Festança de Vila Bela da Santíssima Trindade: “eu posso com mais alguém”

  • Heloisa Afonso Ariano Universidade Federal de Mato Grosso
Palavras-chave: casa, família, relacionalidade, religiosidade popular

Resumo

A Festança de Vila Bela da Santíssima Trindade, um agregado de festas religiosas católicas celebradas na fronteira Oeste de Mato Grosso – Brasil – por uma coletividade de afro-brasileiros, atua como um operador do qual as famílias lançam mão para constituírem seus laços de parentesco. Esse é um processo que os festeiros designam “experimentar” a família por meio da festa, e assim, produzirem sua “união”. A casa é o ponto focal da relacionalidade produzida por circulações a pé, que desenham no traçado urbano a “configuração de casas”, responsável por organizar a festa. Este trabalho pretende expor a dinâmica festiva, que aciona práticas em que o abrir das portas remete a uma disposição de diálogo entre a família e a coletividade. Concomitantemente, a família produz, por meio da festa, a individuação de seus membros. A Festança estabelece narrativas paralelas, que associam problemáticas de gênero, etnicidade e grupos etários entrelaçadas. Desta forma, é na experiência vivida, em toda sua sensorialidade, que os festeiros de Vila Bela acreditam que podem testar e incorporar valores religiosos.

Biografia do Autor

Heloisa Afonso Ariano, Universidade Federal de Mato Grosso
Sou professora adjunta do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Mato Grosso desde 1995. Sou doutoranda e meus interesses são sobre os temas festas, rituais, performances, cultura popular, família.
Publicado
2018-11-30