ARTIGO ORIGINAL

Fé e espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de pacientes clínicos internados em um hospital universitário

Faith and spirituality in coping with illness of patient clinicians admitted to a university hospital

Fe y espiritualidad en el enfrentamiento de la enfermedad de pacientes clínicos en hospital universitario

Lima, Carolina Silveira de;[1] Armua, Natália da Cunha;[2] Oliveira, Marlon Pereira de;[3] Arrieira, Isabel Cristina de Oliveira[4]

RESUMO

Objetivo: compreender a relação da fé e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento. Método: estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com 18 pacientes internados na clínica médica de um hospital universitário no Sul do Brasil. As informações foram coletadas de setembro a outubro de 2019, através de instrumento semiestruturado e categorizadas por meio de análise temática. Resultados: a fé e/ou espiritualidade são recursos importantes evidenciada entre pacientes durante o processo de adoecimento e se manifestam de forma individual podendo variar de acordo com cada cultura, crenças e vivências. Conclusões: a fé e/ou espiritualidade está presente em todos os entrevistados e se fortalece quando alguma doença ameaça modificar a vida. Logo, cabe aos profissionais da saúde reconhecerem esse potencial e incluí-la no plano de cuidado, tornando-o mais humanizado. 

Descritores: Espiritualidade; Doença; Pacientes; Hospitais

ABSTRACT

Objective: to understand the relationship between faith and/or spirituality in coping with illness. Method: a qualitative, descriptive, and exploratory study, with eighteen patients admitted to the medical clinic of university hospital in southern Brazil. The semi-structured interview was conducted from September and October 2019 and data was categorized through thematic analysis. Results: faith and/or spirituality are important resources showed among patients during the illness process and are manifested individually and may varying according to each culture, beliefs, and experiences. Conclusions: faith and/or spirituality was present in all the interviewees and is strengthened when some disease threatens to change their lives. Therefore, it is up to health professionals to recognize this potential aspect and include it in the care plan, making it more humanized.

Descriptors: Spirituality; Disease; Patients; Hospitals

RESUMEN

Objetivo: comprender la relación de la fe y/o la espiritualidad para afrontar la enfermedad. Método: estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, realizado con 18 pacientes ingresados en la clínica médica de un hospital universitario en el sur de Brasil. Las informaciones fueron colectadas de setiembre a octubre de 2019, mediante instrumento semiestructurado y categorizadas por medio de análisis temáticos. Resultados: la fe y/o la espiritualidad son recursos importantes que se evidencian entre los pacientes durante el proceso de la enfermedad y se manifiestan de forma individual y pueden variar según cada cultura, creencias y experiencias. Conclusiones: la fe y/o la espiritualidad está presente en todos los entrevistados y se fortalece cuándo alguna enfermedad representa una amenaza en sus vidas. Luego, cabe a los profesionales de la salud reconocer ese potencial y incluirlo en el plan de cuidado tornándolo más humanizado.

Descriptores: Espiritualidad; Enfermedad; Pacientes; Hospitales

INTRODUÇÃO

Em 1984, em assembleia na Organização Mundial da Saúde (OMS) foi recomendado que o termo espiritualidade fizesse parte do conceito em saúde como uma das dimensões da condição humana, sugerindo-se a seguinte definição: “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.1:284 A partir daí o ser humano passou a ser visto como um ser único, considerado corpo físico, mente e espírito e que necessita ser contemplado em todas as suas necessidades.2

Grandes pensadores trazem que a dimensão espiritual é peculiar do ser humano e o cuidado realizado pela enfermagem deve partir desse princípio, pois cuidar é mais do que aliviar a dor física.2 Assim, a espiritualidade é entendida como uma orientação de cunho filosófico, que produz comportamentos e sentimentos de esperança, amor e fé, trazendo significado à vida das pessoas.3

Dentro desse contexto, evidencia-se uma conexão direta com o sobrenatural, onde há a existência de um fio condutor que auxilia o encontro e resolução dos mais variados problemas como as doenças, adversidades e sofrimentos, ajudando tanto na recuperação da saúde física quanto mental, permitindo o enfrentamento da situação com maior otimismo, credibilidade, e positividade durante o período de internação.4

Estudos realizados recentemente sinalizam a fragilidade do tratamento pela medicina tradicional em muitos quesitos, trazendo a importante relação entre religiosidade/espiritualidade, qualidade de vida e saúde, frisando a relevância desses aspectos durante o momento no qual o que mais se deseja é alcançar a cura ou recuperação por alguma patologia, incluindo as condições crônicas.5 Esses estudos abriram espaço para a realização de novas pesquisas a respeito do enfrentamento do processo de adoecimento, considerando a dimensão espiritual e a fé do doente.6

Visando prestar um cuidado mais humanizado aos pacientes, é preciso entender em antemão que a dimensão espiritual faz parte desse cuidado, e deve ser incluída em todo plano terapêutico. Logo, cuidar em saúde é algo complexo e que demanda uma visão ampliada e multidimensional por parte de todas as pessoas envolvidas na ação.7

Pretende-se com essa pesquisa identificar como a espiritualidade e a fé se apresentam no cotidiano da internação hospitalar clínica, bem como o quanto estas influenciam na tomada de decisões e adesão aos tratamentos, fomentando assim, discussões que possam enriquecer a qualidade da assistência, sempre buscando a integralidade do cuidado. Sendo assim, o objetivo desse estudo é compreender a relação da fé e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento.

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo, com abordagem descritiva e exploratória, desenvolvido na unidade de clínica médica de um Hospital Universitário localizado na cidade de Pelotas/RS. Para compor o estudo foram selecionados 18 pacientes que se encontravam hospitalizados na referida unidade durante o período de realização da presente pesquisa. Estabeleceu-se como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 18 anos e ser capaz de responder as questões da entrevista verbalmente. Por sua vez, não participaram da pesquisa pacientes cuja capacidade mental se encontrasse prejudicada. 

A coleta de dados ocorreu durante os meses de setembro e outubro de 2019. Inicialmente os pesquisadores apresentaram o estudo aos participantes, seguido pelo consentimento por escrito, e posterior leitura do questionário aos indivíduos que aceitaram participar, de modo que, para cada um, deu-se a opção de agendar o melhor dia e horário. Cada entrevista teve duração de aproximadamente 15 minutos e ocorreu em ambiente privado dentro da unidade de estudo após contato prévio com o enfermeiro responsável pelo setor. Para cada participante foi aplicado um instrumento semiestruturado pelos próprios pesquisadores que envolvia dados sociodemográficos e dados a respeito da influência da espiritualidade no processo de adoecimento e a importância dessa abordagem no contexto do cuidado.

Todas as informações obtidas foram gravadas por meio de áudio, transcritas, analisadas e organizadas em temas que emergiram a partir da voz dos entrevistados, seguindo as orientações da Análise Temática defendida por Minayo, que tolera que os dados sejam explorados em três etapas distintas: 1) pré-análise; 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados e interpretação.8

Todas as informações foram apresentadas de acordo com o anonimato, preservando a integridade dos participantes da pesquisa. Utilizaram-se códigos de identificação nos quais as letras “PCM” se referem a paciente clínica médica, seguido por ordem cronológica de acordo com a realização da entrevista.

 O estudo atendeu aos preceitos éticos estabelecidos pela Resolução nº 466/20129 que trata sobre as diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Em atendimento à legislação vigente, o estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), sob parecer consubstanciado nº 3.492.268, de 07 de agosto de 2019, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 17948819.3.0000.5339.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os participantes deste estudo, 11 eram do sexo masculino e sete eram do sexo feminino, com idades entre 22 e 87 anos, com predomínio da faixa etária dos 60 anos. Quanto ao estado civil, oito eram casado(a)s, quatro viúvo(a)s, quatro solteiro(a)s e dois divorciado(a)s. Em relação às doenças crônicas, dois relataram terem diabetes mellitus; sete com hipertensão arterial; três com hipertensão associada ao diabetes; quatro com ausência de doenças crônicas; e, dois com outro tipo de doença. Ao serem questionados sobre a sua religião, sete se declararam evangélicos; três católicos; um umbandista; dois espíritas; e, cinco sem religião.

Após a análise do texto, emergiram três categorias: Expressão da fé, Gratidão e, Simbologia representativa da fé. Dentro da categoria expressão da fé, emergiram três subcategorias, sendo elas: Expressão da fé voltada à cura, Expressão da fé por meio da reflexão da transitoriedade e, Expressão da fé dissociada à religiosidade.

Expressão da fé

Conforme grandes estudiosos da espiritualidade, a esfera espiritual é uma característica exclusiva do ser humano, sendo assim, a sua expressão é algo inerente à vida.10 No entanto, a forma como ela se manifesta pode variar de indivíduo para indivíduo, de acordo com sua cultura, crenças e vivências.11 Para àquelas pessoas que estão passando por alguma enfermidade e encontram-se hospitalizadas, a fé e a espiritualidade não só se fazem presentes, como também, se intensificam quando comparadas às situações do cotidiano, servindo principalmente de apoio para o enfrentamento do adoecimento e se associando aos sentimentos positivos.12

[...] eu acredito em Deus, acima de tudo e acima de todos. (PCM11)

[...] eu sempre acreditei em Deus e em Jesus Cristo. (PCM18)

[...] estou crendo em Deus, que Deus é tudo, e que é ele quem nos fortalece diariamente. (PCM17)

[...] graças a Deus eu sempre tive fé. Temos sempre que ter pensamento positivo nas coisas. A fé tem que estar em primeiro lugar. [...] eu acho que a medicina não era praticamente nada se a gente não tivesse fé, e eu acho que existe uma força além de nós [A gente não é ninguém sem fé, tem que ter fé e esperança, são coisas que andam juntas]. (PCM3)

[...] eu tenho a minha fé em Deus, acredito bastante em Deus pai, todo poderoso. Sempre fui desde criança uma pessoa de fé, mas agora sinto que está mais forte. (PCM7)

[...] eu procuro ver mensagens de fé e esperança, eu procuro me recarregar de energia boa. (PCM13)

[...] eu sou de fé, a minha fé é sempre muito positiva [Temos que ter fé para alcançar aquilo que desejamos]. (PCM4)

A expressão da fé parte da crença em algo maior ou em alguém, que dá confiança, credibilidade e força, auxiliando intimamente. Isso fornece a energia suficiente para lutar positivamente diante das situações de dificuldade, tanto emocional quanto física que a internação hospitalar pode causar.13

Nesse contexto, a fé e a oração tornam o homem mais forte, contemplando além do paciente, seus familiares e amigos,14 fazendo com que o enfrentamento da patologia possa ser encarado de maneira muito mais otimista para ambos, trazendo junto a esperança de dias melhores.15

Estudos demonstram que a religiosidade e a espiritualidade são ferramentas essenciais à vida, pois ambas são utilizadas como uma estratégia no enfrentamento em diversas situações de crises. Na existência de incertezas, diante de uma doença ou dos problemas da vida, a fé e o pensamento positivo são componentes da experiência humana, fundamentais para que se mantenham firmes e perseverantes diante de uma situação estressante, independentemente do tipo de religião que a pessoa venha a crer.16

E, durante esse momento, diversas crenças do paciente e de seus familiares veem à tona como os aspectos educacionais, sociais e culturais, e envolvem diariamente o cuidado prestado pelos profissionais de enfermagem, visto que esses dogmas assumem sua devida importância frente ao processo saúde-doença, principalmente quando se trata de doenças com menor chance de cura.17

Expressão da fé voltada à cura

É através da fé individual que os sujeitos encontram força e esperança para encarar um longo caminho e reorganizar a vida perante o tratamento, e ela geralmente está atribuída a uma divindade.2 Assim, a fé é uma forte mediadora no processo de cura13 e traz sentimentos de confiança, motivação, sustentação além de resiliência atribuindo sentido à existência humana.4

[...] eu acredito em Deus, só me apego nele para me curar logo, ele está me ajudando a me recuperar. (PCM10)

[...] tenho fé, acredito que vou me sair muito bem nessa etapa, nessa passagem. Isso faz parte da vida, então eu tenho bastante fé, bastante confiança em Deus para me curar rápido [A fé vem ao natural, tem que ser espontânea]. (PCM5)

[...] Deus é maravilhoso, espero que ele me oriente para que eu possa me curar e sair logo daqui. (PCM12)

[...] tenho fé em Deus, sem ele nós não somos nada [É uma coisa para se apegar, para ter esperança de viver um dia melhor e se recuperar]. (PCM14)

[...] se disserem que tal coisa é bom, tem fulano que faz milagre, eu vou lá. Quando a gente adoece procura a cura em tudo. (PCM3)

[...] Deus não te atende na mesma hora, mas eu sempre consigo que ele me ajude, principalmente em minha saúde. Tive bem debilitada, mas sempre confio nele e ele continua me ajudando e me restabelecendo. (PCM17)

[...] a gente acredita em Deus para se curar, a proteção está lá porque ele cura, restaura e transforma. (PCM18)

Na expressão dos participantes, eles confiam em Deus a sua recuperação e cura da enfermidade pela qual estão vivenciando. Consideram a importância de respeitar o tempo para que suas bênçãos sejam alcançadas, e atribuem que o adoecimento faz parte da vida e que, a confiança no criador traz esperança de dias menos sombrios.

Uma revisão literária encontrou que os participantes que acreditam em Deus conseguiram melhor lidar com os medos e tensões e que a oração em que cada um acredita pode trazer uma gama de resultados positivos. Além disso, a fé se apresentou como uma forma de cuidado e 98% deles se sentiram mais felizes por terem uma crença religiosa.18

Nos últimos anos fica evidente a busca da cura tendo a fé como pilar principal em razão da necessidade de associar corpo, mente e espírito. Em virtude disso, é importante que a dimensão espiritual seja trabalhada nos serviços de saúde para que se alcance uma assistência integral, considerando que as crenças ajudam a enfrentar a doença.17

Sob a ótica da psicologia, a fé é capaz de levar a cura de doenças em muitos aspectos, melhorando gradativamente a qualidade de vida da pessoa hospitalizada. Nessa perspectiva, muito antes do conhecimento real da importância da ciência no que diz respeito ao processo de cura/reabilitação, já se tinha a convicção que a fé estava diretamente ligada à cura por meio da energia presente no espírito dos pacientes.19

Ressalta-se ainda que, as doutrinas, valores pessoais e demais fatos influenciados pela espiritualidade, fazem com que o paciente entenda o significado dos eventos ao qual está vivenciando como propósito de vida, e possa crer que os acontecimentos como as doenças podem ser estabelecidas por um ser superior.16 Com isso, acredita-se que o mesmo Deus que determina a enfermidade é capaz de trazer a reabilitação e a cura.

Expressão da fé por meio da reflexão da transitoriedade

Quando se tem algum acontecimento inesperado ameaçador à vida, os pensamentos sobre a transitoriedade começam a se fazer presentes, e, é nesse momento que a expressão da fé costuma se acentuar. Conforme análise de estudos realizados no Brasil, evidenciou-se que o agravo da enfermidade e a possibilidade de morrer levam o paciente a refletir sobre qual a sua missão na terra, tornando incessante à procura por recursos para amenizar o sofrimento.6

[...] quando chega num momento que você não sabe o que vai acontecer contigo, você para pensar, e se alguma coisa grave acontecer? O que vem depois? nesse momento que a morte parece estar perto a gente começa a repensar bastante sobretudo aqui na terra. (PCM6)

A enfermidade leva à reflexão acerca da sua existência e do futuro incerto, gerando questionamentos, apesar da certeza de que a vida na terra é transitória. Sendo assim, ao se deparar com tal situação, a espiritualidade e a fé, se tornam base para buscar uma explicação perante a morte.20

Um estudo realizado na Europa em unidade de internação com oferta de atendimento espiritual concluiu que em 83% dos casos o cuidado espiritual ajuda o paciente a ter conforto e para 92,5% dos entrevistados essa atenção é indispensável porque ajuda a encarar o processo de morte.21

Além disso, a possibilidade de morte estimula a valorização da vida e o amor, se tornando o combustível para o desenvolvimento de atos mais humanos. Assim, durante esse momento, a fé está ainda mais presente, e pode se expressar através de gratidão por cada dia a mais, ou esperança de conseguir permanecer durante maior tempo ao lado de quem ama.10

Expressão da fé dissociada à religiosidade

Embora a espiritualidade e religião pareçam semelhantes possuem conceitos diferentes.22 Entende-se por espiritualidade a conexão do ser humano com o divino trazendo bem-estar aos indivíduos e significado para a vida.23 Desta forma, outros aspectos a serem considerados é que a expressão da fé se dá além de um contexto religioso, pois aqueles que se dizem não ter religião, ainda assim, expressam a fé e/ou espiritualidade dentro de um conceito próprio, conforme as narrativas.

[...] minha fé é boa, eu não tenho nenhuma religião, mas faço muita meditação, sou uma pessoa que tenho a minha fé [Fazendo meditação eu aprendi demais, eu mudei bastante em termos de paciência; na minha fé não vamos encontrar um Deus lá em cima, nós não vamos ver ele porque é puro amor, essa é a fé que eu levo]. (PCM18)

[...] eu sempre tive fé, sempre tem que ter o pensamento positivo e a fé em primeiro lugar. Eu não tenho religião, Deus é único e é nele que eu acredito. (PCM3)

[...] não tenho uma religião, eu procuro ler mensagens de todas porque eu acho que a gente absorve um pouquinho de cada [Eu nunca me entreguei devido a minha fé]. (PCM12)

Na expressão de alguns participantes podemos evidenciar a ausência de uma cultura religiosa, porém uma grande presença de espiritualidade e/ou fé nos seus discursos. A fé transcende a intimidade do ser humano, voltando-o para algo maior, que lhes forneça força interior e amparo, auxiliando-os a superar seus obstáculos, principalmente durante o período de enfermidades.24

Assim, ela está presente em todas as culturas e sociedades ao redor do mundo, mas a religiosidade nem sempre.13 No passado a religiosidade era vista pelos psiquiatras como algo predominantemente negativo e ligado ao pensamento irracional onde quanto menos religiosa a pessoa fosse mais saudável ela era.18

Há de se destacar como ponto negativo a influência da religiosidade para alguns pacientes como a não adesão a tratamentos, excesso de confiança, pensamento que o mal nunca ocorrerá consigo mesmo, e a autopunição por estar doente. Para algumas religiões a doença se manifesta como forma de castigo e culpa por comportamentos não aceitos.25

No entanto, hoje quando praticadas juntas fé e religiosidade podem se tornar grandes aliadas capazes de explicar o significado da vida à pessoa enferma, reduzindo os níveis de ansiedade e proporcionando conforto, além de torná-la mais resiliente perante o processo desde a internação até após a alta hospitalar, em todas as suas necessidades biopsicossociais.26

Gratidão

A gratidão pode ser expressa através de orações, tradições religiosas e ensinamentos resultando em bem-estar social. Estudos experimentais trazem que indivíduos que são gratos apresentam melhor saúde física e mental perante situações estressantes.27 Portanto, dos sentimentos positivos que a fé e/ou espiritualidade despertam nos pacientes destacamos a gratidão como o mais presente nos relatos, uma vez que o agradecimento a Deus é feito independente da condição enfrentada.

[...] há 22 anos minha mulher ora para cuidar de mim, e nesses anos eu nunca me deitei sem fazer uma oração para agradecer. Agradecer é muito importante, e por incrível que pareça, cada vez que você toca no nome do senhor, te dá um arrepio, pela fé que você tem. (PCM9)

[...] tudo que eu vou falar eu agradeço a Deus, eu penso em Deus, estou sempre pedindo proteção e ele me ajuda para que eu tenha um bem-estar melhor [Eu sempre tenho um agradecimento para fazer a Deus, estou sempre pensando nele e agradecendo a minha vida]. (PCM15)

[...] meu Deus está sempre dentro de mim, e eu estou sempre agradecendo, até nessa fase que não está muito fácil, eu agradeço [Não adianta, a gente tem que ter discernimento e aceitar]. (PCM18)

Nota-se, a partir das falas dos entrevistados, que apesar da enfermidade e das adversidades enfrentadas, o agradecimento está sempre presente, pois se acredita que quanto mais se agradece, mais coisas boas e positivas irão atrair para a vida, e todos os relatos expressavam esse sentimento.

Com isso, além da gratidão a felicidade e o amor são vistos como elementos reflexivos e críticos capazes de nos tornar propriamente espirituais. O agradecimento por sua vez, é a expressão da emoção espiritual por excelência, que ajuda a projetar a vida não somente no presente como também para o futuro ajudando o paciente a ter um entendimento de si próprio e a consciência de que pode construir sua felicidade e não necessariamente se considerar condenado a uma vida miserável.28

Nesse sentido, ela se torna uma ferramenta poderosa para construir uma vida mais plena, uma vez que é possível utilizá-la para crer em um amanhã melhor, tendo para si que até mesmo na adversidade há uma lição positiva, além de ser uma forma de aprendizado, evolução, e uma maneira de aproximar a relação com Deus.

Simbologia representativa da fé

Ao serem questionados sobre a existência de alguma simbologia que represente a sua fé e/ou espiritualidade, seis responderam não ter símbolo representativo, mas dentro destes, alguns não possuem símbolo material, mas sim, imaterial. Logo, doze possuíam símbolo material relacionado, onde tivemos: quatro considerando a Bíblia Sagrada; três citaram a imagem de Nossa Senhora Aparecida; dois citaram a imagem representativa de Jesus Cristo; um possuía uma tatuagem de uma cabocla; um guardava imagens variadas de santos; e um possuía a imagem do Buda.

[...] não tenho símbolo, não tenho nada. (PCM3)

[...] o que eu carrego é a bíblia. (PCM4)

[...] a bíblia eu carrego é o alimento da minha alma assim como a comida é para o meu corpo, representa toda a fé que eu tenho. (PCM17)

[...] Nossa Senhora Aparecida, aqui eu não tenho, mas no carro, em casa, ela está em tudo que é lugar. (PCM2)

[...] sou muito devota a Nossa Senhora Aparecida, me sinto bem perto dela. (PCM14)

[...] tenho uma imagem da Nossa Senhora Aparecida e tenho uma cruz com Jesus Cristo. (PCM15)

[...] tenho um Jesus Cristo embaixo do meu travesseiro aqui no quarto e com ele eu me agarro de noite, ele me protege. (PCM8)

[...] carrego essa índia, minha primeira tatuagem, que é a cabocla Jurema, gosto de ter ela comigo. (PCM16)

[...] tenho na minha porta um Buda. (PCM18)

O símbolo religioso é a primeira manifestação e a mais espontânea do ser humano com o sagrado para aproximá-lo do real e devem ser valorizadas sempre que houver necessidade de recorrer a estes. Considerando isso, é fundamental compreender que os símbolos podem apresentar diversos significados dependendo da cultura de cada paciente.29

Sendo assim, a religião é expressa através dessa forma e traduz o irracional, possuindo grande significado para a alma humana, de modo que o ser ao vivenciar um momento de fragilidade e vulnerabilidade não pensa duas vezes e apegam-se a eles.30

Nota-se que os símbolos são carregados com a função de proteção, dando visibilidade à espiritualidade e/ou fé, fazendo com que algo íntimo e pessoal, torne-se palpável. Com isso, durante o período de dificuldade na qual os pacientes passam, eles se tornam um amuleto de sustentação e força.

Levando em consideração os relatos de pacientes que não possuíam símbolos materiais pôde-se observar a expressão da espiritualidade por meio de rituais como a queima de incensos, meditação e àqueles que defendiam que sua forma de agir e se relacionar com o outro era seu principal símbolo e amuleto.

[...] nosso amuleto é nossa maneira de ser, a maneira como a gente se porta, como a gente é com os outros. (PCM5)

[...] na imagem eu não acredito, é só uma escultura, mas no santificado eu acredito sim. (PCM18)

[...] eu acendo incenso, faço meditação, coloco mantra, essas coisas que atraem boas energias. Eu acredito nisso, que estamos aqui por uma energia divina. (PCM18)

[...] não tenho símbolo, só o coração, o coração é meu amuleto de fé e nossa fé é tudo. (PCM1)

O símbolo é um instrumento que representa a fé (realidade visível) para que assim se alcance algo (realidade invisível) e se torna um elemento chave no dia a dia perante a doença, encontrando-se difundido nos mais diversos campos do saber humano.29

Para alguns entrevistados, evidencia-se a libertação da necessidade de se ter algo material representando a sua crença. Sendo assim, a forma de viver e se relacionar com o mundo e com seus semelhantes seriam a sua simbologia, desprendendo-se do material e investindo apenas na cultura espiritual e em alguns rituais que trazem bem-estar e que os aproximem do transcendente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas falas dos pacientes pôde-se compreender que a espiritualidade e/ou fé está presente em todos os entrevistados e que ela se torna mais forte a partir do momento em que alguma doença ameaça modificar a vida ou seu modo de viver. Nota-se que, a expressão da fé varia entre os entrevistados, mas que todos a expressam de alguma forma de que todo ser humano é um ser espiritual.

Surgiram variações de foco da expressão da espiritualidade e/ou fé, na qual alguns a tinham com o direcionamento para o pensamento de cura, acreditando que um ser superior seria capaz de livrá-los da enfermidade, e outros a tinham como o sentido da transitoriedade, uma vez que eventos ameaçadores da vida afloram tais questionamentos. Também, houve grande dicotomia da temática pesquisada com a religiosidade, fomentando que a crença em algum ser superior, não está necessariamente relacionada a alguma religião, podendo existir de forma subjetiva para cada indivíduo.

Além disso, surgiu a presença de símbolos como representação material da espiritualidade e/ou fé. Os símbolos materiais foram identificados como Jesus Cristo, Nossa Senhora, Buda e a Bíblia, porém, outros, principalmente os que se declararam sem religião, relataram que não possuíam símbolos e defendiam algo imaterial como representante da sua fé, por exemplo, o modo de agir e rituais que lhe trouxessem bem-estar. Ainda, na voz dos participantes destaca-se a gratidão como sentimento positivo prevalente, tornando a enfermidade como algo inerente à vida, sendo uma oportunidade de evolução espiritual e alicerce para um futuro melhor.

Os resultados do presente estudo reafirmam que a espiritualidade e a fé estão presentes no dia a dia hospitalar e que estas, influenciam nas condições de saúde dos indivíduos, surgindo como auxílio durante o tratamento e enfrentamento do adoecimento. Assim, é importante que os profissionais da saúde reconheçam a importância de considerarem a fé e a espiritualidade, atrelando essa crença no tratamento, buscando fortalecer o vínculo entre equipe-paciente, tornando o processo de internação menos traumático e mais humanizado.

Identificam-se como limitações do estudo o fato deste tema, assim como a prática da espiritualidade, não ter sido abordada em outras unidades de internação e ter se restringido somente a um hospital, não revelando a relação da fé e/ou espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de maneira mais abrangente quando se trata do paciente internado em unidade clínica.

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Recebido em: 30/12/2021

Aceito em: 27/10/2022

Publicado em: 29/12/2022



[1] Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: caroolina.slima@hotmail.com ORCID: 0000-0003-1747-2955

[2] Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: nataliaarmua@hotmail.com ORCID: 0000-0002-4761-5825

[3] Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: marlon.enferm96@gmail.com ORCID: 0000-0002-2385-2738

[4] Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: isa_arrieira@hotmail.com ORCID: 0000-0003-4607-9255

 

Como citar: Lima CS, Armua NC, Oliveira MP, Arrieira ICO. Fé e espiritualidade no enfrentamento do adoecimento de pacientes clínicos internados em um hospital universitário. J. nurs. health. 2022;12(3):e2212321395. DOI: https://doi.org/10.15210/jonah.v12i3.4658