O MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS NA CONSTRUÇÃO DO FEMINISMO CAMPONÊS POPULAR: PROTAGONISMO FEMININO, PRÁTICAS FEMINISTAS E HISTÓRIA DE LUTA

  • Débora Fragata dos Santos
  • Silvia Aparecida Zimmermann

Resumo

A luta feminista foi fundamental na conquista de direitos básicos para as mulheres, sendo esta evidenciada principalmente pela ação das mulheres em contexto urbanizado, que tendo poucas vezes mencionadas as especificidades das mulheres rurais. Estas mulheres historicamente têm seus trabalhos produtivos invisibilizados e direitos negados, desde direitos profissionais, previdenciários, à terra, entre outros. Os movimentos de mulheres rurais no Brasil surgem da necessidade de uma organização que priorizasse suas demandas. O artigo tem como objetivo explicar a construção do Feminismo Camponês Popular (FCP) resultado da luta das mulheres rurais, apresentado através do histórico de ação de um dos mais importantes movimentos sociais autônomos de mulheres rurais brasileiros, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A metodologia utilizou uma pesquisa documental, bibliográfica e duas entrevistas semi estruturadas com lideranças do MMC, localizadas em regiões equidistantes no país, exemplos de luta que têm sua trajetória de vida imbricada no vínculo estabelecido com o Movimento. Os dados evidenciam a construção de um feminismo rural popular, não divergente do feminismo urbano, mais específico ao modo de vida rural.

Referências

ADÃO, Nilton M. Lacerda. Movimento de mulheres camponesas: a origem religiosa e o cuidado na estrutura familiar. Clélia Peretti (org.). Congresso de Teologia da PUCPR. Curitiba. Anais eletrônicos. 2011. p. 174-186.

BETTO, Janaina; PICCIN, Marcos Botton. Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e o percurso de sua luta feminista. 2017. Disponível: https://journals.openedition.org/amerika/8202. Último acesso em: 26/05/2019.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 20. Brasília, DF. 15 de dezembro de 1998.

BRASIL. Emenda Constitucional nº41. Brasília, DF. 19 de dezembro de 2003.

CALAÇA, M.; CONTE, I.; CINELLI, C. Feminismo camponês e popular: uma história de construções coletivas. Revista Brasileira de Educação do Campo, v. 3, n. 4, p. 1156-1183, 23 dez. 2018.

CAMPANHA DA VIA CAMPESINA INTERNACIONAL: sementes patrimônio do povo a serviço da humanidade. Temporalis, Distrito Federal, Brasil, ano 12, n. 24, p. 471-4772, jul./dez. 2012.

CINELLI, C. O educativo na experiência do MMC: resistência, enfrentamento e libertação. (Tese de doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2016.

CINELLI, C. Programa de Sementes Crioulas de Hortaliças: experiências e identidades no MMC. (Dissertação de mestrado). Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul, Ijuí. 2012.

CLOC, Coordenadora Latino Americana de Organizações do Campo. Quem somos. Site oficial, junho de 2010.

CONTE, I. Mulheres Camponesas em luta: resistência, libertação e empoderamento. (Dissertação de mestrado). Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul, Unijuí. 2011.

CONTE, I. O processo educativo da luta e o trabalho das mulheres: Via Campesina o Brasil, UNORCA/UNMIC e CONAMI no México. (Tese de doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2014.

FREITAS, Isabel; MORI, Natália; FERREIRA, Verônica (org). A seguridade social é um direito das mulheres. Vamos a luta! Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA). Brasília, 2010.

GADELHA, Renata R; RODRIGUES, Sandra M. R; MARQUES, Siomara A; ANDRIOLI, Antônio I. História das origens do Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (1981-2016). Revista Ártemis, Vol. XXIII nº 1; jan-jun, 2017. 180-195 pp.

GASPARETO, Sirlei A. K. A construção de saberes no Movimento de Mulheres Camponesas: uma análise a partir do programa de sementes crioulas no oeste de Santa Catarina - Brasil. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) - Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, 2017.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Descrição do semiárido. Site oficial, 20__. Disponivel em: https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/cartas-e-mapas/mapas-regionais/15974-semiarido-brasileiro.html?=&t=o-que-e. Último acesso: 20/05/2019.

MANO, Maíra Kubík. Discurso das mulheres e confronto midiático: uma análise sobre a ação da Via Campesina na Aracruz Celulose. Anais do IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina, GT 7 Feminismo e Marxismo na América Latina. Universidade Estadual de Londrina UEL. Londrina, PR. 14 a 17 set. 2010.

MARTINS, Fabio; BRUNETTO, Sarue. Movimento das Mulheres Camponesas e sua relação de resistência com a ditadura militar. Revista Santa Catarina em História - Florianópolis - UFSC – Brasil ISSN 1984-3968, v.8, n.1, 2014.

MENDES, Ivete M. A; MUNARINI, Carmen. Recuperação, produção e melhoramento de sementes de hortaliças em Santa Catarina. In Biodiversidade e agricultores fortalecendo o manejo comunitário. 2007. Disponível: https://www.researchgate.net/publication/253328170_Biodiversidade_e_agricultores_Fortalecendo_manejo_comunitario. Último acesso: 20/05/2019.

MOVIMENTO DE MULHERES CAMPESINAS. Lutas, Missão e Objetivos. Site oficial, 2016/2017. Disponível: http://www.mmcbrasil.com.br/site/. Último acesso em 09/08/2019.

MOVIMENTOS DA MULHER TRABALHADORA RURAL (MMTR-NE). Quem somos. Site oficial, 2018. Disponível em: http://www.mmtrne.org.br/. Último acesso em: 20/06/2019.

SEIBERT, Iridiani Graciele. RODRIGUES, Sandra Marli da Rocha. Aproximação teórica entre o Feminismo Camponês e Popular e o Marxismo Latino-Americano. Anais VIII Simpósio Internacional de Geografia Agrária | IX Simpósio Nacional de Geografia Agrária. Curitiba, Paraná. Novembro, 2017.

TÁBOAS, Ísis Menezes. É LUTA! Feminismo Camponês Popular e enfrentamento à violência. Editora Lumen Juris, Brasília. 2018.

Publicado
2019-08-30
Seção
Dossiê: Feminismos na América Latina: Movimentos Sociais, Estado e Partidos Políticos