Memória gráfica em tempos líquidos: Como preservar o Livro Digital

Palavras-chave: modernidade líquida, livro digital, hipertexto, e-book, cibercultura

Resumo

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a memória humana na cibercultura a partir do que se compreende por “livro digital”. Com base no conceito de Zigmunt Bauman, o estudo enfoca a transição da Modernidade Sólida para a Líquida, possibilitando compreender os preceitos que configuraram a Modernidade Líquida, e nesta, o cenário social no qual se insere o sujeito leitor. Percebe-se em diversos contextos culturais o reflexo deste estatuto das informações computacionais, através de características como efemeridade, fragmentação e desterritorialização. Na cibercultura tais peculiaridades tornam-se muito claras. Através do hipertexto e da hibridização de linguagens o livro ganha novas configurações nas “prateleiras” virtuais.

Biografia do Autor

Thaís Cristina Martino Sehn, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Doutoranda em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2016/2020) com período sanduíche, financiado pela Fulbright, na University of Illinois Urbana-Champaign (2018/2019); mestra em Comunicação e Informação; especialista em Conservação e Patrimônio Cultural e bacharel em Design Gráfico. Já atuou como professora em cursos de Design Gráfico e Digital, Publicidade e Propaganda e Artes. Ao longo de sua trajetória pesquisou a configuração gráfica de livros impressos e digitais e atualmente estuda a leitura em voz alta através da abordagem do Design Emocional. 
José Luís Farinatti Aymone, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Professor Titular do Departamento de Design e Expressão Gráfica da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo ingressado em 1998. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Design (PGDESIGN) da UFRGS desde 2007. Tem Doutorado em Engenharia Civil na área de Estruturas pela UFRGS (2000), Mestrado em Engenharia Civil na área de Estruturas pela UFRGS (1996) e Graduação em Engenharia Civil pela UFRGS (1993). Em nível de Pós-Graduação, leciona na disciplina Design Virtual do PGDESIGN/UFRGS. Na graduação, atua na disciplina: Geometria Descritiva. Em pesquisa, atua principalmente nos temas: design virtual, projeto de artefatos, representação e modelagem, CAD (projeto auxiliado por computador), realidade virtual (VRML), visualização científica, interfaces gestuais e otimização do encaixe de peças. Já atuou em educação a distância (EAD), simulação computacional de estruturas, método dos elementos finitos e adaptação de malhas para problemas 2D e 3D de pequenas e grandes deformações. Orienta nos níveis de doutorado e mestrado.

Referências

BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

BAUMAN, Zigmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

BEIGUELMAN, Giselle. Livros sociais para leitura em rede - Entrevista com Bob Stein. 2011. Disponível em <http://www.select.art.br/article/reportagens_e_artigos/livros-sociais-para-leitura-em-rede?page=unic> Acesso em 9 jun 2012.

CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: EDUSP, 1997. p.283-350: Culturas híbridas, poderes oblíquos.

CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: UNESP, 1998.

DIJCK, José van. Mediated memories in the digital age. Standfort University Press: California, United States of America, 2007.

DODEBEI,Vera. Novos meios de memória. Livros e leitura na época dos weblogs. in: Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação; Edição Especial. 2009: Pesquisas em Ciência da Informação no Brasil e no Canadá. Disponível em: <http://www.cibersociedad.net/congres2009/es/coms/memoria-criativa-na-blogsfera-entre-as-esferas-publica-e-privada-da-internet/824/> Acesso em 10 jun 2012.

FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. Organizado por Rafael Cardoso. Tradução de Raquel Abi-Sâmara. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

LEMOS, André. Cibercultura: Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.

MACHADO, Arlindo. Fim do livro? In______. Pré-cinemas e pós-cinemas. Campinas: Papirus, 1997.

MACHADO, Arlindo. Máquina e Imaginário: O Desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.

MONTEIRO, Silvana Drumond; CARELLI, Ana Esmeralda; PICKLER, Maria Elisa Valentin. A Ciência da Informação, Memória e Esquecimento. In: DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação – Vol. 09, n° 6: (dez de 2008). Disponível em: < http://www.dgz.org.br/dez08/Art_02.htm>. Acesso em: 20 set. 2011).

ORTIZ. Renato. Cultura e modernidade: a França no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1998.

POOLE, Buzz. The social context of reading: five questions for Bob Stein. 2011. Disponível em <http://imprint.printmag.com/innovation/the-social-context-of-reading-five-questions-for-bob-stein/> Acesso em 9 jun 2012.

SANTAELLA, Lúcia. Linguagens Líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Ed. Paulus, 2007.

SANTAELLA, Lucia. Os espaços líquidos da cibermídia. In:Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. 2005. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2012

Publicado
2021-06-15
Como Citar
Sehn, T. C. M., & Aymone, J. L. F. (2021). Memória gráfica em tempos líquidos: Como preservar o Livro Digital. CHAPON CADERNOS DE DESIGN/ CENTRO DE ARTES/ UFPEL, 2(1), 147-163. https://doi.org/10.15210/chapon.v2i0.16679
Seção
Metodologias do Design: tecnologias, sistemas e processos