Cadernos de Educação Nº 27

  • Avelino da Rosa Oliveira
  • Eliane Teresinha Peres
  • Gomercindo Ghiggi

Resumo

A FaE-UFPel completa 30 anos. É momento de alegria, de festa, de rememoração da história, de renovação de compromissos. En-fim, é tempo de celebração. Compondo este momento de imensa alegria, coube-nos a honra de organizar um número especial de Cadernos de Educação, celebrando a trajetória da Faculdade de Educação através de uma reflexão densa e prazerosa sobre a formação de professores. Desejando também homena-gear a todos que fizeram e fazem parte desta história de compromisso social com a educação, ouvimos o primeiro diretor da FaE, Prof Teófilo Galvão. No relato deste companheiro de percurso, recordamos uma história “feita de espinhos e rosas”, como ele mesmo afirma em docu-mento escrito para este momento celebrativo (2006): “dizem que, em qualquer empreendimento, os espinhos cabem aos que iniciam e, aos poucos que terminam, cabem as rosas. Como professor e diretor da recém-criada Faculdade de Educação da UFPel, talvez comporte destacar, no ensejo da comemoração dos seus 30 anos, algumas picadas de espinhos que ainda espicaçam a memória.” Tem razão o professor Galvão! Mas talvez ninguém jamais termine a empreitada. A obra da formação humana é sempre inconclusa, sempre surpreendente. E aqui continuamos nós, 30 anos depois dele, em meio às rosas com seus espinhos, sem os quais ela nem rosa seria. E o professor Galvão vai recordando as dificuldades enfrentadas: “reconhecimento dos cursos: atividade desgastante, sobretudo pela burocracia displicente do Conse-lho Federal de Educação. Como se fazia moroso o reconhecimento de determinado curso, desloquei-me até Brasília, para acompanhar o processo. Com surpresa verifiquei que tinha sido extraviado. Mais de 2 quilos de papel.” Nesta conversa franca sobre um passado que não quer silenciar, quantas vezes a história nos remete ao presente! E recontamos a narrativa do professor Galvão: “por sua missão pedagógica estimu-ladora de uma consciência critica, participativa, inserida na vida comu-nitária, em período político de repressão, a Faculdade era vista como subversiva. A convite da direção, o Reitor participou de reunião com todos os professores. Nessa ocasião, criticou a Faculdade por ter recebido uma pessoa malquista do regime ditatorial vigente. Nenhum professor conhecia o referido visitante...” E a história da FaE vai sendo reconstituída. Surpresos, descobrimos que não é nova a idéia de que a formação de professores pode muito bem prescindir de uma faculdade de educação. “... no ato de transmissão de posse do cargo de diretor para a professora Consuelo Requião, o Reitor criticou a existência de uma Faculdade para formar professores do (então) curso primário. Sua mãe, disse ele, fora professora sem precisar de curso superior. Recorde-se que essa iniciativa da Faculdade foi pioneira na época.”
Publicado
2012-11-21
Como Citar
Oliveira, A. da R., Peres, E. T., & Ghiggi, G. (2012). Cadernos de Educação Nº 27. Cadernos De Educação, (27). https://doi.org/10.15210/caduc.v0i27.1519
Seção
Editorial