GRAÇA GRAÚNA: A POESIA COMO ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA

  • Rita Olivieri-Godet ERIMIT - Université Rennes 2 Institut Universitaire de France
Palavras-chave: Graça Graúna, Poesia ameríndia no Brasil, Voz potiguara

Resumo

Graça Graúna é o nome artístico de Maria das Graças Ferreira, nascida em 1948, na cidadezinha de São José do Campestre, no Rio Grande do Norte. Mestiça de ascendência potiguara que vive em meio urbano, Graça Graúna também é professora universitária e ensaísta, tendo escrito a primeira obra crítica consagrada à literatura indígena no Brasil. Seu percurso literário se volta para a reapropriação de suas referências culturais ameríndias, buscando uma reterritorialização simbólica. Então, como se reconstruir culturalmente indígena e reativar sua cultura, após séculos de esquecimento? É a essa questão que a criação literária de Graça Graúna começa a responder. Ela orientará nossa leitura da sua coletânea de poemas Tear da Palavra (2007), cujas construções poéticas relacionam paisagens urbanas à memória do território indígena, para investir melhor a reconstrução das identidades emancipadoras na contemporaneidade pluricultural do continente americano. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rita Olivieri-Godet, ERIMIT - Université Rennes 2 Institut Universitaire de France
Atualmente professora da Université de Rennes 2, a brasileira também foi professora visitante na Université de Bordeaux 3. Formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez mestrados na Université Paris 8 (Vincennes-Saint-Denis) e na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3, doutorado na USP e pós-doutorado na Université Paris X – Nanterre, com passagem pela Université de Toulouse II. Deu aulas na Université de Montpellier II, na Université Blaise Pascal – Clermont-Ferrand, na Université de Poitiers e na Université de Lille III. Venceu o prêmio da União dos Escritores Brasileiros (categoria Ensaios Críticos) em 2010, é membro correspondente da Academia de Letras da Bahia e, desde 2013, membro sênior do Institut Universitaire de France (IUF). Integra o corpo editorial da Revista da Anpoll (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística).

Referências

AUGE, Marc. Non-lieux. Introduction à une anthropologie de la surmodernité.

Paris: Seuil, 1992.

ASSMANN, Jan. La mémoire culturelle. Paris : Aubier, 2012.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação. Formas e transformações da memória cultural. Campinas/SP : Editora da Unicamp, 2011.

BERND, Zilá. Por uma estética dos vestígios memoriais. Belo Horizonte : Fino Traço, 2013.

BESSE, Jean-Marc. Le goût du monde. Exercices du paysage. Arles : Actes Sud/ENSP, 2009.

BOUCHARD, G., et ANDRES, B. Mythes et sociétés des Amériques. Montréal : Editions Québec Amérique, 2007.

CLASTRES, DANTAS, B., SAMPAIO, J. A. L., CARVALHO, M. R. G., « Os povos indígenas do Nordeste brasileiro . Um esboço histórico ». IN : CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (org.) História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 431-456.

GLISSANT, Edouard. Introduction à une poétique du divers. Paris: Gallimard, 1996.

GODET, Rita Olivieri, "Émergence des voix amérindiennes dans la littérature brésilienne", Figures littéraires des espaces en devenir au Québec et au Brésil (XXe – XXIe siècles) : conflits, traumatismes, interconnexions, Rita Olivieri-Godet, Brigitte Thiérion et Lícia Soares de Souza (dir.), Interfaces Brasil / Canadá, vol. 17, n° 1, 2017, p. 103-127. https://www.google.fr/?gws_rd=ssl#q=%C3%89mergence+des+voix+am%C3%A9rindiennes+dans+la+litt%C3%A9rature+br%C3%A9silienne+Interfaces+

GODET, Rita Olivieri, « Voz feminina ameríndia e escrita do espaço», Interfaces Brasil/Canadá, Vol 16, n° 3, dezembro 2016, “ À procura de novos paradigmas: estudos indígenas no Canadá e nas Américas”, Eloína Prati dos Santos, Rubelise da Cunha (dir.) https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/interfaces/article/view/9386

GODET, Rita Olivieri. A alteridade ameríndia na ficção contemporânea das Américas (Brasil, Argentina, Quebec). Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.

GRANJEAN, Pernette (sous la direction de). Construction identitaire et espace. Paris : L’Harmattan, 2009.

GRAUNA, Graça. « Diálogo multiétnico: História e Memória de Negros e Índios em Toni Morrison e Vargas Llosa ».

GRAUNA, Graça. Canto Mestizo. Rio de Janeiro : Ed. Blocos, 1999.

GRAUNA, Graça. Tessituras da Terra. Belo Horizonte : Edições M.E, 2001.

GRAUNA, Graça. Tear da palavra. Belo Horizonte : S.n., 2007.

GRAUNA, Graça. Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte : Mazza Edições, 2013.

HAREL, Simon. Braconnages identitaires. Un Québec palimpseste. Montréal : VLB, 2006.

HAREL, Simon. Les passages obligés de l’écriture migrante. Montréal : XYZ, 2004.

KAPESH, An Antane. Je suis une maudite sauvagesse. Ottawa : Leméac, 1976.

PAGEAUX, Daniel-Henri. Littératures et cultures en dialogue. Paris : L’Harmattan, 2007.

REBRA, Rede de Escritoras Brasileiras, http://rebra.org/escritora/escritora_ptbr.php?id=1035

Consulté le 28/02/2017.

SIBONY, Daniel. Entre-deux. L’origine en partage. Paris : Seuil, 1991.

SIOUI, Georges E.. Histoire amérindienne de l’Amérique. Québec/Paris : Les Presses de l’Université Laval/L’Harmattan, 2005.

Publicado
2017-12-31
Seção
Dossiê Representações das dinâmicas urbanas na literatura e no cinema do Quebec e do Brasil