Perspectivas Sociais

Editorial

Equipe Editorial — ter, 08 abr 2025 17:13:43 +0000

Editorial.

A “PSEUDO-CONSCIÊNCIA” NA GLOBALIZAÇÃO

Léa Dolores Gomes Leite — dom, 09 fev 2014 18:58:53 +0000

O estudo pretende evidenciar algumas repercussões da globalização no comportamento humano no âmbito das relações sociais, a fim de pontuar sobre o problema da “pseudo-consciência” que permeia a sociedade como um todo. Será sublinhado no trabalho que essa “falsa consciência” é reproduzida socialmente, sendo ela analisada nas “duas faces da moeda”, ou seja, nos dois conseqüentes fenômenos da globalização: o globalismo e o localismo. Portanto, observa-se que tanto em um como em outro caso, há sempre uma ausência ou uma pouca conscientização acerca dos reais entraves sociais e das estratégias utilizadas para impedir uma apropriação mais condizente com o que realmente acontece na sociedade de consumo da atualidade; o resultado é que o status hierarquicamente superior permanece sempre em vantagem em relação aos poucos favorecidos socioeconomicamente e, por outro ângulo, aqueles que possuem melhores oportunidades de vida se inebriam com a facilidade e fugacidade da sociedade em rede da contemporaneidade, já que “tudo o que sólido se desmancha no ar”. Desse modo, conclui-se que o modus operandis do sistema capitalista continua inabalável, isto é, se configura como aquele em que há uma avidez de acumulação do capital em detrimento da situação sociocultural dos indivíduos, favorecendo, assim, o deslumbramento inerente a uma “pseudo-consciência” dos indivíduos, em ambos os lados.

ENTRE A PESQUISA E O ENSINO NA UNIVERSIDADE

Antonio Paulino de Sousa — dom, 09 fev 2014 19:32:36 +0000

Este artigo é resultado de um trabalho sobre a relação entre a pesquisa e o ensino no espaço institucional acadêmico. O que se analisa é a lógica desta relação a partir do conceito de memória. A relação dialética entre sistema de ensino e sistema social só pode ser pensado a partir do sistema político e isto implica em analisar uma trajetória de ensino e pesquisa a partir de uma sociologia reflexiva. A sala de aula aparece como um microespaço de interação social entre professor e aluno. O resultado desta interação deve aparecer na escrita de artigos e livros. O professor se insere dentro de uma instituição e a sua fala e escrita estão vinculadas às condições sociais de produção. Cada professor deve montar suas estratégias de gestão do tempo institucional de ensino e da pesquisa. Os resultados destas estratégias devem aparecer na interação em sala de aula e na escrita. A gestão do tempo da palavra e da escrita deve ser compreendida dentro do espaço institucional e não como tempo pessoal. É a instituição que regula o tempo do professor, uma vez que esta regulação do trabalho é exercida por uma pressão temporal cada vez mais crescente. O interesse pela produção deve ser institucional e não apenas pessoal.

A PROTELA NA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PELO INSS FACE AO PERÍODO DE CONTRIBUIÇÃO MISTO (RURAL E URBANO)

Vanberto José Rossi, João Paulo Pedrolongo — dom, 09 fev 2014 19:54:06 +0000

O presente artigo consiste em uma análise da protela na concessão de aposentadoria por tempo de contribuição misto, no qual constam tanto o período de trabalho tanto rural quanto urbano. Historicamente, no Brasil, a concessão de aposentadoria para os trabalhadores rurais não passou pelas mesmas transformações legislativas que a dos trabalhadores urbanos, sendo marcada desde sempre por um caráter somente assistencialista, sendo, ainda hoje, assim entendida por uma parcela considerável dos integrantes do Poder Judiciário. A hipótese principal aqui tratada é a de que o INSS, enquanto agente do Estado, busca protelar, quando não inviabilizar, a concessão do benefício, agindo contra o texto constitucional e contra suas próprias diretrizes internas. O objetivo deste estudo é observar e analisar as possíveis razões para que o INSS, no que concerne as aposentadorias por tempo de serviço misto (rural e urbano), assuma uma postura de protela, uma vez que dificilmente é dado ganho de causa para o INSS e o pagamento do benefício deva ser corrigido, onerando os cofres públicos. Foi empreendida pesquisa documental, bibliográfica e realizado um estudo de caso de um ex-trabalhador rural no interior de São Paulo, o qual demandou processo judicial de quase dez anos para obter o benefício.

EXCLUSÃO SOCIAL VERSUS OPORTUNIDADES

Natália Ilka Morais Nascimento — dom, 09 fev 2014 19:57:55 +0000

Num contexto de ampliação significativa da participação de jovens em políticas públicas de juventude ofertadas por diversas esferas da administração pública, este texto trata das noções que permeiam os discursos destas políticas. O suporte empírico que serviu de base para esta reflexão é oriundo de um trabalho de campo etnográfico realizado de forma multissituada em diversos períodos, entre os anos de 2007 e 2012, em meio a jovens, educadores e coordenadores do Programa Projovem Urbano em Fortaleza. A abordagem utilizada foi qualitativa, tendo, como métodos, a observação participante e vivencial em atividades do Programa e a realização de entrevistas semi-estruturadas. O estudo aponta que a estratégia discursiva das políticas públicas de juventude tem como principais noções: oportunidade, interesse, exclusão e inclusão social, o que por vezes, pode reforçar a representação de que os jovens pobres tem uma vida desestruturada e que a participação em um projeto social seria seu caminho de salvação. A classificação binária, excluído e incluído, produz divisões imaginárias entre os jovens que têm “interesse” em mudar de vida e os que não aproveitam a oportunidade concedida pelo Estado. Neste sentido, há um regime de moralidade que permeia os discursos do Programa e propõe uma conduta a ser seguida pelos jovens.

AÇÃO COMUNICATIVA E COOPERATIVA AGRÍCOLA

Nilson Binda — dom, 09 fev 2014 20:00:24 +0000

O objetivo do artigo é contribuir no debate das transformações recentes do espaço rural, propondo uma explicação sociológica às ações comunicativas de duas cooperativas ecológicas: Ecovale e Sul Ecológica. Essas cooperativas se caracterizam pela organização da produção e comercialização dos produtos agrícolas exclusivamente orgânicos. O artigo apresenta de forma descritiva uma abordagem qualitativa das práticas, a partir de estudo bibliográfico e de entrevistas com agricultores, diretores e profissionais das cooperativas. Inicialmente, o texto faz breve descrição da realidade socioeconômica das cooperativas. Depois, explana aspectos da teoria da ação comunicativa de Habermas, referencial teórico do estudo, conceituando: sociedade civil, esfera pública, esfera privada e mundo da vida. A seguir, apresenta a análise dos dados do campo empírico; focada nas ações comunicativas na esfera pública cooperativa, nos caminhos do desenvolvimento rural sustentável e no contexto da agricultura familiar. Nessa parte, o artigo arrola alguns itens relevantes acerca da agricultura familiar e do cooperativismo agrícola, ante os programas Pronaf, PAA e PNAE. Esses itens relacionam-se às ações de inclusão social de parcela da população rural, à produção de alimentos de forma sustentável, sem agrotóxicos, e à proteção do meio ambiente; no mundo da vida dos agricultores familiares, pelo agir comunicativo.

OS MOVIMENTOS LGBT E FEMINISTA NO BRASIL

Luis Gustavo Teixeira da Silva, Camila Goulart Campos — dom, 09 fev 2014 20:04:07 +0000

A ebulição dos movimentos sociais com características distintas são um fenômeno recente na sociedade brasileira. Neste sentido, o presente trabalho tem objetivo analisar os principais resultados dos processos de transformação e articulação de movimentos feministas e LGBT da década de noventa (90) até os anos 2000. Para isso o texto fora estruturado em três momentos: primeiramente busca-se dialogar sobre a importância do processo de reabertura democrática para a deliberação e publicização de temas até então presos no mundo privado e levados a discussão pública. Em um segundo momento demonstra-se a heterogeneidade do Estado, a partir da ampliação dos canais comunicativos estabelecidos com a sociedade civil desde os anos noventa (90). Por fim, discutem-se as “novas” formas de associativismo, informação e mobilização através do ciberespaço.

DA (RE)CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO À PERCEPÇÃO DO PATRIMÔNIO

Elisângela de Jesus Santos — dom, 09 fev 2014 20:21:22 +0000

O presente artigo reflete sobre o universo das expressões culturais de grupos não hegemônicos na contemporaneidade. É parte das leituras, questões, reflexões e projetos do CATAVENTO: Redes e Territórios de Culturas e Identidades, grupo de estudos e pesquisas para as culturas populares associado ao Centro das Culturas e Línguas Africanas e da Diáspora Negra (CLADIN) e ao Laboratório de Estudos Africanos, Afrobrasileiros e da Diversidade (LEAD). Fundado em finais de 2008, o grupo objetiva atentar para expressões culturais populares estudadas por seus membros, procurando entender tais modalidades a partir de suas especificidades e em meio aos diálogos, trânsitos e intersecções possíveis entre diferentes expressões artísticas e culturais contemporâneas. Além disso, o texto quer pensar alternativas possíveis nas artes e festividades negras para aplicação da Lei 10.639/2003.