Traduzir a crítica à ontologia: transitoriedade, transcriação e história natural

  • Alexandre Costi Pandolfo Pesquisador Independente
Palavras-chave: Tradução, Transitoriedade, História natural, Transcriação, Walter Benjamin.

Resumo

Este ensaio procura tecer considerações sobre a tarefa da crítica à ontologia fundamental desde a perspectiva literária. Para isso parte das concepções de tradução, transitoriedade e não-identidade expostas por Walter Benjamin em muitos dos seus textos e também no seu conhecido texto “A tarefa do tradutor”. O conceito de Vergänglichkeit, transitoriedade, que pode ser entendido também por ruinância ou deperecimento, torna-se a estrela maior nesta abordagem benjaminiana, e a ele se une a ideia de história natural, como momento dialético crucial para crítica à ontologia fundamental. Este ensaio também aponta para algumas leituras e interpretações brasileiras dos escritos de Walter Benjamin, principalmente, com o intento de abordar a ideia de transcriação, de Haroldo de Campos.

Biografia do Autor

Alexandre Costi Pandolfo, Pesquisador Independente
Doutor em Letras (PUCRS, bolsista CNPq). Pós-doutor em Literatura (UFSC/CAPES). Pós-doutor em Letras (UFPel/CAPES).  Mestre em Criminologia e Controle Social (PUCRS, Bolsista CAPES). Bacharel em Direito (PUCRS, bolsista PIBIC/CNPq).

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Publicado
2019-08-25
Como Citar
Costi Pandolfo, A. (2019). Traduzir a crítica à ontologia: transitoriedade, transcriação e história natural. Revista Linguagem & Ensino, 22(2), 461-473. https://doi.org/10.15210/rle.v22i2.16448