PROJECTARE

SUMÁRIO

qua, 15 out 2025 14:06:43 +0000

PROJECTARE 25 ANOS

Antonio Soukef Júnior, Fernanda Jahn Verri, Franciele Fraga Pereira — ter, 14 out 2025 00:00:00 +0000

As cidades médias assumem um papel estratégico na rede urbana brasileira e internacional, articulando fluxos regionais, dinamizando economias locais e oferecendo alternativas ao crescimento concentrado das metrópoles. Por sua posição singular, são territórios onde se expressam, de modo simultâneo, potencialidades e contradições: crescimento urbano fragmentado, desafios de mobilidade, tradições e bens culturais, demandas sociais e ambientais, bem como disputas em torno da identidade territorial.O dossiê temático da Projectare - Revista de Arquitetura e Urbanismo em seu número 16 reúne artigos que exploram essa complexidade sob diferentes perspectivas, compondo um quadro analítico abrangente. Os estudos contemplam dimensões de planejamento urbano e morfologia espacial, como nas análises comparativas das malhas viárias de Pelotas e Santa Maria; abordam a reconstrução histórica de espaços públicos destinados a pedestres; e investigam as transformações ambientais e ecológicas em cidades médias, a exemplo da Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas e das propostas de zoneamento para o Balneário Cassino e para a cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul.

25 ANOS DA REVISTA PROJECTARE

ter, 14 out 2025 20:30:05 +0000

Essa entrevista foi realizada como um ato de celebração aos 25 anos da publicação da primeira edição da Projectare - Revista de Arquitetura e Urbanismo, e teve o objetivo de registrar memórias, reflexões e experiências relacionadas à criação e à trajetória do periódico. O professor Maurício Couto Polidori foi um dos idealizadores da publicação nos idos dos anos 2000, e por isso, a importância de documentar o seu testemunho para a história da Projectare. A entrevista foi realizada presencialmente, na cidade de Pelotas-RS, no primeiro dia do mês de julho de 2025, teve duração de uma hora e dez minutos, sendo gravada em áudio e transcrita pelas autoras. Para a elaboração deste texto, foram utilizadas ferramentas de inteligência artificial como recurso inicial de transcrição, sendo o texto posteriormente revisado e adequado pelos autores. Alguns trechos foram realocados e o texto reorganizado a partir de temas, com o objetivo de facilitar a compreensão pelo leitor. Notas de rodapé foram acrescentadas com informações consideradas complementares à fala do entrevistado.

25 ANOS DA REVISTA PROJECTARE

ter, 14 out 2025 20:51:11 +0000

No ano de 2025 a Projectare - Revista de Arquitetura e Urbanismo comemora a marca de 25 anos da publicação de sua primeira edição. Essa segunda entrevista, realizada com Jeronimo Vernetti teve o objetivo de registrar memórias, reflexões e experiências relacionadas à criação e à trajetória do periódico. Juntamente com Maurício Polidori, Jeronimo foi editor da edição primogênita e um dos seus idealizadores. Nesse sentido essa entrevista busca documentar as lembranças e reflexões sobre essa experiência. A entrevista foi realizada remotamente, através de videoconferência, no dia 14 de agosto de 2025, teve duração de quarenta e um minutos, sendo gravada em áudio e transcrita pelas autoras. Para a elaboração deste texto, foram utilizadas ferramentas de inteligência artificial como recurso inicial de transcrição, sendo o texto posteriormente revisado e adequado pelos autores. Alguns trechos foram realocados e o texto reorganizado a partir de temas, com o objetivo de facilitar a compreensão pelo leitor. Notas de rodapé foram acrescentadas com informações consideradas complementares à fala do entrevistado.

POR QUE PENSAR AS CIDADES MÉDIAS?

Fernanda Jahn Verri, Celia Helena Castro Gonsales Castro Gonsales — ter, 14 out 2025 21:07:36 +0000

Como apontado no editorial desse dossiê e evidenciado ao longo dos textos aqui reunidos, as cidades médias têm papel fundamental na articulação da rede urbana no Brasil e também no seu processo de regionalização. No entanto, a reorganização das hierarquias da malha urbana e o potencial econômico, político, cultural e social das cidades médias podem, também, paradoxalmente, produzir novas assimetrias. Ainda mais no atual contexto neoliberal, de mundialização da economia e encurtamento das distâncias, em razão do avanço tecnológico nos setores de transporte e telecomunicações, esses desequilíbrios tendem a intensificar não só disparidades intra-regionais, mas também prolongar as desigualdades intraurbanas e exacerbar, assim, os desafios no que se refere a pensar e a agir sobre essas cidades.

TRANSPORTE URBANO NO INTERIOR PAULISTA

Victor Callil, Eduardo Romero de Oliveira — ter, 14 out 2025 21:13:11 +0000

O trabalho tem como objetivo central compreender a relação entre a infraestrutura de transporte e o crescimento urbano nas cidades médias do interior paulista, ao longo de diferentes momentos históricos, buscando analisar a evolução das políticas de mobilidade, cotejar achados históricos com a produção legislativa para identificar transformações na burocracia estatal, averiguar como a política de transporte respondeu à dinâmica econômica e clarear os parâmetros utilizados na regulamentação dos fluxos urbanos. A metodologia utilizada consistiu na análise de fontes documentais, incluindo trabalhos sobre a história econômica dos municípios e, crucialmente, a coleta e classificação de 1.440 leis municipais sobre transporte de 10 cidades selecionadas do interior paulista. Os principais resultados demonstram que o desenvolvimento urbano dessas cidades esteve intrinsecamente ligado à sua função econômica, evoluindo de "Bocas de Sertão" para "Pontas de Trilho" e, posteriormente, reconfigurando suas centralidades com a industrialização e a consolidação do modal rodoviário.

Palavras-chave: transporte urbano, mobilidade urbana, desenvolvimento urbano, economia urbana, cidades pequenas e médias

CIDADES MÉDIAS E A BIOECONOMIA NA AMAZÔNIA LEGAL

Claudio Antonio G. Egler — ter, 14 out 2025 21:20:35 +0000

Este artigo analisa o papel das cidades médias da Amazônia Legal como vetores da bioeconomia, avaliando suas potencialidades e desafios para o desenvolvimento sustentável. A partir da análise de 51 cidades, realizada por meio de indicadores socioeconômicos, demográficos e de infraestrutura urbana, identifica-se que sua posição estratégica, infraestrutura e articulação territorial as tornam fundamentais para a promoção de cadeias produtivas sustentáveis. No entanto, obstáculos como baixa diversificação econômica e deficiências urbanas limitam esse potencial. A COP 30, a realizar-se em Belém em 2025, representa uma oportunidade de mobilização política e financeira para fortalecer essas iniciativas e integrar bioeconomia e governança urbana no contexto amazônico.

Palavras-chave: Cidades médias; Bioeconomia; Amazônia Legal; Desenvolvimento territorial; COP 30.

A IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PELOTAS PARA A RESILIÊNCIA AMBIENTAL NA CIDADE DE PELOTAS

Fernanda Tomiello, Maurício Polidori, Giovanni Nachtigall Maurício — ter, 14 out 2025 21:27:01 +0000

O artigo realiza um estudo exploratório sobre a Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas, no Município de Pelotas, RS, Brasil, com foco na relação entre natureza e cidade, destacando a fragmentação da cobertura vegetal e a perda de biodiversidade na região. Com base em dados da plataforma MapBiomas e na literatura especializada, os autores demonstram que, entre 1985 e 2020, houve uma redução de 30,82% da Formação Florestal e Restinga Arborizada, além de uma intensa fragmentação das manchas vegetais, especialmente nas áreas de menor altitude, próximas ao meio urbano. O estudo reforça a importância das bacias hidrográficas como unidades de planejamento ambiental e evidencia o potencial das cidades médias, como Pelotas, para promover a preservação e recuperação ambiental, especialmente por meio da proteção de matas ciliares e da implementação de corredores ecológicos. Aponta-se, por fim, a necessidade de aprofundamento em pesquisas sobre a biodiversidade local e a renaturalização de áreas degradadas, como estratégia de integração entre desenvolvimento urbano e conservação ecológica.

Palavras-chave: formação florestal; bacia hidrográfica; biodiversidade; Arroio Pelotas.

CRISE CLIMÁTICA E RENATURALIZAÇÃO DE RIOS URBANOS

ter, 14 out 2025 21:30:41 +0000

A urbanização acelerada e a crise climática têm intensificado os problemas ambientais nas cidades, especialmente em relação à gestão das águas e ao aumento das inundações urbanas, o que representa um desafio para o desenvolvimento sustentável e para a resiliência urbana. O objetivo deste artigo é identificar as áreas de maior potencial para a renaturalização de rios e adaptação urbana, sendo utilizado o estudo de caso na cidade de Bagé, RS. Para isso, utilizou-se o Modelo HAND (Height Above the Nearest Drainage), uma ferramenta hidrológica que permite mapear zonas de risco e áreas suscetíveis a inundações, com base no modelo digital de elevação e ferramentas de geoprocessamento. Os resultados revelaram que as bordas urbanas, onde há maior concentração de espaços abertos, são as mais indicadas para intervenções de renaturalização, permitindo restaurar funções ecológicas e fortalecer a conectividade ambiental. Conclui-se que priorizar a renaturalização nessas áreas é fundamental para mitigar os efeitos da crise climática, promover a adaptação urbana e contribuir para cidades mais resilientes e sustentáveis.

Palavras-chave: crise climática; renaturalização; rios urbanos.

ZONEAMENTO AMBIENTAL NO BALNEÁRIO CASSINO, EM RIO GRANDE/RS

ter, 14 out 2025 21:34:00 +0000

Este trabalho apresenta um estudo exploratório que propõe diretrizes preliminares para a elaboração de um zoneamento ambiental no Balneário Cassino, pertencente ao município do Rio Grande/ RS. O projeto, desenvolvido em âmbito de extensão, envolveu alunos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, que desenvolveram mapas, pesquisas e visitas de campo na área de estudo. O artigo discute a necessidade de avanços no zoneamento ambiental dos municípios brasileiros, especialmente no contexto das cidades médias, particularmente vulneráveis a rápidas expansões urbanas e a ameaças ambientais, mas que geralmente carecem de capacidade técnica e administrativa para enfrentar esses desafios. A pesquisa baseou-se em mapeamentos e na análise de dados ambientais por meio de Sistemas de Informações Geográficas (SIG). No território do Cassino, foram identificados diferentes tipos de cobertura do solo, dunas, áreas alagáveis e linhas de drenagem fundamentais para o equilíbrio ambiental. A partir desses resultados, o estudo propõe diretrizes de zoneamento que distinguem áreas destinadas à urbanização sustentável daquelas voltadas à preservação. A principal contribuição é a indicação de zonas específicas para expansão urbana no Cassino, considerando como condicionantes ambientais as linhas de drenagem, as áreas alagáveis e as dunas. Outra contribuição do trabalho está no seu desenvolvimento praticamente apenas com dados de fontes abertas, demonstrando seu potencial para a elaboração de estudos de zoneamento ambiental em contextos de escassez de dados e recursos.

Palavras-chave: Zoneamento Ambiental; Planejamento Urbano; Balneário Cassino; Dados Abertos.

O CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO URBANA EM VIÇOSA (MG)

Yasmmim Oliveira Gomez Bitencourt Heichard — ter, 14 out 2025 21:38:03 +0000

Os campi universitários têm sido objeto de estudo nos campos urbano e arquitetônico, visando desvendar sua constituição e adaptações frente às modificações contemporâneas. Esta pesquisa investiga o processo de implantação e desenvolvimento do campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), abordando suas transformações urbanísticas e a relação intrínseca entre a instituição e o município de médio porte em que se situa. A paisagem universitária da UFV contribuiu diretamente para o fortalecimento da identidade local e para o desenvolvimento do próprio campus. Para tanto, adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica e documental. Nessa localidade, a universidade transcende sua função educacional, atuando como um parque urbano e centro de lazer para a população, e se estabelece como um vetor de desenvolvimento regional, sustentabilidade e inclusão social. Viçosa, classificada como cidade de médio porte, destaca-se como a sexta cidade mais verticalizada do país, um desenvolvimento expressivamente vinculado à implantação da instituição de ensino superior. Apesar dos avanços e do protagonismo da UFV na promoção de práticas sustentáveis, persistem desafios como a gentrificação e a pressão imobiliária, demandando um planejamento integrado mais robusto entre a universidade e o poder público para garantir um desenvolvimento urbano equilibrado e ambientalmente responsável.

Palavras-chave: Cidades médias; Universidade; Urbanização; Sustentabilidade; Viçosa.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU SOCIAL?

Aline Lopes de Oliveira, Isabela Batista Pires, Anja Pratschke — ter, 14 out 2025 00:00:00 +0000

O artigo explora uma disputa conceitual em torno do termo inovação e como isto se reflete na produção do espaço de cidades médias brasileiras, contrastando abordagens tecnológicas dominantes com perspectivas sociais emergentes. Problematiza-se o modelo de ecossistemas de inovação que, incorporados às políticas de desenvolvimento urbano, privilegiam uma concepção tecnocrática e mercadológica da inovação, frequentemente desconectada de dinâmicas socioespaciais locais. A partir de uma abordagem sistêmica fundamentada em Varela e Maturana (1994), Luhmann (1998; 2016) e Beer (1993; 2002), argumenta-se que os processos inovativos hegemônicos tendem a marginalizar formas alternativas de inovação social que emergem de práticas comunitárias, movimentos populares e redes territoriais autônomas. Através de uma pesquisa qualitativa e exploratória, baseada em análise documental e bibliográfica, o estudo evidencia como a lógica seletiva dos ecossistemas tecnológicos reproduz padrões excludentes sobre territórios e sujeitos que não se enquadram nos critérios dominantes de inovação. Ao final, o artigo tensiona a necessidade emergente de reposicionar a participação social como sistema autopoiético nos processos de inovação urbana, defendendo o reconhecimento e a legitimação de práticas criativas insurgentes que emergem nos territórios e reconfiguram material e simbolicamente as cidades médias brasileiras.

Palavras-chave: cidades médias; ecossistemas de inovação; autopoiese; participação social.

CIDADES MÉDIAS EM MOÇAMBIQUE DIANTE DA CRISE HUMANITÁRIA E DO REASSENTAMENTO POPULACIONAL

qua, 15 out 2025 11:58:29 +0000

A cidade de Pemba, em Moçambique, tem enfrentado uma rápida urbanização induzida por deslocamentos forçados decorrentes do conflito armado em Cabo Delgado e de eventos climáticos extremos. Em 2022, recebeu 157431 deslocados internos, ampliando em 77% sua população. Este cenário agrava os desafios históricos da cidade no tocante à infraestrutura urbana e aos serviços básicos. O artigo tem como objetivo identificar as transformações físicas e institucionais resultantes desses fluxos populacionais e analisar a capacidade de resposta urbana diante da crise. Para tanto, procede-se uma abordagem qualitativa, com análise documental de planos urbanos, relatórios técnicos institucionais e de imagens recebidos por via eletrônica. Desse modo, observa-se a sobrecarga dos serviços públicos, proliferação de assentamentos informais, frágil articulação intersetorial e ausência de estratégias específicas para grupos vulneráveis. Embora limitada em recursos, Pemba revela potencial como centro de reorganização territorial e integração social, o que permite considerar a necessidade de fortalecer a governança local, promover planos de reassentamento participativos e articular políticas urbanas inclusivas para ampliar a resiliência e a sustentabilidade urbana.

Palavras-chave: cidade média; deslocamento forçado; infraestrutura urbana; planejamento urbano; Cabo Delgado.

CIDADES MÉDIAS, CENTRALIDADES E GESTÃO TERRITORIAL NAS REGIÕES FUNCIONAIS 07 E 09 DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

qua, 15 out 2025 12:02:17 +0000

O presente estudo analisa as relações espaciais entre cidades médias e suas regiões de influência nas Regiões Funcionais 07 e 09 do Rio Grande do Sul, com o objetivo de entender a dinâmica do desenvolvimento econômico local e regional, impulsionada por fluxos de gestão pública e privada. A metodologia foi dividida em duas etapas: uma revisão bibliográfica sobre conceitos de cidades médias e gestão territorial, seguida de uma caracterização das regiões, abordando crescimento populacional, urbanização e distribuição econômica. A investigação aponta que as cidades médias de Ijuí, Santa Rosa e Santo Ângelo na RF07, e Passo Fundo e Erechim na RF09, desempenham papéis centrais na dinâmica econômica e social, embora enfrentem desafios regionais, como declínio populacional, infraestrutura inadequada e serviços públicos concentrados nas cidades polarizadoras. Os resultados sugerem que, apesar das dificuldades, essas cidades médias atuam como polos de comando regional, crescimento e atração de fluxos migratórios e econômicos, destacando a importância de políticas públicas eficazes para as regiões analisadas.

Palavras-chave: Regiões Funcionais do RS. Cidades médias. Desenvolvimento regional. Gestão territorial.

EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA E CONSTRUÇÃO DA RESILIÊNCIA ESPACIAL EM MALHAS VIÁRIAS DE CIDADES MÉDIAS

Filipe Bassan Marinho Maciel, Décio Rigatti, Fábio Lúcio Lopes Zampieri — qua, 15 out 2025 12:05:40 +0000

Este trabalho investiga como o crescimento urbano fragmentado afeta a organização das malhas viárias e sua capacidade de adaptação a transformações — dimensão tratada aqui como resiliência espacial. Foram analisadas comparativamente as cidades de Santa Maria e Pelotas, no Rio Grande do Sul, com base em mapas históricos de 1939, 1975 e 2022. A abordagem metodológica adotada é configuracional, fundamentada na sintaxe espacial, que permite avaliar relações locais e globais de conectividade entre os espaços públicos que formam as malhas viárias. Ambas as cidades partiram de traçados regulares, mas passaram por processos de expansão marcados por fragmentações espaciais, que resultaram em interrupções de continuidade morfológica entre partes da malha. Os resultados revelam que, embora Pelotas tenha apresentado maior crescimento físico e maior capacidade de absorver mudanças na malha, Santa Maria manteve uma configuração espacial mais coesa e legível, com centralidade funcional preservada. A análise demonstrou que os efeitos da expansão urbana devem ser avaliados tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, considerando o modo como as novas áreas se integram à malha preexistente. A pesquisa reforça a importância de estratégias de planejamento que priorizem a continuidade espacial e articulem as expansões à lógica configuracional das cidades, promovendo malhas mais acessíveis, funcionais, eficientes e resilientes.

Palavras-chave: resiliência espacial; fragmentação espacial; configuração espacial; evolução urbana; cidades médias.

METODOLOGIA PARA ANÁLISE CROMÁTICA E MORFOLÓGICA NO ENTORNO DA ESTAÇÃO FÉRREA DE PELOTAS/RS

qua, 15 out 2025 12:19:55 +0000

Este artigo propõe uma metodologia para análise integrada da estrutura morfológica e colorística de áreas urbanas com valor histórico, tendo como estudo de caso o entorno da Estação Férrea de Pelotas. Inserido na pesquisa "Cidades Médias", a investigação parte do entendimento da cor como componente fundamental da identidade visual e da paisagem urbana. O objetivo da pesquisa é desenvolver instrumentos e métodos de análise que integrem cor e morfologia urbana, elaborando diretrizes cromáticas para a preservação e valorização do patrimônio construído. As informações foram organizadas em banco de dados, em mapas temáticos e em paletas de cores, possibilitando uma leitura aprofundada da paisagem e oferecendo base técnica para futuras intervenções em contextos historicamente consolidados.

Palavras-chave: análise cromática, patrimônio edificado, morfologia urbana, Estação Férrea de Pelotas.

RECONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS PARA PEDESTRES

Filipe Bassan Marinho Maciel — qua, 15 out 2025 12:25:08 +0000

Este artigo tem como objetivo propor e aplicar uma metodologia de reconstrução da história dos espaços públicos destinados a pedestres, a partir do caso do centro de Santa Maria (RS). Parte-se da lacuna historiográfica sobre a formação desses espaços no Brasil e do diálogo com autores que abordam o palimpsesto urbano, a memória coletiva e, em paralelo, as noções de vitalidade e caminhabilidade. O método adotado articula diversas fontes - documentais, visuais, cartográficas, bibliográficas e jornalísticas - de modo a superar ausências em acervos formais e permitir a reconstituição de processos. A análise resultou na elaboração de uma cronologia global das intervenções, estruturada em quatro fases, revelando continuidades, rupturas e mudanças de concepções urbanísticas ao longo do tempo. Como contribuição, a pesquisa oferece um procedimento replicável para integrar história urbana e planejamento, valorizando os espaços públicos como bens coletivos e testemunhos da memória da cidade.

Palavras-chave: história urbana; patrimônio urbano; espaços públicos; cronologia urbana; pedestres.

A PATRIMONIALIZAÇÃO DA USINA CANDIOTA I

Rosilene Oliveira Silva — qua, 15 out 2025 12:42:32 +0000

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada no âmbito da monografia do curso de Especialização em Patrimônio Cultural, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O estudo focaliza o patrimônio industrial da Usina Termoelétrica Candiota I, destacando o papel das indústrias carboníferas na transformação territorial e sociocultural do município de Candiota, situado no Pampa Gaúcho. O atual Centro Cultural Candiota I, instalado no antigo complexo carbonífero, preserva vestígios materiais e simbólicos de um passado marcado pela força do trabalho e pelas mudanças geradas pela indústria do carvão mineral no sul do Rio Grande do Sul. A pesquisa buscou compreender como a Roda de Memória, como método de registro e valorização das memórias coletivas dos primeiros operários da década de 1960, pode contribuir para a conservação do patrimônio industrial. O objetivo central consistiu em analisar a Roda de Memória como instrumento de valorização das experiências laborais e de fortalecimento da identidade cultural local. De forma específica, buscou-se registrar e interpretar as narrativas dos primeiros operários, compreendendo o papel dessas trajetórias na constituição da memória coletiva e na preservação do patrimônio industrial da região. O procedimento metodológico adotado foi de natureza qualitativa, fundamentado na realização da Roda de Memória com ex-trabalhadores da usina. Essa estratégia permitiu a coleta de trajetórias por meio de relatos orais, os quais foram registrados e sistematizados, possibilitando o desenvolvimento de uma análise interpretativa orientada à valorização da memória social e à promoção da educação patrimonial. Nesse sentido, analisou-se a Roda de Memória enquanto estratégia para fortalecer a identidade cultural local e promover a preservação das experiências laborais associadas ao desenvolvimento regional.

Palavras-chave: patrimônio industrial; Usina Termoelétrica Candiota I; memória coletiva; Pampa Gaúcho.

BIBLIOTHECA PELOTENSE/RS

qua, 15 out 2025 12:46:33 +0000

Pelotas é uma cidade que possui um patrimônio arquitetônico edificado oriundo de uma época glamorosa na região, que tem seus resquícios ainda presentes através de vários prédios históricos. Um deles é a Bibliotheca Pelotense, construída em 1875 como um espaço cultural e intelectual. Considerando sua história de mais de um século junto à comunidade pelotense, este trabalho objetiva analisar a interação das pessoas com o espaço físico, fazendo uma reflexão entre o paralelo da condição prescrita de seu uso original para a condição atual, visto ser uma edificação com a mesma função e local, desde a sua fundação. Assim, será estudada a evolução das atividades que aconteceram nesse prédio, fazendo uma análise entre o momento inicial, atividade prevista, e o uso atual, atividade real, utilizando a Metodologia Ergonômica do Ambiente Construído (MEAC), descrita em Villarouco (2008) e por Ferrer et al. (2022). Tal metodologia analisa o espaço construído de forma sistémica, tendo o usuário e suas percepções como elemento principal. Como resultado é esperado uma contribuição histórica e espacial para o patrimônio histórico de Pelotas, além de identificar a satisfação do usuário com o espaço, sob os eixos da ergonomia e da arquitetura, concluindo que a biblioteca cumpre a sua função formal e social.

Palavras-chave: Bibliotheca Pelotense, Patrimônio Histórico, Metodologia, Ergonomia.

PATRIMÔNIO CULTURAL E ENSINO DE ARQUITETURA

Helen Gularte Cabral, Daniele Baltz da Fonseca — qua, 15 out 2025 12:50:16 +0000

Este artigo desenvolve uma reflexão teórica sobre os desafios da formação em Arquitetura e Urbanismo no que se refere ao ensino do patrimônio cultural, com ênfase na desconexão entre a prática educativa e os territórios onde os futuros profissionais atuarão. Parte-se da concepção de patrimônio como construção histórica, social e política, compreendido não apenas como um conjunto de bens materiais, mas como campo de disputa simbólica e de legitimidades. Critica-se a centralidade de modelos eurocentrados e normativos na abordagem do tema nos cursos de Arquitetura, que muitas vezes negligenciam saberes locais, memórias coletivas e experiências territoriais. A ausência de uma formação voltada para o enraizamento territorial e para a escuta das comunidades evidencia a urgência de uma pedagogia crítica do patrimônio, que considere as singularidades de contextos urbanos não hegemônicos, como os das cidades médias. A partir de uma base teórica interdisciplinar e situada, argumenta-se que formar arquitetos sensíveis à preservação exige deslocar o eixo da formação para os territórios vividos, reconhecendo a pluralidade cultural como elemento estruturante do projeto pedagógico e da justiça territorial.

Palavras-chave: Patrimônio cultural; Ensino de Arquitetura; Formação profissional; Território; Cidades. médias

METODOLOGIA INTEGRADA E EXTENSÃO ENGAJADA

Winnie Bruna de Souza Pereira, Leticia Thurmann Prudente — qua, 15 out 2025 13:04:19 +0000

Este artigo apresenta uma experiência de ensino e extensão universitária desenvolvida no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), no primeiro semestre de 2024. A atividade envolveu os alunos das disciplinas de Urbanismo I e Arquitetura da Paisagem, com foco na comunidade do Fischer, Teresópolis-RJ, território marcado por vulnerabilidades socioambientais e exclusão histórica. O objetivo deste artigo é apresentar os caminhos metodológicos percorridos e os produtos resultantes do processo, destacando o papel transformador das metodologias participativas na formação de estudantes comprometidos com o direito à cidade e com a produção de espaços urbanos mais justos, sustentáveis e inclusivos. A metodologia métodos participativos, como mapeamentos colaborativos, cartografias sociais, oficinas com lideranças locais e visitas de campo mediadas pela Associação de Moradores do Fischer. Os estudantes desenvolveram diagnósticos multiescalares, e projetos urbanos e paisagísticos, a partir das demandas reais da comunidade, com devolutiva pública das propostas. A experiência integrou teoria e prática, valorizando os saberes locais e promovendo o pensamento crítico, o engajamento social e a construção coletiva do direito à cidade. O trabalho reforça a relevância da curricularização da extensão e do papel transformador das universidades frente aos desafios urbanos contemporâneos.

Palavras-chave: metodologias participativas; urbanismo social; extensão universitária; arquitetura da paisagem.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL E QUALIDADE ESPACIAL URBANA

Nino Rafael Medeiros Kruger, Celia Helena Castro Gonsales, Fernanda Jahn Verri — qua, 15 out 2025 13:16:52 +0000

O artigo trata sobre o conceito de cidade média para em seguida analisar a qualidade do seu espaço urbano através de métodos e instrumentos participativos, tendo como estudo de caso a região do Passo dos Negros, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. O estudo buscou compreender as necessidades e potencialidades locais, levando em conta aspectos culturais, morfológicos, sociopolíticos e ambientais. Para isso, a coleta de dados deu-se por meio de dois instrumentos: Walkthrough e Grupo Focal. As informações coletadas, depois de organizadas e sistematizadas, foram examinadas utilizando o software NVivo 11, que permite analisar a ocorrência de citação dos termos-chave, bem como o contexto no qual eles foram mobilizados pelos participantes. Por um lado, o estudo identificou problemas estruturais afetando a percepção da qualidade do espaço urbano segundo seus residentes, incluindo a falta de saneamento básico, insegurança jurídica sobre a posse da terra, violações ao direito à moradia e outras questões de infraestrutura, como alagamentos. Por outro lado, observou-se um sentimento significativo de pertencimento por parte dos moradores, refletido em suas preocupações com a manutenção de sua identidade local e, em destaque, marcos materiais e imateriais tradicionais da zona. Dessa forma, os resultados obtidos sugerem a necessidade urgente de intervenções públicas para garantir não só a moradia digna, mas também a provisão, melhoria e manutenção da infraestrutura do bairro e a promoção de ações que protejam as particularidades locais.

Palavras chave: Cidades Médias; Passo dos Negros; Qualidade do Espaço Urbano; Direito à Cidade, Participação social.

ESPAÇO PÚBLICO INCLUSIVO E INTERGERACIONAL

qua, 15 out 2025 13:26:27 +0000

Este artigo relata uma experiência interdisciplinar desenvolvida nas disciplinas Projeto de Arquitetura I e Teoria e História I da Universidade Federal de Pelotas, com foco na revitalização do espaço urbano conhecido como "Quadrado", às margens do Canal São Gonçalo, em Pelotas-RS. A metodologia de estudo de campo envolveu visitas ao local e caminhografia urbana para a coleta de dados sensoriais, culturais e espaciais. A proposta integrou aspectos tangíveis e intangíveis do território, ampliando a compreensão do espaço urbano como lugar de pertencimento, memória e uso intergeracional. O Programa de Necessidades, elaborado de forma coletiva, incorporou cinco camadas de requisitos: pré-existências, aspectos imateriais, potencialidades do local, expectativas dos moradores e expectativas dos próprios estudantes. Como resultado, o processo gerou propostas projetuais mais conscientes, que contemplaram a preservação de elementos identitários (altar de Iemanjá, Instituto Hélio D’Angola e práticas de pesca), a requalificação de áreas de lazer e convívio com inclusão de acessibilidade, sanitários, feiras comunitárias e espaços de contemplação, além de medidas voltadas à segurança e à integração social. Assim, as propostas buscaram conservar o caráter do lugar, qualificar sem gentrificar e promover a inclusão e integração comunitária.

Palavras-chave: Projeto de Arquitetura; Caminhografia urbana; Espaço público; Revitalização.

TERRITÓRIO EM DISPUTA NAS CIDADES MÉDIAS

Bárbara de Bárbara Hypolito — qua, 15 out 2025 13:32:37 +0000

Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre a produção do território urbano em cidades médias brasileiras a partir do caso da Ocupação Kilombo Urbano Canto de Conexão, em Pelotas/RS, discutindo como experiências de ocupação urbana podem configurar disruptivas de territorialização e produção de subjetividades. O estudo utiliza a Cartografia dos Afectos como método, articulado à filosofia da diferença e teorias urbanas críticas, aplicado por procedimentos que envolveram observação participante, entrevistas, análise documental e mapeamento sensível. O percurso metodológico combinou um movimento macro, de levantamento das práticas de ocupações urbanas no Brasil por fontes secundárias, e um movimento micro, de imersão no cotidiano da Kilombo Urbano. Os resultados indicam que a experiência promove agenciamentos coletivos de enunciação, reativa imóveis ociosos e forja modos singulares de habitar e produzir cidade, enquanto denúncia e alternativa às insuficiências das políticas públicas habitacionais. O artigo aponta que, diante do agravamento da crise habitacional e da segregação socioespacial no Brasil, os arranjos coletivos das ocupações urbanas atuam como formas de protagonismo territorial reativando ociosidades, reconfigurando a urbanidade, ampliando as possibilidades de inclusão social e reposicionando a cidade média como campo estratégico de disputa e afirmação de práticas urbanas contra-hegemônicas acionadas por afectos insurgentes que atravessam corpos e territórios, abrindo espaço à produção da diferença e a modos mais libertários de experimentação urbana.

Palavras-chave: Cidades médias; Ocupações urbanas; Territorialização; Afecto; Subjetividade.

GUARDANDO NOSSAS HISTÓRIAS

qua, 15 out 2025 13:39:17 +0000

O projeto objetiva desenvolver uma sequência didática com o propósito de gerar reflexões sobre a memória arquitetônica das ferrovias da cidade de Bagé-RS, no contexto da escola e da família. Os materiais didáticos desenvolvidos estão sendo aplicados em uma escola municipal da cidade de Bagé-RS. Vale lembrar que essa ação faz um relato de experiência de extensionista, bem como, faz parte de um projeto liderado pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da UFPel (PROGRAU) em parceria com a professora regente da escola, pesquisadores da UNIPAMPA e profissionais de arquitetura e urbanismo da cidade de Bagé-RS. Este trabalho se propõe a investigar e realizar o reconhecimento das especificidades culturais, históricas, sociais e ambientais, bem como investigar os espaços urbanos e de seus potenciais para a promoção de relações intergeracionais e inclusivas para uma qualificação sustentável. Tal atuação considera as complexidades do lugar social e trará um incremento substancial do conhecimento na área de arquitetura e urbanismo e áreas afins. A sequência didática está alicerçada na metodologia walkthrough e conta com cinco encontros didáticos que estão sendo desenvolvidos com alunos que frequentam o quarto ano da escola. As principais ações de diálogo estão sendo realizadas por meio de visitas à escola, entrevistas, questionários e passeio pela região central da cidade. As atividades realizadas até o momento mostram que existe uma significativa interação nos aspectos relacionados com a preservação dos patrimônios arquitetônico, ferroviário e cultural.

Palavras-chave: Preservação, Arquitetura e Urbanismo, Educação, Histórias e Cultura.

ESCRITÓRIO MODELO DE ARQUITETURA E URBANISMO JOÃOBEM E A APLICABILIDADE DA ATHIS EM PELOTAS

Luísa de Azevedo dos Santos, Natália dos Santos Petry — qua, 15 out 2025 13:43:53 +0000

Este artigo aborda a atuação do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo JoãoBem (EMAU JoãoBem), vinculado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), como um agente promotor da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) em Pelotas/RS, uma cidade média brasileira. A ATHIS, regulamentada pela Lei nº 11.888/2008, assegura o direito de famílias de baixa renda a serviços técnicos gratuitos para a melhoria, regularização e construção de moradias dignas, contribuindo para a efetivação do direito social à habitação. Pelotas, cidade média no estado do Rio Grande do Sul, enfrenta desafios típicos, como a gestão do crescimento populacional, as desigualdades socioespaciais e a demanda por moradia adequada. Neste contexto, o EMAU desenvolve uma ação de extensão em parceria com a Defensoria Pública do Estado do RS, oferecendo assistência técnica gratuita a famílias com renda de até três salários mínimos, que não possuem condições financeiras para contratar serviços especializados. A experiência do EMAU demonstra a relevância da extensão universitária como prática acadêmica transformadora, que integra formação, compromisso social e produção coletiva de conhecimento. Além disso, mostra a importância da ATHIS nas cidades médias brasileiras, que são polos regionais essenciais para o equilíbrio territorial e para a implementação de políticas públicas que atendam às demandas habitacionais da população vulnerável.

Palavras-chave: Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo; Assistência técnica para habitação de interesse social; ensino-aprendizagem; cidade média.

ALÉM DA MARGEM

Liara Dalsoto Callegaro, Maurício Polidori — qua, 15 out 2025 13:56:56 +0000

O desenvolvimento do Trabalho Final de Graduaçao se deu a partir entendimento da importância do planejamento para o desenvolvimento de cidades mais preocupadas com os seus efeitos sobre as questões ambientais, culturais e sociais. Aliado a isto, percebe-se na cidade de Pelotas a carência de espaços que unam esses interesses, e entende-se que esses espaços podem ser traduzidos em lugares abertos.