O Comércio na Fronteira Brasil/Uruguai: identificando padrões nos tecidos intraurbanos.

Resumo

Algumas cidades de fronteira entre o Brasil e o Uruguai apresentam traçado urbano com continuidade espacial, como se fossem uma cidade apenas, como é o caso de Aceguá, Chuí e Sant’Ana do Livramento, contíguas a Acegua, Chuy e Rivera, respectivamente. Supõe-se que no tecido intraurbano a localização comercial ocorra com influência da morfologia urbana das cidades contínuas ou por lógicas independentes. Assim, estabelecimentos comerciais livres de impostos e os demais foram mapeados e classificados de acordo com seus portes, transcritos num Sistema de Informação Geográfica e comparados com uma medida morfológica de centralidade. Levantamentos de tráfego auxiliaram na calibração dos modelos processados no programa UrbanMetrics e legitimaram os resultados para centralidade. A comparação das localizações dos estabelecimentos com a centralidade foi realizada através de correlação matemática, indicando quais estão regidas por lógicas conjuntas ou separadas. Ao testar hipóteses, os estudos revelaram tendências diferenciadas para todos tipos e portes de estabelecimentos, sugerindo que os livres de impostos aproximam-se das maiores centralidades, que os de grande porte buscam atender ambas as cidades, que os médios focam na própria cidade e que os pequenos pulverizam-se absorvendo mercados remanescentes, mas que também concentram-se aproveitando o fluxo dos demais. Ao cabo, pode-se pensar que a permanência das cidades está ligada às lógicas de localização das atividades comerciais, que influenciam seus processos e relações socioeconômicas.Palavras-chave: fronteira; estrutura intraurbana; uso comercial; morfologia urbana; centralidade.

Biografia do Autor

Felipe Dotto de Moraes, Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal do Espírito Santo Universidade Federal de Pelotas
Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (2018). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Maria (2014), com Mobilidade Acadêmica na Universidade Federal do Espírito Santo (2012). Atua principalmente nos seguintes temas: sociedade, encontro, sistema de espaços livres, fronteiras, modelagem urbana e simulações.
Maurício Couto Polidori, Universidade Federal de Pelotas
Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (1982), especialização em Planejamento Energético e Ambiental pela UFRGS (1993), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela UFRGS - PROPUR, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, na área de concentração de Desenho Urbano (1996) e doutorado em Ciências pela UFRGS-PPGECO, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, na área de concentração de Ecologia de Paisagem, com enfoque em estudos urbanos (2005). Atualmente é professor da Universidade Federal de Pelotas, concentrando atividades na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em planejamento urbano e ambiental, projetos, modelagem urbana e simulações, desenho urbano, instrumentos e análises espaciais, atuando principalmente nos temas de planejamento urbano, morfologia urbana, urbanismo, ambiente e geoprocessamento.

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Publicado
2021-01-10
Seção
Artigos