ARTIGO ORIGINAL

Plantas medicinais utilizadas por hipertensos e diabéticos em um município da Região Sul do Brasil

Medicinal plants used by hypertensive and diabetic people in a city in southern Brazil

Plantas medicinales utilizadas por pacientes hipertensos y diabéticos en una ciudad del sur de Brasil

Peres Junior, Odir Victoria[1]; Ceolin, Teila[2]; Bonow, Camila Timm[3]; Gomes, Marcela Polino[4]; Fonseca, Roberta Araújo[5]; Mercali, Laura Mariana Fraga[6]

RESUMO

Objetivo: conhecer as plantas medicinais utilizadas por hipertensos e/ou diabéticos, residentes na área urbana do município de Herval, Rio Grande do Sul. Métodos: estudo qualitativo realizado no município de Herval, Rio Grande do Sul, com 10 pessoas portadoras de hipertensão e/ou diabetes. A coleta de dados ocorreu em 2016, por meio de entrevista semiestruturada e registro fotográfico. As entrevistas foram analisadas por meio da proposta operativa. Resultados: a maioria dos participantes apresentava idade superior a 60 anos. Foram citadas 26 plantas, sendo oito para o tratamento da hipertensão, cinco para o controle da diabetes e três para ambas as patologias. Conclusão: as plantas medicinais possuem propriedades que auxiliam no cuidado da hipertensão e do diabetes. Destaca-se a importância de dialogar com os usuários sobre as plantas utilizadas, assim como sua valorização, promovendo a união entre o conhecimento popular e científico. 

Descritores: Plantas medicinais; Hipertensão; Diabetes mellitus; Enfermagem

ABSTRACT

Objective: cognize the medicinal plants used by hypertensive and/or diabetic people who live in the urban area in the city of Herval, Rio Grande do Sul. Methods: qualitative study carried out in the city of Herval, Rio Grande do Sul, with 10 people diagnosed with hypertension and/or diabetes. Data collection took place in 2016, through semi-structures interviews and photographic record. The analysis of the interviews was performed through operative proposal. Results: most participants were over 60 years of age. 26 plants were cited, eight were indicated for the treatment of hypertension, five for the control of diabetes and three for both pathologies. Conclusion: it was observed that medicinal plants have properties that help in the care of hypertension and diabetes. The importance of dialoguing with users about the plants used is highlighted, as well as their valorization, promoting the union between popular and scientific knowledge.

Descriptors: Plants, medicinal; Hypertension; Diabetes mellitus; Nursing

RESUMEN

Objetivo: conocer las plantas medicinales utilizadas por las personas hipertensas y/o diabéticas que viven en el área urbana del municipio de Herval, Rio Grande do Sul. Método: estudio cualitativo realizado en el municipio de Herval, Rio Grande do Sul, con 10 personas con hipertensión y/o diabetes. La recolección de datos se realizó en 2016, mediante entrevistas semiestructuradas y registro fotográfico. Las entrevistas se analizaron mediante propuesta operativa. Resultados: la mayoría de los participantes tenían más de 60 años. Se mencionaron 26 plantas, ocho para el tratamiento de la hipertensión, cinco para el control de la diabetes y tres para ambas patologías. Conclusión: las plantas medicinales tienen propiedades que ayudan en el cuidado de la hipertensión y la diabetes. Se destaca la importancia de dialogar con los usuarios sobre las plantas utilizadas, así como su valorización, promoviendo la unión entre el conocimiento popular y científico.

Descriptores: Plantas medicinales; Hipertensión; Diabetes mellitus; Enfermería

INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional e a elevação na prevalência dos fatores de risco, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), configuram-se como fatores relevantes de morbimortalidade para Doenças Cardiovasculares no Brasil.1  

A HAS e DM como condições crônicas requerem cuidados contínuos, como acompanhamento e orientações realizadas pela equipe de saúde, com intuito de incentivar mudanças nos hábitos de vida. As ações de educação em saúde em grupo ou individuais, na atenção básica, colaboram para aproximação dos profissionais com a comunidade, além de promoverem a conscientização da população sobre a sua condição de saúde.2

Entre as práticas de cuidado utilizadas pelas pessoas portadoras de HAS e/ou DM, estão as plantas medicinais. Embora esta prática seja acessível, visto que as plantas podem ser encontradas no espaço residencial, além de poderem ser associadas ao tratamento farmacológico convencional, é necessário o acompanhamento pelos profissionais de saúde para o reconhecimento, manejo e aplicação corretos das plantas medicinais, a fim de que hipertensos e diabéticos realizem o cuidado à saúde com segurança.3-4

 Estudo realizado no nordeste brasileiro, com 122 participantes com diagnóstico de hipertensão e/ou diabetes, constatou que a maioria (62,3%) dos entrevistados já fez e/ou fazia uso de plantas medicinais concomitante ao seu tratamento. Porém, dentro desse grupo 78,3% dos usuários admitiram não relatar esse uso aos profissionais de saúde.4

Para que este conhecimento seja utilizado de forma correta e segura, o Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, na forma do Decreto Presidencial nº 5.813, a qual tem como objetivo “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”.5:2

Em 2017, no Estado do Rio Grande do Sul (RS), foi aprovada a Portaria Secretaria Estadual de Saúde do RS/588, que institui a Relação Estadual de Plantas Medicinais de importância para o Sistema Único de Saúde, a qual busca listar as plantas mais utilizadas no estado e, dessa forma, incentivar o uso racional de plantas medicinais.6

Sabe-se que a troca de saberes populares e conhecimentos científicos tem se mostrado cada vez mais palpável e fundamentada, embasando e incentivando o uso de plantas medicinais no cuidado à saúde. Sendo assim, o enfermeiro pode desenvolver ações de educação em saúde, a exemplo das atividades nos grupos de hipertensos e diabéticos, visando à troca de saberes e à construção do pensamento crítico sobre as situações de saúde vividas, incluindo o cuidado à saúde com as plantas medicinais.3

Em vista disso, percebe-se a importância de reconhecer as percepções e o conhecimento da comunidade acerca do uso das plantas medicinais no cuidado à saúde. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo conhecer as plantas medicinais utilizadas por hipertensos e/ou diabéticos, residentes na área urbana do município de Herval, RS.

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo do tipo exploratório e descritivo,7 o qual foi realizado no município de Herval, RS. Herval possui aproximadamente 6.821 habitantes, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2019. Localiza-se ao Sul do estado do Rio Grande do Sul e tem como principal fonte de renda a agricultura e a pecuária.8

Conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, competência de outubro de 2021, o município conta com três equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), as quais realizam atendimento misto, em área urbana e rural, atingindo 100% de cobertura do município.

Os critérios de inclusão dos participantes foram: residir na área urbana de uma das três equipes de ESF; ter diagnóstico de hipertensão e/ou diabetes; ser indicado(a) por um Agente Comunitário de Saúde (ACS) de uma das três equipes de ESF como indivíduo que utiliza planta medicinal no cuidado para hipertensão e/ou diabetes.

Foram entrevistadas todas as pessoas indicadas pelos ACS, portadoras de hipertensão e/ou diabetes, que utilizavam plantas medicinais no cuidado das patologias, totalizando 10 participantes. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a abril de 2016.

Após a indicação dos participantes, foi realizada uma visita domiciliar para saber sobre o interesse e a disponibilidade em participar do estudo. No primeiro encontro, o pesquisador, juntamente com um ACS, fez a apresentação da pesquisa ao potencial participante, e havendo interesse era agendado um segundo encontro ou se realizava naquele momento a entrevista. A coleta de dados ocorreu no domicílio de cada participante, sendo acompanhada pelos ACS.

Foi realizada uma entrevista semiestruturada gravada, a qual era composta de: quatro perguntas com objetivo de contextualizar o perfil dos participantes (nome fictício, idade, escolaridade e diagnóstico de HAS e/ou DM) e seis questões norteadoras? Para o(a) senhor(a) o que é saúde? Para o(a) senhor(a) o que é doença? O(a) senhor(a) considera-se uma pessoa doente? Quais são os cuidados em saúde que o(a) senhor(a) realiza? Quais plantas medicinais o(a) senhor(a) utiliza para hipertensão e/ou diabetes? Qual a forma de preparo destas plantas medicinais? Para esse artigo utilizaram-se as informações sobre o perfil dos participantes e acerca de quais plantas foram utilizadas.

Além disso, para coleta das informações sobre as plantas medicinais foi usado um instrumento com as seguintes informações: nome popular da planta, indicações, parte utilizada, modo de preparo, modo de uso e número da foto, além do registro fotográfico.

No decorrer da entrevista, foi indagado se as plantas medicinais mencionadas eram cultivadas na propriedade, para então ser realizada uma caminhada, ainda durante o encontro, juntamente com o participante, para observação sistemática das plantas medicinais, com registro fotográfico para posterior identificação delas. A identificação foi realizada por uma docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, com experiência há 13 anos em plantas medicinais. Os nomes científicos das plantas foram conferidos com base em repositórios de informações botânicas (Flora do Brasil; Trópicos) e bibliografia especializada conforme nomes populares relatados.

 As entrevistas foram analisadas por meio da análise operativa de Minayo7 a qual desdobra-se em três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e interpretação. As entrevistas foram transcritas de forma literal, sendo digitadas em arquivo no Microsoft Word®. Posteriormente, os dados foram organizados por grupos temáticos a partir das perguntas realizadas durante a entrevista.

Neste estudo foi respeitada a Resolução nº 466/12 de competência do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, que emana diretrizes sobre pesquisa com seres humanos. O projeto foi enviado à Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, com o parecer nº 1.376.172, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 51202515.3.0000.5316. Para manter o anonimato, os participantes optaram por serem identificados pelos seus nomes, ao invés de nomes fictícios, proposto inicialmente, seguido da idade. Exemplo: Roberto, 67a.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 10 pessoas com o diagnóstico de HAS e/ou DM, residentes na área urbana. A maioria apresentava idade superior a 60 anos de idade e não possuía o ensino fundamental completo (Quadro 1). Entre os participantes, cinco referiram ter HAS, dois DM e três ambas as patologias.

Quadro 1: Contextualização dos participantes da pesquisa. Herval, RS, 2016.

Identificação

Idade

Escolaridade

Diagnóstico

Adão

85 anos

Não informado

HAS e DM

Alfredo

59 anos

Ensino fundamental

HAS

Clareci

62 anos

Licenciatura em Educação Artística

HAS

Edmar

68 anos

Ensino fundamental incompleto

HAS

Eliza

47 anos

Ensino médio

HAS e DM

Eneida

64 anos

Não alfabetizado

HAS e DM

Eni

66 anos

Ensino fundamental incompleto

HAS

Maria

64 anos

Ensino fundamental incompleto

DM

Neida

67 anos

Ensino fundamental incompleto

DM

Rui

73 anos

Ensino fundamental incompleto

HAS

Fonte: dados da pesquisa, 2016.

Em outras pesquisas identificou-se a prevalência de participantes com mais de 60 anos e de baixa escolaridade,4-9 e a importância da família na transmissão do conhecimento acerca das plantas medicinais.10 Os participantes referiram 26 plantas medicinais (Quadro 2), entretanto, neste artigo serão abordadas as plantas indicadas para o tratamento de HAS, DM e sintomas associados, totalizando 21. Entre essas plantas, oito foram indicadas para o tratamento da HAS, cinco para o controle do DM e três para ambas as patologias. Entre as plantas citadas, os participantes também destacaram o uso de cinco plantas medicinais com propriedades calmantes, tranquilizantes, diuréticas e que auxiliam na redução do colesterol, podendo essas serem aliadas aos tratamentos da HAS e/ou DM. Para algumas plantas medicinais não foi possível realizar a identificação taxonômica de gênero e/ou espécie, devido à ausência da planta na residência dos participantes, ou por não apresentarem flores ou frutos, no momento da coleta de dados.

Quadro 2: Plantas medicinais referidas pelos participantes da pesquisa. Herval, RS, 2016. 

Nome popular

Nome científico

Parte utilizada

Indicação

abacate

Persea americana Mill.

folha

Diabetes

alecrim

Rosmarinus officinalis L.

ramo com folhas

Pressão alta

anis

Ocimum selloi Benth.

folha

(1) Calmante; (2) Pressão alta

araçá

Psidium sp.

folha

Gota

babosa

Aloe arborescens Mill.

folha

(1) Expectorante; (2) Feridas; (3) Queda de cabelo; (4) Problemas na pele

babosa

Aloe sp.

folha

(1) Feridas; (2) Hemorroidas; (3) cabelo

bálsamo

s.i.

folha

(1) Dor de ouvido; (2) Olhos

carqueja-branca

Baccharis sp.

folha/ cachopa de sementes

(1) Hipertensão; (2) Estomago

carvalho

s.i.

folha

Pressão alta

cidreira ou cidró

Cymbopogon citratus (DC) Stapf

folha

Relaxante

chapéu-de-couro

s.i.

folha

Colesterol alto

chuchu

Sechium sp.

folha

Hipertensão

cidrão

Aloysia triphylla Royle

folha

Calmante

couve

Brassica oleracea L.

talo da folha

Pressão alta

erva-cidreira

Melissa officinalis L.

folha

Calmante

insulina

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski

folha e flor

Diabetes

jambolão

Syzygium cumini (L.) Skeels

folha

Para emagrecer

Diabetes

lima

Citrus sp.

folha

Pressão alta

lima-azeda

Citrus sp.

folha

(1) Diurético; (2) Pressão alta; (3) Diabetes

maracujá

Passiflora edulis Sims

casca do fruto

Indicada para baixar o colesterol alto

marcela

Achyrocline satureioides

(Lam.) DC.

flor

(1) Diabetes; (2) Hipertensão

mil-e-um

Achillea millefolium L.

ramo

Estômago

multa ou murta

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg

folha

Pressão alta

pata-de-vaca

Bauhinia sp.

folha

(1) Pressão alta; (2) Diabetes; (3) Diurético

solda-de-pitangueira

Eubrachion ambiguum (Hook. & Arn.) Engl.

talo

Diabetes

tripa-de-galinha

Ambrosia sp.

folha

Diabetes

(s.i.) Não foi possível realizar a identificação taxonômica.

Fonte: dados da pesquisa, 2016.

A diversidade de plantas citadas pelos participantes evidencia a busca por tratamento complementar no cuidado à saúde. Dessa forma, este artigo irá apresentar a relação entre o saber popular relatado pelos participantes deste estudo, e das pesquisas científicas, as quais investigam os efeitos de cada planta. Para as plantas medicinais referidas popularmente, como carvalho e chapéu-de-couro não foi possível realizar a identificação taxonômica e diante disso, apresentar estudos científicos.

Para o tratamento complementar da hipertensão os participantes referiram utilizar as seguintes plantas: alecrim, anis, carqueja-branca, carvalho, chuchu, couve, lima e murta/multa, conforme alguns relatos a seguir:

O alecrim se usa para a pressão alta, que ela baixa, eu uso o galho com as folhinhas e boto no mate. Tudo é no chimarrão. (Alfredo, 59a)

A marcela, a carqueja-branca para baixar a pressão. [...] tenho em casa. (Maria, 64a)

Eu uso geralmente a murta ou a folha do chuchu para a hipertensão [...], elas em mim fazem o mesmo efeito. Então se eu tenho chuchu eu uso chuchu, senão eu uso a murta. Eu uso o que eu tenho porque o efeito me faz a mesma coisa. (Clareci, 62a)

Em harmonia ao que foi referido, um estudo evidenciou que o alecrim possui ação hipotensora, inibindo a atividade da enzima conversora da angiotensina (ECA), como também efeito hipoglicemiante.11 Já em outra pesquisa, realizada em ratos com hipercolesterolemia induzida, demonstrou que os extratos fenólicos do alecrim apresentaram uma atividade antioxidante diante da condição patológica.12

O anis, Ocimum selloi, foi citado pelos participantes para o controle da hipertensão, além de ter propriedades relaxantes e calmantes. Em conformidade ao que foi mencionado, o anis possui atividade anti-hipertensiva, bem como potencial ansiolítico quando relacionado a hipertensão.13 Diante disso, é interessante destacar a junção dos potenciais do anis, pois englobam tanto as esferas fisiopatológica da HAS, como também a emocional, a qual está relacionada ao cuidado da hipertensão.

Constatou-se que a carqueja, Baccharis trimera, possui potencial antidiabético através da redução da glicemia e pelo aumento dos níveis da insulina. Além de apresentar atividade antioxidante, diminuindo os danos relacionados ao DM.14

Em concordância com o uso popular, um estudo realizado com os frutos do chuchu, Sechium edule, demonstrou que possui efeito hipotensor e diurético. Essa propriedade terapêutica dá-se, possivelmente, pelo efeito antagonista do receptor AT1 de angiotensina II.15 Além da atividade hipotensora, através do consumo de sua matéria seca, diminui os níveis de ácido úrico, creatinina, enzimas hepáticas e o estresse oxidativo, bem como aumenta o número de antioxidantes totais do sangue.16

Outra planta citada para o manejo da hipertensão foi a couve, Brassica oleracea. Entretanto, quando confrontado com a literatura, a couve apresentou efeito hipoglicemiante comprovado, uma vez que o extrato etanólico da planta impediu efetivamente o aumento da concentração sérica da glicemia em ratos com diabetes tipo 2.17 Sendo assim, o uso da B. oleracea pelos entrevistados como agente hipotensor não pôde ser confirmado.

Um estudo realizado em ratos, demonstrou que as cascas dos cítricos possuíam efeito hipoglicêmico e hipocolesterolêmico diretamente proporcional a quantidade de nobiletin (um tipo de flavonóide) presentes nas cascas. A lima (Citrus sp.) teve sua eficácia comprovada atuando contra a diabetes e o colesterol alto.18

A murta, Blepharocalyx salicifolius, foi a planta medicinal mais citada no cuidado à saúde, sendo utilizada pelos participantes como agente hipotensor. Contudo, um estudo recente realizado em ratos, evidenciou que a murta possui efeitos antitussígeno, broncodilatador e antiespasmódico.19

Para o tratamento complementar da diabetes mellitus, os participantes referiram as seguintes plantas: abacate, insulina, jambolão, solda-de-pitangueira e tripa-de-galinha, podendo ser observadas nas falas apresentadas:

O abacate esse tenho ali. Pego quatro folhas, água, bota ali, abafa e depois toma. [...] eu não posso com a fruta, para quem tem gordura no sangue, o abacate contém muita gordura. Uma ‘baita’ [grande] vitamina, mas é forte de verdade, no meu caso não serve. Aí se faz o chá para a gente (diabéticos), a fruta para mim não serve, só a folha. (Adão, 85a)

[...] eu tomei antes desses, o chá da insulina, da folha da insulina. As folhas e as flores também podem ser usadas e preparadas na mesma infusão [...]. Só que esse é mais forte, porque tem que tomar umas quatro xícaras por dia só, ela é muito forte. (Eliza, 47a)

A solda-da-pitangueira, esse aí é o chá que eu tomo, esse aí a gente toma um chazinho depois do almoço [...]. É usada para o açúcar, e diz que, eu não vou dizer que eu tomo para isso aí não, porque eu tomo para diabetes [...]. Até para a próstata dizem que é bom, isso aí [...], diz que até cura. (Eneida, 64a)

A eu vou dizer pata-de-galinha, ela foi me dada por tripa-de-galinha, mas ela tem o jeitinho da pata-da-galinha. [...] eu tomo só o chá depois do meio-dia, morninho e deu [...]. Só um chá e ela já baixa bastante (glicemia), para mim assentou muito bem. (Neida, 67a.)

Em consonância ao que foi referido, uma pesquisa demonstrou que o extrato da folha do abacate, Persea americana, possui efeito hipoglicemiante, inibindo a atividade de enzimas com papel essencial na digestão de carboidratos. Como também, diminuindo os riscos do desenvolvimento de complicações pela DM, através da inibição de enzimas que, devido à condição patológica, causavam estresse oxidativo.20

Um estudo farmacológico com a insulina, Sphagneticola trilobata, realizado com o isolamento do estigmasterol do extrato hexânico das folhas da planta, apresentou a capacidade de diminuir o colesterol Low-Density Lipoprotein (LDL) e os triglicerídeos no soro sanguíneo humano.21

Outra planta mencionada foi o jambolão, Syzygium cumini, cujo estudo desenvolvido com ratos diabéticos comprovou, além do efeito anti-hiperglicêmico e hipotensor,22 a recuperação da tolerância periférica à glicose no organismo e seu efeito antioxidante.23 Ademais, outros estudos evidenciaram o S. cumini como uma planta com potencial antimicrobiano, capaz de inibir o crescimento de Candida albicans.24

Para as plantas tripa-de-galinha e solda-de-pitangueira não foram encontradas comprovações científicas acerca dos efeitos referidos pelos participantes. Isso não quer dizer que as plantas não tenham os benefícios referidos, porém ainda não há pesquisas que investigaram sobre elas.

Ademais, os participantes mencionaram o uso de três plantas que possuíam propriedades tanto no controle da diabetes, como da hipertensão: lima-azeda, marcela e pata-de-vaca, como pode ser observado nas falas em seguida:

[...] pata-de-vaca, mas não pode ser toda folha também, porque baixa mais rápido o açúcar do que a insulina e que a lima-azeda. Vamos dizer que em um litro d’água uma metade de folha grande de pata-de-vaca [...]. Ela é diurética, para a pressão alta também, serve, para as duas coisas. [...] Dá para tomar umas duas vezes por dia só [...], de toda a mais forte é a pata-de-vaca. (Eliza, 47a)

A principal é a marcela para a pressão, eu uso muito a marcela [...]. Eu uso no chimarrão e às vezes quando eu sinto que minha pressão está alta ou qualquer coisa assim eu faço chá, coloco ela e boto um pouco d’água quente. Eu já a tenho seca, só tomo chá de erva seca. (Rui, 73a)

Como referido anteriormente, um estudo identificou potencial hipoglicêmico e hipocolesterolêmico das plantas cítricas.18 Uma pesquisa desenvolvida em camundongos com colite ulcerativa induzida, evidenciou que a marcela, Achyrocline satureioides, possui atividade anti-inflamatória, pois preservou a camada da mucosa intestinal e regulou a ativação dos mediadores pró e anti-inflamatórios.25 Não foram encontradas pesquisas que comprovassem os efeitos referidos pelos participantes.

Estudo26 identificou que a pata-de-vaca, Bauhinia forticata, possui efeito hipotensor, depurativo e utilizado para o controle de diabetes. Entretanto, a mesma pesquisa constatou que a sua propriedade terapêutica é evidenciada somente após a ingesta da infusão 4x ao dia.

Os participantes também referiram duas plantas com intuito de “baixar o colesterol alto”: chapéu-de-couro e maracujá. Em relação à primeira, não foi possível realizar a identificação taxonômica, o que impediu a busca de evidências científicas quanto aos efeitos da planta.

O maracujá, Passiflora edulis, é frequentemente citado como sedativo leve e pelo seu efeito hipotensor, porém, um estudo27 comprovou através de análises histológicas, a eficácia da polpa do maracujá, juntamente com a semente, como terapia complementar no tratamento de colesterol elevado.

Também foram referidas três plantas utilizadas como relaxantes e calmantes: cidreira ou cidró, cidrão e erva-cidreira. É pertinente ressaltá-las devido à necessidade do uso pelos participantes, pois atuam no seu estado emocional podendo auxiliar no controle da hipertensão.

É bom erva-cidreira [...], é bom também porque acalma, é bom para a pressão alta quem tem [...], ele acalma e a pressão, claro, vai baixando [...]. Assim como anis também. (Eni, 66a)

[...] cidrão, dá uma folha comprida, é bom também para isso aí. É um relaxante, ele acalma e é muito bom também para a pressão. (Eni, 66a)

Apesar de estudos já comprovarem o cidró, Cymbopogon citratus, como relaxante, em uma pesquisa recente,28 desenvolvida em ratos Wistar, evidenciou-se que o C. citratus tem efeito antidiabético, melhorando o perfil glicêmico, assim como a funcionalidade das células β do pâncreas e diminuindo a resistência à insulina.

Em estudos realizados,29-30 tanto a Aloysia triphylla Royle quanto a Melissa officinalis L. demonstraram propriedades ansiolíticas.

Ao explorar as plantas medicinais utilizadas pelos participantes do estudo e suas indicações, foi possível observar que das 21 plantas referidas para o controle da HAS, DM e/ou de seus sintomas associados, 14 plantas foram comprovadas por estudos científicos. Entre as 14, três possuem efeito anti-hipertensivo e hipoglicemiante (alecrim, jambolão e pata-de-vaca); uma com ação anti-hipertensiva (chuchu); uma com ação anti-hipertensiva e calmante (anis); cinco com propriedades hipoglicemiantes (carqueja, lima, lima-azeda, couve e abacate); uma com ação hipoglicemiante e sedativo leve (cidró); uma com efeito calmante e para hipercolesterolemia (maracujá); e duas com ação calmante (cidrão e erva-cidreira), influenciando no controle da pressão arterial, quando seu aumento ocorre por situações emocionais estressantes.

Ademais algumas plantas também possuem ação antioxidante (alecrim, carqueja, chuchu e jambolão) e com potencial para o tratamento de dislipidemias (lima, lima-azeda e insulina).

Já as principais limitações encontradas, foram, inicialmente, a falta de apoio por parte da equipe de saúde, assim, dificultando o acesso à comunidade. Como também, o número limitado de participantes, podendo ser devido ao critério de inclusão que considerava a indicação dos ACS. Além disso, a escassez de estudos atualizados sobre a temática também foi considerada uma barreira pelos autores. Como a indisponibilidade de algumas plantas na residência dos participantes, impossibilitando a identificação taxonômica.

Assim sendo, a perceptível demanda por parte dos participantes demonstra a necessidade de abordagens acerca do tema de plantas medicinais, sobretudo por parte dos profissionais, conhecendo o contexto da comunidade, suas práticas de cuidado à saúde e necessidades, de modo a integrar o uso das plantas medicinais no cuidado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo possibilitou conhecer as plantas medicinais utilizadas no cuidado à saúde por pessoas com diabetes e/ou hipertensão residentes na área urbana de Herval, RS.  Dessa forma, foi possível observar que as plantas medicinais citadas pelos usuários possuem diversas propriedades que auxiliam no cuidado à saúde. Diante disso, destaca-se a importância de dialogar com os usuários sobre as plantas utilizadas, bem como saber valorizar este cuidado, uma vez que é comprovada cientificamente a eficácia da maioria das plantas medicinais para os sintomas mencionados.

Assim sendo, faz-se necessária a realização de pesquisas futuras com foco na temática, aprofundando-se nas dificuldades da equipe de saúde em incluir as plantas medicinais no processo de cuidado, assim como nas estratégias acessíveis para a divulgação dos achados científicos dos efeitos das plantas medicinais à comunidade.

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6 Rio Grande do Sul (RS). Portaria SES/RS 588/2017 de dezembro de 2017. Institui a relação estadual de plantas medicinais de interesse do sistema único de saúde no Rio Grande do Sul e listas complementares. Secretaria Estadual da Saúde. 22 dez 2017. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20171201/22110143-portaria-replame-rio-grande-do-sul.pdf

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Recebido em: 25/02/2021

Aceito em: 04/11/2021

Publicado em: 08/02/2022



[1] Prefeitura Municipal de Arroio Grande. Arroio Grande, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: odirperes.enfermagem@yahoo.com ORCID: 0000-0001-7166-2894

[2] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: teila.ceolin@gmail.com ORCID: 0000-0002-0410-6289

[3] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: camilatbonow@gmail.com ORCID: 0000-0001-9580-7234

[4] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: marcelapolinogomes8@gmail.com ORCID: 0000-0002-2474-945X

[5] Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Rio Grande, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: robsaraujof@gmail.com ORCID: 0000-0002-3124-509X

[6] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: lauramfmercali@gmail.com. ORCID: 0000-0003-1271-8469

 

Como citar: Peres Junior OV, Ceolin T, Bonow CT, Gomes MP, Fonseca RA, Mercali LMF. J. nurs. health. 2022;12(1):e2212120710. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/20710