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Sérgio Renato Noguez Piedras
Universidade Federal de Pelotas
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Juvêncio Luís Osório Fernandes Pouey
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Paulo Roberto Rocha Moraes
Keywords:
hábito alimentar, açude, tanque de cultivo
Abstract
Mais de 90% dos cultivos comerciais de peixes no Rio Grande do Sul são com espécies exóticas. Não existem estudos de avaliação científica dessas introduções, para viabilizar a geração de informações sobre as relações de comportamento territorial, alimentar e reprodutivo de espécies exóticas e nativas, convivendo no mesmo ambiente. Para atingir tais objetivos, foram acompanhados durante um ano, através de avaliações bimensais, três cultivos no Município de Pelotas: 1) açude de um hectare povoado com catfish (Ictalurus punctatus), peixe-rei (Odontesthes bonariensis), jundiá (Rhamdia sp.), carpa comum (Cyprinus carpio), carpa capim (Ctenopharyngodon idella), carpa cabeça grande (Aristichthys nobilis) e pintado (Pimelodus maculatus); 2) açude de um hectare povoado com catfish e 3) tanque de cultivo, povoado com alevinos de jundiá, catfish, joaninha (Crenichicla lepidota) e peixe-rei. Além dos resíduos de ração, os alimentos mais comuns registrados foram crustáceos e insetos em peixes jovens e, posteriormente, para a maioria das espécies, moluscos, girinos e pequenos peixes. O catfish e o jundiá apresentaram conteúdos alimentares idênticos nas três situações estudadas. A joaninha e o lambari (sp.) foram os maiores predadores de ovos, larvas e alevinos das espécies que reproduziram. As espécies nativas, com exceção do pintado, reproduziram normalmente, com maior ou menor prole em função das circunstâncias. Entre as exóticas, somente a carpa comum produziu proles significativas. O catfish reproduziu e desenvolveu proles apenas quando não houve pressão de outras espécies.