Danzmann PS, Silva ACP, Guazina FMN. Atuação do psicólogo na saúde mental da população diante da pandemia. J. nurs. health. 2020;10(n.esp.):e20104015

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/18945/11556

REVISÃO INTEGRATIVA

Atuação do psicólogo na saúde mental da população diante da pandemia

Psychologist performance in the mental health of the population in the face of the pandemic

El desempeño del psicólogo en salud mental para la población frente a la pandemia

Danzmann, Pâmela Schultz[1]; Silva, Ana Cláudia Pinto da[2]; Guazina, Félix Miguel Nascimento[3]

RESUMO

Objetivo: identificar na literatura mundial a atuação do psicólogo na saúde mental da população diante da pandemia ocasionada pelo Coronavírus. Método: revisão integrativa da literatura, realizada conforme os descritores Pandemias, Saúde Mental e Medicina do comportamento, nas plataformas Google Scholar, PepsiCo e Portal Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A amostra foi composta por 17 estudos. Resultados: o Coronavírus está produzindo sofrimentos psicológicos aos sujeitos, sendo assim os psicólogos tiveram que buscar por novas formas de realizar as intervenções psicoterapêuticas. Alguns deles são as consultas online e a manutenção do serviço de saúde com os atendimentos psicológicos hospitalares. Ambos serviços se fazem essenciais diante do enfrentamento ao novo Coronavírus. Conclusões: há limitações e desafios enfrentados pela área da Psicologia, devido às fragilidades e despreparo dos profissionais, por ser uma situação nova e imprevisível.

Descritores: Pandemias; Saúde mental; Medicina do comportamento; Infecções por coronavírus

ABSTRACT

Objective: identify in the worldwide literature the performance of psychologist in the mental health of the population in face of the pandemic caused by the coronavirus. Method: integrative review of the literature, carried according to the descriptors Pandemics, Mental Health and Behavior Medicine, on the Google Scholar, PepsiCo and Portal Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel platforms. The sample consisted of 17 studies. Results: the coronavirus, is producing numerous psychological sufferings to the subjects, so psychologist ad to look for new ways to perform psychotherapy interventions. One of them was the online consultations and maintenance of health service with psychological hospital care. Both services are essential in facing the pandemic of the new coronavirus. Conclusion: the limitations and the challenges faced by area of the psychology are presented, due to the fragility and under preparedness of professionals, at it is and new and unpredictable situation.

Descriptors: Pandemics; Mental health; Behavioral medicine; Coronavirus infections

RESUMEN

Objetivo: identificar en la literatura mundial el desempeño del psicólogo en la salud mental de la población frente a la pandemia causada por el coronavirus. Método: revisión bibliográfica integradora, realizada según los descriptores Pandemias, Salud Mental y Medicina del Comportamiento, en las plataformas Google Scholar, PepsiCo y Portal Coordinación para mejora del personal de educación superior. La muestra consistió en 17 estudios. Resultados: o coronavírus está produciendo sufrimientos psicológicos a os sujetos, siendo así os psicólogos tuvieran que buscar por novas formas de realizar intervenciones psicoterapéuticas. Una de las fue a consultas online e manutención del servicio de salde con atendimientos psicológicos hospitaleros. Ambos servicios fase-se esencias diente do enfrentamiento a nuevo coronavirus. Conclusiones: hay limitaciones y retos a los que se enfrenta el área de la Psicología, debido a la fragilidad y falta de preparación de los profesionales, ya que se trata de una situación nueva e impredecible.

Descriptores: Pandemias; Salud mental; Medicina de la conducta; Infecciones por coronavirus

INTRODUÇÃO

O Coronavírus ou 2019 Coronavirus Disease (Covid-19) é considerado uma doença altamente contagiosa, que foi detectada pela primeira vez na China, em dezembro de 2019.1 Essa enfermidade pode resultar em hospitalização, internação em unidade de terapia intensiva e até mesmo óbito. Para minimizar essas mazelas, salienta-se a importância do isolamento social e da proteção de pessoas consideradas como grupo de risco, entre elas cita-se os idosos que geralmente já possuem outros problemas referentes à saúde;2 as gestantes diante das complicações da gestação e do contexto do Coronavírus;3 além de pessoas com hipertensão, diabetes, cardiopatias, doenças respiratórias crônicas, dentre outros problemas de saúde, independente de idade.4

Para o enfrentamento da pandemia do Coronavírus, estão sendo adotadas medidas de prevenção e proteção em diversos setores como na economia, na saúde e na educação. O governo chinês impôs isolamento obrigatório e quarentena em diversas cidades do país. Em Portugal, criou-se hospitais de campanha e apoio financeiro para empresas que necessitam de crédito para sobreviverem.5 O mesmo acontece nos Estados Unidos da América, em que a economia visa atender empresas e pessoas vulneráveis. Na Alemanha se estende os prazos da dívida pública e na Espanha estatizam-se hospitais.6

No Brasil, a realidade não é diferente, o distanciamento social é empregado como uma forma de prevenção.7 Deve-se salientar a importância da diferenciação de termos que muitas vezes são utilizados como sinônimos, entre eles distanciamento social, isolamento e quarentena. O distanciamento social caracteriza-se como uma estratégia para diminuir a interação social entre pessoas de um local, evitando assim a contaminação pelo vírus. O isolamento tem a finalidade de separar a pessoa contaminada do indivíduo não contaminado. Por fim, a quarentena caracteriza-se como o período em que as pessoas sadias são distanciadas.8 Ademais, historicamente o mundo utiliza do isolamento social e da quarentena como uma forma de evitar a contaminação e disseminação de doenças.9

Ao levar em conta o contexto atual, percebe-se a importância do distanciamento e do isolamento social, para prevenir a disseminação do vírus, bem como evitar a superlotação no sistema de saúde. No entanto, cuidados devem ser adotados nessas condições de evitação do contato social, devido ao surgimento de aspectos negativos no que se refere à saúde mental, como por exemplo, o estresse crônico.10

Devido à pandemia do Coronavírus ser uma novidade nos estudos científicos, encontra-se pouca literatura que aborda sobre seus efeitos negativos. Dentre esses estudos, um deles11 é durante o início da pandemia na China, que identificou o nível de ansiedade, depressão e estresse da população correspondia a 28,8%, 16,5% e 8,1%, respectivamente. Além disso, quase a totalidade da população ressaltou o medo de seus amigos e familiares contraírem o vírus. O isolamento pode provocar reações psíquicas como tristeza, estresse e desamparo frente ao contexto atual no qual os sujeitos se encontram. Da mesma forma, o isolamento se torna um fator propício para aumento no nível de cortisol, com isso existe um comprometimento na saúde mental da pessoa isolada, podendo desenvolver sintoma de ansiedade, depressão e problemas de memória.12

Outra consideração a ser feita e que de certa forma atinge a saúde mental do sujeito é o modo como as informações são repassadas. A mídia é necessária e útil nesse período, com a finalidade de transmitir informações claras e seguras à população, mas o que se percebe no cenário atual é que os recursos midiáticos propagam as notícias de maneira negativa, muitas vezes introduzindo medo, ansiedade, insegurança e ameaça ao indivíduo.10

Diante desse contexto, ressalta-se a importância dos profissionais da saúde, entre eles o psicólogo, que tem como função de oferecer suporte psicológico e apoio ao sujeito psiquicamente afetado. Contudo, o isolamento social distancia fisicamente o psicólogo da oferta desse suporte. Nesse sentido, foi necessário estabelecer temporariamente o uso do modelo de atendimento, que se caracteriza como online.13

Cabe destacar, que segundo a Resolução n° 11, de 11 de maio de 2018 é regulamentada a modalidade de atendimento online com o cadastro e autorização do Conselho Regional de Psicologia (CRP). Já a Resolução n°4, de 26 de março de 2020 suspende temporariamente os artigos 3º, 4º, 6º, 7º e 8º da resolução Conselho Federal de Psicologia (CFP) nº 11, de 11 de maio de 2018, que retratam a impossibilidade do atendimento online em questões de urgência, emergência e desastres. Dessa forma, o profissional pode atuar após o cadastro na modalidade online, até a emissão do parecer do CRP.14-15

Na literatura encontrada é perceptível o decaimento da saúde mental dos indivíduos no cenário atual, devido ao alto nível de estresse e ansiedade na quarentena. Relata-se a importância do olhar do poder público para essas condições. Assim, esforços devem ser empregados provindos de todas as áreas do conhecimento, além da Psicologia, para que os resultados na saúde mental pós-pandemia não sejam tão impactantes negativamente.16

O trabalho justifica-se pela necessidade de discutir a atuação do psicólogo e sua importância nas fases pré, inter e pós-pandemia. Assim como, enfatizar as dificuldades do profissional no suporte psicológico que é intensificado em época de distanciamento social. Cabe ressaltar a importância desse artigo, uma vez que, o contexto é novo e desafiador, e a literatura ainda está empobrecida devida à pandemia ser um fenômeno recente que precisa ser entendida e estudada. Ademais, o objetivo do presente artigo é identificar na literatura mundial a atuação do psicólogo na saúde mental da população diante da pandemia ocasionada pelo Coronavírus.

MÉTODO

O artigo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, desse modo, o mesmo foi realizado diante de uma revisão de conteúdos já estudados anteriormente e publicados através de meios escritos e eletrônicos, tais como, artigos científicos, resoluções e livros. No qual, tem como finalidade reunir as informações e os dados que serviram para embasar o tema proposto.17

De mesma forma, permite a identificação, síntese e a produção de uma análise frente aos conteúdos da literatura, no que se refere a uma temática específica. Este estudo foi realizado por meio de cinco etapas fundamentais: formulação do problema, por meio de uma pergunta norteadora; critérios para inclusão/exclusão dos artigos; seleção do período e busca de artigos nas bases de dados; análise e classificação dos materiais achados; apresentação dos resultados encontrados e discussão dos mesmos.18

Partindo da primeira etapa, busca-se compreender o papel do profissional da psicologia frente a saúde mental dos sujeitos durante a pandemia do Covid-19, elegendo-se a seguinte questão norteadora: qual é a atuação do psicólogo na saúde mental da população diante da pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus, conforme a literatura?

Os critérios de inclusão para a construção desse estudo, foram artigos nacionais e internacionais, bem com artigos completos para a análise dos dados e resoluções nacionais. Dessa maneira foram selecionados, somente artigos referentes aos últimos cinco anos, ressaltando que a maioria condiz ao ano de 2020. Já como critérios de exclusão, artigos e resoluções que fugissem da temática ou que não respondessem à questão norteadora.

A revisão ocorreu nos meses de abril e maio de 2020, através de pesquisas realizadas nas plataformas Google Scholar, PepsiCo e Portal Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).  Desse modo, utilizou-se os seguintes Descritores em Ciências da Saúde: Pandemias, Saúde Mental e Medicina do comportamento, sendo realizado o cruzamento simultâneo dos descritores utilizando o booleano “AND” (E) entre eles. Ainda se ressalta que foram utilizados os mesmos descritores para as três plataformas. 

Após a busca nas bases de dados, os conteúdos incluídos no estudo foram classificados e analisados na íntegra. Desse modo, os principais achados foram apresentados na seção resultados em um quadro-síntese com todos os artigos para o estudo.

E por fim, as análises temáticas foram construídas a partir da análise de conteúdo proposta por Minayo,19 no qual apresenta uma sequência: organização, interpretação e categorização dos resultados. Foram discutidos os achados encontrados na literatura em três categorias respectivas: Medo e impactos desencadeados na saúde mental dos sujeitos pela pandemia; Psicologia e atendimento online: a inversão do caminho tradicional da Psicologia em tempos de pandemia; Compreendendo algumas das contribuições do psicólogo no contexto atual.

RESULTADOS

Nesta revisão foram selecionados 17 documentos, destes 82,3% foram publicados em periódicos nacionais e 17,6% foram publicados em periódicos internacionais. Após isso, foi feito um compilamento, que foi apresentado na discussão por meio de três tópicos, como pode ser visto na sequência.

Na Figura 1 é apresentada um fluxograma com os resultados da pesquisa nas plataformas de dados, assim como o total de artigos encontrados, os artigos excluídos e os incluídos para este estudo.

Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos artigos para revisão integrativa

 

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

Considerando cada tópico separadamente, 29,4% dos artigos refere-se a “Medo e impactos desencadeados na saúde mental dos sujeitos pela pandemia”, 41,1% dos documentos ao tópico “Psicologia e atendimento online: a inversão do caminho tradicional da Psicologia em tempos de pandemia” e 29,4% a “Compreendendo algumas das contribuições do psicólogo no contexto atual”. Destacando-se que 29,4% do material foi repetido em mais de um tópico.

No que se refere às bases de dados, 47% no Google Scholar, 29,4% PepsiCo e 23,5% no Portal CAPES. Em relação aos anos, devido à temática ser recente, percebe-se que 70,5% dos artigos condizem ao ano vigente e 29,4% respondem aos últimos cinco anos. Por fim, quanto a categoria metodológica dos artigos, 100% são qualitativos.

No Quadro 1 são apresentadas mais informações sobre os estudos encontrados na literatura: periódico de onde os artigos foram extraídos, ano de publicação, título e o código que se refere às citações no decorrer do estudo.

Quadro 1: Síntese dos principais resultados apresentados na revisão de literatura

PERIÓDICO

ANO DE PUBLICAÇÃO

TÍTULO

CÓDIGO

Q J Med

2020

Mental health in the Covid-19 pandemic.

A119

FIOCRUZ

2020

Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia Covid-19 – Recomendações gerais.

A220

Research, Society and Development

2020

A pandemia de COVID-19, o isolamento social, consequências na saúde mental e estratégias de enfrentamento: uma revisão integrativa.

A37

Estud. Psicol

2020

Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

A421

Estudos de Psicologia

2020

COVID-19 e saúde mental: a emergência do cuidado.

A522

Psicologia em estudo

2020

Psicoterapia online: demanda crescente e sugestões para regulamentação.

A623

CRP

2018

 Resolução do exercício profissional n°11, de 11 de maio de 2018.

A714

 IGT na Rede

2017

A construção do vínculo terapêutico: uma reflexão sob a perspectiva gestáltica.

A824

Psicologia em estudo

2015

Orientação psicológica on-line: percepção dos profissionais sobre a relação com os clientes.

A925

Rev. NUFEN.

2019

Constituição do vínculo terapêutico em psicoterapia online: perspectivas gestálticas.

A1026

Revista Saúde & Ciência Online

2020

 Manual de diretrizes para atenção psicológica nos hospitais em tempos de combate ao COVID-19.

A1113

The International Journal Of Drug Policy

2018

Making multiple 'online counselling’s' through policy and practice: an evidence-making intervention approach.

A1227

Psychiatry Research

2020

 Psychological crisis intervention during the outbreak period of new coronavirus pneumonia from experience in Shangai.

A1328

HU Revista editorial

2020

A psicologia Hospitalar e da saúde no enfrentamento do Coronavírus: necessidade e proposta de atuação.

A1429

International Journal of Environmental Research and Public Health

2020

Immediate psychological responses and associated factors during the initial stage of the 2019 Coronavirus disease (COVID-19) epidemic among the general population in China.

A1511

Comunicação COVID 19

2020

Comunicação difícil e COVID-19. Dicas para adaptação de condutas para diferentes cenários na pandemia.

A1630

Revista debate in psyhiatry

2020

Protocolos para atendimento psicológico em pandemias: as demandas em saúde mental produzidas pela COVID-19.

A1731

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

DISCUSSÃO

Medo e impactos desencadeados na saúde mental dos sujeitos pela pandemia

Em tempos de pandemia pode-se perceber que as pessoas frequentemente ficam em estado de alerta, no qual envolve uma série de sentimentos e sintomas, tais como, nervosismo, preocupação, estresse, incerteza, ansiedade e o medo que deriva da falta de controle frente a uma situação que é do imprevisível.20 Nesse sentido, um terço das pessoas que fazem parte de determinada população exposta a uma pandemia podem vir a desencadear sintomas psíquicos durante o pico de contágio da mesma.21

Nesse sentido, os autores7 abordam que poderá haver muitos casos de efeitos pós-traumáticos após a quarentena. A partir do que foi exposto, entende-se que as consequências frente ao adoecimento mental gerado pelo Coronavírus e pelos múltiplos fatores que o cercam, não se restringem somente ao momento atual, mas sim após a pandemia se extinguir, período no qual poderá ter muitas pessoas ainda em sofrimento mental. Isso precisará ser visualizado e compreendido, pois se refere aos impactos da pandemia a longo prazo.

Desse modo, as repercussões sobre o impacto psicossocial nas vidas dos sujeitos estão diretamente relacionadas com a dimensão dos efeitos da pandemia e o nível de vulnerabilidade das pessoas no momento atual, pois se sabe que a população brasileira e nem o Sistema Único de Saúde, estavam preparados para lidar com essa epidemia.21

Porém, se faz necessário mencionar que nem todos os sintomas psicológicos ou sociais poderão ser denominados como patologias, pois a maioria dos casos que apresentaram sintomas serão classificados como reações esperadas diante de um evento considerado como inesperado. No entanto, o sofrimento não poderá ser negligenciado, o papel do profissional da saúde mental é realizar o acolhimento de qualquer verbalização de angústia. Sendo assim, a pandemia do Coronavírus poderá impactar os indivíduos de diferentes formas.22

O sofrimento mental em função da pandemia tem como principal desencadeador o período que diz respeito ao distanciamento social, isolamento e quarentena. Salienta-se também a importância de evitar a estigmatização de pessoas em tratamento ou curada pelo Coronavírus, com termos como “vítima do Coronavírus” ou “Coronavírus positivo”.23

Psicologia e atendimento online: a inversão do caminho tradicional da Psicologia em tempos de pandemia

Ao analisar o histórico de como o atendimento online foi introduzido no Brasil, verificou-se que foi no início do ano de 2000, que esse formato surgiu como possibilidade. No ano de 2012, já acontecia a Orientação Psicológica Online, mas que se limitava a no máximo 20 sessões por paciente.24 A partir da Resolução CRP n. 11/2018, o atendimento online é atualizado e os profissionais da Psicologia podem oferecer consultas ou atendimentos por diferentes meios de tecnologias de informação e comunicação, sem uma determinação da quantidade de sessão por paciente, desde que se respeite e não fira o código de ética.15

Diante da realidade do Coronavírus no Brasil e no mundo, a utilização das ferramentas online, sem consultas e atendimentos psicológicos intensificam-se. Dessa maneira, pode-se discutir os benefícios e os malefícios da inversão do caminho tradicional da Psicologia diante do contexto atual. Uma das questões fundamentais dentro do âmbito da Psicologia, independente de abordagem, é a vinculação com o terapeuta. O vínculo25 é formado desde o contato inicial com o profissional, estabelecendo uma ligação entre terapeuta e paciente, sendo fundamental para o desenvolvimento da terapia.

Nesse sentido, existem críticas e resistências de algumas pessoas que não aderem a modalidade de atendimento online, por não acreditarem que o vínculo seja estabelecido nesse formato e por temerem que a confidencialidade não seja garantida.26 Por outro lado, inúmeros terapeutas e pacientes aderem a modalidade online e justificam que o vínculo pode ser constituído e mantido, mesmo que virtualmente, possibilitando a boa qualidade da saúde mental.27A Psicologia tem-se colocado à disposição da qualidade de vida das pessoas em época de quarentena. Diante do contexto atual, o que importa é a qualidade terapêutica que vai ser estabelecida com o paciente.13 Deve-se ressaltar a importância dessa modalidade de atendimento ser bem compreendida pelo paciente.28

No que se refere ao universo infantil em tempos de pandemia, muitos pais podem ter dificuldades de explicarem aos seus filhos a severidade da realidade, bem como as crianças podem ter dificuldades de compreender o porquê de não poderem mais ir à praça, encontrar seus amigos ou sair no final de semana. A nova Resolução do CRP,15 defende que o atendimento online para crianças e adolescentes pode ocorrer virtualmente, desde que os pais autorizem. Nesse sentido, podemos nos questionar quanto às dificuldades do psicólogo em realizar o acompanhamento terapêutico virtualmente, visto que as crianças podem ter dificuldades de se manterem muito tempo conectadas no meio virtual.

Além desse formato de atendimento online particular, realizado aos diversos públicos, pode-se destacar ações governamentais e não governamentais que estão sendo realizadas no Brasil e no mundo. Como no caso da China, que possibilitou uma rede remota de atendimentos psicológicos através do ambiente virtual, para todas pessoas em crises psicológicas.29

De toda forma, pode-se entender que a Psicologia na modalidade online é ilustrada como um benefício que tenta acompanhar a realidade da vida moderna, se caracterizando com uma opção prática, eficiente e segura.24

Apesar de algumas dificuldades enfrentadas pelo psicólogo nesse formato, o atendimento online é o modo como a Psicologia adaptou-se para não descuidar da saúde mental do indivíduo, das famílias e da sociedade.

Compreendendo algumas das contribuições do psicólogo no contexto atual

A Psicologia Hospitalar e da Saúde encontra-se diante de uma realidade desafiadora, pois dentro da área da psicologia não freou seus serviços devido a quarentena. Nesse tópico, será discutida a psicologia hospitalar, como um exemplo dos desafios e impasses que a psicologia vem enfrentando durante a pandemia.

Atuar no contexto do Coronavírus é uma novidade, visto que a profissão é deficitária em questões relativas à intervenção psicológica de emergências e desastres, morte e luto e atendimento online. Outra questão desafiante para o tratamento psicológico e que causa sofrimento nos pacientes são os rituais de despedida, impossibilitados devido a contaminação do Coronavírus. Tudo isso pode levar os familiares a passarem por um luto complicado.30 Além disso, ainda no que tange a situação de saúde mental, a população em geral passa por momentos de pânico, medo, estresse, depressão e ansiedade.11

No contexto hospitalar, a atenção da Psicologia está direcionada aos profissionais da área da saúde, que estão atuando na linha de frente para o combate do Coronavírus, bem como para pacientes hospitalizados e seus familiares. Dessa maneira, os psicólogos hospitalares, que compõe a equipe de saúde do hospital, reforçam a atenção psicológica dentro do panorama hospitalar. É importante destacar, que para reduzir os riscos à saúde, os atendimentos aos pacientes de ambulatórios são realizados virtualmente e não mais no leito. No entanto, caso haja necessidade de uma consulta e não de um acompanhamento terapêutico, o psicólogo deve usar máscara e manter uma distância de dois metros do paciente.13

Deve-se salientar que diante da condição atual, o cenário de óbitos aumenta, e isso independe de idade, classe social ou sexo. A linha de frente da saúde vai estar exposta a todo tipo de acontecimento e, dessa forma, é necessário tanto cuidados físicos, quanto cuidados psíquicos desses profissionais.31

Desse modo, algumas intervenções são fundamentais, como promoção do acolhimento, diminuição da ansiedade, ajudar o profissional a se reestruturar diante do contexto, ensinar técnicas de relaxamento e meditação, dentre outras técnicas.13

Ainda no que se refere ao cenário de óbitos, situações difíceis podem surgir porque ninguém está preparado para o enfrentamento de uma situação de crise. Considerando o histórico de mortalidade de outros países, é possível que os recursos hospitalares venham a se esgotar. Nesse sentido, caberão aos profissionais de saúde, através de questões éticas e clínicas, a decisão de quem morre e quem vive.31

Uma situação como essa pode desestabilizar psiquicamente os profissionais da saúde, bem como afetar a saúde mental da família e sociedade. Se faz necessário pensar no tratamento da sociedade, bem como lidar com todas consequências que o contexto coloca e também dar todo apoio e atenção psicológica necessário para os profissionais da saúde, para que possam dar continuidade em seus trabalhos.13

Outra situação nova e difícil é a enfrentada por familiares e pacientes. Diante da condição de contaminado, o paciente não pode receber visitas ou estar próximo de seus amigos e parentes enquanto estiver hospitalizado. A Psicologia juntamente com o restante da equipe de saúde pode minimizar essas angústias fornecendo informações por telefone e tentando promover visitas virtuais na medida do possível.31

A Psicologia Hospitalar e as outras áreas da Psicologia tentam contribuir com o que é possível no momento, no entanto, diante do contexto atual, parece pouco. Faz-se necessário a criação de protocolos de intervenção psicológica não presenciais, que possibilitam a melhora da saúde mental, auxiliam no humor, diminuem o estresse e que tenham um conteúdo de acolhimento mediante ao enfrentamento da situação.22

Desse modo, as ações da Psicologia enquanto intervenção no campo da saúde mental também pode ser adotada para o enfrentamento da crise, visto que se pode criar um plano de tratamento breve para diferentes demandas, de modo a suprir as necessidades emocionais de diferentes grupos.32

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que frente ao contexto da pandemia ocasionada pelo Coronavírus, a atuação do psicólogo difere-se do que normalmente era esperado. Devida à contaminação e disseminação dos vírus, é necessário cuidado e distanciamento do paciente. Essa nova forma de atuação exige adaptação e a tecnologia passa ser um fator positivo, pois aproxima paciente e terapeuta, ainda que virtualmente. Embora não agrade muitos pacientes, que preferem o atendimento presencial para compartilharem suas vivências, medos e sentimentos diante da pandemia, os atendimentos online podem estar sendo a forma de manter a saúde mental de muitas pessoas.

Da mesma forma, os profissionais que não interromperam seus serviços, como os psicólogos que atendem na saúde e no contexto hospitalar, continuam atuando em benefício da saúde mental de seus pacientes. Todavia, a forma de interação é diferenciada, pois é necessário o distanciamento. Além disso, atendimento pode ocorrer, mas no caso do acompanhamento psicológico é sugerido que aconteça de forma virtual. Deve-se ressaltar que o foco do profissional da Psicologia está centrado também nos profissionais da saúde que estão atuando diretamente nos serviços emergenciais.

Por fim, esse estudo teve como limitação o número restrito de conteúdos teóricos no campo da Psicologia, devido ao assunto ainda ser recente. Sendo assim, sugere-se que mais estudos e pesquisas científicas sejam realizadas com esse enfoque, abordando os impactos da pandemia na saúde mental dos sujeitos, assim como os benefícios que a Psicologia pode vir a agregar aos diferentes grupos sociais e os desafios encontrados por esses profissionais.

REFERÊNCIAS

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Data de submissão: 06/06/2020

Data de aceite: 04/07/2020

Data de publicação: 10/07/2020



[1] Discente do curso de Psicologia. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: pamelapsicologia10@gmail.com http://orcid.org/0000-0002-1438-4856

[2] Discente do curso de Psicologia. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: anaclaudiaps14@hotmail.com http://orcid.org/0000-0002-2777-6023

[3] Psicólogo. Doutor em Psicologia Social (PUCRS). Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: felixguazina@hotmail.com http://orcid.org/0000-0002-1683-2317