EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA E CONSTRUÇÃO DA RESILIÊNCIA ESPACIAL EM MALHAS VIÁRIAS DE CIDADES MÉDIAS

os casos de Santa Maria e Pelotas (RS)

Resumo

Este trabalho investiga como o crescimento urbano fragmentado afeta a organização das malhas viárias e sua capacidade de adaptação a transformações — dimensão tratada aqui como resiliência espacial. Foram analisadas comparativamente as cidades de Santa Maria e Pelotas, no Rio Grande do Sul, com base em mapas históricos de 1939, 1975 e 2022. A abordagem metodológica adotada é configuracional, fundamentada na sintaxe espacial, que permite avaliar relações locais e globais de conectividade entre os espaços públicos que formam as malhas viárias. Ambas as cidades partiram de traçados regulares, mas passaram por processos de expansão marcados por fragmentações espaciais, que resultaram em interrupções de continuidade morfológica entre partes da malha. Os resultados revelam que, embora Pelotas tenha apresentado maior crescimento físico e maior capacidade de absorver mudanças na malha, Santa Maria manteve uma configuração espacial mais coesa e legível, com centralidade funcional preservada. A análise demonstrou que os efeitos da expansão urbana devem ser avaliados tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, considerando o modo como as novas áreas se integram à malha preexistente. A pesquisa reforça a importância de estratégias de planejamento que priorizem a continuidade espacial e articulem as expansões à lógica configuracional das cidades, promovendo malhas mais acessíveis, funcionais, eficientes e resilientes.

Palavras-chave: resiliência espacial; fragmentação espacial; configuração espacial; evolução urbana; cidades médias.

Biografia do Autor

Filipe Bassan Marinho Maciel, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2023), Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela mesma instituição (UFRGS/2018) e Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/2014). Professor no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Décio Rigatti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP/1997), com doutorado sanduíche na Bartlett School of Advanced Studies da University College London (UCL/1996), Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/1980) e Arquiteto pela mesma instituição (UFRGS/1975). Foi professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988–2013) e professor adjunto na UniRitter – Laureate International Universities, atuando na Graduação e no Mestrado em Arquitetura e Urbanismo (2013–2017).

Fábio Lúcio Lopes Zampieri, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2012), Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela mesma instituição (UFRGS/2006) e Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/2003). Professor no Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR) e no Departamento de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Publicado
2025-10-15
Seção
Artigos