Entre cinéma et littérature, d’autres représentations du Sertão ?

  • Alberto da Silva Maître de Conférences, Université Paris-Sorbonne (CRIMIC)

Resumo

Au cours de l’histoire brésilienne, le Sertão s’est constitué comme un espace privilégié et une catégorie-clef dans l’imaginaire du pays. Au-delà de l’espace strictement géographique, la littérature, la culture orale, le cinéma, la télévision, mais également les sciences sociales ont façonné des représentations du Sertão s’inscrivant souvent en opposition aux espaces du littoral. C’est ainsi qu’au fil du temps, ces représentations ont construit une dichotomie, dans laquelle le Sertão et le littoral sont caractérisés par des ordres sociaux différents, mais également symbolisent des oppositions comme monarchie/république, barbarie/civilisation, inertie/mouvement, ou archaïsme/modernité. À partir des années 2000, de nouvelles représentations émergentes problématisent l’imaginaire du Sertão en l’inscrivant en tant qu’espace mobile et hybride : c’est ce que nous proposons de démontrer dans notre communication en analysant le roman Galiléia (2009) de Ronaldo Correira de Brito et le film Árido Movie (2005) de Lírio Ferreira.

Referências

ALBUQUERQUE Jr. Durval Muniz de. Nordestino: Um invenção do falo. Uma história do gênero masculino (Nordeste – 1920/1940), Maceió: Edições Catavento, 2003.

ALBURQUERQUE Jr. Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: FJN, Ed. Massangana ; São Paulo: Corez, 2001.

ARAÚJO SÁ, F. O sertão globalizado em Galiléia, de Ronaldo Correia de Brito. In: PINHEIRO, Alessandra Santos ; FREIRE, Zélia Nolasco dos Santos. Literatura e estudos culturais: ensaios. São Paulo: UFGD, p. 103-117.

BENTES, I. Sertões e favelas no cinema brasileiro contemporâneo: estética e cosmética da fome. Alceu, Rio de Janeiro, v.8 - n.15 - p. 242 a 255, jul./dez. 2007.

BRITO, R. Correia de. Galiléia. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

BRITO, R. C.. A Galiléia de Ronaldo Correia de Brito. Rio de Janeiro, O Globo, 1/11/2008.

CUSCHNIR, L. e MARDEGAN Jr. Elyseu. Homens e suas máscaras – a revolução silenciosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.

DA SILVA, A. Genre et dictature dans cinéma brésilien. Les films d’Ana Carolina et Arnaldo Jabor. Paris : Éditions Hispaniques, 2016.

HALL, S. Identités et cultures : politiques des Cultural Studies. Paris : Éditions Amsterdam, 2008.

LIMA, N. Trindade. Um Sertão chamado Brasil. São Paulo: Hucitec, 2013.

NAGIB, L. A utopia no cinema brasileiro. Matrizes, nostalgia, distopias. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

PEREIRA, P. P. Gomes. Sertão e narração: Guimarães Rosa, Glauber Rocha e seus desenredos. Sociedade e Estado, Brasília, v. 23, n. 1, p. 51-87, jan./abr. 2008.

RIDENTI, M. O fatasma da Revolução brasileira. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1993.

SCHAMA, S. Paisagem e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SCHIAVO, S. Sertão uno e múltiplo ou "lua pálida no firmamento da razão". Sociedade e Cultura, v. 10, n. 1, janeiro-junho, 2007, p. 41-44.

WESTPHAL, B. La géocritique. Réel, Fiction, Espace. Paris : Les Éditions de Minuit, 2007.

Publicado
2017-05-01
Seção
Figuras literárias dos espaços em devir no Quebec e no Brasil (séc. XX-XXI): Conflitos, traumas, interconexões