Classes, individualidade e dominação nas sociedades contemporâneas

Resumo

O objetivo desse artigo é contribuir para a compreensão da dinâmica de classes nas formações sociais contemporâneas, evitando de um lado o simplismo unidimensional que não faz senão fortalecer as tendências negacionistas contra as quais se coloca, assim como, por outro, a fragmentação analítico-departamental ao infinito das múltiplas desigualdades registradas em nossas sociedades. Ressaltar a especificidade e a irredutibilidade das desigualdades raciais, educacionais, de gênero, etc., não impede, pelo contrário, a identificação dos nexos estruturais que as atravessam, as reforçam, e por meio delas se consolidam. Por essa razão, num primeiro momento, argumentaremos acerca da necessidade de um novo olhar que reconquiste a pervasividade da estrutura do fenômeno que estamos investigando subjacente à crescente complexidade e diferenciação sociocultural intensificadas pelo processo de mundialização. Em seguida, destacaremos que é apenas por meio da multideterminação existencial intrínseca às classes sociais que uma determinada propriedade, posição, relação, desigualdade (e.g. econômica), ou sistema, assumem todos e cada um sua efetividade histórica. Por fim, num terceiro momento, exploraremos as implicações dessas colocações para um melhor entendimento acerca dos mecanismos de dominação que estruturam nossas sociedades, reproduzem nossas desigualdades e se efetivam, não a despeito, mas a partir de nossa própria individualidade e motivações pessoais.

Biografia do Autor

Thiago Panica Pontes, UFPB
Tendo feito mestrado no Iuperj e doutorado no IESP-UERJ, atualmente é professor de sociologia no departamento de Ciências Sociais da UFPB.

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Publicado
2021-09-02
Seção
Dossiê: A sociologia como ontologia do presente: teoria, metateoria e análise crítica