A integração de valores e medidas de segurança no projeto de espaços públicos resilientes: lições de desastres rápidos e lentos

Resumo

Este artigo apresenta uma análise do impacto do COVID-19 nos espaços públicos e a necessidade de integrar medidas de segurança em todo o processo de projeto urbano. Adotamos uma abordagem de Ergonomia e Fatores Humanos e Sistemas Sociotécnicos (HFE & STS), com base no modelo 'ideal' de espaço público previamente desenvolvido para Queensland (Austrália). Com base nesse modelo, analisamos (1) o modelo de espaços públicos em Queensland durante o isolamento resultante do COVID-19 – e as funções que deixaram de existir – e (2) o modelo de espaço público no pós-terremoto de Christchurch (Nova Zelândia). Embora a pandemia e o terremoto pareçam significativamente diferentes em um primeiro momento, as duas situações são semelhantes no sentido de que, em ambos os casos, a densidade se torna um problema. Consideramos a pandemia como um ‘desastre lento’  (quando a adaptação é fundamental, mas a mudança a longo prazo é opcional) e o terremoto como um ‘desastre rápido’ (quando a mudança é a única opção) e, baseado nesse contexto, consideramos que há lições a serem aprendidas com 'desastres rápidos' as quais podem auxiliar na resiliência urbana a longo prazo. Em seguida, aplicamos o modelo ‘ideal’ ao estágio de recuperação de Christchurch pós-terremoto, onde identificamos novas funções e sua relação com a segurança – tanto percebida como real. Essas novas funções são refúgio urbano e espaço pessoal, conforto ambiental, otimização de rotas de mobilidade e saída, proteção contra o ambiente construído, maximização da paisagem.

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Biografia do Autor

Silvia G Tavares, University of the Sunshine Coast
Arquiteta e Urbanista, professora efetiva na área de Urbanismo na University of the Sunshine Coast (Austrália). Doutora em Paisagem Urbana pela Lincoln University (Christchurch, Nova Zelândia, 2015). Possui mestrado em Habitabilidade da Edificação e da Urbanização pelo Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007), e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (2003). Foi professora de Arquitetura da Paisagem (graduação e pós-graduação) na Escola de Paisagem da Lincoln University (2011-2016) e pesquisadora visitante no ILS (Research Institute for Regional and Urban Development), em Aachen, Alemanha (2014). Foi também professora assistente na Universidade Federal do Tocantins (2008-2010), onde coordenou o Laboratório de Conforto Ambiental (2009-2010), e foi Diretora de Cultura pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários - PROEX (2008-2009). Recentemente (2018) recebeu dois prêmios (Instituto de Planejamento da Austrália (PIA), prêmio de excelência em planejamento urbano na categoria de "Public Engagement and Community Planning"; e James Cook University TropEco "Highly Commended" Project Award) pelo projeto Urban Thinkers Campus, organizado em Cairns e Townsville (Austrália) com o apoio da ONU-Habitat. Foi também membro do time vencedor da competição "48 Hour Design Challenge" para o Gloucester Street Site (projeto focado em propostas para reconstrução do centro de Christchurch, Nova Zelândia, pós-terremoto) (2011).
Nicholas Stevens, University of the Sunshine Coast
Paisagista e urbanista, Nicholas é coordenador dos cursos de graduação e pós-graduação em Desenho e Planejamento Urbanos na University of the Sunshine Coast, Austrália. Nicholas é também vice-diretor do Centro de Pesquisa em Ergonomia e Fatores Humanos e Sistemas Sociotécnicos, e frequentemente trabalha com governos locais e estaduais, e profissionais em pesqusias focadas nos impactos do desenvolvimento da infraestrutura urbana.

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Publicado
2021-01-10
Seção
Artigos