Interdependência entre a participação em aulas de Educação Física e níveis de atividade física de jovens brasileiros: estudo ecológico

  • Carlos Alex Soares Universidade Federal de Pelotas Escola Superior de Educação Física Programa de Pós-Graduação em Educação Física Grupo de Estudos em Epidemiologia da Educação Física (GEEAF) http://orcid.org/0000-0002-8113-3010
  • Pedro Hallal
Palavras-chave: Atividade física, Saúde dos escolares, Educação física escolar, Promoção da saúde na escola

Resumo

Compreender as relações entre Educação Física, atividade física e saúde é uma prioridade atual. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a participação em aulas de Educação Física e o nível de atividade física de jovens brasileiros, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Coletas de dados foram feitas em 2009 e 2012, tendo como população-alvo os escolares do 9º ano do ensino fundamental, de escolas brasileiras. Cerca de 40% dos alunos, tanto em 2009 quanto em 2012, tiveram duas aulas semanais de Educação Física. Em 2012, o Nordeste foi a região com o menor percentual de escolares que alcançaram 300 minutos ou mais de atividade física por semana (29,5%; IC95% 28,2 – 30,8) e o Sul (37,3%; IC95% 32,1 – 42,5) esteve no extremo oposto. Em 2009 os percentuais foram mais elevados, tanto no extremo inferior (Nordeste: 37,7%; IC95% 35,9 – 39,5) como no extremo superior (Sul: 49,8%; IC95% 41,9 – 57,7). Foi encontrada uma forte correlação negativa (rho -0,84; p<0,001 em 2009 e rho -0,81; p<0,001 em 2012) entre não ter tido aula de Educação Física nos últimos sete dias e o percentual de estudantes que atingem 300 minutos por semana de prática de atividade física. Apesar de desafios quanto à infraestrutura, falta de materiais, baixa valorização da disciplina e remuneração dos professores inferior a observada em outros países, a existência de mais aulas de Educação Física está relacionada com maiores níveis de atividade física entre os jovens brasileiros. Modificações na legislação criando a obrigatoriedade de três aulas de Educação Física por semana são recomendadas.

Biografia do Autor

Carlos Alex Soares, Universidade Federal de Pelotas Escola Superior de Educação Física Programa de Pós-Graduação em Educação Física Grupo de Estudos em Epidemiologia da Educação Física (GEEAF)
Mestre em Educação Física (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), bolsista da CAPES (2013-2015), Especialista em Educação (2002) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPel e possui Licenciatura Plena em Educação Física (1997) pela Escola Superior de Educação Física (ESEF) da UFPel. Integra o Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física (GEEAF) e é Professor de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do estado do Rio Grande do Sul. Criou e editora a Revista Mais Basquete. É voluntário do Centro Esportivo Virtual (CEV) como Moderador das Comunidades "Basquete" e "Sociologia do Esporte - Área Etnia e Esporte", sendo também "Consultor Técnico na Área de Basquetebol" (desde 1997). Possui experiência em epidemiologia da atividade física, educação física escolar, esporte escolar, esporte de alto rendimento, autismo, TDAH, políticas públicas para o esporte e para o lazer, organização de eventos (científicos, pedagógicos e esportivos). ORCID ID: http://orcid.org/0000-0002-8113-3010
Publicado
2016-03-03
Seção
Artigos Originais