Souza LB, Schir DG, Soccol KLS, Santos NO, Marchiori MRCT. Estágio curricular supervisionado em enfermagem durante a pandemia de Coronavírus: experiências na atenção básica. J. nurs. health. 2020;10(n.esp.):e20104017
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/19050
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Estágio curricular supervisionado em enfermagem durante a pandemia de Coronavírus: experiências na atenção básica
Supervised curricular internship in nursing during the Coronavirus pandemic: experiences in basic care
Prácticas curriculares supervisadas en enfermería durante la pandemia del Coronavirus: experiencias en atención básica
Souza, Luizi Basso de[1]; Schir, Denise Gonçalves[2]; Soccol, Keity Laís Siepmann[3]; Santos, Naiana Oliveira dos[4]; Marchiori, Mara Regina Caino Teixeira[5]
RESUMO
Objetivo: relatar as experiências de estudantes de enfermagem durante o estágio curricular supervisionado na atenção básica no cenário da pandemia de Coronavírus. Método: relato de experiência desenvolvido por estudantes do curso de graduação em Enfermagem durante o estágio curricular supervisionado em um serviço de atenção básica, no Estado do Rio Grande do Sul. O estágio foi desenvolvido em uma Estratégia Saúde da Família e compreendeu o período de março a maio de 2020. Resultados: as atividades desenvolvidas pelas estudantes mostraram os desafios que envolvem a profissão decorrentes da mudança da rotina, alterações no processo de trabalho, de novos protocolos e a carência de insumos. No entanto, contribuiu na formação da identidade profissional e possibilitou às estudantes a oportunidade de vivenciar experiências no contexto da pandemia. Conclusão: o estágio curricular supervisionado favoreceu o crescimento pessoal, no resgate da autonomia, no exercício da liderança e na tomada de decisão.
Descritores: Educação em enfermagem; Estudantes de enfermagem; Saúde pública; Infecções por coronavírus
ABSTRACT
Objective: to report the experiences of nursing students during the supervised curricular internship in primary care in the setting of the Coronavirus pandemic. Method: experience report developed by undergraduate nursing students during the supervised curricular internship at a primary care service in the State of Rio Grande do Sul. The internship was developed in a Family Health Strategy and it covered the period from March to May 2020. Results: the activities developed by the students showed the challenges that involve the profession resulting from the change in routine, changes in the work process, new protocols and the lack of inputs. However, it contributed to the formation of professional identity and provided students with the opportunity to live experiences in the context of the pandemic. Conclusion: the supervised curricular internship favored personal growth, the recovery of autonomy, the exercise of leadership and decision making.
Descriptors: Education, nursing; Students, nursing; Public health; Coronavirus infections
RESUMEN
Objetivo: informar las experiencias de estudiantes de enfermería durante la práctica curricular supervisada en atención primaria en el contexto de la pandemia de Coronavirus. Método: informe de experiencia desarrollado por estudiantes universitarios de enfermería durante la pasantía curricular supervisada en un servicio de atención primaria en el estado de Rio Grande do Sul. La práctica se desarrolló en una Estrategia de salud familiar de marzo a mayo de 2020. Resultados: las actividades desarrolladas por los estudiantes mostraron los desafíos que involucra la profesión como resultado del cambio en la rutina, cambios en el proceso de trabajo, nuevos protocolos y la falta de insumos. Sin embargo, contribuyó a la formación de la identidad profesional y brindó a los estudiantes la oportunidad de vivir experiencias en el contexto de la pandemia. Conclusión: la práctica favoreció el crecimiento personal, la recuperación de la autonomía, el ejercicio del liderazgo y la toma de decisiones.
Descriptores: Educación en enfermería; Estudiantes de enfermería; Salud pública; Infecciones por coronavirus
INTRODUÇÃO
A formação no Curso de Graduação em Enfermagem, prepara o estudante para enfrentar os desafios decorrentes das mudanças sociais, bem como para o exercício profissional no mercado de trabalho. Para isso, a formação precisa compreender alguns núcleos de competências, que envolvem o cuidado de enfermagem na atenção à saúde humana, a gestão/gerência do cuidado de enfermagem e dos serviços de enfermagem e saúde, a educação em saúde, o desenvolvimento profissional, a investigação/pesquisa em enfermagem e saúde e à docência.1
Para que o estudante desenvolva todas as competências anteriormente citadas, torna-se imprescindível que ele tenha aulas teóricas/práticas e Estágios Curriculares Supervisionados (ECS) nos diferentes serviços de saúde.1 O ECS estabelece um ambiente favorável para o aprendizado da profissão e desenvolvimento de competências necessárias à formação.2
O ECS pode ser desenvolvido tanto em âmbito hospitalar, quanto na Saúde Coletiva. No que se refere ao ECS na Saúde Coletiva observa-se uma atuação na Atenção Primária à Saúde (APS), na qual tem a Estratégia Saúde da Família (ESF) como eixo estruturante de modelo de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). A ESF contribui para a reorganização dos serviços de saúde, por meio da qualificação e humanização da assistência e assegura uma atenção integral aos indivíduos, famílias e coletividades.3
Embora os estudantes tenham uma formação para atuar em distintos contextos, eles não vivenciaram as competências de desenvolvimento do cuidado de enfermagem na atenção à saúde humana e da gestão/gerência do cuidado dos serviços de saúde no contexto de pandemias. Assim, eles estão vivenciando novas experiências diante do cenário da doença ocasionada pelo novo Coronavírus, (COVID-19).
O novo Coronavírus ou Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV2) surgiu em Wuhan, na China no final de 2019 e se espalhou rapidamente por todos os continentes.4 É semelhante ao vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV) no que tange ao seu potencial de patogenicidade, evolução clínica e epidemiologia.5 Se manifesta nas pessoas com sinais e sintomas que incluem febre, tosse, fadiga e sintomas de infecção gastrointestinal.6
A pandemia ocasionada pelo SARS-CoV2 é considerada como uma grave emergência de saúde pública, devido a que os óbitos continuam em ascensão. A preocupação é de que ainda não há diretrizes definitivas para a abordagem terapêutica inicial para as pessoas infectadas e, portanto, muitas estão morrendo.7
A enfermagem assume um importante papel no enfrentamento a COVID-19, pois são os profissionais que permanecem maior parte do tempo prestando assistência aos pacientes, o que aumenta a suscetibilidade de contágio ao vírus.8 Nesse contexto, também insere-se os estudantes de enfermagem, do último ano do curso, que estão atuando na linha de frente a COVID-19.
A importância do estudante de enfermagem tem ganhado visibilidade nacional, o que pode ser evidenciado na Portaria nº 492, de 23 de março de 2020, que convoca os estudantes do último ano para participar de uma ação estratégica, conhecida como "O Brasil Conta Comigo", para o enfrentamento à pandemia do COVID-19.9
Frente à necessidade de distanciamento social e da interrupção das aulas presenciais, a continuidade do ECS em Enfermagem foi garantida por meio da medida provisória nº 934, que assegurou o término do curso ao estagiário durante o período da pandemia. Essa medida, prevê normas de caráter excepcional para o ensino superior durante o enfrentamento da situação de saúde pública atual.10
A permanência dos estudantes de enfermagem nos ECS junto aos serviços de saúde no combate ao COVID-19 produziu importantes experiências e vivências na integralidade do cuidado, na intervenção e prevenção da pandemia frente aos fatores de risco, bem como na promoção da saúde da comunidade. Frente ao exposto, esse estudo tem como objetivo relatar as experiências de estudantes de enfermagem durante o estágio curricular supervisionado na atenção básica (AB) no cenário da pandemia de Coronavírus.
MÉTODO
Trata-se de um relato de experiência, de cunho descritivo-reflexivo sobre as vivências de duas estudantes do curso de graduação em Enfermagem de uma universidade privada do Estado do Rio Grande do Sul no desenvolvimento do ECS, em uma ESF, no contexto da pandemia de COVID-19. O Estágio Supervisionado foi desenvolvido no 8º semestre do curso e compreendeu uma carga horária de 140 horas.
O relato foi descrito pelas professoras supervisoras a partir da observação das estudantes no Estágio e de acordo com a discussão das experiências e vivências nesse período pelas estudantes.
A ESF em que foi desenvolvido o relato está situada em um município da região central do Estado do Rio Grande do Sul. Esse serviço tem uma população adscrita de aproximadamente quatro mil usuários cadastrados. Compreende a Rede de Atenção à Saúde (RAS) do município e atende a população por demanda espontânea e por agendamentos. A experiência compreendeu o período de março a maio do ano de 2020, totalizando 150 horas de ECS no serviço de saúde, e contou com a supervisão direta da enfermeira tutora e indireta da professora preceptora.
A ESF não é referência para o tratamento do COVID- 19, no entanto, é a principal porta de entrada e centro de comunicação com a RAS e, tem como diretrizes a regionalização e hierarquização. Assim, a ESF auxilia na identificação de casos suspeitos e encaminha os usuários para os demais pontos da RAS, quando necessário. Esse relato desenvolve-se a partir das principais vivências de estudantes de enfermagem no ECS, descrevendo os medos, anseios, dificuldades e os desafios da atuação no cenário do COVID-19.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O contexto da pandemia exigiu medidas de distanciamento social e interrompeu as atividades presenciais em escolas e universidades de todo o país. Com a pandemia se alastrando no território e diante da necessidade da força de trabalho, o governo federal emitiu a medida provisória que garante o término do ECS e a conclusão do curso para os estudantes de enfermagem. No entanto, as estudantes tiveram a possibilidade de decidir sobre a sua permanência ou não no serviço de saúde, na qual levaram em consideração a condição de saúde atual, o diálogo com a família e o desejo de atuar nesse cenário. Além disso, elas foram devidamente instruídas pelos professores supervisores e pelos preceptores acerca dos cuidados necessários para evitar os possíveis riscos de contaminação.
A decisão de permanecer no ECS foi devido a que as mesmas consideraram essa atividade como um compromisso social junto à força de trabalho da ESF e da sociedade, em um momento em que é necessário intensificar o combate a COVID-19. A conduta das estudantes vai ao encontro do que se espera na formação do enfermeiro, que seja pautada em princípios éticos, com senso de responsabilidade social e no compromisso com a cidadania.3
Nesse contexto, as estudantes desenvolveram competências e habilidades para a priorização de demandas que requeriam respostas mais urgentes no enfrentamento a COVID-19, de acordo com a realidade e necessidades de saúde da comunidade. O ECS oportuniza, por meio das vivências práticas, conhecer a realidade dos serviços de saúde e desenvolver o raciocínio crítico.11
A possibilidade de observar e vivenciar todas as mudanças na rotina da ESF e dos profissionais, na adaptação de novos protocolos e de fluxos assistenciais, permitiu às estudantes acompanhar, vivenciar e planejar as ações de cuidado e assistência à saúde da população junto à equipe de saúde. Tiveram a possibilidade de vivenciar durante o ECS os desafios que envolvem a profissão e puderam se reinventar nesse contexto. Atuar em um contexto de pandemia fortalece a formação e a identidade profissional.
No que tange assistência à saúde dos usuários, observou-se a importância de manter o vínculo e o acolhimento dos mesmos, tendo em vista que a EPI tem como princípio a universalidade, que possibilita o acesso universal e contínuo aos serviços de saúde de qualidade e resolutivos, e que deve ser a principal porta de entrada dos usuários na RAS.12 O acolhimento e o vínculo facilitaram as orientações de saúde com foco na prevenção de COVID-19 e na promoção da saúde.
Ainda sobre as atribuições dos profissionais na AB, esses precisam contemplar ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e a reabilitação.12 O ECS em Enfermagem na Saúde Coletiva deve priorizar a inserção do aluno em serviços de APS para que tenham vivências práticas de acordo com a realidade do SUS, e que tenham uma formação pautada na promoção, proteção e recuperação da saúde.3
No desenvolvimento do acolhimento e da consulta de enfermagem aos usuários, as estudantes sanavam as dúvidas e reforçavam as orientações de saúde individuais com enfoque educativo. É nesse momento de adversidade que as ações de prevenção de doenças precisam ser intensificadas aos usuários para que seja possível prevenir os agravos à saúde. Em alguns momentos, as estudantes solicitavam a presença de outros profissionais nas interconsultas, bem como o encaminhamento dos usuários para outros pontos da RAS conforme a tomada de decisão.
Também, as estudantes demonstraram sentimentos como o medo de serem contaminadas pela COVID-19 e as incertezas de uma possível evolução da doença. Esses sentimentos foram reforçados pelas atualizações constantes da mídia no que tange ao número de óbitos na população. O excesso de informações gera angústias e ansiedade, que repercutiram na atuação das estudantes. Os dados que evidenciam o adoecimento dos profissionais aumentam constantemente.8
Atuar na linha de frente de um agente invisível é um momento de preocupações, de pressão psicológica e que pode ocasionar problemas mentais aos estudantes, decorrentes do medo, angústias e ansiedades. As estratégias utilizadas pelas estudantes para lidar com as questões emocionais pelo risco de contaminação e morte foi garantida por meio vínculo e diálogo aberto com os enfermeiros preceptores e com os professores supervisores, na qual elas tinham liberdade de expressar os sentimentos e angústias bem como, de expressar sobre o desejo de suspender o ECS. A partir disso, por meio da escuta ativa buscava-se estratégias para amenizar esses sentimentos. Cabe lembrar que nenhuma das estudantes expressou desejo de se afastar do serviço.
Aliado ao medo de adoecer, as estudantes demonstraram receio de propagar o vírus aos demais familiares, o que resultou de um distanciamento social desses. No entanto, adotaram as medidas de preocupações orientadas por protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. A pandemia permitiu às mesmas refletirem sobre a importância desses órgãos regulamentadores e dos protocolos para a uma assistência adequada e segura aos usuários e profissionais de saúde.
A adequação aos novos protocolos foi uma das dificuldades que as estudantes vivenciaram, pois estes mudavam constantemente, como exemplo citam-se os fluxos assistenciais de atendimentos aos usuários que por ora não deveriam procurar a ESF e, que depois sofreu alterações e a AB passou a ser incorporada para facilitar o diagnóstico de casos suspeitos. Deste modo, as estudantes perceberam que as alterações nos fluxos assistenciais na RAS dificultavam o exercício do cuidado. Ainda, observaram que o modelo de atendimento por telemedicina é um desafio para os usuários da ESF devido a que esses já possuíam vínculo com a equipe de seu território.
Nesse contexto, também surgiram as preocupações das estudantes sobre as questões sociais que se exacerbam na pandemia, pois algumas pessoas não possuíam acesso a meios de comunicação para a busca de informações e pela assistência da telemedicina. Ainda, algumas precisavam buscar atendimento médico fora do seu território, o que implica em gastos com transporte.
Quanto à alteração na rotina das estudantes, foi necessária uma adaptação ao uso de máscara, que se tornou obrigatório nos serviços de saúde. Isso exigiu delas que aprofundassem os estudos sobre o manuseio e os cuidados com esse Equipamento de Proteção Individual (EPI). Ainda, observaram a pouca disponibilidade desse EPI aos profissionais da RAS, o que evidenciou as fragilidades de ser profissional de saúde no país e nesse contexto.
O fornecimento de EPI nos serviços de saúde é dever do Estado, na qual os governos precisam se movimentar para que a indústria brasileira responda a estas necessidades. No entanto, não é isso que está sendo vivenciado no país, pois houve um aumento nos preços, aliado ao aumento do consumo, o que ocasionou o desabastecimento. Também, o Brasil depende de outros países, como da China, para a compra dos mesmos.13
Diante do término desse EPI o serviço precisa encerrar temporariamente as atividades para garantir a segurança dos profissionais, o que culmina com a preocupação com a saúde dos usuários diante da possibilidade de ficarem sem assistência à saúde no território e sobre a importância da gestão dos serviços de saúde. O gerenciamento de recursos humanos, materiais, físicos e financeiros tornou-se um desafio para a gestão dos serviços.14 É importante discutir as funções e condições de trabalho para a reflexão sobre a organização do sistema de saúde e o modo de atuação para enfrentar epidemias e pandemias.8
A inserção das estudantes no ECS em Enfermagem na AB permitiu às mesmas uma aproximação com a realidade. Além disso, possibilita uma troca de conhecimentos entre estudantes e os enfermeiros desses serviços,15 bem como a vivência de relações interpessoais, de trabalho multiprofissional e os desafios e conflitos que permeiam os serviços de saúde.16
A participação das estudantes na ESF contribuiu para suprir as demandas extras de atendimentos e de reorganização do serviço para pandemia. Elas forneceram orientações em saúde no momento em que a equipe estava envolvida com as demais atividades. Assim, contribuíram para a organização do processo de trabalho e para a promoção da saúde e prevenção de doenças dos usuários.
O ECS é um momento para que o estudante, por meio do conhecimento teórico, execute na prática a tentativa de mudar a realidade, tanto do serviço em que está inserido, como a si próprio. Assim, construirá o perfil de um profissional crítico e reflexivo.2
A realização do ECS em um contexto desconhecido favoreceu o desenvolvimento dessas competências e de estratégias de enfrentamento aos medos e inseguranças bem como, o empoderamento das estudantes. Isso vai ao encontro do que se espera da enfermeira, de que exerça um papel de excelência e liderança, que seja criativo e inovador, que saiba tomar decisões e desenvolva o cuidado com ética e qualificação.17 É somente na prática que o estudante consegue desenvolver as habilidades fundamentais para o seu aprendizado e atuar com competência na clínica e que seja de qualidade.18
O enfermeiro recém-formado normalmente manifesta insegurança e ansiedade, pois vivencia um período de transição de papéis, que envolve o sair da academia e ocupar um espaço no mercado de trabalho.17Atuar em um contexto de pandemia proporcionou para as estudantes romper com sentimentos negativos que podem interferir no aprendizado e na formação da identidade profissional.
O conhecimento apreendido no ECS, mesmo que diante de situações negativas são aprendizados significativos.16 As experiências apreendidas durante a pandemia são imprescindíveis para a elaboração de estratégias de enfrentamento de outras pandemias que poderão ocorrer.8
As estudantes ao realizarem o ECS durante a pandemia de COVID-19 na APS, tiveram a possibilidade de ampliar a sua autonomia, liderança e de tomada de decisão no exercício com o cuidado de si e dos usuários, bem como o fortalecimento das relações interpessoais com a equipe de trabalho. O ECS em Enfermagem na AB contribuiu para o desenvolvimento profissional e para o fortalecimento da educação.
CONCLUSÃO
O ECS em Enfermagem na AB no contexto da pandemia colaborou na formação das estudantes, proporcionando novas experiências e aprendizados impostos pelo momento. As alterações na rotina e nas condutas exigiu das estudantes uma rápida capacidade de adaptação e de reorganização na sua atuação. Também, contribuiu para a formação da identidade profissional e no crescimento pessoal.
Enfrentar os desafios, medos e angústias decorrentes da pandemia de COVID-19 demonstrou o desenvolvimento de estratégias pessoais de enfrentamento que os estudantes precisam ter para ser um enfermeiro ativo e criativo no mercado de trabalho e para desempenhar seu papel com excelência.
Conhecer a realidade de ser um enfermeiro na AB, bem como os desafios no que tange as dificuldades da organização, da gestão, e diante da escassez de recursos humanos e materiais ampliou a reflexão sobre as necessidades de melhorias no processo de trabalho e na valorização dos profissionais que atuam na AB.
REFERÊNCIAS
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Data de submissão: 20/06/2020
Data de aceite: 11/07/2020
[1] Discente do curso de Enfermagem. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: luizibasso20@gmail.com https://orcid.org/0000-0002-8628-4301
[2] Discente do curso de Enfermagem. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: denisegsmello@gmail.com https://orcid.org/0000-0001-9948-8322
[3] Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: keitylais@hotmail.com https://orcid.org/0000-0002-7071-3124
[4] Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: naiaoliveira07@gmail.com https://orcid.org/0000-0002-5439-2607
[5] Enfermeira. Doutora em Ciências. Universidade Franciscana (UFN). Rio Grande do Sul (RS), Brasil. E-mail: mara.marc@hotmail.com https://orcid.org/0000-0001-9412-7755