OCORRÊNCIA DO LEITE INSTÁVEL AO ÁLCOOL 76% E NÃO ÁCIDO (LINA) E EFEITO SOBRE OS ASPECTOS FÍSICO-QUÍMICOS DO LEITE

  • Maria Ribeiro Embrapa
  • Lucia Marques
  • Maira Zanela
  • Waldyr Stumpf Junior
  • Vivian Fischer

Abstract

O Leite Instável Não Ácido (LINA) caracteriza-se pela perda de estabilidade da proteína, resultando na precipitação na prova do álcool 76 °GL sem, entretanto, haver acidez acima de 18 ºD. Ocorrem alterações nas propriedades físico-químicas do leite, podendo alterar a qualidade nutricional. O resultado do teste determinará o aceite ou rejeição da matéria-prima pelo laticínio, podendo o produtor ter sua produção condenada ou desvalorizada. O objetivo desse estudo foi verificar a ocorrência do LINA, sua variação entre os meses e seu efeito nos aspectos físico-químicos do leite. O estudo foi desenvolvido em Pelotas, RS, em um laticínio, de abril de 2002 a setembro de 2003. Analisaram-se 9.892 amostras de leite de tanque, quanto à sua positividade ao álcool 76 °GL e acidez titulável. A ocorrência média do LINA foi de 58%. Observou-se ocorrência mais elevada de LINA no outono e início de inverno, o que pode estar associada à redução no desenvolvimento das forrageiras nativas e ao estágio inicial de desenvolvimento das forrageiras de inverno. Houve menor ocorrência do LINA na primavera e início do verão, fato que pode estar associado ao aumento da oferta de forragem conservada na forma de silagem e de pastagens de clima temperado. Encontraram-se diferenças significativas entre leite normal e LINA para: gordura = 3,52 e 3,61%, proteína bruta = 3,06 e 3,03%, lactose = 4,41 e 4,32% e CCS = 401.000 e 463.000 cél/mL, respectivamente. A ocorrência de LINA é elevada, embora varie durante o ano, podendo reduzir a qualidade nutricional do leite.

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Maria Ribeiro, Embrapa
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