AS MULHERES DO MST NA LUTA PELA TERRA E POR FAZER-SE EM SUJEITOS POLÍTICOS: RASTROS DA EXPERIÊNCIA ORGANIZATIVA NAS PÁGINAS DO JORNAL SEM TERRA

  • Iolanda Araujo Ferreira dos Santos
  • Everton Lazzaretti Picolotto

Resumo

No surgimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra o objetivo central era a luta pela terra, mas com foco na figura masculina como “trabalhador rural sem terra”. A mulher era, nesse caso, apenas um membro da família sem terra, e o homem era o sujeito político, com poder e representatividade no movimento. Neste artigo buscamos elucidar qual o papel da mulher na luta pela terra e como o MST aborda e encara as questões de gênero. Para tanto, foram realizadas análises dos conteúdos das edições do Jornal Sem Terra, além da análise de cartilhas e cadernos de formação do MST que tratam da temática de gênero e feminismo, a fim de entender como a pauta das mulheres aparece nessas publicações. A luta das mulheres no MST é analisada nesse trabalho com base nas experiências organizativas vividas por estas no processo de fazer-se sujeito político. Assim, a partir das notícias do Jornal Sem Terra, foram delimitadas fases organizativas das mulheres no MST, que nos ajuda a compreender como se desenvolve a organização feminina no interior do Movimento, bem como suas principais pautas. Conclui-se que, desde o início do MST as mulheres iniciaram uma organização interna para reivindicar seus direitos enquanto sujeitos políticos e que o processo de incorporação das questões de gênero pelo MST é uma conquista da organização de mulheres, e não uma iniciativa espontânea do Movimento.

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Publicado
2019-08-30
Seção
Dossiê: Feminismos na América Latina: Movimentos Sociais, Estado e Partidos Políticos