y recogida mediante un cuestionario en línea, entre febrero y abril de 2021. El análisis se
realizó por la frecuencia simple de los datos. Resultados: el 50,57% tuvo su primer contacto
con las pantallas, antes de los dos años. Las quejas más frecuentes tras el uso de pantallas
son: dolores de cabeza, irritación visual, ojos secos y llorosos, visión borrosa y mareos. El
20,45% de los niños tienen dificultades de visión a grandes distancias y el 60,80% de los niños
ya se han realizado una evaluación oftalmológica. Conclusión: hay un número creciente de
niños expuestos demasiado tempranamente y durante periodos prolongados a los
dispositivos electrónicos.
Descriptores: Agudeza visual; Salud ocular; Salud infantil; Enfermería
INTRODUÇÃO
Acredita-se que a maioria dos problemas oculares ocorrem apenas em pessoas em
idade adulta. Entretanto, muitos deles surgem ainda na infância ou de forma congênita e
muitas vezes esses problemas não são diagnosticados, passando desapercebidos pelos pais e
familiares, no ambiente doméstico. A criança não tem noção de que não enxerga bem, pois
não exerce atividades que demandem esforço visual, sofrendo agravos em consequência de
hábitos inadequados e pela falta de realização de exames oftalmológicos, os quais permitem
um diagnóstico precoce do problema.1-3
A sociedade vivencia uma profunda mudança no estilo de vida, intensificada nos
últimos tempos com a ascensão da tecnologia. O uso de mídias tem se tornado comum entre
as pessoas, sendo incorporado aos hábitos de vida nas diferentes faixas etárias e contextos
sociais. Pode-se dizer, que as crianças e adolescentes fazem parte da nova geração digital e
usam esses dispositivos digitais cada vez mais precocemente e em todos os lugares e se
tornaram mais atraentes para as crianças.1,3
Para a saúde ocular, essa mudança de comportamento tem vários pontos negativos. O
primeiro é que ao escolher uma tela para brincar em detrimento das brincadeiras
tradicionais, a criança utiliza sua visão de perto na maior parte do tempo, dessa forma
podem surgir diversos problemas oculares.1 Os dispositivos eletrônicos emitem luz azul
violeta de modo que o tempo de uso exagerado pode à longo prazo danificar as células da
retina e causar perda da visão.4
Estima-se que 12,8 milhões de crianças, entre cinco e 15 anos, apresentam erros de
refração não corrigidos, e se não corrigidos, eles são a principal causa de deficiência visual
entre as crianças brasileiras. Os tipos mais comuns apresentam como tratamento
convencional uso de óculos ou lentes de contato. Aproximadamente 20% dos alunos do ensino
fundamental manifestam alguma alteração oftalmológica, cerca de 10% deles necessitam de
correção óptica e, destes, 5% demonstram redução grave da acuidade visual.5
Por isso se faz necessário projetos como o “Olhar Brasil”, que foi instituído pelo
Governo Federal, no ano de 2007. Possui como objetivo principal identificar problemas
visuais em alunos matriculados na rede pública de Ensino Fundamental, em discentes
registrados no Programa “Brasil Alfabetizado” do Ministério da Educação e na população
acima de 60 anos de idade, prestando assistência oftalmológica, com fornecimento de óculos
nos casos de detecção de erros de refração.6
Em abril de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um guia de
orientações sobre o uso de telas para menores de cinco anos. As orientações têm como
objetivo assegurar o futuro das crianças, promovendo um olhar para os cuidados familiares,
garantindo a formação de valores éticos e fazendo despertar o apoio e a resiliência de
familiares em busca do pleno desenvolvimento infantil.7-8
A prevenção de agravos, a promoção de saúde, o diagnóstico precoce e o controle de
alterações na visão das crianças devem ser realizados com o objetivo de reduzir os casos e
as consequências dessas alterações visuais. Neste contexto, o enfermeiro tem papel