CIDADES MÉDIAS EM MOÇAMBIQUE DIANTE DA CRISE HUMANITÁRIA E DO REASSENTAMENTO POPULACIONAL

o caso de Pemba

  • Miguel Maria Ribeiro da Silva Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Isabela Teodoro Pinheiro Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Clara Luiza Miranda Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Liziane de Oliveira Jorge Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Resumo

A cidade de Pemba, em Moçambique, tem enfrentado uma rápida urbanização induzida por deslocamentos forçados decorrentes do conflito armado em Cabo Delgado e de eventos climáticos extremos. Em 2022, recebeu 157431 deslocados internos, ampliando em 77% sua população. Este cenário agrava os desafios históricos da cidade no tocante à infraestrutura urbana e aos serviços básicos. O artigo tem como objetivo identificar as transformações físicas e institucionais resultantes desses fluxos populacionais e analisar a capacidade de resposta urbana diante da crise. Para tanto, procede-se uma abordagem qualitativa, com análise documental de planos urbanos, relatórios técnicos institucionais e de imagens recebidos por via eletrônica. Desse modo, observa-se a sobrecarga dos serviços públicos, proliferação de assentamentos informais, frágil articulação intersetorial e ausência de estratégias específicas para grupos vulneráveis. Embora limitada em recursos, Pemba revela potencial como centro de reorganização territorial e integração social, o que permite considerar a necessidade de fortalecer a governança local, promover planos de reassentamento participativos e articular políticas urbanas inclusivas para ampliar a resiliência e a sustentabilidade urbana.

Palavras-chave: cidade média; deslocamento forçado; infraestrutura urbana; planejamento urbano; Cabo Delgado.

Biografia do Autor

Miguel Maria Ribeiro da Silva, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Mestre em Design (UP-Maputo, Moçambique), doutorando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo.

Isabela Teodoro Pinheiro, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Mestre em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU-UFES), doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo.

Clara Luiza Miranda, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), docente no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo.

Liziane de Oliveira Jorge, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutora em Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP), docente no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo.

Publicado
2025-10-15
Seção
Artigos