ARTIGO ORIGINAL

F� e espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de pacientes cl�nicos internados em um hospital universit�rio

Faith and spirituality in coping with illness of patient clinicians admitted to a university hospital

Fe y espiritualidad en el enfrentamiento de la enfermedad de pacientes cl�nicos en hospital universitario

Lima, Carolina Silveira de;[1] Armua, Nat�lia da Cunha;[2] Oliveira, Marlon Pereira de;[3] Arrieira, Isabel Cristina de Oliveira[4]

RESUMO

Objetivo: compreender a rela��o da f� e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento. M�todo: estudo qualitativo, descritivo e explorat�rio, realizado com 18 pacientes internados na cl�nica m�dica de um hospital universit�rio no Sul do Brasil. As informa��es foram coletadas de setembro a outubro de 2019, atrav�s de instrumento semiestruturado e categorizadas por meio de an�lise tem�tica. Resultados: a f� e/ou espiritualidade s�o recursos importantes evidenciada entre pacientes durante o processo de adoecimento e se manifestam de forma individual podendo variar de acordo com cada cultura, cren�as e viv�ncias. Conclus�es: a f� e/ou espiritualidade est� presente em todos os entrevistados e se fortalece quando alguma doen�a amea�a modificar a vida. Logo, cabe aos profissionais da sa�de reconhecerem esse potencial e inclu�-la no plano de cuidado, tornando-o mais humanizado.�

Descritores: Espiritualidade; Doen�a; Pacientes; Hospitais

ABSTRACT

Objective: to understand the relationship between faith and/or spirituality in coping with illness. Method: a qualitative, descriptive, and exploratory study, with eighteen patients admitted to the medical clinic of university hospital in southern Brazil. The semi-structured interview was conducted from September and October 2019 and data was categorized through thematic analysis. Results: faith and/or spirituality are important resources showed among patients during the illness process and are manifested individually and may varying according to each culture, beliefs, and experiences. Conclusions: faith and/or spirituality was present in all the interviewees and is strengthened when some disease threatens to change their lives. Therefore, it is up to health professionals to recognize this potential aspect and include it in the care plan, making it more humanized.

Descriptors: Spirituality; Disease; Patients; Hospitals

RESUMEN

Objetivo: comprender la relaci�n de la fe y/o la espiritualidad para afrontar la enfermedad. M�todo: estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, realizado con 18 pacientes ingresados en la cl�nica m�dica de un hospital universitario en el sur de Brasil. Las informaciones fueron colectadas de setiembre a octubre de 2019, mediante instrumento semiestructurado y categorizadas por medio de an�lisis tem�ticos. Resultados: la fe y/o la espiritualidad son recursos importantes que se evidencian entre los pacientes durante el proceso de la enfermedad y se manifiestan de forma individual y pueden variar seg�n cada cultura, creencias y experiencias. Conclusiones: la fe y/o la espiritualidad est� presente en todos los entrevistados y se fortalece cu�ndo alguna enfermedad representa una amenaza en sus vidas. Luego, cabe a los profesionales de la salud reconocer ese potencial y incluirlo en el plan de cuidado torn�ndolo m�s humanizado.

Descriptores: Espiritualidad; Enfermedad; Pacientes; Hospitales

INTRODU��O

Em 1984, em assembleia na Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) foi recomendado que o termo espiritualidade fizesse parte do conceito em sa�de como uma das dimens�es da condi��o humana, sugerindo-se a seguinte defini��o: �sa�de � um estado din�mico de completo bem-estar f�sico, mental, espiritual e social, e n�o meramente a aus�ncia de doen�a ou enfermidade�.1:284 A partir da� o ser humano passou a ser visto como um ser �nico, considerado corpo f�sico, mente e esp�rito e que necessita ser contemplado em todas as suas necessidades.2

Grandes pensadores trazem que a dimens�o espiritual � peculiar do ser humano e o cuidado realizado pela enfermagem deve partir desse princ�pio, pois cuidar � mais do que aliviar a dor f�sica.2 Assim, a espiritualidade � entendida como uma orienta��o de cunho filos�fico, que produz comportamentos e sentimentos de esperan�a, amor e f�, trazendo significado � vida das pessoas.3

Dentro desse contexto, evidencia-se uma conex�o direta com o sobrenatural, onde h� a exist�ncia de um fio condutor que auxilia o encontro e resolu��o dos mais variados problemas como as doen�as, adversidades e sofrimentos, ajudando tanto na recupera��o da sa�de f�sica quanto mental, permitindo o enfrentamento da situa��o com maior otimismo, credibilidade, e positividade durante o per�odo de interna��o.4

Estudos realizados recentemente sinalizam a fragilidade do tratamento pela medicina tradicional em muitos quesitos, trazendo a importante rela��o entre religiosidade/espiritualidade, qualidade de vida e sa�de, frisando a relev�ncia desses aspectos durante o momento no qual o que mais se deseja � alcan�ar a cura ou recupera��o por alguma patologia, incluindo as condi��es cr�nicas.5 Esses estudos abriram espa�o para a realiza��o de novas pesquisas a respeito do enfrentamento do processo de adoecimento, considerando a dimens�o espiritual e a f� do doente.6

Visando prestar um cuidado mais humanizado aos pacientes, � preciso entender em antem�o que a dimens�o espiritual faz parte desse cuidado, e deve ser inclu�da em todo plano terap�utico. Logo, cuidar em sa�de � algo complexo e que demanda uma vis�o ampliada e multidimensional por parte de todas as pessoas envolvidas na a��o.7

Pretende-se com essa pesquisa identificar como a espiritualidade e a f� se apresentam no cotidiano da interna��o hospitalar cl�nica, bem como o quanto estas influenciam na tomada de decis�es e ades�o aos tratamentos, fomentando assim, discuss�es que possam enriquecer a qualidade da assist�ncia, sempre buscando a integralidade do cuidado. Sendo assim, o objetivo desse estudo � compreender a rela��o da f� e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento.

MATERIAIS E M�TODO

Trata-se de um estudo qualitativo, com abordagem descritiva e explorat�ria, desenvolvido na unidade de cl�nica m�dica de um Hospital Universit�rio localizado na cidade de Pelotas/RS. Para compor o estudo foram selecionados 18 pacientes que se encontravam hospitalizados na referida unidade durante o per�odo de realiza��o da presente pesquisa. Estabeleceu-se como crit�rios de inclus�o ter idade igual ou superior a 18 anos e ser capaz de responder as quest�es da entrevista verbalmente. Por sua vez, n�o participaram da pesquisa pacientes cuja capacidade mental se encontrasse prejudicada.�

A coleta de dados ocorreu durante os meses de setembro e outubro de 2019. Inicialmente os pesquisadores apresentaram o estudo aos participantes, seguido pelo consentimento por escrito, e posterior leitura do question�rio aos indiv�duos que aceitaram participar, de modo que, para cada um, deu-se a op��o de agendar o melhor dia e hor�rio. Cada entrevista teve dura��o de aproximadamente 15 minutos e ocorreu em ambiente privado dentro da unidade de estudo ap�s contato pr�vio com o enfermeiro respons�vel pelo setor. Para cada participante foi aplicado um instrumento semiestruturado pelos pr�prios pesquisadores que envolvia dados sociodemogr�ficos e dados a respeito da influ�ncia da espiritualidade no processo de adoecimento e a import�ncia dessa abordagem no contexto do cuidado.

Todas as informa��es obtidas foram gravadas por meio de �udio, transcritas, analisadas e organizadas em temas que emergiram a partir da voz dos entrevistados, seguindo as orienta��es da An�lise Tem�tica defendida por Minayo, que tolera que os dados sejam explorados em tr�s etapas distintas: 1) pr�-an�lise; 2) explora��o do material e 3) tratamento dos resultados e interpreta��o.8

Todas as informa��es foram apresentadas de acordo com o anonimato, preservando a integridade dos participantes da pesquisa. Utilizaram-se c�digos de identifica��o nos quais as letras �PCM� se referem a paciente cl�nica m�dica, seguido por ordem cronol�gica de acordo com a realiza��o da entrevista.

�O estudo atendeu aos preceitos �ticos estabelecidos pela Resolu��o n� 466/20129 que trata sobre as diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Em atendimento � legisla��o vigente, o estudo foi apreciado e aprovado pelo Comit� de �tica em Pesquisa da Universidade Cat�lica de Pelotas (UCPel), sob parecer consubstanciado n� 3.492.268, de 07 de agosto de 2019, Certificado de Apresenta��o para Aprecia��o �tica n� 17948819.3.0000.5339.

RESULTADOS E DISCUSS�O

Entre os participantes deste estudo, 11 eram do sexo masculino e sete eram do sexo feminino, com idades entre 22 e 87 anos, com predom�nio da faixa et�ria dos 60 anos. Quanto ao estado civil, oito eram casado(a)s, quatro vi�vo(a)s, quatro solteiro(a)s e dois divorciado(a)s. Em rela��o �s doen�as cr�nicas, dois relataram terem diabetes mellitus; sete com hipertens�o arterial; tr�s com hipertens�o associada ao diabetes; quatro com aus�ncia de doen�as cr�nicas; e, dois com outro tipo de doen�a. Ao serem questionados sobre a sua religi�o, sete se declararam evang�licos; tr�s cat�licos; um umbandista; dois esp�ritas; e, cinco sem religi�o.

Ap�s a an�lise do texto, emergiram tr�s categorias: Express�o da f�, Gratid�o e, Simbologia representativa da f�. Dentro da categoria express�o da f�, emergiram tr�s subcategorias, sendo elas: Express�o da f� voltada � cura, Express�o da f� por meio da reflex�o da transitoriedade e, Express�o da f� dissociada � religiosidade.

Express�o da f�

Conforme grandes estudiosos da espiritualidade, a esfera espiritual � uma caracter�stica exclusiva do ser humano, sendo assim, a sua express�o � algo inerente � vida.10 No entanto, a forma como ela se manifesta pode variar de indiv�duo para indiv�duo, de acordo com sua cultura, cren�as e viv�ncias.11 Para �quelas pessoas que est�o passando por alguma enfermidade e encontram-se hospitalizadas, a f� e a espiritualidade n�o s� se fazem presentes, como tamb�m, se intensificam quando comparadas �s situa��es do cotidiano, servindo principalmente de apoio para o enfrentamento do adoecimento e se associando aos sentimentos positivos.12

[...] eu acredito em Deus, acima de tudo e acima de todos. (PCM11)

[...] eu sempre acreditei em Deus e em Jesus Cristo. (PCM18)

[...] estou crendo em Deus, que Deus � tudo, e que � ele quem nos fortalece diariamente. (PCM17)

[...] gra�as a Deus eu sempre tive f�. Temos sempre que ter pensamento positivo nas coisas. A f� tem que estar em primeiro lugar. [...] eu acho que a medicina n�o era praticamente nada se a gente n�o tivesse f�, e eu acho que existe uma for�a al�m de n�s [A gente n�o � ningu�m sem f�, tem que ter f� e esperan�a, s�o coisas que andam juntas]. (PCM3)

[...] eu tenho a minha f� em Deus, acredito bastante em Deus pai, todo poderoso. Sempre fui desde crian�a uma pessoa de f�, mas agora sinto que est� mais forte. (PCM7)

[...] eu procuro ver mensagens de f� e esperan�a, eu procuro me recarregar de energia boa. (PCM13)

[...] eu sou de f�, a minha f� � sempre muito positiva [Temos que ter f� para alcan�ar aquilo que desejamos]. (PCM4)

A express�o da f� parte da cren�a em algo maior ou em algu�m, que d� confian�a, credibilidade e for�a, auxiliando intimamente. Isso fornece a energia suficiente para lutar positivamente diante das situa��es de dificuldade, tanto emocional quanto f�sica que a interna��o hospitalar pode causar.13

Nesse contexto, a f� e a ora��o tornam o homem mais forte, contemplando al�m do paciente, seus familiares e amigos,14 fazendo com que o enfrentamento da patologia possa ser encarado de maneira muito mais otimista para ambos, trazendo junto a esperan�a de dias melhores.15

Estudos demonstram que a religiosidade e a espiritualidade s�o ferramentas essenciais � vida, pois ambas s�o utilizadas como uma estrat�gia no enfrentamento em diversas situa��es de crises. Na exist�ncia de incertezas, diante de uma doen�a ou dos problemas da vida, a f� e o pensamento positivo s�o componentes da experi�ncia humana, fundamentais para que se mantenham firmes e perseverantes diante de uma situa��o estressante, independentemente do tipo de religi�o que a pessoa venha a crer.16

E, durante esse momento, diversas cren�as do paciente e de seus familiares veem � tona como os aspectos educacionais, sociais e culturais, e envolvem diariamente o cuidado prestado pelos profissionais de enfermagem, visto que esses dogmas assumem sua devida import�ncia frente ao processo sa�de-doen�a, principalmente quando se trata de doen�as com menor chance de cura.17

Express�o da f� voltada � cura

� atrav�s da f� individual que os sujeitos encontram for�a e esperan�a para encarar um longo caminho e reorganizar a vida perante o tratamento, e ela geralmente est� atribu�da a uma divindade.2 Assim, a f� � uma forte mediadora no processo de cura13 e traz sentimentos de confian�a, motiva��o, sustenta��o al�m de resili�ncia atribuindo sentido � exist�ncia humana.4

[...] eu acredito em Deus, s� me apego nele para me curar logo, ele est� me ajudando a me recuperar. (PCM10)

[...] tenho f�, acredito que vou me sair muito bem nessa etapa, nessa passagem. Isso faz parte da vida, ent�o eu tenho bastante f�, bastante confian�a em Deus para me curar r�pido [A f� vem ao natural, tem que ser espont�nea]. (PCM5)

[...] Deus � maravilhoso, espero que ele me oriente para que eu possa me curar e sair logo daqui. (PCM12)

[...] tenho f� em Deus, sem ele n�s n�o somos nada [� uma coisa para se apegar, para ter esperan�a de viver um dia melhor e se recuperar]. (PCM14)

[...] se disserem que tal coisa � bom, tem fulano que faz milagre, eu vou l�. Quando a gente adoece procura a cura em tudo. (PCM3)

[...] Deus n�o te atende na mesma hora, mas eu sempre consigo que ele me ajude, principalmente em minha sa�de. Tive bem debilitada, mas sempre confio nele e ele continua me ajudando e me restabelecendo. (PCM17)

[...] a gente acredita em Deus para se curar, a prote��o est� l� porque ele cura, restaura e transforma. (PCM18)

Na express�o dos participantes, eles confiam em Deus a sua recupera��o e cura da enfermidade pela qual est�o vivenciando. Consideram a import�ncia de respeitar o tempo para que suas b�n��os sejam alcan�adas, e atribuem que o adoecimento faz parte da vida e que, a confian�a no criador traz esperan�a de dias menos sombrios.

Uma revis�o liter�ria encontrou que os participantes que acreditam em Deus conseguiram melhor lidar com os medos e tens�es e que a ora��o em que cada um acredita pode trazer uma gama de resultados positivos. Al�m disso, a f� se apresentou como uma forma de cuidado e 98% deles se sentiram mais felizes por terem uma cren�a religiosa.18

Nos �ltimos anos fica evidente a busca da cura tendo a f� como pilar principal em raz�o da necessidade de associar corpo, mente e esp�rito. Em virtude disso, � importante que a dimens�o espiritual seja trabalhada nos servi�os de sa�de para que se alcance uma assist�ncia integral, considerando que as cren�as ajudam a enfrentar a doen�a.17

Sob a �tica da psicologia, a f� � capaz de levar a cura de doen�as em muitos aspectos, melhorando gradativamente a qualidade de vida da pessoa hospitalizada. Nessa perspectiva, muito antes do conhecimento real da import�ncia da ci�ncia no que diz respeito ao processo de cura/reabilita��o, j� se tinha a convic��o que a f� estava diretamente ligada � cura por meio da energia presente no esp�rito dos pacientes.19

Ressalta-se ainda que, as doutrinas, valores pessoais e demais fatos influenciados pela espiritualidade, fazem com que o paciente entenda o significado dos eventos ao qual est� vivenciando como prop�sito de vida, e possa crer que os acontecimentos como as doen�as podem ser estabelecidas por um ser superior.16 Com isso, acredita-se que o mesmo Deus que determina a enfermidade � capaz de trazer a reabilita��o e a cura.

Express�o da f� por meio da reflex�o da transitoriedade

Quando se tem algum acontecimento inesperado amea�ador � vida, os pensamentos sobre a transitoriedade come�am a se fazer presentes, e, � nesse momento que a express�o da f� costuma se acentuar. Conforme an�lise de estudos realizados no Brasil, evidenciou-se que o agravo da enfermidade e a possibilidade de morrer levam o paciente a refletir sobre qual a sua miss�o na terra, tornando incessante � procura por recursos para amenizar o sofrimento.6

[...] quando chega num momento que voc� n�o sabe o que vai acontecer contigo, voc� para pensar, e se alguma coisa grave acontecer? O que vem depois? nesse momento que a morte parece estar perto a gente come�a a repensar bastante sobretudo aqui na terra. (PCM6)

A enfermidade leva � reflex�o acerca da sua exist�ncia e do futuro incerto, gerando questionamentos, apesar da certeza de que a vida na terra � transit�ria. Sendo assim, ao se deparar com tal situa��o, a espiritualidade e a f�, se tornam base para buscar uma explica��o perante a morte.20

Um estudo realizado na Europa em unidade de interna��o com oferta de atendimento espiritual concluiu que em 83% dos casos o cuidado espiritual ajuda o paciente a ter conforto e para 92,5% dos entrevistados essa aten��o � indispens�vel porque ajuda a encarar o processo de morte.21

Al�m disso, a possibilidade de morte estimula a valoriza��o da vida e o amor, se tornando o combust�vel para o desenvolvimento de atos mais humanos. Assim, durante esse momento, a f� est� ainda mais presente, e pode se expressar atrav�s de gratid�o por cada dia a mais, ou esperan�a de conseguir permanecer durante maior tempo ao lado de quem ama.10

Express�o da f� dissociada � religiosidade

Embora a espiritualidade e religi�o pare�am semelhantes possuem conceitos diferentes.22 Entende-se por espiritualidade a conex�o do ser humano com o divino trazendo bem-estar aos indiv�duos e significado para a vida.23 Desta forma, outros aspectos a serem considerados � que a express�o da f� se d� al�m de um contexto religioso, pois aqueles que se dizem n�o ter religi�o, ainda assim, expressam a f� e/ou espiritualidade dentro de um conceito pr�prio, conforme as narrativas.

[...] minha f� � boa, eu n�o tenho nenhuma religi�o, mas fa�o muita medita��o, sou uma pessoa que tenho a minha f� [Fazendo medita��o eu aprendi demais, eu mudei bastante em termos de paci�ncia; na minha f� n�o vamos encontrar um Deus l� em cima, n�s n�o vamos ver ele porque � puro amor, essa � a f� que eu levo]. (PCM18)

[...] eu sempre tive f�, sempre tem que ter o pensamento positivo e a f� em primeiro lugar. Eu n�o tenho religi�o, Deus � �nico e � nele que eu acredito. (PCM3)

[...] n�o tenho uma religi�o, eu procuro ler mensagens de todas porque eu acho que a gente absorve um pouquinho de cada [Eu nunca me entreguei devido a minha f�]. (PCM12)

Na express�o de alguns participantes podemos evidenciar a aus�ncia de uma cultura religiosa, por�m uma grande presen�a de espiritualidade e/ou f� nos seus discursos. A f� transcende a intimidade do ser humano, voltando-o para algo maior, que lhes forne�a for�a interior e amparo, auxiliando-os a superar seus obst�culos, principalmente durante o per�odo de enfermidades.24

Assim, ela est� presente em todas as culturas e sociedades ao redor do mundo, mas a religiosidade nem sempre.13 No passado a religiosidade era vista pelos psiquiatras como algo predominantemente negativo e ligado ao pensamento irracional onde quanto menos religiosa a pessoa fosse mais saud�vel ela era.18

H� de se destacar como ponto negativo a influ�ncia da religiosidade para alguns pacientes como a n�o ades�o a tratamentos, excesso de confian�a, pensamento que o mal nunca ocorrer� consigo mesmo, e a autopuni��o por estar doente. Para algumas religi�es a doen�a se manifesta como forma de castigo e culpa por comportamentos n�o aceitos.25

No entanto, hoje quando praticadas juntas f� e religiosidade podem se tornar grandes aliadas capazes de explicar o significado da vida � pessoa enferma, reduzindo os n�veis de ansiedade e proporcionando conforto, al�m de torn�-la mais resiliente perante o processo desde a interna��o at� ap�s a alta hospitalar, em todas as suas necessidades biopsicossociais.26

Gratid�o

A gratid�o pode ser expressa atrav�s de ora��es, tradi��es religiosas e ensinamentos resultando em bem-estar social. Estudos experimentais trazem que indiv�duos que s�o gratos apresentam melhor sa�de f�sica e mental perante situa��es estressantes.27 Portanto, dos sentimentos positivos que a f� e/ou espiritualidade despertam nos pacientes destacamos a gratid�o como o mais presente nos relatos, uma vez que o agradecimento a Deus � feito independente da condi��o enfrentada.

[...] h� 22 anos minha mulher ora para cuidar de mim, e nesses anos eu nunca me deitei sem fazer uma ora��o para agradecer. Agradecer � muito importante, e por incr�vel que pare�a, cada vez que voc� toca no nome do senhor, te d� um arrepio, pela f� que voc� tem. (PCM9)

[...] tudo que eu vou falar eu agrade�o a Deus, eu penso em Deus, estou sempre pedindo prote��o e ele me ajuda para que eu tenha um bem-estar melhor [Eu sempre tenho um agradecimento para fazer a Deus, estou sempre pensando nele e agradecendo a minha vida]. (PCM15)

[...] meu Deus est� sempre dentro de mim, e eu estou sempre agradecendo, at� nessa fase que n�o est� muito f�cil, eu agrade�o [N�o adianta, a gente tem que ter discernimento e aceitar]. (PCM18)

Nota-se, a partir das falas dos entrevistados, que apesar da enfermidade e das adversidades enfrentadas, o agradecimento est� sempre presente, pois se acredita que quanto mais se agradece, mais coisas boas e positivas ir�o atrair para a vida, e todos os relatos expressavam esse sentimento.

Com isso, al�m da gratid�o a felicidade e o amor s�o vistos como elementos reflexivos e cr�ticos capazes de nos tornar propriamente espirituais. O agradecimento por sua vez, � a express�o da emo��o espiritual por excel�ncia, que ajuda a projetar a vida n�o somente no presente como tamb�m para o futuro ajudando o paciente a ter um entendimento de si pr�prio e a consci�ncia de que pode construir sua felicidade e n�o necessariamente se considerar condenado a uma vida miser�vel.28

Nesse sentido, ela se torna uma ferramenta poderosa para construir uma vida mais plena, uma vez que � poss�vel utiliz�-la para crer em um amanh� melhor, tendo para si que at� mesmo na adversidade h� uma li��o positiva, al�m de ser uma forma de aprendizado, evolu��o, e uma maneira de aproximar a rela��o com Deus.

Simbologia representativa da f�

Ao serem questionados sobre a exist�ncia de alguma simbologia que represente a sua f� e/ou espiritualidade, seis responderam n�o ter s�mbolo representativo, mas dentro destes, alguns n�o possuem s�mbolo material, mas sim, imaterial. Logo, doze possu�am s�mbolo material relacionado, onde tivemos: quatro considerando a B�blia Sagrada; tr�s citaram a imagem de Nossa Senhora Aparecida; dois citaram a imagem representativa de Jesus Cristo; um possu�a uma tatuagem de uma cabocla; um guardava imagens variadas de santos; e um possu�a a imagem do Buda.

[...] n�o tenho s�mbolo, n�o tenho nada. (PCM3)

[...] o que eu carrego � a b�blia. (PCM4)

[...] a b�blia eu carrego � o alimento da minha alma assim como a comida � para o meu corpo, representa toda a f� que eu tenho. (PCM17)

[...] Nossa Senhora Aparecida, aqui eu n�o tenho, mas no carro, em casa, ela est� em tudo que � lugar. (PCM2)

[...] sou muito devota a Nossa Senhora Aparecida, me sinto bem perto dela. (PCM14)

[...] tenho uma imagem da Nossa Senhora Aparecida e tenho uma cruz com Jesus Cristo. (PCM15)

[...] tenho um Jesus Cristo embaixo do meu travesseiro aqui no quarto e com ele eu me agarro de noite, ele me protege. (PCM8)

[...] carrego essa �ndia, minha primeira tatuagem, que � a cabocla Jurema, gosto de ter ela comigo. (PCM16)

[...] tenho na minha porta um Buda. (PCM18)

O s�mbolo religioso � a primeira manifesta��o e a mais espont�nea do ser humano com o sagrado para aproxim�-lo do real e devem ser valorizadas sempre que houver necessidade de recorrer a estes. Considerando isso, � fundamental compreender que os s�mbolos podem apresentar diversos significados dependendo da cultura de cada paciente.29

Sendo assim, a religi�o � expressa atrav�s dessa forma e traduz o irracional, possuindo grande significado para a alma humana, de modo que o ser ao vivenciar um momento de fragilidade e vulnerabilidade n�o pensa duas vezes e apegam-se a eles.30

Nota-se que os s�mbolos s�o carregados com a fun��o de prote��o, dando visibilidade � espiritualidade e/ou f�, fazendo com que algo �ntimo e pessoal, torne-se palp�vel. Com isso, durante o per�odo de dificuldade na qual os pacientes passam, eles se tornam um amuleto de sustenta��o e for�a.

Levando em considera��o os relatos de pacientes que n�o possu�am s�mbolos materiais p�de-se observar a express�o da espiritualidade por meio de rituais como a queima de incensos, medita��o e �queles que defendiam que sua forma de agir e se relacionar com o outro era seu principal s�mbolo e amuleto.

[...] nosso amuleto � nossa maneira de ser, a maneira como a gente se porta, como a gente � com os outros. (PCM5)

[...] na imagem eu n�o acredito, � s� uma escultura, mas no santificado eu acredito sim. (PCM18)

[...] eu acendo incenso, fa�o medita��o, coloco mantra, essas coisas que atraem boas energias. Eu acredito nisso, que estamos aqui por uma energia divina. (PCM18)

[...] n�o tenho s�mbolo, s� o cora��o, o cora��o � meu amuleto de f� e nossa f� � tudo. (PCM1)

O s�mbolo � um instrumento que representa a f� (realidade vis�vel) para que assim se alcance algo (realidade invis�vel) e se torna um elemento chave no dia a dia perante a doen�a, encontrando-se difundido nos mais diversos campos do saber humano.29

Para alguns entrevistados, evidencia-se a liberta��o da necessidade de se ter algo material representando a sua cren�a. Sendo assim, a forma de viver e se relacionar com o mundo e com seus semelhantes seriam a sua simbologia, desprendendo-se do material e investindo apenas na cultura espiritual e em alguns rituais que trazem bem-estar e que os aproximem do transcendente.

CONSIDERA��ES FINAIS

Com base nas falas dos pacientes p�de-se compreender que a espiritualidade e/ou f� est� presente em todos os entrevistados e que ela se torna mais forte a partir do momento em que alguma doen�a amea�a modificar a vida ou seu modo de viver. Nota-se que, a express�o da f� varia entre os entrevistados, mas que todos a expressam de alguma forma de que todo ser humano � um ser espiritual.

Surgiram varia��es de foco da express�o da espiritualidade e/ou f�, na qual alguns a tinham com o direcionamento para o pensamento de cura, acreditando que um ser superior seria capaz de livr�-los da enfermidade, e outros a tinham como o sentido da transitoriedade, uma vez que eventos amea�adores da vida afloram tais questionamentos. Tamb�m, houve grande dicotomia da tem�tica pesquisada com a religiosidade, fomentando que a cren�a em algum ser superior, n�o est� necessariamente relacionada a alguma religi�o, podendo existir de forma subjetiva para cada indiv�duo.

Al�m disso, surgiu a presen�a de s�mbolos como representa��o material da espiritualidade e/ou f�. Os s�mbolos materiais foram identificados como Jesus Cristo, Nossa Senhora, Buda e a B�blia, por�m, outros, principalmente os que se declararam sem religi�o, relataram que n�o possu�am s�mbolos e defendiam algo imaterial como representante da sua f�, por exemplo, o modo de agir e rituais que lhe trouxessem bem-estar. Ainda, na voz dos participantes destaca-se a gratid�o como sentimento positivo prevalente, tornando a enfermidade como algo inerente � vida, sendo uma oportunidade de evolu��o espiritual e alicerce para um futuro melhor.

Os resultados do presente estudo reafirmam que a espiritualidade e a f� est�o presentes no dia a dia hospitalar e que estas, influenciam nas condi��es de sa�de dos indiv�duos, surgindo como aux�lio durante o tratamento e enfrentamento do adoecimento. Assim, � importante que os profissionais da sa�de reconhe�am a import�ncia de considerarem a f� e a espiritualidade, atrelando essa cren�a no tratamento, buscando fortalecer o v�nculo entre equipe-paciente, tornando o processo de interna��o menos traum�tico e mais humanizado.

Identificam-se como limita��es do estudo o fato deste tema, assim como a pr�tica da espiritualidade, n�o ter sido abordada em outras unidades de interna��o e ter se restringido somente a um hospital, n�o revelando a rela��o da f� e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de maneira mais abrangente quando se trata do paciente internado em unidade cl�nica.

REFER�NCIAS

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Recebido em: 30/12/2021

Aceito em: 27/10/2022

Publicado em: 29/12/2022



[1] Universidade Cat�lica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: caroolina.slima@hotmail.com ORCID: 0000-0003-1747-2955

[2] Universidade Cat�lica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: nataliaarmua@hotmail.com ORCID: 0000-0002-4761-5825

[3] Universidade Cat�lica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: marlon.enferm96@gmail.com ORCID: 0000-0002-2385-2738

[4] Universidade Cat�lica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: isa_arrieira@hotmail.com ORCID: 0000-0003-4607-9255

 

Como citar: Lima CS, Armua NC, Oliveira MP, Arrieira ICO. F� e espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de pacientes cl�nicos internados em um hospital universit�rio. J. nurs. health. 2022;12(3):e2212321395. DOI: https://doi.org/10.15210/jonah.v12i3.4658