Modernidade, "despertencimento" e ajuda mútua: o nascimento dos Alcoólicos Anônimos
Resumo
O presente ensaio é parte da dissertação de Mestrado “Uma Nova Maneira de Viver: trocas simbólicas e mecanismos de subjetivação na irmandade de Narcóticos Anônimos”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS-UERJ), em fevereiro de 2020.Proponho uma discussão sobre a origem dos grupos de ajuda mútua, numa perspectiva sócio-histórica que pretende situar as associações de ajuda mútua a partir da fundação dos Alcoólicos Anônimos, na primeira metade do século XX. Aqui, apresento os aspectos que estariam na origem do processo de medicalização e criminalização do uso abusivo de álcool e drogas.Como parte importante daquilo que se convencionou designar “modernidade”, discuto o que chamei de sentimento de “despertecimento” como uma característica própria desse período, onde as relações de tipo capitalista e de uma sociedade cada vez hedonista, individualista e consumista, opera como fator de angústia e aflição para muitos indivíduos que se sentem desencaixados, deslocados e incapazes de corresponder às expectativas criadas em torno das necessidades que se colocam e se entendem como “sucesso profissional”.Finalmente, procuro perceber de que maneira os grupos de ajuda mútua, associando fatores tradicionais e modernos, operam dotando de sentido e “pertencimento” a vida desses indivíduos.Referências
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