Políticas de Resistência Feminista: Evangélicas em Luta por Direitos

Resumo

Observa-se um avanço neoconservador no Brasil e na América Latina, protagonizado pelos segmentos evangélicos, que ameaçam cada vez mais a autonomia feminina. Diante deste cenário de retrocessos políticos e sociais, evangélicas têm formado coletivos feministas. Este trabalho busca investigar a atuação recente das Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG), com o intuito de refletir sobre a relação entre gênero, religião evangélica e feminismos, consistindo em uma descrição dos materiais divulgados nas páginas oficiais de web da EIG e na realização de uma entrevista com uma de suas fundadoras. O resultado indica a construção de políticas de resistência no interior das igrejas evangélicas, disputando as interpretações bíblicas e sensibilizando mais mulheres sobre seus direitos humanos, além de atuar em rede ocupando espaços acadêmicos, religiosos e públicos na defesa de uma agenda feminista.Palavras-chave: Evangélicas pela Igualdade de Gênero; Coletivos Feministas; Políticas de Resistência; Feminismos; Movimento Feminista. Abstract We can observe neoconservative advances in Brazil and Latin America led by evangelical segments that increasingly threaten women's autonomy. Faced with this scenario of political and social setbacks, evangelicals have formed feminist collectives. This article seeks to investigate the recent role of Evangelicals for Gender Equality (EIG) in order to reflect on the relationship between gender, evangelical religion and feminisms. It consists of a descriptive analysis of the materials posted on the official EIG web pages and an interview with one of its founders. The results indicate that the collective builds resistance policies within evangelical churches, disputing biblical interpretations and sensitizing women about their human rights, in addition to acting in a network occupying academic, religious and public spaces in defense of feminist agendas.Keywords: Evangelicals for Gender Equality; Feminist Collectives; Resistance Policies; Feminisms; Feminist Movement.

Biografia do Autor

Gabriela Luiz Scapini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Bacharela em Ciências Sociais (UFRGS), Mestra em Ciência Política (UFRGS) e Doutoranda em Sociologia (UFRGS). Bolsista CNPq.
Publicado
2021-12-28
Seção
Dossiê Corporeidades em luta: Feminismos e corpos de resistência ao sul global