Hipersegmentação de palavras: análise de aspectos prosódicos e discursivos

  • Luciani Ester Tenani Universidade Estadual de São Paulo

Resumo

Este artigo trata de hipersegmentações de palavras que se caracterizam por emprego não convencional de uma fronteira gráfica (por meio de branco ou hífen) dentro dos limites de palavra, como “em bora”, “chama-da”. Em estudo conduzido sobre esses dados, identificamos motivações advindas de informações prosódica e morfossintática somadas às de natureza letrada. Mostramos que há características linguísticas recorrentes nesses registros de fronteiras de palavras, a partir da análise de textos produzidos por alunos que cursavam as quatro últimas séries do ensino fundamental em uma escola pública paulista. Neste artigo, avançamos nesse estudo ao analisarmos um dado singular cujas características não coincidem com as que se mostraram recorrentes, como demonstraremos. Argumentaremos que a presença não convencional de marca de fronteira dentro dos limites da palavra escrita que analisamos pode ser interpretada como representação de configurações prosódicas, de natureza rítmica e entoacional, as quais contribuem para a construção das relações de sentidos do texto.

Biografia do Autor

Luciani Ester Tenani, Universidade Estadual de São Paulo
Graduou-se Bacharel em Linguística pela UNICAMP (1993). Fez Mestrado (1996) e Doutorado (2002) em Linguística, na subárea de Fonologia, na mesma universidade. É professora, desde 1997, na UNESP, câmpus de São José do Rio Preto (SP), onde ministra disciplinas para graduação e pós-graduação. É bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq, desde 2010. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e análise linguística, subárea de fonologia. Tem pesquisado e orientado dissertações e teses sobre os seguintes temas: prosódia e processos segmentais; variação vocálica; fonologia e ortografia; prosódia e pontuação.
Publicado
2019-03-13
Como Citar
Ester Tenani, L. (2019). Hipersegmentação de palavras: análise de aspectos prosódicos e discursivos. Revista Linguagem & Ensino, 16(2), 305-326. https://doi.org/10.15210/rle.v16i2.15449