio da tecnologia na Engenharia Civil brasileira:
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<p>Neste artigo investigamos qual o papel dos engenheiros civis na construção de um imaginário de modernidade e progresso tecnológico no Brasil e de que maneira isso permanece na organização da educação em engenharia atual. A pesquisa é realizada por meio de uma análise histórica da bibliografia consultada, focada na segunda metade do século XIX, quando aconteciam as Exposições Universais que impactaram o pensamento da burguesia brasileira, e<br>das transformações que ocorreram ao longo do século XX no ensino de engenharia. Além disso, faz-se também uma análise documental das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais de Engenharia. Ao investigarmos a classe emergente dos engenheiros no país em relação com o que se considerava progresso, pode-se encontrar conexões com o ensino de engenharia do presente, como o determinismo tecnológico, a presença da inovação e a relação estreita com as empresas. Embora exista hoje uma preocupação com a responsabilização social e ambiental, salientamos a necessidade de uma educação em engenharia que seja crítica de si mesma.</p>Luisa Pereira ManskeMario Lopes Amorim
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2024-11-202024-11-2012213057Uso da Tecnologia na Educação:
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<p>Neste artigo analisamos o uso das tecnologias aplicadas à educação, buscando uma visão alternativa acerca da incorporação de tecnologias ao ambiente educacional, considerando as implicações da tecnologia no desenvolvimento de crianças e adolescentes, o uso tecnológico no âmbito escolar e a necessidade de se analisar a intencionalidade do uso indiscriminado de tecnologias neste ambiente. Indentificamos grande entusiasmo por parte de secretarias de educação, com altos investimentos na aquisição de equipamentos eletrônicos, muitas vezes sem uma formação adequada aos professores. Em seguida, apresentamos as consequências do exagerado uso de aparatos digitais por crianças e adolescentes, trazendo informações indicativas de uma redução nos níveis de inteligência por parte dos alunos, em parte causada pelo uso excessivo de tecnologia. Concluímos que as desastrosas consequências de uma educação mercantilizada, entranhada no neoliberalismo, evidenciam uma intencionalidade perversa na plataformização e redução da formação escolar. </p>Gustavo Boni MinettoFernando Lionel Quiroga João Roberto Resende FerreiraMarcela Fernandes Cappele Vasconcelos
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2024-11-202024-11-2012215875Ensino de Ciências e Biologia:
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<p>Neste artigo discutimos o campo do ensino de ciências com o objetivo de compreender suas<br>mudanças ao longo dos anos e os fatores que contribuíram para essa transformação, bem<br>como suas consequências para o ensino de ciências e biologia. Com esta finalidade,<br>utilizaremos os conceitos de campo, habitus e reflexividade, de Pierre Bourdieu.<br>Apresentaremos o caráter híbrido do campo de pesquisa em ensino de ciências e biologia e<br>sua apropriação de correntes pós-modernas, evidenciando assim as fragilidades que ameaçam<br>sua definição e coerência. Na sequência, defendemos a retomada dos estudos sobre a natureza<br>da ciência a partir de uma perspectiva materialista, dialética e histórica para a compreensão<br>dos fenômenos e processos naturais, defendendo uma determinada visão de ciência e seu<br>ensino. Por fim, propomos que, ao levarmos em conta o caráter dinâmico da transformação<br>dos fenômenos naturais e da própria atividade científica, reconhecemos a relevância do<br>caráter histórico desses processos, o que nos permite escapar de uma visão simplificadora e<br>unívoca de ciência, assim como de perspectivas relativistas.</p>Luís Fernando Marques DorvilléFrancine Lopes PinhãoLeonardo Kaplan
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2024-11-202024-11-20122176104Controvérsias científicas como controvérsias editoriais
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<p>Neste artigo, defendemos que editores de revistas científicas são fundamentais no processo de<br>definição de controvérsias, intervindo no fluxo do debate e proporcionando condições<br>favoráveis para uma das posições. O relatório traz o debate sobre controvérsias, oriundo de<br>trabalho empírico e de artigo sobre a produção de conhecimento em revistas científicas<br>internacionais de estudos agrários. Nosso interesse é realizar uma discussão teórica dos<br>resultados que obtivemos, focando principalmente na construção de dois conceitos que, em<br>nossa opinião, articulariam a discussão sobre controvérsias científicas e políticas editoriais, a<br>saber, “rede editorial” e “comprometimento socioeditorial”. Por fim, analisamos tais<br>dinâmicas editoriais por meio do debate sobre geopolítica do conhecimento.</p>Joaquim PinheiroFabrício Monteiro Neves
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2024-11-202024-11-201221105119O Laboratório como Organização?
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<p>O objetivo do artigo é refletir sobre o laboratório como organização à luz da teoria do ator-rede e dos estudos críticos em Administração. Essa aproximação permite desnaturalizar as organizações como dadas, trazendo à tona os complexos processos pelos quais o laboratório toma forma, a partir do controle de incertezas e instabilidades, de articulação entre diferentes atores e das estratégias voltadas à transformação de elementos dispersos em uma lógica coerente, passível de ser apresentada como conhecimento científico. A investigação teve como objetivo empírico uma universidade pública federal localizada em Minas Gerais, em que pesquisas com/sobre cannabis são desenvolvidas na área da agronomia. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, além e observação participante em laboratórios de pesquisa. Como principais resultados, argumentamos que a pesquisa permitiu desnaturalizar as organizações como dados estáveis e perenes, indicando as múltiplas estratégias de tradução/translação voltadas à estabilização de uma rede de atores que envolve, além de seres humanos (pesquisadores/as) com interesses, status e formações profissionais diferentes e até conflitantes, atores não humanos, como as plantas de cannabis, os equipamentos, estruturas físicas dos laboratórios analisados, que terminam por constranger a instrumentalidade suposta/idealmente presente em investigações científicas, voltadas ao controle do meio/contexto/aleatoriedade, de forma a produzir conclusões válidas e amplamente aceitas. Além disso, a pesquisa com/sobre cannabis ilumina aspectos éticos e políticos relacionados à criminalização da planta, que dificulta o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema e requer o engajamento de diferentes atores para sua viabilização, muitos deles não cientistas, como aqueles vinculados, por exemplo, ao poder judiciário e ao mercado. </p>Daniela Leandro Rezende Victor Luiz Alves Mourão Jéssica Horácio Barbosa
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2024-11-202024-11-201221120144Treinamento cognitivo/cerebral:
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<p>O presente trabalho, de natureza, tem como objeto de análise o treinamento cognitivo, também chamado, por vezes, de treinamento cerebral, treinamento neurocognitivo, treinamento mental ou ainda ginástica cerebral. Esta modolidade de terinamento diz respeito à prática guiada de determinados exercícios e jogos com o objetivo de preservar ou melhorar as habilidades cognitivas e/ou a cognição como um todo. No presente artigo, pretendemos apresentar e analisar alguns conceitos e definições de treinamento cognitivo/cerebral e, também, situar este tipo de treinamento como uma tecnologia, mais especificamente como um conjunto de tecnologias voltado para fins diversos. Com base especialmente na obra de Michel Foucault e Nikolas Rose, apresentamos e definimos o treinamento cerebral como uma tecnologia humana, da sibjetividade/do eu, da saúde e da vida, da otimização e da esperança - além de uma tecnologia cognitiva e cerebral. Por fim, analisaremos ainda algumas controvérsias científicas relativas à eficácia das práticas de trinamento cerebral seja para a prevenção ou o tratamento de problemas e distúrbios cognitivos seja para fins de aprimoramento, e que dizem respeito especialmente à capacidade de transferência do contexto de treinamento para a vida cotidiana de seus praticantes. </p>Felipe Stephan Lisboa Rafaela Teixeira Zorzanelli
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2024-11-202024-11-201221145170O gatinho preto e as abelhas migrantes:
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<p>O objetivo deste artigo é indicar modos que sirvam ao desordenamento e à desarticulação de<br>entendimentos há muito tradicionais nos estudos acadêmicos de diversas áreas. Procuramos, por<br>meio da história das ciências, tanto quanto da história das transformações ambientais e da<br>história dos animais, reconhecer as noções de “associações” e de “agências” em dois diferentes<br>contextos. O primeiro, uma passagem na vida do escritor Machado de Assis a partir da qual<br>foram investigados, por meio de um de seus escritos, o ambiente doméstico e as relações de<br>afeto interespecíficas entre um gato e o autor, na virada do século XIX para o XX no Rio de<br>Janeiro, momento de transformações sociais alimentadas por certo ideal cientificista. O segundo<br>recorte aborda a história da introdução de abelhas africanas no Brasil em meados do século XX,<br>bem como o seu involuntário espraiamento para outros países, apresentado a partir da etologia,<br>ciência que se propõe a estudar o comportamento de animais; também avaliamos as<br>transformações produzidas pelas abelhas nas pesquisas de cientistas daquele momento.<br>Argumentamos que tais situações fornecem recursos capazes de desordenar uma estrutura<br>antropocêntrica na produção historiográfica que tende a conceber somente o animal humano<br>como possuidor de história. Desse modo, pretendemos mostrar caminhos pelos quais os não<br>humanos tenham seu protagonismo reconhecido em um processo histórico co-produzido.</p>Caio Fabiano Lopes do Valle Souza Márcia Regina Barros da Silva Caio Dany Scarpitta
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2024-11-202024-11-201221171189Abalando imaginários urbano-tecnológicos:
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<p>O fetiche tecnológico no urbanismo contemporâneo se manifesta pela promoção de modelos urbanos-tecnológicos que, frequentemente impulsionados pelo mercado, agravam desigualdade e injustiças espaciais. Este estudo propõe uma análise crítica com o ojetivo de reconfigurar o entendimento sobre tenologia e apresentar alterativas em que condições sociotécnicas específicas geram tecnologias urbanísticas de resistência. O estudo de caso focaliza o movimento em defesa da Pedra de Xangô, em Salvador, Bahia, onde a comunidade se mobilizou para proteger o monumento religioso afro-brasileiro diante de ameaças urbanísticas. A pesquisa, conduzida entre 2022 e 2024, inclui análise documental, entrevistas e visitas de campo, apoiando-se em teorias do urbanismo crítico e dos estudos sociais da tecnologia para demonstrar como tenologias ligadas à memória, cultura e religiosidade negra podem ser usadas como formas de contestação ao planejamento urbano tradicional. </p>Flávio Carvalho Silva Lalita Kraus
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2024-11-202024-11-201221190218Entrevista com Pablo Ortellado
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<p>Pablo Ortellado é doutor em Filosofia e professor de Gestão de Politicas Publicas da EACH-USP. É coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e colunista de política do jornal O Globo.</p>Marcos LacerdaHenrique Jeske
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2024-11-202024-11-201221219230