Sociologia das ortodoxias e heterodoxias na economia brasileira
2021-06-18
NORUS – Novos Rumos Sociológicos, revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), convida pesquisadores e pesquisadoras da Sociologia e áreas afins a enviarem artigos inéditos ao dossiê “Sociologia das ortodoxias e heterodoxias na economia brasileira”, organizado por Rodrigo Cantu (UFPel) e Bruno Barreiros (UFBA), com publicação prevista no número de agosto-dezembro 2021.Disputas sobre como deve ser a “boa economia”, qual é a institucionalidade mais “eficiente”, a abordagem teórica mais “científica”, a receita apropriada para a política econômica ou quais os porta-vozes ou “gurus consagrados” estão associadas àquelas relativas a “boas práticas de gestão”, à “boa empresa”, aos “líderes empresariais do momento”. Essa ecologia, que conecta os mundos da economia, do management, do jornalismo, da academia e das redes sociais, move dimensões relevantes do capitalismo contemporâneo. Uma crença que se fortalece em um dos mundos repercute no que se consolida no outro. Tratam-se de embates sobre quem tem legitimidade para enunciar, prescrever os critérios, as regras da política econômica ou da gestão empresarial, para estabelecer as crenças nucleares da doxa econômica, cujas repercussões, sobretudo no caso do espaço nacional brasileiro, transbordam as discussões sobre economia, setor público, empresa e negócios e alcançam arenas políticas, culturais, religiosas e educacionais.Tais tensões sociais opõem uma miríade de grupos adversários, mas que são passíveis de serem organizados em dois grandes pólos dos espaços intelectuais, econômicos e empresariais: de um lado, os ortodoxos, unidos na adesão, mesmo que tácita, da defesa do livre-mercado e do capitalismo tradicional como modelos para a transformação da sociedade; de outro, os heterodoxos, os desafiantes de tais modelos dominantes.Este dossiê pretende acolher propostas dedicadas à compreensão sociológica dos tensionamentos entre ortodoxos e heterodoxos em diferentes espaços, tendo como foco diversas dimensões analíticas possíveis – estrutural, institucional, argumentativa, moral, cognitiva, linguística, simbólica, disposicional, etc. – que caracterizam disputas sobre a lógica dominante da economia brasileira. Prazo para as submissões: 11 de outubro de 2021.