Andrade FT, Santos Neta ME, Lima ACR, Porto YCBS, Santos AD. Grau de dependência em usuários de um centro de atenção psicossocial álcool e outras drogas. J. nurs. health. 2020;10(3):e20103005

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/18505

ARTIGO ORIGINAL

Grau de dependência em usuários de um centro de atenção psicossocial álcool e outras drogas

Degree of dependence in users of a psychosocial attencion center for alcohol and other drugs

Grado de dependencia en usuarios de un centro de atención psicosocial alcohol y otras drogas

Andrade, Felipe Tavares de[1]; Santos Neta, Maria Eduarda dos[2]; Lima, Ana Caroline Rodrigues[3]; Porto, Yasmin Camila Batista dos Santos[4]; Santos, Allan Dantas dos[5]

RESUMO

Objetivo: avaliar o grau de dependência de álcool e outras drogas de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas da região centro-sul de Sergipe. Método: estudo observacional-descritivo, quantitativo, com 50 usuários que frequentavam um centro de atenção psicossocial álcool e outra drogas, selecionados por conveniência. Os dados coletados, por meio de entrevista, foram tratados por estatística descritiva. Resultados: houve predominância do sexo masculino, faixa etária de 34 a 55 anos, solteiros, cor de pele preta, baixo nível de escolaridade e desempregados, sem moradia própria. O álcool foi a substância mais utilizada na vida, atualmente e de maior dependência. Apenas 40% dos usuários realmente necessitariam de atendimento em serviço especializado. Conclusão: se faz necessário adotar, no serviço especializado e na atenção básica, o uso de instrumentos de triagem dos usuários e melhorar a relação com a atenção básica, visando a reinserção social.

Descritores: Saúde mental; Alcoolismo; Tabagismo

ABSTRACT

Objective: to assess the degree of dependence on alcohol and other drugs by users of a Psychosocial Care Center for alcohol and other drugs in the south-central region of Sergipe. Methods: an observational-descriptive, quantitative study with 50 users who attended a psychosocial care center on alcohol and other drugs, selected by convenience. The data collected through interviews were treated using descriptive statistics. Results: there was a predominance of males, aged from 34 to 55 years old, single, black skin color, low education level and unemployed, without their own home. The most used substance, also nowadays and of greater dependence was alcohol. Only 40% of users would really need specialized service. Conclusion: it is necessary to adopt, in the specialized service and in primary care, the use of screening tools for users and improve the relationship with primary care, aiming at social reintegration.

Descriptors: Mental health; Alcoholism; Tobacco use disorder

RESUMEN

Objetivo: evaluar el grado de dependencia del alcohol y otras drogas por parte de los usuarios de un Centro de Atención Psicosocial para el alcohol y otras drogas en centro-sur de Sergipe. Métodos: estudio observacional-descriptivo, cuantitativo, con 50 usuarios que asistieron a un centro de atención psicosocial y seleccionados por conveniencia. Los datos recopilados, a través de entrevistas, se trataron mediante estadísticas descriptivas. Resultados: predominó el sexo masculino, de 34 a 55 años, soltero, de piel de color negro, bajo nivel educativo y desempleado, sin su hogar proprio. La sustancia más utilizada en la vida y actualmente y de mayor dependencia fue el alcohol. Solo 40% de los usuarios realmente necesitaría un servicio especializado. Conclusión: es necesario adoptar, en el servicio especializado y en atención primaria, el uso de instrumentos de detección para los usuarios y mejorar la relación con la atención primaria, con el objetivo de la reinserción social.

Descriptores: Salud mental; Alcoholismo; Tabaquismo

INTRODUÇÃO

O abuso, no consumo de drogas, é considerado como um dos principais problemas de saúde de ordem pública mundial. Dados do ano de 2018 mostram um montante de 17.932 casos de internações hospitalares, em todo o Brasil, para tratamento clínico de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool.1 Ainda quando observados dados compilados dos anos de 2013 a 2018, em Sergipe, houve a ocorrência de 2.057 internações hospitalares para o tratamento de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de outras substâncias Psicoativas (PA). Em Lagarto, Sergipe (SE), houve, nesse mesmo período, 80 internações para tratamento de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool e 92 internações para tratamento devido ao uso de outras substâncias PA.2

Na perspectiva de promover o cuidado específico das pessoas com transtornos mentais e comportamentais, inclusive àqueles relacionados ao uso e abuso de álcool e outras drogas, foram instituídos os Centros de Atenção Psicossociais (CAPSs). Estes, são tipificados, de acordo com a abrangência populacional e o porte/complexidade, sendo divididos nas modalidades: adulto, infantil e álcool e outras drogas.3

O CAPS Álcool e Outras Drogas (ad) é um serviço público, de atenção diária, voltado não só para o tratamento dos usuários em relação ao uso abusivo de drogas, mas também para sua reinserção familiar, social e comunitária, propondo a quebra do modelo de cuidado tradicional, ao alterar a maneira de lidar com o sofrimento mental e seus determinantes. Teve sua expansão impulsionada pela criação do Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e Outras Drogas, através da Portaria nº 816/2002.3-4

A atuação do CAPS de forma a acolher e tratar usuário e família, visando a reinserção social do usuário, deve estar atenta a identificar os fatores que influenciam o uso de álcool e outras drogas.5 O uso abusivo dessas substâncias mostra-se com grande potencial de desencadear problemas de cunhos social e biológico, porém, há uma diversidade de motivos que levam ao aumento do uso.6

É importante salientar a contribuição direta que o contexto socioeconômico, político e cultural exerce sobre o uso abusivo de álcool e outras drogas. A influência dos amigos, da mídia, do comportamento alcoolista na família; o fácil acesso às bebidas alcoólicas e outras drogas, a fuga dos problemas e o divertimento, são alguns dos exemplos de fatores socioeconômicos e culturais que contribuem para o início do consumo e posterior agravo.7

Dados sociodemográficos encontrados na literatura traçam como perfil predominante, dos usuários de álcool e outras drogas, sexo masculino, solteiros, desempregados, com nível de escolaridade baixo e da cor de pele preta e parda. A idade dos usuários variou de 18 a 80 anos. Sobre o consumo, boa parte dos estudos fazem ligação com o fato de familiares usarem substâncias PA. A droga mais utilizada é o álcool. É perceptível também o elevado número de usuários de múltiplas drogas.8-10

As informações supracitadas são importantes para o melhor delineamento do padrão de uso dos usuários atendidos nos serviços de saúde e das ações terapêuticas adequadas para cada caso. É imprescindível a identificação dos padrões de relacionamento da pessoa com as substâncias PA, uma vez que se pode desenvolver diversos graus de dependência que vão desde o uso ocasional, uso nocivo ou abuso, até a síndrome de dependência.11

Adota-se como conceito de uso ocasional, a utilização de uma ou várias drogas apenas quando disponíveis ou em ambiente favorável, sem rupturas afetiva, social ou profissional. Uso nocivo é o padrão de uso de substâncias PA que causa danos à saúde. Já a síndrome da dependência é caracterizada pela presença de três o mais requisitos, no período de um ano, sendo eles: forte desejo ou compulsão para consumo; dificuldade para controlar o comportamento do consumo; estado de abstinência fisiológica, quando o uso da substância for reduzido ou interrompido; evidência de tolerância, quando quantidades crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar os efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas; abandono progressivo de afazeres ou interesses alternativos em favor do uso das substâncias PA; aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou consumir a substância ou para se recuperar dos seus efeitos; persistência no uso da substância mesmo diante de consequências visivelmente prejudiciais.11-12

Nesse cenário, o teste de triagem recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST),12 validado no Brasil em 2004 e direcionado à atenção básica. Suas características psicométricas possibilitam constatar o uso das substâncias PA lícitas e ilícitas (tabaco, álcool, maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos/opioides) e os problemas associados ao primeiro contato do sujeito com a substância.13

Durante a aplicação do ASSIST,12 o profissional aborda a frequência de uso das drogas lícitas e ilícitas na vida e nos últimos três meses, bem como os problemas relacionados ao uso, a preocupação apresentada por pessoas mais próximas, os possíveis prejuízos na execução de tarefas, as tentativas mal sucedidas de cessar o uso, a redução ou sentimento de compulsão e a possibilidade de aplicações por via injetável.

Diante da existência de diversos padrões de uso e do fato de que a dependência é um processo prevenível, faz-se necessário que os profissionais tanto da atenção primária, quanto da especializada, que lidam com usuário de diversos padrões de uso, tenham em mãos instrumentos que consigam auxiliar na identificação do nível de envolvimento com álcool e outras drogas, para assim conseguirem adequar melhor suas intervenções.11

Constatou-se, através da experiência dos pesquisadores em campo, que os serviços de saúde do município sergipano não fazem uso de instrumentos para a classificação do grau de dependência e das intervenções necessárias aos usuários de álcool e outras drogas atendidos em sua rede de atenção à saúde. A partir disso, adotou-se como hipótese: predominância de usuários do sexo masculino; as substâncias de uso mais prevalente seriam: o álcool, o tabaco e a maconha; o grau de dependência: abusivo; quantidade maior de usuários que necessitam de intervenções breves, mas que frequentam o serviço.

Dessa forma, o presente estudo adotou como objetivo geral: avaliar o grau de dependência de álcool e outras drogas de usuários de um CAPS ad da região centro-sul de Sergipe. Como objetivos específicos: traçar o perfil sociodemográfico desses usuários; identificar as substâncias de uso mais prevalente; identificar o grau de dependência dos usuários; classificar os usuários quanto ao grupo de intervenção com base no instrumento ASSIST.12

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no período de outubro a dezembro de 2019. Contou com amostra por conveniência, composta por 50 usuários que frequentavam o CAPS ad localizado no centro-sul de Sergipe, no período da realização deste estudo.

Adotou-se como critérios de inclusão: estar com vínculo ativo no serviço, ou seja, sem ausência não justificada por período superior a três meses; não possuir nenhum tipo de déficit mental ou distúrbios cognitivos ou de comportamento graves que o impeçam de responder aos questionários que serão aplicados; não estar sob efeito de álcool ou outras drogas ou em crise de abstinência durante a aplicação dos questionários. Como critério de exclusão, adotou-se: usuários que não responderem completamente os questionários. Entretanto, todos usuários responderam o questionário na íntegra.

Para coleta de dados, utilizou-se o questionário “Perfil do Usuário”, desenvolvido pelos autores deste estudo, e do instrumento Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test – ASSIST.12 A aplicação dessas ferramentas foi realizada em sala reservada na própria instituição, a fim de evitar influências externas e de manter a privacidade do usuário.

O questionário “Perfil do Usuário” é composto pelas seguintes variáveis: número de questionário, identificação (iniciais), idade, sexo, cor/raça, estado civil, escolaridade, moradia, fonte de renda, presença de usuário (álcool e/ou drogas) na família, motivo de início do consumo, substância(s) em uso.

O ASSIST,12 utilizado nesse trabalho, é uma versão disponibilizada pela Secretaria Nacional de Políticas sobres Drogas (SENAD), versão 3.1. Trata-se de um instrumento composto por oito questões que investigam a frequência do uso de nove classes de substâncias PA lícitas e ilícitas (tabaco, álcool, maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos).11

A partir do ASSIST12 pode-se inferir o grau de dependência do usuário (uso ocasional, uso nocivo ou síndrome de dependência), bem como o grupo de intervenção (nenhuma intervenção, intervenção breve ou cuidado intensivo) através de score obtido com a soma das questões de 02 a 07 desse instrumento. Nos casos de múltiplas drogas, adotou-se a substância de maior pontuação para a classificação do usuário, quanto ao grau de dependência e tipo de intervenção. Ressalta-se que as questões 01 e 08 não entram no cálculo do score final.

As classificações dos grupos de intervenção são as seguintes: “nenhuma intervenção”, para os usuários que apresentam o uso ocasional, não havendo nenhum dano à saúde decorrente do seu uso e, dessa forma, não é necessário intervenções; “intervenções breves”, realizadas na atenção básica; “intervenções intensivas”, realizadas em serviços especializados, tendo o CAPS como peça principal.

A “intervenção breve” é uma técnica de abordagem que pode ser utilizada na atenção primária, que consiste na tentativa de modificar a conduta frente ao uso abusivo de álcool e outras drogas, de forma a ajudar na compreensão dos riscos e dos problemas que esse abuso traz. O objetivo é uma mudança no comportamento a partir de metas elencadas em concordância entre o profissional de saúde e o usuário.14

A “intervenção intensiva” é destinada a usuários que necessitam de cuidados contínuos. Podem ser desenvolvidas atividades e atendimentos individuais ou grupais, bem como rodas de conversa, oficinas terapêuticas, momentos de repouso e autoconhecimento.15

Os dados foram armazenados em planilha do Microsoft Excel versão 2016 e posteriormente analisados com o uso do mesmo programa. A análise estatística realizada foi a descritiva simples com o uso da frequência absoluta e relativa de todas as variáveis.

O presente estudo respeitou os preceitos éticos da Resolução 466/2012. Foi garantido o direito ao participante de retirar-se da pesquisa, sem quaisquer danos decorrentes desta ação, a qualquer momento. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS) com número do parecer 3.561.821 e número Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 15592219.8.0000.5546, na Plataforma Brasil.

RESULTADOS

Obteve-se a amostra total de 50 participantes, de ambos os sexos. A análise dos dados sociodemográficos (Tabela 1) apontou usuários entre 19 anos e 63 anos. A faixa etária com maior número de usuários foi entre 35 e 54 anos, o que representa 56% do total de participantes. O sexo predominante foi o masculino, com um total de 98% da amostra. Quando questionados sobre a ocorrência de uso de substâncias por familiares, a maioria dos participantes responderam que “sim” (68%). Em relação ao início do uso, 42% responderam que o motivo foi por diversão e 30% por influência de amigos.

Tabela 1: Dados sociodemográficos dos usuários do CAPS ad. Lagarto-SE, 2019. N= 50

Variável

N

%

Idade (em anos)

15-24

5

10

25-34

12

24

35-44

14

28

45-54

14

28

55-64

5

10

Sexo

Masculino

49

98

Feminino

1

2

Raça-cor de pele

Preta

26

52

Branca

6

12

Amarela

1

2

Parda

17

34

Indígena

0

0

Estado Civil

Casado

7

14

Solteiro

36

72

Divorciado

3

6

Viúvo

1

2

União Estável

3

6

Escolaridade

Analfabeto

1

2

Ensino Fund. Incompleto

42

84

Ensino Fund. Completo

5

10

Ensino. Médio Completo e Incompleto

1

2

Superior Completo e Incompleto

1

2

Moradia

Própria

18

36

Aluguel

4

8

Familiar

22

44

Outros

6

12

Fonte de Renda

Formal

3

6

Informal

16

32

Desempregado

18

36

Aposentado ou pensionista

12

24

Outro

1

2

Total

50

100

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

De acordo com a Tabela 2, 52% dos usuários apresentam grau de dependência nocivo, bem como classificados dentro do grupo de “intervenção breve”, e apenas 40% se enquadram dentro do grupo de “intervenção intensiva”. Observa-se ainda que do total de usuários avaliados, 40% fazem uso de múltiplas drogas.

Tabela 2: Grau de dependência e uso de drogas dos usuários do CAPS ad. Lagarto-SE, 2019. N= 50

Variável

N

%

Uso de múltiplas drogas

Sim

20

40

Não

30

60

Uso de drogas

Tabaco

14

28

Álcool

32

64

Maconha

20

40

Cocaína

6

12

Anfetaminas

2

4

Inalantes

1

2

Hipnóticos e Sedativos

0

0

Alucinógenos

0

0

Opioides

0

0

Grau de dependência

Uso ocasional

4

8

Uso nocivo

26

52

Síndrome de dependência

20

40

Tipo de intervenção

Nenhuma

4

8

Breve

26

52

Tratamento Intensivo

20

40

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

DISCUSSÃO

A faixa etária de maior ocorrência do consumo de substâncias PA desse estudo foi entre 35 e 54 anos. Dados semelhantes são encontrados no III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira,16 realizado em mais de cinco mil municípios brasileiros e com amostra superior a 17 mil participantes, em que a população acima dos 35 anos, destaca-se no consumo de álcool (34,6%), tabaco (23,3%) e substâncias ilícitas (26,6%).

O predomínio da referida faixa etária ainda pode estar relacionado ao estudo ter sido desenvolvido num CAPS ad. Em estudo17 realizado na região metropolitana de Curitiba, Paraná, com 163 participantes, também em um CAPS ad, justificam a faixa etária em virtude da procura pelo tratamento somente na fase adulta, em decorrência dos danos, inclusive sociais, vinculados ao consumo prolongado do álcool e outras drogas.

De acordo com os resultados encontrados, nota-se a primazia do sexo masculino dentre os usuários. Essa realidade corrobora com dados encontrados em outros trabalhos que demostraram número de casos elevados no sexo masculino em relação ao sexo feminino,9,14,16 no consumo de substâncias PA, que podem ser justificadas pela influência de aspectos culturais ligados à figura masculina ter acesso facilitado desde cedo às substâncias PA.

Outra justificativa é a discriminação da figura feminina, desde o contexto familiar ao ambiente de trabalho, que causam sobrecarga da mulher nos seus aspectos físicos e mentais, além dos preconceitos da sociedade em relação à autoimagem, o que leva ao consumo de álcool e outras drogas, porém com menor procura e adesão das mesmas ao tratamento.18-20

Há, ainda, a hipótese de que, apesar de o consumo por parte do sexo feminino estar presente no cotidiano e ser notório o investimento de propagandas de incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas, a divulgação desses dados não é feita de forma efetiva, levando a ideia de que há um menor consumo e menor dependência pelo sexo feminino e, dessa forma, são destinadas menores iniciativas de prevenção, deixando-as ainda mais vulneráveis ao consumo nocivo/problemático de substâncias PA.21

Em relação ao perfil dos usuários, encontra-se na literatura,17 assim como em estudo específico,9 realizado em CAPS ad do interior de Sergipe com 30 usuários, predominância da cor de pele não brancas (pretos e pardos), de estado civil solteiro, com baixa escolaridade, sem residência própria e sem fonte de renda. Dados esses, que também foram encontrados no presente estudo, uma vez que o perfil do usuário foi de indivíduos de cor de pele preta e parda, solteiros, com baixa escolaridade (maioria com nível fundamental incompleto), sem residência própria e desempregados.

A ocorrência de usuários não brancos nos serviços pode se dar pelo reflexo do contexto de vulnerabilidade social que as minorias tendem a ser expostas. Uma vez que, devido à discriminação, preconceito e segregação social, esse público tende a apresentar prejuízos à saúde emocional e mental, podendo serem fatores que resultam no uso de substâncias PA. Essa ocorrência pode se dar ainda pela exclusão, por parte da sociedade, de indivíduos que apresentem déficit nos campos de educação, trabalho e moradia, que, historicamente, são pessoas não brancas.22-23

Estudo7 realizado no ano de 2017, buscou discutir os fatores associados ao consumo precoce de bebidas alcoólicas por jovens, encontrou multifatorialidades para tal, elencando como causas mais prováveis: o fácil acesso às bebidas alcoólicas, a influência dos amigos, o comportamento alcoolista na família, a fuga dos problemas e divertimento e a influência da mídia. Os resultados do presente estudo mostram que os principais motivos para o uso de substâncias/drogas foram por diversão e por influência dos amigos. Esse fato pode estar possivelmente relacionado à crença do uso facilitar as interações sociais e proporcionar a vivência de relações e momentos positivos.7

Ainda relacionado ao início do uso, pode-se destacar a possibilidade da influência familiar,7 onde o comportamento alcoolista nesse contexto, bem como o consumo de outras substâncias, podem ser um fator importante de risco na predisposição do início do uso dessas substâncias, tendo em vista o seu papel crucial na formação do indivíduo, seus hábitos e estruturação que influenciam de forma direta na vida de seus componentes. Esse fato pôde ser evidenciado nesse estudo, uma vez que grande parte dos usuários afirmaram possuir na família pessoas que também fazem uso de drogas. Outras possibilidades podem ser a falta de relacionamento conjugal fixo, a insatisfação financeira e a discriminação social.24

Dados mundiais,25 mostram que cerca de 188 milhões de pessoas fizeram uso de maconha no ano de 2017, o que a intitula como a droga mais utilizada no planeta. Já os dados brasileiros,26-28 mostraram que o álcool apresentou-se como a droga mais utilizada durante a vida e a que causou maior dependência (74,6% e 12,3%, respectivamente), seguida do tabaco (na vida: 44%, causa de dependência: 10,1%) e da maconha (na vida: 8,8%, causa de dependência: 1,2%).

Quando comparados os dados do CAPS ad sergipano sobre a substância mais consumida dentre os usuários com os dados brasileiros,26-27 há a concordância apenas com o álcool, que foi a substância mais consumida dentre os usuários avaliados, sendo nesse estudo a segunda substância mais utilizada a maconha, seguida do tabaco. A diferença das populações estudadas pode ser o motivo da disparidade, uma vez que o estudo brasileiro25 avaliou a população brasileira como um todo e o presente estudo um nicho específico dessa população, os usuários de um CAPS ad.

Em relação à dependência, os resultados obtidos nesse estudo, vão ao encontro dos dados do Brasil26 e o ranking nacional das substâncias de maior uso e maior dependência, com o álcool como a droga com maior quantidade de usuários classificados no grupo de cuidado/tratamento intensivo (grupo de maior nível de dependência), acompanhado do tabaco e da maconha.

Cabe salientar que quase metade dos usuários fazem uso de múltiplas drogas. Esse uso pode ser ainda mais prejudicial, pois, o uso de substâncias PA pode ser fator contribuinte para o desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais.10,29 Há ainda a possibilidade de o uso de múltiplas drogas estar associado aos transtornos mentais já instaurados.30

Apesar de o ASSIST12 ser um instrumento voltado a triagem de usuários de álcool e outras drogas na atenção básica, foi possível notar a sua aplicabilidade também na atenção especializada, de forma que, a partir da sua aplicação nesses usuários, notou-se que mais da metade não teria perfil para receberem tratamento exclusivamente nessa instituição, uma vez que apresentavam padrão de uso nocivo e enquadravam-se no grupo de intervenção breve. Apenas menos da metade dos usuários avaliados realmente se enquadram no grupo de intervenção/tratamento intensivo e necessitariam serem assistidos prioritariamente pelo CAPS ad.

CONCLUSÕES

A partir dos dados obtidos, foi possível notar que o grau de dependência apresentado pela maioria dos usuários da instituição (uso nocivo) e o grupo de intervenção no qual a maioria foi classificado (intervenção breve) de acordo com o ASSIST, não os caracterizavam para tratamento exclusivo no serviço especializado.

O fato de esses usuários ainda estarem em tratamento exclusivo no CAPS ad, pode se dar pela não classificação, no acolhimento e rotineiramente, do grau de dependência apresentado e do grupo de intervenção, levando a maior permanência no serviço e procrastinando a sua reinserção social. Outro ponto a ser levado em consideração é que o grau de dependência encontrado, poderia ser fruto do tratamento ofertado pela unidade de saúde, uma vez que não há dados da avaliação inicial que serviria como comparativo para o aprimoramento da conduta terapêutica.

Ressalta-se ainda a importância do papel da atenção básica nesse processo, realizando o rastreamento e classificação do grau de dependência e grupo de intervenção de usuários no território. Dessa forma, é possível que a atenção básica prestasse cuidados em saúde mental dentro da sua rotina de serviços.

Nota-se a necessidade de adotar, no serviço especializado e na atenção básica, a utilização de instrumentos que consigam acolher as reais necessidades dos usuários, além de melhorar o suporte da atenção básica aos usuários que podem e devem ser acompanhados pela mesma, buscando assim, proporcionar maior efetividade no tratamento e no direcionamento de novas vagas para usuários que realmente apresentem um consumo/grau de dependência compatível com a atenção especializada.

Infere-se assim, que estratégias de melhoria na conexão entre a atenção básica e o CAPS ad devem, ser adotadas, como, por exemplo: melhoria na comunicação e interação entre os serviços, buscando ofertar o cuidado de maneira integral aos usuários; realização de reuniões de matriciamento e compartilhamento de casos; estratégias de educação em serviço, de forma a alinhar as terapêuticas necessárias a cada caso e qualificar o acolhimento aos usuários na comunidade e nos serviços.

REFERÊNCIAS

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Data de submissão: 17/04/2020

Data de aceite: 09/07/2020

Data de publicação: 22/07/2020



[1] Enfermeiro. Especialista em UTI geral e gestão da assistência intensiva ao paciente crítico. Universidade Federal de Sergipe (UFS). Sergipe (SE), Brasil. E-mail: felipe.tavares.fisica@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-6395-2565

[2] Enfermeira. Universidade Federal de Sergipe (UFS). Sergipe (SE), Brasil. E-mail: eduardaneta1@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-9285-2977

[3] Enfermeira. Mestra em Biologia Parasitária. Universidade Federal de Sergipe (UFS). Sergipe (SE), Brasil. E-mail: enf.carolinelima@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-9109-2435

[4] Enfermeira. Especialista em Saúde Mental. Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG)/EBSERH. Goiás (GO), Brasil. E-mail: yasminb.porto@gmail.com http://orcid.org/0000-0003-1721-2950

[5] Enfermeiro. Doutor em Ciências da Saúde. Universidade Federal de Sergipe (UFS). Sergipe (SE), Brasil. E-mail: allanufs@hotmail.com http://orcid.org/0000-0002-6529-1887