https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/issue/feedRevista Dissertatio de Filosofia2024-08-19T12:27:18+00:00Comissão Editorialrevista.dissertatio@ufpel.edu.brOpen Journal Systems<p> A Revista Dissertatio de Filosofia (RDF) é uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Pelotas. RDF publica artigos originais, estudos críticos, traduções devidamente autorizadas pelos autores e/ou representantes legais, com introdução, comentários e notas de temas relevantes na História da Filosofia, assim como resenhas. </p> <p><strong>Qualis:</strong> A2</p> <p><span data-sheets-value="{"1":2,"2":"A4"}" data-sheets-userformat="{"2":2627,"3":{"1":0},"4":{"1":2,"2":16776960},"9":1,"12":0,"14":{"1":3,"3":1}}"><strong>ISSN:</strong> </span>1983-8891</p>https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24913A LÓGICA DO SENTIDO E A LINGUAGEM ESQUIZOFRÊNICA EM GILLES DELEUZE: UMA INTRODUÇÃO2024-08-19T12:27:02+00:00Sandro Kobol Fornazaricarlos.carrer@unifesp.br<p>nas doze séries iniciais da <em>Lógica do sentido</em>, tendo como principais referências a literatura de Lewis Carroll e a filosofia estoica, Gilles Deleuze se dedica a construir o que chama de <em>organização secundária da superfície</em>, partindo da articulação entre os corpos e a linguagem produzida pelo sentido enquanto acontecimento. Na organização secundária da superfície, o sentido é o efeito das ações e das paixões dos corpos que agem uns sobre os outros, de suas misturas. Na 13ª série desse mesmo livro, Deleuze nos coloca diante de algo bem distinto: não a organização secundária da superfície, mas a <em>ordem primária da esquizofrenia</em>. Impõe-se um não-sentido que faz desmoronar a organização da superfície e que se anuncia como uma vida tempestiva e convulsiva. No entanto, como veremos, esse não-sentido também aponta para a possibilidade de uma produção, de uma expressão criativa outra que a do sentido. Para entender de que maneira esse desmoronamento da superfície pode se tornar uma criação é preciso lidar com a discussão proposta por Deleuze sobre a linguagem da esquizofrenia em Antonin Artaud.</p>2024-08-19T11:45:02+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/25742Niilismo metafísico e incompossibilidade em Leibniz2024-08-19T12:27:03+00:00Elliot Santovich Scaramalsantovichscaramal@gmail.com<p align="justify">O objetivo do presente artigo é analisar a sugestão feita por Leibniz em um apêndice à única obra de grande porte publicada pelo autor, i.e. os Ensaios de Teodiceia, de que é possível que nenhum mundo tivesse existido ou que Deus poderia não simplesmente não ter criado <em>esse </em>mundo, mas poderia mesmo não ter criado mundo algum, uma posição que, como pretendemos argumentar, pode ser caracterizada como um tipo de niilismo metafísico <em>avant la lettre.</em> Nas seções 1, 2 e 3, pretendemos precisar em que sentido estamos atribuindo uma forma de niilismo metafísico a Leibniz, assim como apresentaremos argumentos exegéticos e sistemáticos para sustentar essa atribuição. Na seção 4, consideraremos a consistência dessa sugestão por parte de Leibniz com o restante da sua metafísica, defendendo que é possível interpretar a última de uma maneira que seja consistente com a primeira. Finalmente, na seção 5, discutiremos as consequências de uma tal interpretação da metafísica leibniziana para a questão clássica da incompossibilidade entre substâncias possíveis, sugerindo então que, uma vez estabelecida a tese do niilismo metafísico no contexto da metafísica de Leibniz, não seria a prevenção estritamente de uma forma de necessitarismo que estaria em jogo na solução do problema, mas sim o estabelecimento de uma pluralidade de mundos possíveis alternativos.</p>2024-08-19T11:47:37+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24044DA FALTA DE SI À CONSCIÊNCIA DA PRÓPRIA DÉCADENCE EM NIETZSCHE2024-08-19T12:27:06+00:00Ricardo de Oliveira Toledoricardotoledo@ufsj.edu.br<p>Aqui são investigados dois momentos do itinerário intelectual de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900). O primeiro se refere a um trecho de <em>Ecce Homo</em>, composto em 1888, no qual ele discorre sobre uma enfermidade que o acometeu chamada por ele de “falta de si”. Esta decorreria, em especial, da sua devoção ao compositor Richard Wagner (1813-1883) e a tudo o que a este estava relacionado, especificamente, um hegelianismo implícito, o apreço por Arthur Schopenhauer (1788-1860) e o Romantismo alemão tardio. A libertação destes elementos compreende um pesado esforço de autossuperação observada no autor em obras como <em>Humano, demasiado humano</em>, <em>Aurora</em> e <em>A Gaia Ciência</em>. O segundo momento se volta para uma passagem de <em>O caso Wagner</em>, de 1888, na qual Nietzsche afirma ser ele próprio um <em>décadent</em>. Ora, se o filósofo alemão foi capaz de impor a si mesmo um rigoroso tratamento diante da “falta de si”, algo semelhante poderia ter sido empreendido no que diz respeito à sua <em>décadence</em>? Este problema implica outra pergunta: seria a <em>décadence</em> uma doença a ser curada? Para subsidiar as meditações sobre o assunto, são inseridos neste texto análises da <em>décadence</em> na filosofia nietzschiana, bem como algumas perspectivas interpretativas dessa temática. Ao cabo deste estudo, sugere-se uma avaliação hipotética das alternativas supostamente preconizadas por Nietzsche para a resistência diante da sua própria <em>décadence</em>.</p>2024-08-19T11:49:02+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24709A ESTRATÉGIA ECONÔMICA DE NIETZSCHE EM BM §36: UMA ALTERNATIVA À UNIFICAÇÃO EMPIRIOCRÍTICA DE AVENARIUS E MACH E AO PARALELISMO DE WUNDT2024-08-19T12:27:08+00:00Francisco Rafael Leidensfrancisco.leidens@uerr.edu.br<p>O artigo pretende examinar um aspecto ainda pouco explorado no parágrafo 36 de <em>Além do bem e do mal</em> (BM), a saber: a função e o alcance do princípio da economia para a apresentação da hipótese da vontade de poder. A pertinência do princípio se estabelece, ao menos, a partir de Ockham e Newton, que prescrevem a simplicidade como critério para a decisão entre teorias ou explicações concorrentes. O foco aqui, no entanto, será a adesão efetivada por Richard Avenarius e Ernst Mach, que conduzem o princípio da economia ao centro metodológico de seus empreendimentos filosóficos e são relevantes fontes para o uso que Nietzsche faz do princípio em BM §36. Avalia-se, por fim, que Nietzsche promove a redução econômica e estratégica ao confronto de forças (ou vontades) como alternativa à redução empiriocrítica, restrita a uma compreensão físico-mecânica do mundo, de Avenarius e Mach. Pondera-se também, como contraexemplo do princípio da economia, o paralelismo psicofísico de Wundt. Em suas considerações finais, o artigo indica, como perspectiva para futuros trabalhos, algumas vantagens da abordagem da vontade de poder a partir do princípio em questão, em especial, uma renovada direção para o exame do problema da circularidade e autorreferência.</p>2024-08-19T11:50:45+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24988BACHELARD COMO MODERNO2024-08-19T12:27:09+00:00Fábio Ferreira de Almeidafabioealmeida@gmail.com<p>No presente artigo busco apresentar o caráter moderno da filosofia de Gaston Bachelard. Tal modernidade se funda numa compreensão da ideia de homem que se pode depreender da obra do filósofo. A hipótese que se pretende defender é a de que, para além de suas reflexões epistemológicas e literárias, é o modo como sua filosofia se insere em seu tempo, estabelecendo uma relação com o presente que converge com as reflexões sobre a modernidade que encontramos em pensadores como Michel Foucault e Charles Baudelaire, que permite identificá-lo como moderno. Constituída essa chave de leitura sugerimos, ao final, a ideia de que se pode reconhecer certa aura rimbaudiana no pensamento de Bachelard com um todo.</p>2024-08-19T11:52:12+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24723ATITUDES REATIVAS E RESPONSABILIDADE EPISTÊMICA2024-08-19T12:27:10+00:00Arthur Lopesarthurvlopes@gmail.com<p>A concepção da responsabilidade epistêmica sofre com algumas dificuldades teóricas conhecidas, principalmente relacionadas a visões que demandam condições de controle sobre nossas atitudes epistêmicas que não são realmente satisfeitas por nossas capacidades efetivas. Uma possibilidade teórica é a de adotarmos uma visão compatibilista de responsabilidade epistêmica apelando para a noção de atitudes reativas epistêmicas, o equivalente epistêmico das atitudes reativas participantes, atitudes naturais como ressentimento, gratidão, indignação, orgulho, vergonha, etc., que surgem em face de nossa participação em relações interpessoais. Esta noção desempenha um papel crucial na influente visão de Peter Strawson sobre a constituição da responsabilidade moral (1962). Da mesma forma, uma proposta recente de Tollefsen (2017) argumenta que a noção de atitudes epistêmicas reativas pode nos fornecer uma fundamentação simplificada para considerarmos outros epistemicamente responsáveis, a qual tem implicações diretas em nossas visões sobre agência epistêmica e esclarece como as normas epistêmicas podem realmente regular comportamento. Neste artigo, discuto o tipo de compatibilismo em jogo nessa proposta e a defendo de duas preocupações que podem ser direcionadas contra ela: o argumento de que ela não propõe qualquer critério de responsabilidade epistêmica independente de critérios tradicionais, e o argumento de que tal visão reduz normatividade epistêmica meramente à normatividade social.</p>2024-08-19T11:53:41+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24455THE QUESTION OF GOD’S EXISTENCE: PARTIAL EVIDENCE, DISAGREEMENT AND INTELLECTUAL HUMILITY2024-08-19T12:27:12+00:00Juliomar Marques Silvajuliomarmarques@hotmail.com<p>Neste artigo, começo argumentando que crenças religiosas podem envolver no mínimo dois tipos de anuladores, a saber, evidência parcial e desacordo entre pares. A crença na existência (ou não existência) de Deus, por exemplo, é baseada em evidência parcial. O corpo de evidências acerca desta questão é enorme. Ninguém está apto a considerar todas as informações e todos os argumentos sobre esse tópico. Para questões desse tipo temos somente evidências parciais. Além disso, existe um desacordo persistente sobre a questão da existência de Deus. Ateus e Teístas nunca chegam a uma resposta definitiva. O desacordo com pares epistêmicos é também um tipo de anulador para as nossas crenças religiosas. Assim, diante desse cenário de disputa e anuladores, irei argumentar por uma atitude de humildade intelectual. Esta virtude intelectual consiste em reconhecer ou aceitar nossas limitações intelectuais. Neste caso, independente de termos uma crença a favor ou contra a existência de Deus, ambas as partes em disputa – Ateus e Teístas – deveriam reconhecer suas limitações intelectuais e reduzir a confiança em suas crenças. </p>2024-08-19T12:18:17+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26151A PERSONALIDADE ORGÂNICA: O MATERIALISMO PÓS-FENOMENOLÓGICO DE CATHERINE MALABOU2024-08-19T12:27:13+00:00Luciane Luisa Lindenmeyerlucianelindenmeyer@gmail.com<p>Neste artigo, trato de algumas das especificidades da neurofilosofia de Catherine Malabou. Parto da sua caracterização do conceito de plasticidade como crítica ao modo como as posições de orientação naturalista tendem a definir o “neuronal” como um termo objetivo. Em seguida, considero que, apesar de sua crítica à posição antirreducionista fenomenológica, o seu próprio modelo de materialismo é pós-fenomenológico por assimilar alguns aspectos da fenomenologia clássica, mas acrescentando novos elementos conceituais que a distanciam dos materialismos que compõem a filosofia analítica da mente. Ao assimilar alguns pressupostos materialistas, como a análise do cérebro e das sinapses neuronais; e fenomenológicos, no que se refere à constituição experiencial da fisiologia do cérebro, Malabou utiliza a noção de personalidade orgânica ou de <em>proto-self</em>. O significado desses termos implica mais do que a referência conceitual às ciências cognitivas, pois que é preciso compreender a neurofilosofia de Malabou também sob à luz da historicidade do cérebro, em um sentido não-teleológico.</p>2024-08-19T12:19:36+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/25622EM DIREÇĀO A UMA CRÍTICA DO SUJEITO MODERNO: EXPLORANDO OS CONCEITOS DE INCONSCIENTE EM FREUD E O DE MEMÓRIA EM AGOSTINHO2024-08-19T12:27:15+00:00Mariana Paolozzi Sérvulo da Cunhamarianapaolozzi1@gmail.comMarcus Vinicius de Souza Nunesmvinicius.snunes@gmail.com<p>Embora a distância temporal entre Agostinho e Freud possa apresentar dificuldades no que se refere a aproximações conceituais, a tentativa deste artigo é reconhecer alguns conjuntos significantes que se estruturam em torno principalmente das noções de memória e de inconsciente. A finalidade de tal procedimento é identificar no que poderíamos chamar de uma antropologia, seja ela agostiniana ou freudiana, elementos para a crítica do sujeito da modernidade. Assim, serāo examinados o conceito de inconsciente freudiano e o de memória agostiniana e a sua referência a conteúdos latentes da mente, para em seguida ser pontuado o diferencial da memória agostiniana como sede de sabedoria e de transcendência, ideia ausente na teoria freudiana. Enquanto em Freud o sujeito fica desabrigado de si, não sendo senhor da própria casa, em Agostinho verifica-se a saída-de-si em direção a um ‘eu’ mais que ‘eu’. Ambos os autores se dedicam a investigar dimensões ocultas e desconhecidas da subjetividade, buscando lhes atribuir alguma inteligibilidade. Com isso explicitam-se elementos para uma crítica dessa “invenção “da modernidade, isto é, o sujeito tido como autossuficiente e autocentrado.</p>2024-08-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/24756VIOLÊNCIA (E) ÉTICA: UMA CONEXÃO DESAFIADORA EM JUDITH BUTLER2024-08-19T12:27:16+00:00Samara Almeida de Oliveirasamarasolivera1804@gmail.comWanderley Cardoso de Oliveirawoli@ufsj.edu.br<p>O presente estudo tem como intuito explorar a concepção de Violência Ética a partir de Judith Butler (EUA, 1956). Nesse viés, a discussão se inicia com uma definição de violência e ética, ao mesmo tempo em que se identifica distanciamentos e aproximações entre estes conceitos tão adversos entre si. Não obstante, partindo da compreensão de que para ser ético é preciso opor-se à violência, emergem as questões: como se configuraria uma ‘violência ética’? E que formas de existência têm sido produzidas a partir dela? O que nos leva ao conceito de abjeto. Difundido por autores no campo da filosofia e da psicanálise, a concepção de abjeto é resgatada por Butler e usada para nomear os corpos excluídos que não se enquadram às normas hegemônicas e que, consequentemente, sofrem violência ética. Por fim, o posicionamento crítico e a política da não violência são apresentados como possibilidades de resistência à esta violência que, não física, possui efeitos particularmente danosos.</p>2024-08-19T12:22:59+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofiahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26254A EPISTEMOLOGIA DA JUSTIÇA [ELIZABETH ANDERSON]2024-08-19T12:27:17+00:00Marcos Fantonmarcos.fanton@ufsm.brJuliano Pires da Rosajulianorosacs@gmail.com<p>Em discussões sobre justiça, diferentes perspectivas geralmente compartilham princípios morais, mas chegam a conclusões distintas sobre justiça, porque discordam sobre fatos. Argumento que o raciocínio motivado, a injustiça epistêmica e as ideologias de injustiça apoiam instituições injustas ao consolidarem representações distorcidas do mundo. Partindo de uma concepção naturalista de justiça como um tipo de contrato social, sugerirei algumas estratégias para descobrir o que a justiça demanda, neutralizando esses vieses. Sentimentos morais oferecem recursos essenciais para esse fim.</p>2024-08-19T12:24:38+00:00Copyright (c) 2024 Revista Dissertatio de Filosofia