ARTIGO de revis�o

Aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem: uma revis�o integrativa

Applications for mobile devices used in nursing: an integrative review

Aplicaciones para dispositivos m�viles utilizados en enfermer�a: una revisi�n integradora

Bonow, Camila Timm;[1] Ceolin, Teila;[2] Ceolin, Silvana;[3] St�be, Maril�ia;[4] Mercali, Laura Mariana Fraga;[5] Heck, Rita Maria[6]

RESUMO

Objetivo: conhecer as publica��es produzidas pela comunidade cient�fica sobre aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem. M�todo: revis�o integrativa que buscou conhecer as publica��es de 2014 a 2019, em tr�s bases de dados. Ap�s a leitura, os artigos selecionados, foram classificados em um instrumento pr�prio contendo, t�tulo, autores, ano, idioma, m�todo, n�vel de evid�ncia e conte�do. Resultados: foram identificados 20 artigos que relatavam sobre aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem para o cuidado, sendo com a finalidade de assessorar profissionais no seu processo de trabalho, de auxiliar acad�micos em rela��o �s d�vidas nos campos pr�ticos, e contribuir na preven��o e promo��o da sa�de, incentivando a autonomia do usu�rio no seu cuidado � sa�de. Conclus�o: os estudos encontrados evidenciaram a import�ncia dos aplicativos para dispositivos m�veis no cotidiano de trabalho dos enfermeiros.

Descritores: Tecnologia; Sa�de; Enfermagem; Inform�tica em enfermagem

ABSTRACT

Objective: knowing the publications produced by the scientific community about applications for mobile devices used in nursing. Methods: integrative review that aimed to know the publications from 2014 to 2019, in three databases. After reading, the selected articles were classified in a specific instrument containing title, authors, year, language, method, level of evidence, and content. Results: 20 articles were identified reporting on applications for mobile devices used in nursing for care, being for the purpose of advising professionals in their work process, assisting academics in relation to doubts in the practical fields, and contributing to prevention and health promotion encouraging the user's autonomy in their health care. Conclusions: the studies found showed the importance of applications for mobile devices in the daily work of nurses.

Descriptors: Technology; Health; Nursing; Nursing informatics

RESUMEN

Objetivo: conocer las publicaciones producidas por la comunidad cient�fica sobre aplicaciones para dispositivos m�viles utilizados en enfermer�a. M�todo: revisi�n integradora que busc� conocer las publicaciones de 2014 a 2019, en tres bases de datos. Despu�s de la lectura, los art�culos seleccionados fueron clasificados en un instrumento espec�fico que contiene, t�tulo, autores, a�o, idioma, m�todo, nivel de evidencia y contenido. Resultados: se identificaron 20 art�culos que informaron sobre aplicaciones para dispositivos m�viles utilizados en enfermer�a para el cuidado, con el prop�sito de asesorar a los profesionales en su proceso de trabajo, asistir a los acad�micos en relaci�n con las dudas en los campos pr�cticos, y contribuir a la prevenci�n y promoci�n de la salud, alentando la autonom�a del usuario en el cuidado de su salud. Conclusi�n: los estudios encontrados evidenciaron la importancia de las aplicaciones para dispositivos m�viles en el trabajo diario del enfermero.

Descriptores: Tecnolog�a; Salud; Enfermer�a; Inform�tica aplicada a la enfermer�a

INTRODU��O

O uso de smartphones aumentou muito nos �ltimos anos. Atualmente, 60% popula��o mundial usa internet via smartphone.1 Essa expans�o levou a um crescimento exponencial no uso de Aplicativos para Dispositivos M�veis (ADM). De uso f�cil e com linguagem acess�vel � popula��o, essa tecnologia vem sendo muito utilizada nos cuidados com a sa�de.2

Na �rea da sa�de, o emprego de APP disponibilizou uma enorme quantidade de recursos para os profissionais da �rea.3 A literatura aponta que o emprego fornece acesso simples e r�pido �s informa��es de sa�de, promove um sistema de resposta r�pida em diversas situa��es de sa�de, aprimora a telessa�de, a coleta de dados, a avalia��o, a triagem, a tomada de decis�es e apoio diagn�stico, o planejamento e o monitoramento remoto.2,4

Uma revis�o de literatura que investigou o uso de smartphones por enfermeiros no local de trabalho mostrou que estes est�o explorando cada vez mais a tecnologia m�vel na pr�tica cl�nica. Utilizam para localizar informa��es sobre medicamentos, procedimentos, diagn�sticos e exames laboratoriais. Alguns ADM foram usados para localizar informa��es relacionadas ao cuidado do paciente. Os enfermeiros relataram uma melhor comunica��o entre os membros da equipe de sa�de e usaram seus dispositivos pessoais para comunicar informa��es do paciente por meio de mensagens de texto, chamadas e fun��es de imagem e v�deo.4

O estudo4 tamb�m indica que h� escassez de evid�ncias e falta de clareza sobre o uso de aplicativos, a qualidade e a credibilidade dos recursos acessados por enfermeiros na pr�tica cl�nica. Explorar essas lacunas de conhecimento � importante para a �rea, sobretudo ap�s a pandemia causada pela Coronavirus Disease 2019 (COVID-19), que levou a medidas de sa�de p�blica em r�pida evolu��o, com mudan�as em todos os ambientes de assist�ncia � sa�de.

No Brasil, apesar de haver um n�mero reduzido de ADM desenvolvidos para a �rea da sa�de, elaborados a partir de pesquisa cient�fica, nota-se uma taxa de crescimento.5 Diante disso, este estudo teve como objetivo conhecer as publica��es produzidas pela comunidade cient�fica sobre aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem.

MATERIAIS E M�TODOS

Trata-se de um estudo bibliogr�fico, descritivo, tipo revis�o integrativa de literatura. O recorte temporal adotado foi de cinco anos (2014 a 2019), a fim de identificar na literatura estudos recentes sobre a tem�tica. As buscas foram realizadas em setembro de 2019.

A revis�o integrativa possibilita a associa��o de diversos estudos, proporcionando uma interpreta��o geral, mediante um levantamento de an�lise ampla, permitindo uma investiga��o, baseado em estudos anteriores.6 Nesta revis�o foi realizada a an�lise do n�vel de evid�ncias dos textos, e ap�s an�lise tem�tica de acordo com os resultados encontrados nos estudos.

A qualidade das evid�ncias s�o classificadas em seis n�veis, a saber: n�vel 1, metan�lise de m�ltiplos estudos controlados; n�vel 2, estudo individual com delineamento experimental; n�vel 3, estudo com delineamento quase-experimental como estudo sem randomiza��o com grupo �nico pr� e p�s-teste, s�ries temporais ou caso-controle; n�vel 4, estudo com delineamento n�o-experimental como pesquisa descritiva correlacional e qualitativa ou estudos de caso; n�vel 5, relat�rio de casos ou dado obtido de forma sistem�tica, de qualidade verific�vel ou dados de avalia��o de programas; n�vel 6, opini�o de autoridades respeit�veis baseada na compet�ncia cl�nica ou opini�o de comit�s de especialistas, incluindo interpreta��es de informa��es n�o baseadas em pesquisas.7

A pesquisa transcorreu em seis fases, percorrendo as etapas: reconhecimento da hip�tese, estrutura��o da pergunta norteadora, que define quais estudos ser�o inclu�dos; sele��o de crit�rios para inclus�o ou exclus�o de estudos, amostragem ou busca na literatura; escolha das informa��es a serem extra�das dos estudos selecionados; verifica��o dos estudos inclu�dos na revis�o integrativa; interpreta��o dos resultados; apresenta��o/conclus�o da revis�o.6

Utilizou-se a estrat�gia PICO7 para a formula��o da pergunta norteadora: sendo �P� a popula��o, �I� o fen�meno de interesse, e �Co� refere-se ao contexto, assim, instituiu-se como P: enfermagem; I: aplicativos para dispositivos m�veis; Co: tecnologia na sa�de. Dessa forma, a quest�o norteadora para a revis�o dos artigos foi: quais as publica��es produzidas pela comunidade cient�fica sobre aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem?

Os descritores utilizados foram: mobile applications (aplicativo m�vel) AND health (sa�de) AND nursing (enfermagem) OR nursing informatics (inform�tica em enfermagem), todos empregados como palavra-chave.

Foi realizada uma busca na Literatura Latino-americana e do Caribe em Ci�ncias da Sa�de (LILACS), na Public Medline or Publisher Medline (PubMed) e na Scientific Electronic Library Online (SciELO). Os crit�rios de inclus�o empregados nos estudos foram: responder � pergunta da pesquisa; estar dispon�veis nos idiomas portugu�s, ingl�s ou espanhol; e ter sido publicados entre 2014 e 2019. Foram exclu�dos artigo de revis�o e estudos que abordassem sistemas eletr�nicos de documenta��o de enfermagem e ensino de inform�tica em enfermagem, teses, disserta��es e livros.

Por se tratar de um estudo de revis�o, n�o houve necessidade de encaminhamento e aprova��o por Comit� de �tica em Pesquisa. Contudo, foram respeitados os preceitos �ticos e a garantia dos direitos autorais dos autores citados, considerando-se que todos foram devidamente referenciados.

RESULTADOS

Ao executar o cruzamento com os descritores controlados mencionados, foram encontrados um total de 399 artigos (Figura 1). Ap�s leitura dos t�tulos foram removidos 18 artigos duplicados e 305 que n�o traziam no t�tulo elementos relacionados com aplicativos para dispositivos m�veis (ADM) e/ou enfermagem. A partir disso, foi realizada a leitura de 76 resumos, dos quais 21 n�o atenderam os crit�rios de inclus�o.

Posteriormente, foi feita a leitura na �ntegra de 55 pesquisas, tendo sido exclu�das 35, que abordavam ADM com fins de coleta, armazenamento de dados, import�ncia da disciplina de tecnologia inform�tica na gradua��o e p�s-gradua��o em enfermagem, jogos e aplicativos destinados � �rea m�dica para a conduta de prescri��o de antibi�ticos e estudos quantitativos. A sele��o dos artigos, est� apresentada na Figura 1.

A partir dos 20 artigos inclu�dos, foram encontrados estudos com ADM utilizados na enfermagem para o cuidado, sendo 11 com a finalidade de auxiliar profissionais no seu processo de trabalho,8-9 quatro com o objetivo apoiar acad�micos em rela��o as d�vidas frequentes nos campos pr�ticos10-11�� e cinco com o intuito de contribuir na preven��o e promo��o da sa�de, incentivando a autonomia do usu�rio no seu cuidado � sa�de.12-13

Em rela��o ao idioma dos 20 artigos analisados, 14 eram em ingl�s e seis em portugu�s. O ano de 2016 apresentou o maior n�mero de publica��es, com oito artigos.14-20 Em rela��o ao m�todo utilizado, oito eram qualitativos; 13,15,21-26 sete estudos metodol�gicos aplicados e de produ��o tecnol�gica; 10,16,26-28,20 dois mistos8,12, um baseado em evid�ncia e tamb�m com aplica��o de question�rios com abordagem qualitativa,8 um estudo controlado randomizado e qualitativo;12 um baseado em evid�ncia;17 um estudo quase experimental8 e um artigo com objetivo de quest�o para debate.18 A Caracteriza��o dos estudos quanto ao t�tulo, autoria, ano de publica��o, m�todo, n�vel de evid�ncia e conte�do est� apresentado no Quadro 1.


src="https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/JONAH/$$$call$$$/api/file/file-api/download-file?fileId=11884&revision=1&submissionId=6364&stageId=5">Figura 1: Fluxograma explicativo sobre as etapas de busca de artigos na Biblioteca Virtual de Sa�de.

 

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Quadro 1: Caracteriza��o dos estudos quanto ao t�tulo, autoria, ano de publica��o, m�todo, n�vel de evid�ncia e conte�do.

T�tulo

Autores

Ano

M�todo

N�vel de evid�ncia

Conte�do

Adaptation and Evaluation of Online Self-learning Modules to Teach Critical Appraisal and Evidence-Based Practice in Nursing

Gagnon J, Gagnon MP, Buteau RA, Azizah GM, Jette S, Lampron A, et al11

2015

Pr�tica baseada em evidencia, qualitativo - pr� e p�s teste

3

Auto-aprendizagem online.

Nurses� Clinical Decision Making on Adopting a Wound Clinical Decision Support System

Khong PCB, Hoi SY, Holroyd E, Wang W12

2015

Qualitativo

4

Enfermeiras especialistas em les�es de pele auxiliaram outras enfermeiras que estavam com sobrecarga de trabalho a gerenciar les�es por press�o na pr�tica di�ria.

Health workers� experiences with the Safe

Delivery App in West Wollega Zone, Ethiopia: a qualitative study

Thomsen CF, Barrie AMF, Boas IM, Lund S, Sorensen BL, Oljira FG, et al14

2019

Qualitativo

4

Aplicativo oferecesse v�deos de cuidados b�sicos com instru��es obst�tricas de emerg�ncia para atender gestantes com seguran�a.

Nurses� Use of a Web-Based National Guide for Child Health Care

Tell J, Olander E, Anderberg P, Berglund JS15

2016

Qualitativo

4

Um guia nacional voltado ao cuidado � sa�de da crian�a.

A Web-Based Database for Nurse Led Outreach Teams (NLOT) in Toronto

Li S, Kuo MH, Ryan D26

2016

Estudo aplicado de produ��o tecnol�gica

5

Servi�os de enfermagem m�vel de emerg�ncia para ajudar a reduzir transfer�ncias desnecess�rias de lares de idosos para servi�os de emerg�ncia.

Oncoaudit: desenvolvimento e avalia��o de aplicativo para enfermeiros auditores

Grossi LM, Pisa IT, Marin HF16

2014

Estudo metodol�gico aplicado, de produ��o tecnol�gica

5

Aplicativo de consulta de medicamentos quimioter�picos para sistema web e dispositivo m�vel para auxiliar na auditoria em enfermagem de contas hospitalares e avaliar quanto a satisfa��o do usu�rio e usabilidade.

Nurses� use of computerised decision support systems affects drug monitoring in nursing homes

Johansson-Pajala RM, Gustafsson LK, Blomgren KJ, Fastbom J, Martin L17

2016

Pr�ticas baseadas em evid�ncias

3

Sistemas informatizados apoiando � decis�o dos enfermeiros no monitoramento de drogas em lares de idosos.

Avalia��o de um prot�tipo para Sistematiza��o da Assist�ncia de

Enfermagem em dispositivo m�vel

Rezende LCM, Santos SR, Medeiros AL18

2016

Qualitativo

4

Dispositivo m�vel que possibilite o registro de dados para a Sistematiza��o da Assist�ncia de Enfermagem (SAE) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.

Processo de enfermagem informatizado: constru��o de tecnologia m�vel para uso em neonatos

Lima JJ, Vieira LGD, Nunes MM19

2017

Qualitativo

4

Auxiliar o enfermeiro no racioc�nio do diagn�stico e na identifica��o de poss�veis interven��es em neonatos.

Desenvolvimento de software para apoiar a tomada de decis�o na sele��o de diagn�sticos e interven��es de enfermagem para crian�as e adolescentes

Silva KL, �vora YDM, Cintra CSJ20

2015

Estudo aplicado, de produ��o tecnol�gica

5

Apoio � tomada de decis�o na sele��o de diagn�sticos e interven��es de Enfermagem para crian�as e adolescentes.

Aplicativo m�vel para ensino da Classifica��o Internacional para a Pr�tica de Enfermagem

Mota NP, Vieira CMA, Nascimento MNR, Bezerra AM, Quirino GS, F�lix NDC10

2018

Estudo aplicado, de produ��o tecnol�gica

5

Ensino aprendizagem de Classifica��o Internacional para a Pr�tica de Enfermagem foi desenvolvido com a inten��o de impulsionar estudantes e profissionais de enfermagem.

Clinical Care Classification System Mobile-Friendly Web Tool

Saba VK 9

2016

Estudo aplicado, de produ��o tecnol�gica

5

Classifica��o de Cuidados Cl�nicos em enfermagem. Padroniza a documenta��o de planos de enfermagem de cuidado usando a tecnologia cl�nica m�vel.

Educating the nurses of 2025: Technology trends of the next decade

Risling T18

2017

Quest�o para debate

6

Aborda a inform�tica e o uso da tecnologia no desenvolvimento curricular.

Using Co-Design with Nursing Students to Create Educational Apps for Clinical Training

O�Connor S, Andrews T 28

2016

Estudo aplicado, de produ��o tecnol�gica

5

uma abordagem de engenharia sociocognitivo. Os resultados mostraram que � necess�ria uma interface organizada para os estudantes, para o f�cil e r�pido acesso para uso em ambientes cl�nicos.

Effects of Using Mobile Device-Based Academic Electronic Medical Records

for Clinical Practicum by Undergraduate Nursing Students: A Quasiexperimental

Study

Choi M, Lee H, Park JH11

2017

Estudo quase experimental

3

� uma ferramenta que auxilia em d�vidas frequentes, apoia o acad�mico de enfermagem na classifica��o de pacientes na pr�tica cl�nica, um aumento significativo no dom�nio de inform�tica em enfermagem, os alunos que participaram do est�gio usando o aplicativo foram capazes de compreender as condi��es dos pacientes, obtendo informa��es na hora do atendimento ao paciente usando o aplicativo e assim melhorando o pensamento cr�tico, preparando a futura for�a do trabalho de enfermagem.

Patients' Perceptions and Experiences of a mHealth Diabetes Self-management System

Georgsson M, Staggers N12

2017

Estudo controlado randomizado e qualitativo

1

Um aplicativo com o intuito de auxiliar enfermeiros na preven��o e promo��o da sa�de de usu�rios com diabetes mellitus, mostrou benef�cios na utiliza��o da tecnologia e involu��o de comorbidades, assistiu as pessoas lembrando o hor�rio da medica��o; realizar o hemoglicoteste (HGT) de glicose no sangue; aferir a press�o arterial e praticar exerc�cios f�sicos.

Preliminary Findings of the Delivery of the National Diabetes Prevention Program via a Mobile Application

Tiase VL, Licata M, Fleck EM24

2016

Qualitativo

4

Em um Hospital de Nova Iorque em parceria com Noom Sa�de, enfermeiros criaram um Programa virtual de Preven��o Nacional de Diabetes, para usu�rios pr�-diab�ticos. Os usu�rios podiam utilizar o dispositivo m�vel para receber o conte�do, executar tarefas e se comunicar com um enfermeiro virtual treinado. Em geral, os pacientes relataram que ficaram satisfeitos com o aplicativo.

Aplicativo m�vel educativo e de follow up para pacientes com doen�a arterial perif�rica

Mendez CB, Salum NC, Junkes C, Amante LN, Mendez CML20

2019

Estudo aplicado de produ��o tecnol�gica

5

Aplicativo m�vel educativo e de follow up de enfermagem para pacientes com diagn�stico de doen�a arterial perif�rica. O conte�do pedag�gico da ferramenta baseou-se no levantamento das necessidades dos pacientes com a doen�a, como dicas di�rias.

The Role of Nurses in E-Health: the MobiGuide Project Experience

Parimbelli E, Sacchi L, Budasu R, Napolitano C, Peleg M, Quaglini S25

2016

Qualitativo

4

Relata o monitoramento dom�stico da fibrila��o atrial, aos participantes foi fornecido um smartphone e um sensor de ECG, eles receberam recomenda��es, lembretes referentes � medica��o e as medidas que deveriam realizar no sistema de apoio no celular, o aplicativo � constantemente atualizado por um sistema de back-end.

Nurses� Use of iPads in Home Care�What Does It Mean to Patients?

Vilstrup DL, Madsen EE, Hansen CF, Wind G13

2017

Qualitativo

4

Opini�o dos pacientes frente ao uso de dispositivos m�veis pelos profissionais da sa�de, que descreve o uso da tecnologia, que est� a cada dia crescendo mais, pouco ainda se sabe sobre como os pacientes percebem a tecnologia na forma de ferramentas utilizadas pelos profissionais de sa�de. A vis�o prevalecente na literatura � que a tecnologia � fria, em compara��o as m�os quentes dos enfermeiros.

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Os 20 artigos abordavam a inser��o de conte�dos em ADM, como guias que auxiliam os profissionais nas interven��es de sa�de, como instru��es obst�tricas,14 cuidado � sa�de das crian�as e adolescentes,15,23,27 protocolos de medica��es,16-17 m�todos de avalia��o de les�o por press�o,21 planos de cuidado em enfermagem, diagn�stico de enfermagem,9,18 aplicativos utilizados em tempo real para auxiliar enfermeiros no deslocamento ou n�o de pacientes idosos em caso de emerg�ncia.26

A inser��o da tecnologia no cotidiano profissional � utilizada como uma forma de atualiza��o de conte�do t�cnico, podendo ser por meio dos ADM, como em um estudo,8 o qual mostrou que os profissionais de sa�de precisam atualizar seus conhecimentos e adquirir habilidades frequentemente. Uma op��o para a interven��o, � a autoaprendizagem online, desenvolvida com a colabora��o de profissionais que trabalham com tecnologia e profissionais da sa�de.

Dessa forma, o ADM com instru��es te�ricas para os profissionais da sa�de, � uma ferramenta tecnol�gica v�lida para sua pr�tica di�ria de cuidados a sa�de, como conte�dos para pessoas com les�o por press�o, cuidados com gestantes, crian�as, adolescentes e idosos.17,21,23,26-27

DISCUSS�O

ADM com instru��es te�ricas para os profissionais da sa�de

Em Singapura, na �sia, enfermeiras especialistas em les�es de pele auxiliaram outras enfermeiras que estavam com sobrecarga de trabalho a gerenciar les�es por press�o na pr�tica di�ria. Estas profissionais tomavam decis�es em rela��o �s les�es complexas, apoiando a decis�o sobre que tipo de cobertura utilizar. A pesquisa proporcionou uma vis�o sobre os pensamentos dos enfermeiros em rela��o � sua decis�o, se devem aprovar ou rejeitar a tecnologia como uma pr�tica em ambiente cl�nico, havendo influ�ncias da cultura local de trabalho. Os dados de observa��o confirmaram que as enfermeiras avaliaram o custo elevado dos produtos recomendados para o tratamento dos pacientes, o que iria resultar na prov�vel rejei��o do uso dessa ferramenta de avalia��o de les�o por press�o.21

Em outra pesquisa, profissionais de sa�de de cinco regi�es vulner�veis da Eti�pia testaram um ADM ofertando v�deos de cuidados b�sicos com instru��es obst�tricas de emerg�ncia para atender gestantes com seguran�a. O aplicativo teve a finalidade de melhorar os conhecimentos e compet�ncias dos profissionais de sa�de, contribuindo com a qualidade dos cuidados. Os resultados indicaram que os profissionais de sa�de percebem que o ADM melhorou a capacidade dos profissionais em gerir as complica��es durante o parto, resultando em maior reconhecimento e confian�a das comunidades onde atuam.14

Na Su�cia, um guia nacional voltado ao cuidado � sa�de da crian�a foi elaborado em forma de ADM e ficou dispon�vel na Web. O guia auxiliou os enfermeiros na tomada de decis�o de cuidados em sa�de da crian�a e facilitou a comunica��o entre a equipe, por�m o aplicativo exige melhorias e atualiza��es cont�nuas, devido �s dificuldades no manuseio e ao design.15

Uma pesquisa brasileira desenvolveu um aplicativo para nortear o cuidado de enfermagem � crian�a em suspeita de morte encef�lica e ao potencial doador pedi�trico. A tecnologia foi desenvolvida com embasamento na Teoria das Necessidades Humanas B�sicas, nos Diagn�sticos de Enfermagem e Interven��es de Enfermagem. O ADM auxilia o racioc�nio cl�nico, desde antes da abertura do protocolo at� a efetiva��o da doa��o, de modo a manter vi�veis os �rg�os para o transplante.29

Dessa forma, podemos observar que os ADM s�o considerados uma ferramenta �til para os profissionais, pois auxiliam na memoriza��o de procedimentos, aprimorando suas habilidades e melhorando a sua confian�a.

ADM utilizados em tempo real para auxiliar enfermeiros

Nas �ltimas duas d�cadas, os sistemas de sa�de v�m adotando tecnologias de informa��o como uma ferramenta potencial para engajamento de usu�rios, aprimoramento da assist�ncia, melhoraria dos sistemas de vigil�ncia e comunica��o entre os servi�os em tempo real.30

Em uma investiga��o realizada em 2016, foi desenvolvido um sistema baseado na Web que pode fornecer acesso �s informa��es em tempo real. Em uma das regi�es de sa�de de Ont�rio, Canad�, enfermeiras oferecem servi�os de enfermagem m�vel de emerg�ncia para ajudar a reduzir transfer�ncias desnecess�rias de lares de idosos para servi�os de emerg�ncia. A equipe utiliza um banco de dados Microsoft Access para acompanhar as informa��es de sa�de sobre os moradores desses lares. O objetivo do estudo foi o desenvolvimento de um banco de dados, que det�m uma grande promessa na �rea da sa�de, baseado na Web usando o Oracle Application Express, o qual � facilmente acess�vel a partir de dispositivos m�veis.26

ADM pode colaborar no cuidado de pacientes idosos. Tendo em vista que transfer�ncia de um idoso pode agravar a sua situa��o de sa�de, o aux�lio de uma tecnologia em tempo real facilita a redu��o de transfer�ncias desnecess�rias para servi�os de emerg�ncia.26

Um estudo de revis�o analisou evid�ncias de 60 artigos sobre o uso de ferramentas de inform�tica e tecnologia da informa��o em servi�os de sa�de. Os resultados sinalizam que houve aumento na ado��o de recursos tecnol�gicos na sa�de e as expectativas de fornecer resposta em tempo real s�o crescentes. No entanto, obst�culos como interoperabilidade, padroniza��o de dados, privacidade e transfer�ncia de tecnologia persistem.30

� medida que cresce o uso de recursos tecnol�gicos na sa�de, estrat�gias podem tornar os servi�os de sa�de mais eficazes. Nesse sentido, programas de educa��o continuada e treinamento de recursos humanos s�o importantes para aquisi��o de compet�ncias e habilidades necess�rias para o futuro. 30

ADM para consulta de medicamentos

Dois artigos16-17 apresentaram a proposta de ADM para consulta de medicamentos, sendo um16 para quimioter�picos e outro17 para medicamentos voltados ao cuidado com idosos.

O aplicativo de consulta de medicamentos quimioter�picos para sistema Web e dispositivo m�vel auxilia na auditoria de contas hospitalares e na avalia��o da satisfa��o do usu�rio. A tecnologia tornou a busca mais �gil e completa, facilitando a presta��o de contas dos medicamentos que fazem parte do tratamento do c�ncer.16

Em outro estudo, o uso de sistemas informatizados apoiou a decis�o de enfermeiros no monitoramento de drogas em lares de idosos.17 A utiliza��o da tecnologia dividiu responsabilidades entre a equipe de sa�de, monitorando o uso de drogas, padronizando rotinas e fornecendo possibilidades para a pr�tica cl�nica baseada em evid�ncias. A implementa��o de um sistema informatizado � uma estrat�gia vi�vel para a equipe de enfermagem, pois a gest�o de medicamentos seguros e o engajamento dos profissionais neste processo s�o vitais para um bom resultado.

Um estudo realizado na Calif�rnia investigou o uso de ADM para ades�o medicamentosa entre idosos com doen�a coronariana, por meio de 18 sess�es de grupo focal. Foi constatado que a tecnologia pode ajudar os idosos a superar as barreiras de autogerenciamento de medicamentos, como esquecimento e distra��es cotidianas. Lembretes de mensagens de texto que chamam a aten��o e aplicativos m�veis interativos podem aumentar e aprofundar o envolvimento dos pacientes com seus regimes de medica��o, reduzindo potencialmente o n�mero de (re)interna��es e efeitos adversos da n�o ades�o.31

ADM com conte�do de sistematiza��o, diagn�stico de enfermagem e planos de cuidados

O enfermeiro busca a realiza��o do cuidado integral ao usu�rio de sa�de, e para isso � necess�rio a sistematiza��o da assist�ncia de enfermagem. Quatro artigos22,27 trazem a proposta de apresentar aos enfermeiros, aplicativos com conte�do de sistematiza��o, diagn�stico de enfermagem e planos de cuidados.

Um estudo22 foi constru�do para avaliar um prot�tipo para dispositivo m�vel que possibilite o registro de dados para a Sistematiza��o da Assist�ncia de Enfermagem (SAE) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. A tecnologia m�vel utilizada pelos enfermeiros na UTI Neonatal foi positiva, apesar de alguns relatarem ter encontrado dificuldades em manuse�-la, outros, que t�m experi�ncias com o uso de dispositivos m�veis, n�o apresentaram problemas em sua utiliza��o. As principais contribui��es do software foram: agilidade em desenvolver e documentar a sistematiza��o, liberdade de movimenta��o, padroniza��o da avalia��o do rec�m-nascido, otimiza��o de tempo na realiza��o de atividades burocr�ticas, possibilidade de resgatar informa��es e redu��o do espa�o f�sico ocupado pelos registros. O software do prot�tipo para SAE com tecnologia m�vel possibilita a flexibilidade na realiza��o das atividades de registro pelo enfermeiro, uma vez que a coleta de dados pode ser realizada � beira do leito.

Uma investiga��o23 relatou a constru��o de uma tecnologia m�vel para auxiliar o enfermeiro no racioc�nio do diagn�stico e na identifica��o de poss�veis interven��es em neonatos, a tecnologia elaborada recebeu o nome de �Natus�. A tecnologia elaborada definiu as necessidades humanas, selecionado diagn�sticos de enfermagem e interven��es, para realizar aprazamentos e emitir impressos. Ela representa uma ferramenta informatizada que permite ao enfermeiro sistematizar o cuidado de enfermagem e favorecer o racioc�nio de acordo com o diagn�stico, e a identifica��o e o agrupamento dos sinais cl�nicos apresentados por rec�m-nascidos de unidades neonatais. Para que o ADM seja implementado na neonatologia, ser� necess�rio realizar a segunda fase deste estudo, que consiste na valida��o da aplica��o.

Em outra investiga��o27 foi realizado o desenvolvimento de um software de apoio � tomada de decis�o na sele��o de diagn�sticos e interven��es de enfermagem para crian�as e adolescentes, a partir da nomenclatura de diagn�sticos, resultados e interven��es de Enfermagem de um hospital universit�rio da Para�ba. O software consiste em telas administrativas e telas para o processo de enfermagem. O hist�rico � selecionado automaticamente de acordo com a faixa et�ria, e, a partir das informa��es inseridas, os diagn�sticos de enfermagem s�o sugeridos pelo sistema e podem ser indicados pelo enfermeiro. As interven��es para o diagn�stico escolhido s�o selecionadas estruturando-se o plano assistencial. Concluiu-se que o desenvolvimento dessa ferramenta auxiliar� com a tomada de decis�o e a qualidade da assist�ncia.

O ADM para o ensino-aprendizagem de Classifica��o Internacional para a Pr�tica de Enfermagem (CIPE) foi desenvolvido com a inten��o de impulsionar estudantes e profissionais de enfermagem a terem um melhor conhecimento sobre o referido sistema. Por meio desta ferramenta, construiu-se uma tecnologia informacional para o ensino, impulsionando esse p�blico a ter um melhor entendimento sobre a classifica��o e sua utiliza��o na pr�tica profissional da enfermagem. No futuro, pretende-se realizar mais uma etapa deste estudo, a valida��o do conte�do, da apar�ncia e da aplicabilidade do software com ju�zes da enfermagem e da inform�tica, garantindo uma tecnologia mais adequada e confi�vel para a comunidade acad�mica e profissional.10

Uma ferramenta foi desenvolvida para apoiar acad�micos de enfermagem e enfermeiros atuantes, com objetivo de auxiliar na classifica��o de Cuidados Cl�nicos em enfermagem. A aplica��o auxilia com a documenta��o eletr�nica do paciente, especificando a condi��o da doen�a. Os dados gerados sobre a assist�ncia ao paciente tamb�m podem ser usados para a pesquisa, para determina��o dos indicadores de qualidade, medindo os resultados. Esta ferramenta de pesquisa poder� padronizar a documenta��o de planos de enfermagem de cuidado.9

Algumas produ��es brasileiras descreveram pesquisas sobre ADM para a sistematiza��o da assist�ncia de Enfermagem. Um estudo realizado no Rio de Janeiro elaborou um algoritmo no formato de aplicativo m�vel para auxiliar a tomada de decis�o do enfermeiro quanto ao banho do paciente coronariopata em uma Unidade Coronariana. O ADM sugere o tipo do banho (n�o banho, banho no leito ou banho de aspers�o) indicado ao paciente, devido suas condi��es cl�nicas.32

Outra pesquisa realizada no Hospital das Cl�nicas Samuel Lib�nio desenvolveu um aplicativo que registra as caracter�sticas sociodemogr�ficas do paciente e, a partir dos dados de avalia��o da ferida e de fatores de risco obtidos pelo profissional de sa�de, prop�e os par�metros a serem utilizados em laserterapia.33

O ADM demonstra ser uma ferramenta informatizada que propicia ao enfermeiro sistematizar o cuidado de enfermagem e favorecer o racioc�nio com base no diagn�stico. O desenvolvimento dessa tecnologia contribuir� com o processo de julgamento cl�nico e racioc�nio diagn�stico de profissionais e estudantes de enfermagem, que ser� empregado para documentar as a��es de enfermagem.

ADM direcionados aos acad�micos de enfermagem

O aperfei�oamento do curr�culo de enfermagem vem sendo constru�do ano ap�s ano, e � uma luta constante na �rea da sa�de a inser��o de tecnologias como o uso da inform�tica na pr�tica.

Um estudo18 abordou sobre a inform�tica e o uso da tecnologia no desenvolvimento curricular de gradua��es em enfermagem do mundo inteiro. Ela exp�e que o ritmo da evolu��o tecnol�gica na �rea da sa�de est� avan�ando, tend�ncias tecnol�gicas s�o identificadas na educa��o e na pr�tica de enfermagem, ao longo da pr�xima d�cada. A complexidade da revis�o curricular dos cursos pode criar desafios em rela��o � r�pida mudan�a na pr�tica, enfermeiras educadoras s�o encorajadas a considerar o papel de registros eletr�nicos de sa�de, e para aqueles profissionais j� atuantes na �rea da enfermagem devem ser ofertados oportunidades educacionais, para dessa maneira, serem melhoradas habilidades de inform�tica profissional.

A tecnologia m�vel no ensino da enfermagem pode oferecer aos alunos na pr�tica cl�nica f�cil acesso ao material educativo de alta qualidade no momento do atendimento ao usu�rio de sa�de. No entanto, a maioria dos ADM educacionais s�o gen�ricos, aplica��es que n�o levam em considera��o as necessidades espec�ficas dos estudantes de enfermagem.24

Dessa forma, podemos visualizar nessa pesquisa que � necess�ria uma interface organizada para os estudantes, para o f�cil e r�pido acesso a informa��es em ambientes cl�nicos.28

A aplica��o da tecnologia junto aos estudantes da �rea da enfermagem � uma ferramenta importante utilizada para esclarecer d�vidas e auxiliar na classifica��o de pacientes na pr�tica cl�nica.28 Podemos observar por meio dessas pesquisas que alunos em est�gio que empregam o ADM s�o capazes de compreender as condi��es dos pacientes, obter informa��es na hora do atendimento ao paciente e assim aprimorar seu pensamento cr�tico, preparando a futura for�a do trabalho da enfermagem.

ADM para apoiar na promo��o e preven��o da sa�de de usu�rios

Os artigos13,19 de ADM com a finalidade de auxiliar na promo��o e preven��o da sa�de de usu�rios apresentaram a proposta destinada a pessoas pr�-diab�ticas e diab�ticas, com problema card�aco e monitoramento dom�stico da fibrila��o atrial de pacientes card�acos. E outro artigo relatando a opini�o dos pacientes, frente ao uso de dispositivos m�veis pelos profissionais da sa�de.

Um aplicativo com o intuito de auxiliar enfermeiros na preven��o e promo��o da sa�de de usu�rios com diabetes mellitus, mostrou benef�cios na utiliza��o da tecnologia e involu��o de comorbidades, auxiliando pessoas no seu cuidado di�rio com a sa�de, como por exemplo, lembrando o hor�rio da medica��o; a realizar o hemoglicoteste (HGT); a aferir a press�o arterial e a praticar exerc�cios f�sicos. Dessa forma, o ADM possibilitou aos pacientes a compreens�o e autocontrole de sua doen�a, motivando-os a cada dia. Os participantes do estudo relataram que foi positivo ter informa��es sobre a sua condi��o de sa�de em um lugar de f�cil acesso e sugeriram para o futuro integrar o medidor de glicose com o programa, incluindo contadores de carboidratos para as refei��es.12

Enfermeiros de um Hospital de Nova Iorque, em parceria com Noom Sa�de, criaram um Programa virtual de Preven��o Nacional de Diabetes, para usu�rios pr�-diab�ticos. Os usu�rios podiam utilizar o dispositivo m�vel para receber o conte�do, executar tarefas e se comunicar com um enfermeiro virtual treinado. Em geral, os pacientes relataram que ficaram satisfeitos com o aplicativo.24

Uma investiga��o20 relatou a elabora��o de um prot�tipo de ADM educativo e de follow up de enfermagem para pacientes com diagn�stico de doen�a arterial perif�rica. O conte�do pedag�gico da ferramenta baseou-se no levantamento das necessidades dos pacientes com a doen�a, como dicas di�rias para pr�tica de exerc�cios f�sicos; receitas e orienta��es nutricionais; est�mulos para realiza��o de t�cnicas de relaxamento, melhorando a qualidade do sono; sinalizadores de hor�rios para tomar medicamentos; informativos sobre a preven��o do c�ncer de pele; suporte a mulheres com c�ncer de mama, acompanhamento para pacientes com doen�as reumatoides; controle glic�mico e acompanhamento da press�o arterial; cadastro de doen�as cr�nicas e alergias que podem ser �teis em casos de emerg�ncias; est�mulo para cessa��o do tabagismo; acompanhamento � sa�de da mulher, como calend�rio menstrual ou acompanhamento gestacional.

O prot�tipo foi composto por conceitos, fatores de risco, sinais e sintomas, tratamento, import�ncia dos medicamentos e seus efeitos colaterais, d�vidas frequentes, cuidados necess�rios com a sa�de e o follow up dos pacientes por meio da monitoriza��o da evolu��o do processo cicatricial das les�es e poss�veis complica��es. O uso do ADM em sa�de � uma tecnologia com potencial para melhorar o acompanhamento de pacientes quanto � evolu��o da doen�a e autocuidado, fatores de risco, coparticipa��o no seu tratamento, participa��o familiar, bem como planejar um cuidado individualizado e redu��o de custos para o sistema de sa�de.20

Outro estudo relatou o monitoramento dom�stico da fibrila��o atrial. Aos participantes foi fornecido um smartphone e um sensor de eletrocardiograma (ECG). A partir disso, receberam recomenda��es, lembretes referentes � medica��o e medidas que deveriam realizar no sistema de apoio no celular. Os dados dos pacientes s�o enviados a equipe de sa�de para que possam visualiz�-los e agir de acordo. As enfermeiras desempenham um papel central nesse cen�rio, elas treinam os cuidadores para serem respons�veis ​​pela fase de inscri��o dos pacientes, fazem a verifica��o di�ria dos dados recebidos e realizam a triagem dos pacientes com as reclama��es. A fase final do estudo evidenciou por meio do relato dos pacientes que essa experi�ncia transmitiu sensa��o de seguran�a, concluindo que o monitoramento traz muitos benef�cios tanto em rela��o ao paciente quanto para o profissional de sa�de.25

O outro artigo � analisado a perspectivas dos pacientes sobre o uso de iPads pelos enfermeiros, que realizam cuidados no domic�lio. Ao olhar dos participantes enfermeiros, eles visualizaram que o uso de dispositivo m�vel como uma ocorr�ncia di�ria, � reflexo do crescimento da tecnologia na sociedade, sendo uma forma fria de cuidar dos pacientes em compara��o as m�os quentes dos enfermeiros. Mas para os pacientes o uso � como um sinal de profissionalismo, sendo uma forma de melhorar o atendimento.13

Um estudo randomizado controlado com mulheres iranianas desenvolveu ADM para preven��o de c�ncer de colo de �tero. Os resultados demonstraram que a interven��o educacional virtual baseada na teoria de mudan�a comportamental levou a mudan�a de atitudes como o aumento da procura pelo exame Papanicolau. Essa proposta tamb�m pode ser aplicada para a promo��o da sa�de e preven��o de outras condi��es.34

A partir desta revis�o, observou-se que os ADM s�o vistos como uma ferramenta de trabalho atual para os profissionais da enfermagem, tornando-os mais habilitados e competentes no processo de trabalho, tanto no ambiente hospitalar quanto na aten��o b�sica de sa�de. Dessa forma, destacarmos a import�ncia desses profissionais praticarem um cuidado dialogado com os usu�rios, utilizando tecnologias, baseando-se na literatura e em metodologias atualizadas, realizando assim um cuidado integral a sa�de.

CONSIDERA��ES FINAIS

Por meio da presente revis�o da literatura foi poss�vel conhecer as publica��es produzidas pela comunidade cient�fica sobre aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem, pois a inser��o da tecnologia no cotidiano profissional possibilita a atualiza��o e apoio de conte�do t�cnico, mostrando a relev�ncia do desenvolvimento de ADM que amparem no processo de trabalho e ampliam as possibilidades de cuidado realizadas pelos enfermeiros.

Identificou-se que os ADM auxiliam na memoriza��o de procedimentos, aprimorando as habilidades profissionais e melhorando a autoconfian�a. Essa tecnologia pode favorecer o racioc�nio, contribuir com o processo de julgamento cl�nico, tanto para os profissionais quanto para os acad�micos de enfermagem, tornando-os mais habilitados e competentes no processo de trabalho.

As limita��es deste estudo s�o decorrentes da escolha de tr�s bases de dados e das palavras-chave. A escolha da base de dados e das palavras-chave pode ter ocultado estudos com a mesma tem�tica e n�o indexados na mesma base. Assim, sugere-se que sejam desenvolvidos mais estudos ampliando os crit�rios da amostra para novas possibilidades de investiga��o.

REFER�NCIAS

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Recebido em: 19/03/2021

Aceito em: 16/02/2023

Publicado em: 21/04/2023



[1] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: camilatbonow@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9580-7234

[2] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: teila.ceolin@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0410-6289

[3] Sociedade Educacional Tr�s de Maio (SETREM). Tr�s de Maio, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: silvanaceolin@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6635-5515

[4] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: marileia06@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6690-2785

[5] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: lauramfmercali@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1271-8469

[6] Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, Rio Grande do Sul (RS). Brasil (BR). E-mail: rmheckpillon@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6317-3513

 

Como citar: Bonow CT, Ceolin T, Ceolin S, St�be M, Mercali LMF, Heck RM. Aplicativos para dispositivos m�veis utilizados na enfermagem: uma revis�o integrativa. J. nurs. health. 2023;13(1):e1316364. Dispon�vel em: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/JONAH/issue/view/6364