Desgastes f�sicos e emocionais do enfermeiro decorrentes do atendimento pr�-hospitalar m�vel
Nurses' physical and emotional exhaustion resulting from mobile pre-hospital care
Desgaste f�sico y emocional de los enfermeros como resultado de la atenci�n prehospitalaria m�vil
Barbosa, Karoline Hyppolito;[1] Ribeiro, Beatriz Maria dos Santos Santiago;[2] Giorio, Maria Clara;[3] Yagi, Mara Cristina Nishikawa;[4] Oliveira, Leticia Coutinho de;[5] Karino, Marcia Eiko[6]
RESUMO
Objetivo: descrever as principais queixas causadas pelas cargas ps�quicas no processo de trabalho dos enfermeiros no atendimento m�vel pr�-hospitalar. M�todo: pesquisa qualitativa realizada com 15 enfermeiros do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia de uma cidade do norte do Paran�. O instrumento de coleta tinha informa��es de caracteriza��o sociodemogr�fica e do trabalho. Os dados foram submetidos � an�lise de conte�do. Resultados: evidenciaram-se desgastes emocionais e f�sicos causados pelas cargas ps�quicas associadas ao estresse no trabalho: apreens�o, ansiedade, irrita��o, nervosismo, ins�nia, falta de paci�ncia, imediatismo das coisas, medo do desconhecido, altera��o dos sinais vitais, frustra��o, des�nimo, tristeza, desmotiva��o, aus�ncia de reconhecimento profissional, for�a f�sica, entre outros. Conclus�es: recomenda-se que a institui��o disponibilize suporte psicol�gico, momentos de confraterniza��o/lazer, vigil�ncia em Sa�de do Trabalhador, entre outras atividades que podem proporcionar qualidade de vida no trabalho do enfermeiro, reduzindo desgastes f�sicos e emocionais ocasionados pelo desempenho da sua fun��o no Servi�o M�vel de Urg�ncia.
Descritores: Sa�de do trabalhador; Unidades m�veis de sa�de; Riscos ocupacionais; Enfermagem
ABSTRACT
Objective: to describe the main complaints caused by psychic loads in the work process of nurses in pre-hospital mobile care. Method: qualitative research carried out with 15 nurses from the Mobile Emergency Care Service in a city in northern Paran�. The collection was about sociodemographic and work characteristics. Data were submitted to content analysis. Results: emotional and physical strains caused by the psychological burdens associated with work stress were evidenced: apprehension, anxiety, irritation, nervousness, insomnia, lack of patience, immediacy of things, fear of the unknown, alteration of vital signs, frustration, discouragement, sadness, lack of motivation, lack of professional recognition, physical strength, among others. Conclusions: it is recommended that the institution provide psychological support, moments of socializing/leisure, surveillance in Occupational Health, among other activities that can provide quality of life in the work of nurses, reducing physical and emotional exhaustion caused by the performance of their role in the work.
Descriptors: Occupational health; Mobile health units; Occupational risks; Nursing
RESUMEN
Objetivo: describir las principales quejas provocadas por las cargas ps�quicas en el proceso de trabajo de los enfermeros en la atenci�n m�vil prehospitalaria. M�todo: investigaci�n cualitativa realizada con 15 enfermeros del Servicio M�vil de Atenci�n de Emergencia en norte de Paran�. La recolecci�n fue sobre caracterizaci�n sociodemogr�fica y laboral. El an�lisis fue de contenido. Resultados: se evidenciaron tensiones emocionales y f�sicas provocadas por las cargas psicol�gicas asociadas al estr�s laboral: aprensi�n, ansiedad, irritaci�n, nerviosismo, insomnio, falta de paciencia, inmediatez de las cosas, miedo a lo desconocido, alteraci�n de los signos vitales, frustraci�n, des�nimo, tristeza, falta de motivaci�n, falta de reconocimiento profesional, fuerza f�sica, entre otros. Conclusiones: se recomienda que la instituci�n brinde apoyo psicol�gico, momentos de socializaci�n/ocio, vigilancia en Salud Ocupacional, entre otras actividades que pueden brindar calidad de vida en el trabajo, reduciendo el desgaste f�sico y emocional ocasionado por el desempe�o de su rol de trabajo.
Descriptores: Salud laboral; Unidades m�viles de salud; Riesgos laborales; Enfermer�a
INTRODU��O
A Pol�tica Nacional de Urg�ncia e Emerg�ncia foi institu�da em 2003 e teve como objetivo estruturar e consolidar a rede no Brasil.� Essa pol�tica intencionou a organiza��o dos servi�os, como a regula��o dos atendimentos �s urg�ncias e emerg�ncias, atrav�s de uma central de regula��o, e principalmente visando garantir assist�ncia adequada durante o atendimento inicial.�
O Atendimento Pr�-Hospitalar (APH) visa o atendimento precoce �s v�timas, ap�s algum tipo de dano, podendo ser ele de origem cl�nica, cir�rgica, traum�tica ou psiqui�trica, sendo necess�rias interven��es precoces para que se reestabele�a � sa�de como antes do ocorrido.�
Devido tal complexidade, � indispens�vel � atua��o de profissionais altamente capacitados a fim de proporcionar atendimentos para diversos tipos de danos, em diversas faixas et�rias, e em diferentes locais.4 O atendimento prestado ocorre em lugares distintos, como resid�ncias, empresas, e principalmente, vias p�blicas.� Para isso o Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (SAMU) disp�e de uma equipe composta por m�dicos, enfermeiros, t�cnicos de enfermagem e condutores com forma��o de socorrista.�
Sabe-se que o profissional enfermeiro desempenha importante papel para o servi�o de sa�de. Cabe a ele responsabilidade t�cnica sobre sua equipe, por�m, para desempenhar tal fun��o, se faz necess�ria compet�ncia cient�fica. Atualmente procura-se por enfermeiros que dominem tecnologias, possuam racioc�nio r�pido, e principalmente, que tenham o papel gerencial. Durante o atendimento no SAMU, cabe ao enfermeiro prestar assist�ncia avan�ada direta ao paciente,5 expondo-se assim a riscos ocupacionais.
Um conjunto de pr�ticas centradas na associa��o da sa�de com o processo de trabalho constitui a Vigil�ncia em Sa�de do Trabalhador. A Sa�de do Trabalhador (ST) visa � assist�ncia aos trabalhadores, buscando melhorias as condi��es de vida e sa�de, com o intuito de intervir em v�nculos trabalhistas que desencadeiam agravos � sa�de.6
Devido tais limita��es encontradas pelos trabalhadores, como por exemplo, n�mero reduzido de trabalhadores para excessivas horas trabalhadas, os profissionais s�o expostos a cargas de trabalho. Essas cargas de trabalho atuam de maneira direta e indiretamente na sa�de do trabalhador, por estarem presentes propriamente no processo de trabalho e no ambiente nos quais ocorrem.7
Atualmente as cargas de trabalho s�o classificadas em biol�gicas, qu�micas, mec�nicas, fisiol�gicas, f�sicas e ps�quicas. Na carga biol�gica o trabalhador � exposto diretamente a flu�dos corp�reos e secre��es; na carga qu�mica ocorre � manipula��o de subst�ncias, como medicamentos; cargas mec�nicas s�o decorrentes de acidentes com materiais perfuro cortantes; a carga fisiol�gica ocorre pelo uso do corpo durante o processo de trabalho, gerando posturas inadequadas e desgastes; carga f�sica est� relacionada a agentes f�sicos, como radia��es, eletricidade, temperatura e outros; e por fim, a carga ps�quica.7-8
Em destaque a Carga Ps�quica, ocorre devido ao ritmo de trabalho exacerbado, jornadas excessivas, redu��o das horas de descanso, movimentos repetitivos, uso intenso de for�a f�sica, necessidade extrema de aten��o, supervis�o constante, falhas na comunica��o, ang�stia, ansiedade, estresse, desprazer profissional, entre outros, sendo os principais respons�veis pelo desgaste profissional.8-9
Assim, trabalhadores que atuam diretamente com emerg�ncias, encontram-se mais suscet�veis aos sofrimentos causados pelas cargas ps�quicas, considerando o processo de trabalho ininterrupto no qual est�o inseridos. Frente a isso, o processo de trabalho pode acarretar prazer durante a din�mica trabalhista, como insatisfa��o, perante as adversidades listadas.9
Diante do exposto, pretende-se destacar a carga ps�quica, respondendo a seguinte quest�o norteadora: Quais os principais desgastes causados pelas cargas ps�quicas no profissional enfermeiro durante o atendimento m�vel pr�-hospitalar? Portanto, este estudo teve como objetivo: descrever as principais queixas causadas pelas cargas ps�quicas no processo de trabalho dos enfermeiros antes, durante e ap�s o atendimento m�vel pr�-hospitalar.
MATERIAIS E M�TODO
Pesquisa descritiva, explorat�ria e qualitativa. A pesquisa qualitativa busca entendimento dentro de um determinado grupo social, onde seu enfoque � evidenciar a realidade que n�o pode ser quantificada.10 O estudo contou com a participa��o de 15 enfermeiros do SAMU de uma cidade do norte do Paran�. O atendimento m�vel de urg�ncia na cidade pesquisada existe desde 2003 e tem sede pr�pria em uma regi�o central da cidade desde 2005, atendendo toda 17� Regional de Sa�de. As ocorr�ncias devem ser acionadas pela central de Urg�ncias atrav�s do n�192.� Conta com uma equipe de servi�o aero m�dico e oito ambul�ncias, sendo tr�s de Suporte Avan�ado de Vida, composta por um Enfermeiro, um M�dico e um Condutor Socorrista; j� as outras cinco fazem parte do Suporte B�sico de Vida, onde atuam apenas um T�cnico de Enfermagem e um Condutor Socorrista. O SAMU conta com 20 enfermeiros, independente do sexo e faixa et�ria, sendo que contribuem no atendimento do servi�o m�vel avan�ado de sa�de terrestre e aero rodovi�rio.
Como crit�rios de inclus�o, os profissionais deveriam possuir gradua��o em Enfermagem, p�s-gradua��o em Urg�ncia e Emerg�ncia ou Cuidados Intensivos, estar atuando como enfermeiro neste servi�o e prestar atendimento direto ao paciente, atuando durante o APH, e com no m�nimo dois anos de experi�ncia no APH. Para crit�rios de exclus�o, profissionais enfermeiros que estivessem desempenhando no momento da coleta de dados atividades administrativas ou mesmo enfermeiros em fun��o de t�cnico de enfermagem, trabalhadores em f�rias ou licen�a por outros motivos bem como aqueles que n�o aceitaram participar do estudo.
Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento pr�-elaborado, que continha as seguintes quest�es: Quais os principais desgastes as cargas ps�quicas causam em voc� antes, durante e ap�s sua rotina de trabalho? Em qual momento/cen�rio os sentimentos se mostram mais evidentes? Quais estrat�gias voc� usa para reduzir os efeitos gerados pelas cargas ps�quicas? Voc� j� apresentou algum sintoma ps�quico, relacionado � sa�de mental devido a algum evento/acontecimento no trabalho? Fez consulta m�dica/psiqui�trica? Se sim, faz uso de medica��es? Quais?
Os instrumentos de coleta foram divididos em duas etapas: Caracteriza��o sociodemogr�ficas (sexo, idade, ano de conclus�o da gradua��o e situa��o conjugal) e caracteriza��o do trabalho (anos de experi�ncia na �rea da sa�de, tempo de trabalho na institui��o atual, carga hor�ria trabalhada por dia e semana, turno de trabalho, trabalho em outra institui��o e qual a especialidade da p�s-gradua��o).
As entrevistas e as grava��es foram realizadas de novembro a janeiro de 2020. As entrevistas foram, individualmente, com os enfermeiros do SAMU que totalizaram 20 profissionais, mediante agendamento pr�vio dos enfermeiros em ambiente privado, propiciando uma intera��o entre o pesquisador e o entrevistado, para que ele pudesse responder as quest�es.�
Para o tratamento dos dados coletados utilizou-se a t�cnica de an�lise de conte�do que contou com tr�s momentos distintos: a pr�-an�lise que incluiu a leitura flutuante dos dados transcritos; a explora��o do material que representou a sele��o das falas dos sujeitos e a organiza��o em categorias que foram agrupadas por temas; isto �; quando convergirem para um significado comum foram classificadas em uma mesma categoria e por �ltimo, o tratamento dos resultados, que foram interpretados pelas falas dos sujeitos.11
Ap�s o t�rmino das entrevistas gravadas foram transcritas as falas dos participantes entrevistados do estudo.� Em seguida foi realizada uma leitura minuciosa e extra�dos pontos relevantes de acordo com os objetivos propostos e a partir da� a categoriza��o pertinente � reflex�o.
A pesquisa foi aprovada pelo Comit� de �tica em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina n� 19625619.6.0000.5231, obedecendo a Resolu��o n�466/12 do Conselho Nacional de Sa�de e as Diretrizes n�12, das Diretrizes �ticas Internacionais para Pesquisas Biom�dicas envolvendo Seres Humanos, ocorrendo mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que visa garantir a voluntariedade de sua participa��o, a possibilidade de desist�ncia em meio � coleta dos dados, al�m da confidencialidade por parte do pesquisador.
RESULTADOS E DISCUSS�O
Em rela��o aos dados sociodemogr�ficos, observou-se que dos 20 enfermeiros da institui��o, apenas 15 participantes foram aptos a realizar a pesquisa, destes, 10 mulheres e apenas cinco homens, com idade m�nima de 31 anos e m�xima de 46 anos. Dos 15 profissionais, oito relataram trabalhar em outras institui��es. Todos envolvidos neste estudo s�o profissionais enfermeiros e com t�tulo de p�s-gradua��o em Urg�ncia e Emerg�ncia, Cuidados em Intensivos ou ambos. O tempo de atua��o na institui��o variou de dois a nove anos.
A fim de garantir a confidencialidade do entrevistado, foi utilizado o codinome ALFA em cada relato. ALFA s�o unidades de Suporte Avan�ado de Vida, ou seja, aquelas que contam com um enfermeiro na equipe juntamente com o m�dico e o condutor socorrista.12
Ap�s a an�lise de conte�do, segundo Bardin,11 as respostas obtidas foram distribu�das em quatro categorias a seguir:
Desgastes Emocionais frente �s Cargas Ps�quicas
Nesta categoria observou-se a presen�a de desgastes emocionais expl�citos durante a fala dos entrevistados causados pelas cargas ps�quicas associadas ao estresse no trabalho.
[...] � no come�o voc� fica meio [...] apreensiva, porque � uma coisa que voc� n�o sabe o que voc� vai encontrar, [...] �s vezes voc� chega l� e t� esperando o pior e n�o �, ou voc� t� esperando pouca coisa e � o pior n� [...] (ALFA 1)
[...] Ansiedade, irrita��o, nervosismo, ins�nia, falta de paci�ncia, imediatismo das coisas � querer todas as coisas de uma maneira imediata; Medo do desconhecido, altera��o dos sinais vitais; Frustra��o �s vezes [...] (ALFA 2, ALFA 10, ALFA 14)
O profissional atuante em servi�os de urg�ncia e emerg�ncia encontra diversos cen�rios para a realiza��o dos atendimentos, como ocorr�ncias de car�ter incerto, onde lidam com a morte, press�o de familiares devido ao acontecimento e atua��o em tempo reduzido, necessitando de uma presta��o de servi�os imediata.13
Segundo um estudo realizado em Pernambuco, trabalhadores que atuam frente � urg�ncia est�o sujeitos � altera��o do quadro emocional gerado ao decorrer de sua rotina de trabalho exaustiva e a exposi��o ao estresse ocupacional. O acionamento para atendimentos de emerg�ncia gera por si s� um desgaste emocional nesses profissionais, podendo acarretar ansiedade, depress�o e outros sintomas causados pela alta carga emocional,14 como pode-se observar nas falas descritas.
Al�m dos sintomas descritos, o sujeito tamb�m pode desencadear outros sintomas ps�quicos como des�nimo, fadiga, mialgia, ins�nia, taquicardia, esgotamento emocional, raiva, medo, frusta��o e irritabilidade,15 o que vem ao encontro com o atual estudo.
[...] Ah, �s vezes des�nimo, ansiedade tamb�m j� tive, e algumas situa��es tamb�m de tristeza, desmotiva��o, por voc� ver que, �s vezes a caracter�stica do trabalho tem mudado bastante, ou tamb�m de voc� se doar demais no servi�o e n�o ser reconhecido, ent�o a� acaba te desmotivando, acaba te deixando chateada [...] (ALFA 3)
Al�m dos desgastes emocionais causados ao decorrer dos atendimentos, existe tamb�m a presen�a de fatores estressantes devido a aspectos organizacionais como a defici�ncia no reconhecimento profissional16 e a execu��o de tarefas al�m da sua al�ada, o que acarreta conflitos e contribui ainda mais para o estresse no ambiente de trabalho.17
Desgastes F�sicos frente �s Cargas Ps�quicas
De acordo com os relatos, observou-se que a for�a f�sica e a atua��o em ambientes insalubres intensificam a a��o das cargas ps�quicas, conforme exposto a seguir:
[...] A gente lida muito com paciente pesado n�, ent�o a gente ergue, abaixa a maca [...]. Alguns lugares aonde a gente vai, lugares de dif�cil acesso, [...] n�o tem luz, n�o tem uma luz boa para a gente poder visualizar uma pun��o. Situa��o de risco n�, a gente tamb�m atende em rodovias [...] (ALFA 4)
[...] Carga, seria mais em plant�es mais movimentados, n�, que tem bastante acionamentos [...]. �, depende do plant�o tem uma alta demanda de atribui��es a serem estabelecidas, realizadas, geram um pouco ai de desconforto, cansa�o. Mas � sazonal [...] (ALFA 5)
A exposi��o dos profissionais favorece ao aparecimento das cargas ps�quicas,14 que identifica o ambiente de trabalho do profissional do APH como um ambiente insalubre, visto que estes profissionais est�o frequentemente expostos a riscos ocupacionais. A exposi��o dos enfermeiros �s sobrecargas de trabalho tem sido relatada com a potencialidade de gerar doen�as graves, com alta frequ�ncia de mortalidade, como as hepatites, S�ndrome da Imunodefici�ncia Adquirida (SIDA), c�nceres e exposi��o � radia��o ionizante, bem como o estresse e o suic�dio.18 � inquietante o fato de se conhecer um perfil de morbidade de enfermeiros que compromete a capacidade de trabalho atual e futura, pela exposi��o �s sobrecargas de trabalho e processos de desgastes sofridos e, no entanto, n�o serem conhecidas as causas intr�nsecas de doen�as decorrentes da gravidade da exposi��o ps�quica.
A carga hor�ria semanal dos profissionais atuantes em tal servi�o � exaustiva, por�m pass�vel de flexibilidade, abrindo caminhos para a possibilidade e at� mesmo necessidade de outro emprego. Em um estudo,19 a realidade da dupla jornada de trabalho, assim como no presente estudo, � vista, havendo v�rios profissionais com duplo v�nculo empregat�cio. Quando os profissionais excedem �s 30 horas semanais propostas pelo servi�o, ele apresenta limita��o dos desempenhos esperados e ocorre uma predisposi��o para acidentes de trabalho, adoecimento f�sico e emocional, e por consequ�ncia seu afastamento. 19
[...] a carga de trabalho, ter dois v�nculos, ent�o isso n�o facilita, por que o trabalho noturno desgasta a gente, principalmente quando eu venho para o servi�o diurno, por ter trabalhado [...] (ALFA 6)
Devido tal fato, observa-se tamb�m que a dupla jornada de trabalho acarreta diretamente na qualidade do sono do profissional.16 Por possuir uma carga hor�ria adapt�vel, os profissionais se submetem a jornadas cont�nuas, como plant�o diurno e plant�o noturno seguidos, prolongando sua escala de trabalho e consequentemente acarretando dist�rbios do sono, desgaste f�sico e emocional. Este quadro presente na enfermagem, produzido pela divis�o do trabalho, que compartimentaliza tarefas e decis�es, resultam em uma ruptura no fluxo de trabalho. O alto n�vel de exig�ncia dos superiores, dos pacientes e da pr�pria tarefa em si, exige aten��o constante do enfermeiro, n�o apenas em termos de qualidade, mas na quantidade de tarefas a cumprir. Desgastados pela dupla jornada de trabalho, conv�vio cotidiano com situa��es de dor e sofrimento, ritmo acelerado, turnos de trabalho irregulares e sempre no atendimento de urg�ncia, os enfermeiros vivenciam uma sobrecarga m�ltipla e cont�nua.
[...] qualidade de sono, a gente n�o tem uma qualidade muito boa de sono aqui [...] (ALFA 7)
[...] Ah, por trabalhar a noite, �s vezes cansa um pouco fisicamente, por causa da falta de dormir a noite, tem noite que a gente trabalha a noite inteira, n�o tem uma pausa de descanso de 2 horas ou de 3 horas, [...]. E �s vezes tamb�m pegamos muito trauma ou parada card�aca, ent�o, tem um esfor�o f�sico muito grande para atender, �s vezes � o cansa�o f�sico mesmo, o esgotamento f�sico, de fazer for�a, a maioria dos pacientes s�o grandes, obesos, ent�o, �s vezes a gente faz muita for�a, muita for�a muscular [...] (ALFA 8)
[...] Durante quando emenda muito uma ocorr�ncia na outra, a gente fica sem ir ao banheiro, sem almo�ar, � um desgaste f�sico, que acaba gerando um desgaste emocional, a gente acaba ficando irritada, pelo desconforto, de vontade de fazer xixi, fome [...] (ALFA 12)
O risco ergon�mico se torna evidente durante os atendimentos, pois exige do profissional um trabalho manual cont�nuo e a necessidade de realizar esfor�o f�sico intensamente durante as ocorr�ncias,20 onde ocorre a manipula��o dos pacientes e dos equipamentos que comp�em a ambul�ncia, que na maioria das vezes apresentam um peso elevado, acarretando frusta��o e adoecimento do profissional.21
Cen�rios envolvendo Crian�as e Viol�ncia devido �s Cargas Ps�quicas
Por meio das falas apresentadas a seguir, foi poss�vel identificar os cen�rios que causam maior desconforto ps�quico durante os atendimentos, dentre eles o cen�rio envolvendo crian�as e a ocorr�ncia de viol�ncia com o paciente, que na maioria das vezes, o levam a morte.
De acordo com estudo realizado em Minas Gerais, existem fatores que interligam o trabalho com a vida pessoal, como por exemplo, durante um atendimento traum�tico, existem situa��es que geram emo��es, podendo influenciar no contexto biopsicossocial, uma vez que, segundo tal estudo, � imposs�vel desassociar o contexto pessoal com o trabalho.22
[...] Normalmente quando � crian�a a gente vai mais apreensivo, [...] suic�dio [...] (ALFA 1)
[...] Ah, se for para pensar em rela��o �s ocorr�ncias, os atendimentos que me deixam mais tristes assim, bem mais complicado de lhe dar, [...] e a gente passa a pensar no que aconteceu durante o restante do dia, [...] �bito de um paciente jovem, um atendimento no paciente jovem, ou crian�a, talvez porque eu tenha filho jovem, crian�a pequena, �s vezes acaba meio que relacionando uma coisa com a outra n� [...] (ALFA 3)
Tais situa��es podem gerar estresse e despertar sentimentos nesses profissionais, pois lidam diariamente com atendimentos traum�ticos, entre eles, v�timas de agress�o, ferimentos por arma de fogo, afogamento, e principalmente atendimento a crian�as, como exposto nas falas do presente estudo, similar a outro estudo.22
Devido a isso os profissionais tornam-se expostos a sentimentos e emo��es acarretados durante a presta��o de servi�os, pois tais cen�rios geram reflexo em sua vida pessoal devido ao alto grau de envolvimento, e por associar estes sentimentos � sua vida pessoal.22
[...] Principalmente quando envolve crian�a, adolescente, pessoas novas a gente fica com a aquilo na cabe�a. [...] cada ocorr�ncia � um tipo de situa��o, entendeu, [...] tem um agravo, � um cuidado, a gente tamb�m vai para a cena de crime, por arma de fogo, esfaqueamento, suic�dio [...] (ALFA 4)
[...] Acho que cen�rio que tem trauma de crian�a, acho que � o mais assim chocante, acho que por ser m�e a gente acaba se chocando mais quando v� trauma de crian�a [...] (ALFA 8)
[...] Atendimento a crian�a e em suic�dio, afogamento, trauma [...] (ALFA 9; ALFA 10)
[...] Quando � crian�a eu fico um pouco mais ansioso, at� porque a gente tem filho e sempre se coloca no lugar da fam�lia [...] (ALFA 15)
[...] durante a ocorr�ncia seria quando a gente atende esses �bitos de pessoas jovens, que seguindo o ciclo da vida, quem falece � o idoso n�. E �bito por acidente, ou queimadura. Estupro, quando a gente atende mulheres ou crian�as v�timas de abuso sexual [...] (ALFA 13)
Muitos profissionais acabam sendo tachados como �frios� pela popula��o ou por pessoas que o cercam. Devido ao alto grau de envolvimento com tais ocorr�ncias, muitas vezes o profissional se v� obrigado a lidar com tais situa��es de maneira rotineira, para que tais sentimentos n�o interfiram diretamente em seu cotidiano e at� mesmo em sua sa�de mental.22
Fez ou Faz Uso de Medicamento para controle da Carga Ps�quica
Como abordado anteriormente, durante a an�lise das falas dos entrevistados, pode-se identificar o estresse sofrido pelos mesmos em diversas situa��es, fazendo com que tais indiv�duos recorressem a estrat�gias para al�vio, neste caso, uma estrat�gia medicamentosa.
[...] J�, e recentemente ainda, que eu fiquei afastada, estava sentindo, tendo sensa��es de pequenos desesperos assim. [...] o psiquiatra diagnosticou como transtorno de ansiedade, mas agora eu j� estou bem melhor. Ainda sinto sim, n�o vou dizer que n�o, mas estou bem melhor do que eu estava. Eu estava tomando rem�dio, a� agora eu vou passar de novo no m�dico para ver como � que vai ficar n�. [...] Era Ansiol�tico [...] (ALFA 3)
Estudo realizado em Belo Horizonte com enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva aponta o uso de medicamentos antidepressivos, antipsic�ticos e ansiol�ticos por estes profissionais.23 Isso ocorre ap�s a exist�ncia de lacunas entre o profissional e o sistema de trabalho, causando sofrimento ao trabalhador.23 Em concord�ncia ao presente estudo, � evidenciado que a enfermagem por estar em contato direto com o paciente recebe alta carga de trabalho e estresse.24
[...] Irritabilidade, [...] usei Escitalopram� por 30 dias. N�o tomo mais [...] (ALFA 10)
[...] Eu fa�o uso de medicamento, que se chama Sertralina� por causa da minha irritabilidade. [...] Estava ficando muito irritado, sem paci�ncia principalmente com os meus filhos, ent�o conversando com um m�dico, ele me deu essa op��o e eu aceitei, e foi muito bom, muito, muito bom. [...] E foi um apelo assim que me libertou dessa irritabilidade, eu n�o sabia mais o que fazer. Passava mal, eu n�o me aguentava, imagina os outros n�, ent�o me ajudou muito, demais [...] (ALFA 15)
Em um estudo25 realizado na Jord�nia, identificaram o uso de diversas subst�ncias como cigarro e bebidas energ�ticas, al�m do uso de ansiol�ticos e antidepressivos, como visto no presente estudo. Segundo o pesquisador, o uso de tais subst�ncias se faz necess�rio devido problemas inerentes ao trabalho, como insatisfa��o, altas demandas, turnos irregulares, al�m da jornada com horas extras, m�ltiplas fun��es e outras caracter�sticas como citado anteriormente, favorecendo tal uso.
Devido � alta exposi��o ao risco psicossocial, os profissionais tendem a apresentar dist�rbios, propiciando ao acometimento da sua sa�de. A institui��o deve ofertar condi��es de trabalho favor�veis para o controle dos agentes estressores, a fim de reduzir as condi��es adversas propiciadas pelas cargas de trabalho.24
A atua��o do servi�o de psicologia se faz necess�rio frente aos desgastes vividos diariamente por profissionais do SAMU, intervindo diretamente nos trabalhadores expostos ao esgotamento f�sico e mental que procuram por al�vio das cargas de trabalho. A atua��o destes profissionais ser� fundamental em situa��es como as citadas neste estudo, agindo de modo a fortalecer o profissional diante do despreparo em cen�rios distintos e assegurando o processo de humaniza��o no atendimento a urg�ncias e emerg�ncias.26
� imprescind�vel o papel da Vigil�ncia em ST nos servi�os de sa�de, n�o sendo diferente com os profissionais atuantes no APH. A vigil�ncia necessita visar melhorias nas condi��es laborais, reduzindo ent�o os efeitos gerados pelas cargas de trabalho nos profissionais expostos.6
CONSIDERA��ES FINAIS
No mundo contempor�neo marcado pelo fen�meno da mudan�a est�o ocorrendo transforma��es pol�ticas, econ�micas e tecnol�gicas. Essas mudan�as repercutem de forma direta nas organiza��es hospitalares, produzindo um ambiente cada vez mais exigente e din�mico e que obriga o trabalhador a diversas adapta��es, para que possa manter sua atua��o com qualidade, necessariamente, precisa atender a demanda da sa�de populacional como constatado nesse estudo.
Evidenciou-se que as cargas ps�quicas implicam diretamente no trabalhador enfermeiro do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia, pois eles est�o inseridos em cen�rios estressantes, expostos a diversos riscos e em ambientes insalubres, que geram estresse e desgastes, tanto f�sicos, quanto emocionais. � importante expressar mais uma vez, a ideia do corpo biopsicossocial, visto que essa concep��o resgata o fato, muitas vezes esquecido, de que s�o simultaneamente, indiv�duo e coletividade, com todas as responsabilidades que esta implica.
Recomenda-se implantar e manter ativas as a��es junto ao servi�o de Medicina Ocupacional e da Divis�o de seguran�a e higiene do trabalho, o registro, monitoramento e vigil�ncia dos agravos � sa�de que subsidiem interven��es eficazes referentes �s cargas ps�quicas, e que a institui��o disponibilize suporte psicol�gico para os profissionais e promova momentos de descontra��o entre a equipe, oferecendo estrat�gias a fim de proporcionar melhor qualidade na assist�ncia prestada, visando assim, reduzir os desgastes causados pelas cargas ps�quicas no profissional enfermeiro do Atendimento M�vel de Urg�ncia.
REFER�NCIAS
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2 Minist�rio da Sa�de (BR). Pol�tica nacional de aten��o �s urg�ncias. 3� Ed. Bras�lia: Editora do Minist�rio da Sa�de; 2006. Dispon�vel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_urgencias_3ed.pdf
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Recebido em: 18/03/2021
Aceito em: 24/03/2022
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Como citar: Barbosa KH, Ribeiro BMSS, Giorio MC, Yagi MCN, Oliveira LC, Karino ME. Desgastes f�sicos e emocionais do enfermeiro decorrentes do atendimento pr�-hospitalar m�vel. J. nurs. health. 2022;12(2):e2212220832. DOI: https://doi.org/10.15210/jonah.v12i2.2235