Precarização do trabalho e reorganização da mão de obra no contexto de pandemia
Resumo
Após a crise de 2015-2016, a economia brasileira sofreu um aumento do número de desempregados e devido a recuperação lenta da crise, ocorreu uma ampliação da informalidade no mercado de trabalho. Desta forma, uma das alternativas de milhares de brasileiros foi se adaptar à nova forma de controle, gerenciamento e organização do trabalho, mediado muitas vezes por plataformas digitais, mas não restrito a elas, que se tornou uma tendência mundial, denominada de “uberização”. A emergência sanitária, causada pela disseminação mundial da Covid-19 que marcou o ano de 2020, chegou ao Brasil em um contexto em que o mercado de trabalho já precisava de proteção. O objetivo deste trabalho é analisar o mercado de trabalho precário do país e a reorganização da mão de obra durante a pandemia. O percurso metodológico parte de uma análise da situação do mercado de trabalho antes e durante a pandemia, e uma análise da reorganização dos trabalhadores das plataformas digitais diante da precarização do trabalho intensificada na pandemia. Uma grande parcela da população historicamente não foi incluída no mercado de trabalho formal no País e, diante da pandemia, os trabalhadores que se submetem aos trabalhos mediados por plataformas digitais se organizaram tanto por meio de manifestações para solicitar direitos mínimos de trabalho quanto com a criação de cooperativas. Palavras-Chave:Precarização; Reorganização; PandemiaReferências
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