Silva HGN, Santos LES, Oliveira AKS. Efeitos da pandemia no novo Coronavírus na saúde mental de indivíduos e coletividades. J. nurs. health. 2020;10(n.esp.):e20104007

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/18677/11414

artigo DE aTUALIZAÇÃO

Efeitos da pandemia do novo Coronavírus na saúde mental de indivíduos e coletividades

Effects of the new Coronavirus pandemic on the mental health of individuals and communities

Efectos de la nueva pandemia de Coronavirus en la salud mental de individuos y comunidades

Silva, Hengrid Graciely Nascimento[1]; Santos, Luís Eduardo Soares dos[2]; Oliveira, Ana Karla Sousa de[3]

RESUMO

Objetivo: desenvolver reflexões críticas sobre os efeitos da pandemia do novo Coronavírus na saúde mental de indivíduos e coletividades. Método: estudo reflexivo realizado a partir da estruturação de uma revisão narrativa da literatura sobre os impactos da pandemia do novo Coronavírus na saúde mental da população. Resultados: tem-se percebido um pânico generalizado e estresse na saúde mental na sociedade. Os achados apontam um impacto psicológico imediato na população em decorrência da pandemia, sendo observado um crescimento de sintomas de ansiedade, e até mesmo depressão. Conclusão: os efeitos da pandemia vêm atingindo direta e indiretamente a saúde mental das pessoas nos mais diversos aspectos, o que implica numa condição preocupante de saúde pública.

Descritores: Pandemias; Infecções por coronavírus; Saúde mental

ABSTRACT

Objective: to develop critical reflections on the effects of the new coronavirus pandemic on the mental health of individuals and communities. Method: reflective study carried out based on the structuring of a narrative review of the literature on the impacts of the pandemic of the new coronavirus on the mental health of the population. Results: there has been widespread panic and stress on mental health in society. The findings point to an immediate psychological impact on the population due to the pandemic, with an increase in symptoms of anxiety, and even depression. Conclusion: the effects of the pandemic have been directly and indirectly affecting people's mental health in the most diverse aspects, which implies in a worrying public health condition.

Descriptors: Pandemics; Coronavirus infections; Mental health

RESUMEN

Objetivo: desarrollar reflexiones críticas sobre los efectos de la nueva pandemia de coronavirus en la salud mental de individuos y comunidades. Método: estudio reflexivo realizado en base a la estructuración de una revisión narrativa de la literatura sobre los impactos de la pandemia del nuevo coronavirus en la salud mental de la población. Resultados: ha habido un pánico y estrés generalizados en la salud mental en la sociedad. Los hallazgos apuntan a un impacto psicológico inmediato en la población debido a la pandemia, con un aumento en los síntomas de ansiedad e incluso depresión. Conclusión: los efectos de la pandemia han estado afectando directa e indirectamente la salud mental de las personas en los aspectos más diversos, lo que implica una condición preocupante de la salud pública.

Descriptores: Pandemias; Infecciones por coronavirus; Salud mental

INTRODUÇÃO

Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, foi notificado a Organização Mundial de Saúde (OMS), um grupo de pessoas internadas com pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China. Após análise dos exames, um novo betacoronavírus foi descoberto através do uso de sequenciamento genético por meio das amostras de células epiteliais das vias aéreas dos pacientes, que foram usadas para isolar um novo Coronavírus, denominado SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19. Estudos apontaram que ele é 75% a 80% idêntico ao SARS-CoV.1-2

No dia 11 de março, a OMS define o surto como pandemia, após o número de novos casos diários, fora da China, terem aumentado 13 vezes. Seis dias depois, dia 17 de março, a primeira morte por Covid-19 foi registrada no Brasil. Homem, de 62 anos, internado em um hospital particular de São Paulo, com histórico de hipertensão e diabetes. Sua evolução foi rápida, já que o diagnóstico foi dado sete dias antes, com registro da morte no dia anterior à divulgação.3-5

Até o momento, considerando a data de 06 de maio de 2020, o Painel COVID-19 disponibilizado no site do Ministério da Saúde sobre a situação epidemiológica do Coronavírus no Brasil indicou o quantitativo de 125.218 casos confirmados e 8.536 mortes pela COVID-19.6 As autoridades sanitárias, por meio de um esforço coletivo, têm sugerido a adoção de medidas de contenção, principalmente as de prevenção no enfretamento da pandemia, visto que a resposta a essa situação não ocorre de forma linear e que apresenta diversos questionamentos que ainda não foram respondidos pela comunidade científica, por essa razão, uma das principais estratégias eficazes até o momento tem sido o distanciamento social.7

Levando em consideração tais fatores epidemiológicos supracitados e a pressão midiática gerada pelas informações da crise causada pela COVID-19, tem havido uma vigilância aprimorada, investigação adicional e esforços consideráveis para reduzir a transmissão homem-a-homem, principalmente em populações de risco, gerando anseios e impactos em contextos de saúde na população, sobretudo, de saúde mental.

Nesse sentido, para além das condições patológicas específicas causadas pela COVID-19, é importante considerar dentro desse contexto as condições de saúde mental da população diante dos múltiplos reflexos que essa pandemia tem causado, uma vez que estudos recentes apontaram mudanças significativas no quadro de saúde mental da população em âmbito mundial.8 Com isso, é preciso uma atenção especial às demandas psicológicas que podem emergir em decorrência do momento atual que o mundo enfrenta, enfatizando principalmente a necessidade pela busca de um olhar especializado, no sentido de preservar o máximo possível a saúde psíquica.

Assim, o presente estudo objetiva desenvolver reflexões críticas sobre os efeitos da pandemia do novo Coronavírus na saúde mental de indivíduos e coletividades.

MÉTODO

Trate-se de um estudo reflexivo realizado a partir da estruturação de uma revisão narrativa da literatura sobre os impactos da pandemia do novo Coronavírus na saúde mental da população. As reflexões aqui problematizadas partiram da leitura e análise dos autores à luz da literatura pertinente à temática de pesquisa, uma vez que esse delineamento auxilia no embasamento de debates teórico-científicos e colaborativos.

Como parte do processo construtivo do estudo, foi realizada uma busca na Medline (via Pubmed) utilizando os termos MeSH “pandemics”, “coronavirus” e “mental health” e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) por meio dos descritores “pandemia”, “coronavírus” e “saúde mental”. Cabe ressaltar que a estratégia de combinação foi feita a partir do operador booleano “AND”. A pesquisa foi feita no mês de abril de 2020 e, por se tratar de um tema recente, não foi definido um período de tempo específico para a publicação dos artigos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sob o prisma da saúde mental, onde se lê pandemia, leia-se provável medo irracional ou uma noção injustificada de que a luta terminou, o que leva a sofrimento e mortes desnecessárias.8 A premissa da vigilância epidemiológica compreende a quarentena, o contingenciamento de recursos, práticas de distanciamento social, medidas prevenção ao contágio e estado de calamidade pública, no caso da pandemia causada pela COVID-19, podendo levar ao agravamento de condições psíquicas já preexistentes em grupos específicos e afetando no geral a condição do indivíduo perante o grupo. Além dos impactos mais visíveis, na cotidiana gestão da escassez que envolve os sistemas de saúde, a política pública de condução de uma urgência sanitária traz em seu bojo complexos questionamentos individuais e coletivos: é só uma gripe? Sou grupo de risco? Tenho familiares que se enquadram nos grupos de ricos? Para que tantas restrições? O que fazer? Quais serão as prioridades de tratamento médico e acesso aos leitos hospitalares? Vê-se que, na saúde mental, mais do que em qualquer outro campo, há necessidade de modular soluções práticas gerenciadores de crises.

Seja pelo fato da ameaça em si de adoecimento e morte, seja em razão da adoção de medidas de enfrentamento que podem alterar significativamente os modos de viver dos indivíduos, assim como possibilitar rupturas importantes nas relações sociais, é possível prever um risco aumentado de emergência de problemas psicológicos como um reflexo da pandemia de COVID-19, que já tem sido alvo de investigações, levando em consideração principalmente experiências semelhantes que ocorreram no passado.9-11

Um ponto importante nessa discussão é a vulnerabilidade psicossocial a qual as pessoas estão sujeitas e o impacto mental fomentado pela crise de uma pandemia, logo, é necessário que essas problemáticas sejam destacadas nesse cenário, a fim de buscar estratégias e redes de apoio psicossocial.

Ancorada em uma expectativa renovada das práticas preventivas e de promoção da saúde, e abrindo importantes possibilidades para a discussão epistemológica e ético-jurídica em relação ao cuidado em saúde, a vulnerabilidade se apresenta como uma condição intrínseca de um indivíduo ou grupo, inerente e/ou adquirida, que diante de uma ameaça/evento traumático, gera um transtorno. A resiliência está relacionada aos índices de vulnerabilidade e saúde mental por meio de crenças e valores espirituais. Espiritualidade como fator de proteção pode aumentar a resistência contra estressores da vida; por outro lado, a superioridade será alcançada através da adaptação positiva, noção em que os indivíduos buscam entendimento sobre o processo de maneira que proporciona o desenvolvimento psíquico sadio. 12-14

O alto índice de letalidade e de enormes prejuízos econômicos no contexto de uma epidemia ou pandemia gera um alto risco psicossocial. Uma abordagem racional na atenção de saúde mental implica em reconhecer às diferenças de vulnerabilidades dos diversos grupos que caracterizam o Brasil, em especial as relacionadas com o gênero, idade e nível socioeconômico. Cabendo ressaltar que os efeitos para a saúde mental em geral são mais marcados nas populações que vivem em condições precárias, possuem recursos escassos e têm acesso limitado aos serviços sociais e de saúde.14-15

Agregado a esse contexto, diante toda problemática, a quarentena e a prática – quando possível – do distanciamento social, juntamente com medidas de contenção são fundamentais para gerenciar crises em meio a atual pandemia.16 Como consequência dessas práticas, é necessário que haja um olhar mais atento em relação aos efeitos psicológicos da privação de liberdade dos indivíduos que se encontram em quarentena, visto que o sofrimento psicológico tende a ser maior.17 Logo, é importante destacar que, abster-se de forma abrupta de uma atividade prazerosa, de algo que se considera importante ou até mesmo a quebra de rotina, podem ser um grande desafio para a efetivação das medidas de prevenção de riscos, mesmo que a curto prazo.18

Considerando esse contexto de distanciamento social, dispor de informações fidedignas, transparentes, adequadas e verificadas é essencial para o controle emocional dos familiares e da população em períodos de crise. Em contraponto, os sentidos sociais da rede semiótica, dinamizada pela interdiscursividade do intercurso da pandemia atual se faz em detrimento de fake news e descréditos de falas moldadas em um panorama ideológico capitalista.16-17 Atualmente, por conta da facilidade de acesso às tecnologias de comunicação e informação, existe uma grande chance de que o conteúdo que chega aos indivíduos – dependendo do veículo de comunicação – pode ter impressões sensacionalistas, imprecisas ou falsas, o que pode gerar uma gama de reações comportamentais prejudiciais à população, como medo, raiva e agressividade nesse momento pandêmico.18-19

Com o surto de COVID-19, tem-se percebido um pânico generalizado e estresse na saúde mental na sociedade. Estudos recentes realizados na China apontaram um impacto psicológico imediato na população em decorrência da pandemia, sendo observado um crescimento de sintomas de ansiedade, e até mesmo depressão.20-21 Um dos fatores dessa problemática é o grande crescimento de casos suspeitos e confirmados em diversas cidades e países, o que acabou suscitando numa preocupação pública em infectar-se. Evidentemente, a percepção de imprevisibilidade dessa epidemia foi potencializada por uma rede de mitos, informações erradas e inverídicas que foram causadas, em sua grande maioria, por reportagens errôneas e, talvez, pela interpretação equivocada do público sobre mensagens de saúde, causando assim uma preocupação coletiva.20

Em outro estudo que avaliou 52.730 pessoas na China durante o período de 31 de janeiro a 10 de fevereiro desse ano, constatou que cerca de 35% dos entrevistados apresentaram problemas psicológicos, sendo que as mulheres apresentaram sofrimento psíquico significativamente maior quando comparadas aos participantes do sexo masculino. Fatores como a grande quantidade de informações obtidas nas redes sociais foram destacados como causadores de maior estresse entre a população de adultos jovens (18 a 30 anos). No caso de pessoas que mantiveram a rotina de trabalho, observou-se alto nível de estresse relacionado a preocupações com a exposição durante o trajeto em transporte público, com atrasos no tempo de trabalho e, como consequência, risco de privação de renda.22

O sentimento de medo é compreendido com uma reação natural e sadia diante de uma ameaça real e eminente, que demanda muitas vezes um agir racional para seu enfrentamento, pautado em informações realistas e concretas, com a finalidade de subsidiar, nesse caso, as medidas de proteção disponíveis. Entretanto, situações em que o medo se faz presente podem, eventualmente, gerar ansiedade, podendo causar, dependendo do grau de intensidade, um grande mal-estar aos indivíduos, acentuando ainda mais os desafios postos pela pandemia.

A abordagem à saúde mental envolve, sobretudo, uma avalição em diferentes contextos, isso implica reconhecer que pessoas diagnosticadas com COVID-19 também estão suscetíveis a algum tipo de sofrimento mental, na qual essa situação pode gerar intensas reações emocionais e comportamentais, como angústia, medo, tédio, solidão, insônia ou raiva. Somado a isso, é importante compreender que esse panorama é muito mais complexo se considerar os comportamentos de risco à saúde advindos desse isolamento, como o aumento do consumo de álcool, cigarro e outras drogas nesse período.23

Além disso, até mesmo indivíduos que apresentam sinais e sintomas de uma simples gripe comum tendem a vivenciar certo estresse e medo, devido à semelhança das condições com Coronavírus, que podem gerar sofrimento mental e piorar os sintomas psiquiátricos preexistentes.24 Essas experiências causadas, em suma, pelo atual momento epidemiológico e social que vivemos, podem evoluir para gama de preocupações públicas de saúde mental.

Assim, é preciso pensar, planejar e, acima de tudo, implementar ações de suporte à saúde mental. Mas como fazer isso? É necessário que os cuidados sejam realizados de forma abrangente – com a finalidade de atingir e beneficiar o maior número de indivíduos – e direcionados às especificidades das demandas, principalmente, quando se trata de redirecionar comportamentos, crenças e atitudes.16

Seguindo esse entendimento, tais ações podem – e devem – ser direcionadas, também, aos pacientes infectados, assim como os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate a COVID-19. Médicos e enfermeiros vivenciam situações de ansiedade e estresse diariamente, o que reforça ainda mais a necessidade de cuidados a esses indivíduos.25-28

A saúde mental dos profissionais de saúde dever ser assistida de forma continuada e entendida como um dos pilares prioritários, uma vez que pode fortalecer a rede de resiliência no enfretamento dessa pandemia.16 Contudo, mesmo que muitos dos protocolos assistenciais e de intervenção tenham sido desenvolvidos, grande parte dos profissionais que trabalham diretamente com pacientes com COVID-19 não são capacitados especificamente para atender às demandas de saúde mental durante pandemias, nem recebem atendimento especializado,29 de modo que essa situação pode configurar numa fragilidade assistencial, podendo contribuir para um agravamento ainda maior.

Considerando o contexto epidemiológico do Brasil, que apresenta-se bastante preocupante diante do crescimento rápido e progessivo da curva de contágio, promovover ações e mecanismos de promoção da saúde dos profissionais da assistência são ferramentas possíveis de superação dessa condição. Por outro lado, caso isso não ocorra, é provável que haja um colapso do sistema de saúde – condição que, por diversos fatores, tem se tornando cada vez mais próxima e real – e os profissionais de saúde correm o risco de sofrer um colapso de caráter emocional.30

Assim, como todo e em qualquer desastre biológico de grande magnitude, é natural que medos, incertezas e estigmatização se tornem presentes no dia-a-dia, e essas condições possam se tornar barreiras imaginárias que dificultam as intervenções médicas e de saúde mental apropriadas. Nesse sentido, experiências como essas são fundamentais para a elaboração e efetivação de avaliações, suporte, tratamento e organização assistencial dos serviços quanto às demandas de saúde mental, pois só assim é possível produzir ações e respostas resolutivas para a saúde diante o surto de COVID-19.29

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, destaca-se que a ameaça é real, e diante dela as reações podem ser as mais variadas possíveis, todas elas legítimas em face da gravidade da situação. Os efeitos da pandemia vêm atingindo direta e indiretamente a saúde mental das pessoas nos mais diversos aspectos, o que implica numa condição preocupante de saúde pública.

Por hora, cabe dizer que do ponto de vista da saúde mental, uma epidemia de grande magnitude implica em uma perturbação psicossocial que pode ultrapassar a capacidade de enfrentamento da população afetada. Pode-se considerar, inclusive, que toda a população sofre tensões e angústias em maior ou menor grau. Dessa forma é preciso que haja uma construção corresponsabilizada de enfrentamento entre os diversos atores sociais incluídos nesse processo, ou seja, a população, os dispositivos e autoridades sanitárias e o poder público.

Assim, como forma de vivenciar essa situação de maneira mais flexível e saudável possível, é importante que as pessoas tentem estabelecer uma rotina, ter um momento de autoconhecimento e reflexão, pausas ao assistir noticiários que possam causar angústia ou desconforto, praticar alguma atividade laboral, de relaxamento e lazer, e procurar sempre fortalecer os vínculos – mesmo que à distância – com pessoas que possam possibilitar um bem–estar coletivo maior.

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Data de submissão: 30/04/2020

Data de aceite: 11/05/2020

Data de publicação: 15/05/2020



[1] Fisioterapeuta. Universidade Federal do Piauí (UFPI). Piauí (PI), Brasil. E-mail: hengrid_graciely@hotmail.com http://orcid.org/0000-0002-7362-0118

[2] Enfermeiro. Mestre em Ciências e Saúde. Universidade Federal do Ceará (UFC). Ceará (CE), Brasil. E-mail: luisedu.edu19@gmail.com http://orcid.org/0000-0003-4771-3342

[3] Enfermeira e Psicóloga. Mestre em Modelos de Decisão e Saúde. Universidade Federal do Piauí (UFPI). Piauí (PI), Brasil. E-mail: anakarla_deoliveira@yahoo.com.br http://orcid.org/0000-0002-6431-2615