Revista Dissertatio de Filosofia
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<p> A Revista Dissertatio de Filosofia (RDF) é uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Pelotas. RDF publica artigos originais, estudos críticos, traduções devidamente autorizadas pelos autores e/ou representantes legais, com introdução, comentários e notas de temas relevantes na História da Filosofia, assim como resenhas. </p> <p><strong>Qualis:</strong> A2</p> <p><span data-sheets-value="{"1":2,"2":"A4"}" data-sheets-userformat="{"2":2627,"3":{"1":0},"4":{"1":2,"2":16776960},"9":1,"12":0,"14":{"1":3,"3":1}}"><strong>ISSN:</strong> </span>1983-8891</p>Universidade Federal de Pelotaspt-BRRevista Dissertatio de Filosofia1983-8891<p>(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p><br />(2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p><br />(3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>)</p>REFLEXÕES SOBRE “RESTITUIÇÃO” (RESTITUTIO)
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<p>Neste estudo, busca-se uma exposição e uma análise da teoria tomasiana da “restituição” (restitutio). Isso implica apresentar a restitutio como parte da teoria da justiça comutativa e expor os vários aspectos de consideração que servem como pressupostos e condições para a sua realização virtuosa. Em particular, procura-se analisar a confluência de motivos normativos e penitenciais que a abordagem de Tomás de Aquino contém e que, ao final, é decisiva para a devida compreensão da dimensão de obrigação que a restituição importa</p>Roberto Hofmeister Pich
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2024-03-132024-03-135813610.15210/dissertatio.v58i.26536ELEMENTOS ANTIGNÓSTICOS DA FILOSOFIA DE NIETZSCHE
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26537
<p>O presente artigo pretende analisar como a filosofia de Nietzsche, especialmente aquela<br>desenvolvida a partir de Assim Falou Zaratustra, pode ser compreendida como um empreendimento<br>antignóstico. Leva-se em conta, para tanto, as referências ao zoroastrismo que, embora escassas,<br>evidenciam a compreensão da própria tarefa filosófica assumida por Nietzsche como uma crítica à<br>perspectiva antiterrenal do dualismo que se iniciou com os movimentos gnósticos e se difundiu na<br>cultura ocidental por meio do cristianismo. Para tanto, começaremos por distinguir o uso dos termos<br>gnose e gnosticismo, para examinar como a aproximação de Nietzsche não leva em conta,<br>exclusivamente, os dados históricos, mas muito mais a perspectiva moralizante que a gnose<br>(conhecimento) assumiu na tradição filosófica, cuja marca inicial é o zoroastrismo e sua hostilidade ao<br>mundo. Examinaremos a seguir, como o diagnóstico da morte de Deus e como o Anticristo podem ser<br>entendidos como dois aspectos de uma superação que encontra seu ápice no Zaratustra literário, cuja<br>premissa é a fidelidade à terra e cuja expressão é o eterno retorno. Como conclusão, será possível<br>afirmar que a denúncia da verdade como “mentira das mentiras” se apresenta como um aspecto<br>autognóstico da filosofia que, por meio de Nietzsche e seu Zaratustra, conduz a uma moral da afirmação<br>e da celebração jubilosa da terra.</p>Jelson Roberto de Oliveira
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2024-03-132024-03-1358376010.15210/dissertatio.v58i.26537ESCÓLIOS ESPARSOS AO ESSAI SUR L’ORIGINE DES LANGUES DE ROUSSEAU
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26538
<p>O Essai sur l’Origine des Langues integra o conjunto das reflexões de Rousseau destinadas a<br>influenciar a intelligentsia moderna, num campo, o da especulação sobre a linguagem, que cada vez<br>mais passou a interessar os que, como ele, se empenhavam em produzir uma reforma do conteúdo dos<br>saberes com vistas a estabelecer os princípios norteadores duma pretendida renovação das artes e das<br>ciências. Os tópicos tratados aqui dizem respeito a temas considerados ao mesmo tempo<br>contemporâneos ao autor e, supõe-se, aos leitores atuais da obra. Para se ter uma ideia mais clara do<br>que se pretende discutir, optou-se por resenhar os pontos do Essai que têm relação com os objetivos<br>perseguidos e em seguida passar à discussão propriamente dita.</p>Luiz Antônio Lindo
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2024-03-132024-03-1358619210.15210/dissertatio.v58i.26538LÉVI-STRAUSS LEITOR DE ROUSSEAU
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26539
<p>A partir de uma revisão bibliográfica do século XVIII, resgataremos elementos que estavam na<br>raiz da concepção universalista de homem desse século, como pertencente ao continuum da natureza.<br>Com recurso aos métodos da antropologia estrutural, analisaremos nosso objeto que está situado nos<br>domínios do pensamento científico do século XVIII. O principal objetivo consistirá em identificar e<br>recuperar a influência de alguns “mitos” acerca de seres antropomorfos, recuperando a origem de<br>algumas representações gráficas desses seres. A partir de algumas fontes de Rousseau e seus<br>contemporâneos, esboçaremos algumas versões desses mitos para, ao final, aplicarmos recursos a que<br>Lévi-Strauss recorreu diante de elementos sincrônicos e anacrônicos de sua análise do mitemas.</p>Luis Felipe de Salles Roselino
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2024-03-132024-03-13589311410.15210/dissertatio.v58i.26539UM NOVO STATUS ONTOLÓGICO DA RESPONSABILIDADE
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26540
<p>O presente artigo tem como objetivo mostrar o novo status ontológico e fenomenológico da<br>responsabilidade a partir de uma releitura do animal na obra de Hans Jonas. Neste trabalho,<br>sustentamos que a responsabilidade deve ser entendida como um degrau presente na escala do<br>fenômeno vida. Por ser uma escala que acumula, conserva e compartilha as características de outros<br>seres, nos parece possível afirmar que a responsabilidade, mesmo que em estado latente, deve estar<br>germinalmente prefigurada em outros seres vivos. Nosso problema de pesquisa coloca o seguinte<br>questionamento: se a responsabilidade está contida na escala de desenvolvimento e aptidões do ser, e<br>de acordo com os pressupostos jonasianos, seguindo a lógica da biologia aristotélica, de que as<br>camadas mais baixas são conservadas nas superiores, seria possível pensar numa manifestação da<br>responsabilidade nos níveis mais baixos de tal escala? A fim de tentar responder nossa problemática e<br>nosso objetivo, seguiremos o seguinte caminho: num primeiro momento, apresentaremos como a<br>liberdade é o conceito guia fundamental para interpretarmos o fenômeno vida, veremos que quando<br>Jonas amplia tal conceito como sendo pertencente a todo ser, o autor provoca uma revolução ontológica<br>na filosofia, causando uma ferida no antropocentrismo moderno, uma vez que até então, o conceito de<br>liberdade era restrito a esfera humana; num segundo momento, analisaremos como os conceitos de<br>movimento, percepção e sensação se tornaram características próprias do reino animal e como estes<br>separam o mundo vegetal do animal; por fim, num terceiro momento, defenderemos que na própria obra<br>jonasiana existem certos conceitos que exprimem nossa tese de que a responsabilidade se manifesta de<br>forma latente e germinal no âmbito animal, principalmente nos conceitos de alteridade e sentimento, que<br>os animais têm para com seus próximos.</p>Leonardo Nunes Camargo
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2024-03-132024-03-135811513510.15210/dissertatio.v58i.26540A CONDIÇÃO TRANSUMANA
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26541
<p>O artigo problematiza o transumanismo no debate contemporâneo, abrindo caminhos de<br>investigação para compreender as complexas linhas da sabedoria transumanista. Busca uma<br>compreensão da condição transumana e dos novos desafios éticos e políticos na era da evolução por<br>design intencional. Debate as contradições e possibilidades admiráveis do aperfeiçoamento humano por<br>meio das sofisticadas técnicas contemporâneas de manipulação e criação de novas formas de vida,<br>inclusive fisiológicas. Assim, pergunta: qual a relação da phronesis transumanista diante da phronesis<br>humanista iluminista? Seria uma superação completa dos ideais humanistas tradicionais? Ou seria uma<br>negação total desses ideais? A tese central é a de que a phronesis transumanista é uma evolução<br>crítica, não sem contradições, dos ideais propostos pelo humanismo renascentista e iluminista, não se<br>constituindo, portanto, nem como superação nem como oposição a estes ideais.</p>Celso C. Azambuja
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2024-03-132024-03-135813615510.15210/dissertatio.v58i.26541A RELAÇÃO ENTRE A DEFESA DAS LIBERDADES E AS REGRAS DO JOGO DEMOCRÁTICO NO PENSAMENTO DE NORBERTO BOBBIO
https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/article/view/26542
<p>O presente trabalho tem por propósito demonstrar a defesa das liberdades, realizada por<br>Norberto Bobbio, enquanto uma precondição salutar para o funcionamento das regras do jogo<br>democrático. Para tanto, será explicitado que o filósofo e jurista italiano parte, num primeiro momento, da<br>análise da democracia para, posteriormente, abordar as liberdades e a sua defesa. Em seu livro Il futuro<br>della democrazia (1984), o pensador apresenta, em oposição aos regimes autocráticos, uma definição<br>procedimental da democracia, concebida como regras do jogo. Essas regras configuram os<br>procedimentos, que devem orientar as decisões políticas dos cidadãos chamados a decidir em um<br>sistema democrático. Entretanto, segundo Bobbio, as regras do jogo só podem funcionar no âmbito<br>político se uma precondição for satisfeita: a defesa das liberdades individuais dos atores políticos. Por<br>liberdades, o autor compreende as quatro liberdades da tradição liberal, sendo: a liberdade individual, a<br>liberdade de imprensa e de opinião, a liberdade de reunião e a liberdade de associação. Nesse contexto,<br>destaca-se que a defesa dessas liberdades está condicionada à estrutura de um Estado, que é, ao<br>mesmo tempo, liberal e de direito. Em outras palavras, somente um Estado de direito (em sentido forte),<br>de cunho liberal, pode assegurar os direitos “invioláveis” dos cidadãos e, consequentemente, possibilitar<br>a participação política sem impedimentos. Como consequência desse pensamento, Bobbio analisa que o<br>Estado liberal é o fundamento histórico e jurídico do Estado democrático e que, na contemporaneidade,<br>o liberalismo e a democracia tendem a se aproximar a ponto de um defender a existência do outro</p>Luiz Paulo RouanetLudovyco José Viol Moras
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2024-03-132024-03-135815617510.15210/dissertatio.v58i.26542SUJEIÇÃO E RESISTÊNCIA
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<p>Este artigo reconstrói as objeções dirigidas por Amy Allen ao modelo de sujeição contido no<br>pensamento de Judith Butler. Em suas obras The Power of the Feminist Theory (1999) e The Politics of<br>Our Selves (2008), Allen atribui fragilidades políticas ao modelo de Butler em função do destino<br>inevitavelmente subordinante vinculado aos processos de sujeição. Apesar de suas críticas, entretanto,<br>questionamos a capacidade de Allen superar por completo as consequências negativas vinculadas à<br>tese da “subordinação necessária”, o que poderia comprometer seu próprio modelo de resistência<br>desenvolvido em The Politics of Our Selves. Ao final, defendemos a reinserção de componentes<br>elementares de um conceito comunicativo de ação política que perde centralidade na obra da autora<br>entre os anos de 1999 e 2008, o que ajuda a conceber margens mais amplas para a transformação<br>política dos laços sociais marcados pela subordinação de gênero e o seu lugar nos processos de<br>formação subjetiva</p>Felipe Gonçalves SilvaGraziella Alcântara MazzeiMilena Martin Bravo
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2024-03-132024-03-135817619710.15210/dissertatio.v58i.26544DE UM BERGSONISMO SEM DURAÇÃO, SEM MEMÓRIA, SEM ÉLAN
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<p>Na defesa que Maurice Blanchot faz da consistência ontológica da experiência poéticoliterária, surge uma relação filosófica ambígua com bergsonismo. Compreender como o pensamento de<br>Henri Bergson incide em sua teoria é imprescindível para podermos estabelecer a importância de<br>Mallarmé na constituição de uma teoria do espeço literário e encontrarmos o devido lugar do devir e da<br>duração nesta teoria da literatura. Em Blanchot podemos verificar algumas linhas de ruptura e<br>continuidade com o bergsonismo, procedendo sobretudo uma reversão do fluxo temporal no espaço<br>diferencial da escrita e da própria experiência subjetiva. Não deixamos de notar que Blanchot, ao seguir<br>uma tendência interna de divergência do bergsonismo com ele próprio, recupera um outro lado da<br>experiência das “ilusões idealistas das representações simbólicas”. Tais ilusões, combatidas por<br>Bergson em sua crítica ao conceito e apelo empírico à intuição, formam para Blanchot um substrato<br>positivo-ontológico da linguagem e sobretudo da literatura</p>Adriano Henrique de Souza Ferraz
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2024-03-132024-03-135819821710.15210/dissertatio.v58i.26545SINGULARITY AND VISUAL PERCEPTION
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<p>Este artigo trata das mutações no tratamento dado por Wittgenstein às noções de<br>“generalidade” e de “singularidade”, desde sua primeira filosofia, no Tractatus Logico-Philosophicus, até<br>sua filosofia madura posterior, representada por suas Investigações Filosóficas. Como veremos, o<br>tratamento filosófico de Wittgenstein da noção de “percepção visual” desempenha um papel fundamental<br>nessas transformações conceituais.</p>André Porto
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2024-03-132024-03-135821824610.15210/dissertatio.v58i.26546FROM SCOTTISH ENLIGHTENMENT TO TRIPARTITE THEORY
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<p>No quadro atual da filosofia política, é comum associar Adam Smith a um tipo de teoria que<br>ignora as disposições humanas e considera apenas a perspectiva do interesse próprio dos indivíduos.<br>Embora esta visão tenha sido amplamente apoiada em diferentes campos – v. g. Filosofia e Economia,<br>consideramos esta uma interpretação tendenciosa. Lançando mão da orientação da Escola de<br>Cambridge, esclarecemos a importância do contexto histórico na interpretação da obra de Smith para<br>argumentar que seus escritos devem ser interpretados a partir do contexto do Iluminismo escocês. A<br>partir desta abordagem conjectural, é possível sustentar uma leitura integrada de seus livros The Theory<br>of Moral Sentiments (TMS) e An Inquiry into the Nature and Cause of the Wealth of Nations (WN). Esta<br>leitura leva-nos a uma interpretação mais fiel da ideia smithiana de que o agente está moralmente<br>envolvido nas relações socioeconômicas. Uma vez confirmada esta hipótese, defenderemos uma análise<br>sistemática da filosofia de Smith argumentando que sua filosofia é um sistema holístico, no que<br>chamamos de teoria tripartite</p>Evandro BarbosaThais Alves Costa
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2024-03-132024-03-135824727110.15210/dissertatio.v58i.26547IN WHAT SENSE WRONG CONCEPTIONS OF EUDAIMONIA GET AT LEAST SOME THINGS RIGHT
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<p>Em uma frase de difícil entendimento, Aristóteles, em Ética a Nicômaco I.8, afirma que<br>proponentes de concepções equivocadas sobre a eudaimonia compreenderam, se não muitos, ao<br>menos alguns aspectos dela corretamente. Esse artigo tenta explicar o que essa frase significa em seu<br>contexto identificando o que exatamente foi dito corretamente pelos proponentes das concepções<br>equivocadas. Como resultado, eu defendo que Aristóteles apresenta um procedimento retórico, já que<br>ele estaria se esforçando para convencer pessoas recalcitrantes em relação a sua concepção de<br>eudaimonia.</p>Fernando Martins Mendonça
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2024-03-132024-03-135827230110.15210/dissertatio.v58i.26548