TÁTICAS E ESTRATÉGIAS PARA PENSAR O SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL NO PRESENTE: O QUE TEM O RAP COM ISSO?

  • Mari Cristina De Freitas Fagundes Anhanguera Educacional de Pelotas

Resumo

Este trabalho, fruto de uma dissertação de mestrado, tem como premissa engendrar alguns questionamentos frente ao sistema jurídico contemporâneo, especialmente ao sistema de justiça criminal, a partir de entrevistas realizadas com compositores de Rap, na cidade de Pelotas/Rio Grande do Sul/Brasil. A pesquisa foi realizada no ano de 2014 e 2015, com compositores locais, sendo possível perceber a subdivisão do Rap em “gerações”, levando em consideração as abordagens que destacam em suas composições. Além disso, percebi nas entrevistas a incessante crítica ao sistema jurídico e as prévias rotulações existentes pelos agentes estatais àqueles considerados “anormais”. Assim, discuti as subjetivações e subjetividades construídas pelo Rap local e pelo sistema de justiça criminal, e como elas reverberam nas verdades produzidas e reproduzidas socialmente. Para alicerçar-me teoricamente, baseei-me em algumas produções de Michel Foucault, em autores da sociologia da violência, juristas e em estudos que dedicam atenção ao Rap.Palavras-chave: Rap pelotense; Sistema jurídico; Pesquisa de campo; Discurso; Sujeição criminal. 

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Biografia do Autor

Mari Cristina De Freitas Fagundes, Anhanguera Educacional de Pelotas
Graduada em Direito. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Mestre em Sociologia. Professora na Faculdade Anhanguera Educacional de Pelotas.

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Publicado
2016-07-26
Seção
Dossiê A dinâmica das relações raciais: dados, abordagens e intersecções