O estabelecimento dos demarcadores de identidade e diferenças a partir das redes sociais no caso do polo naval de Rio Grande-RS
Resumo
Esse artigo é resultado de uma investigação dos processos de construção da figura do “baiano” na região de Rio Grande-RS. Com a instalação do Polo Naval, um número expressivo de trabalhadores migrantes apareceram na cidade devido aos postos de trabalho que o Polo ofereceu. Do encontro entre riograndinos com esses trabalhadores emergiu a figura do "baiano". Reconstruindo o processo em que esta figura se erigiu, percebia-se que o “baiano” poderia ser tanto alguém nascido no estado da Bahia, quanto em Pernambuco, no Rio de Janeiro, São Paulo ou Minas Gerais, de modo que a designação não obedecia a um recorte geográfico, racial ou de classe. A figura do “baiano” é resultado de operações de síntese dos "estrangeiros" que advieram a Rio Grande que busca posicionar o “outro” e manter a posição do nativo. Assim, a configuração onde atua o signo “baiano” está apoiada em uma lógica que sugere um incômodo subjetivo do nativo frente a certos traços comportamentais do "estrangeiro" que rompem com as expectativas normativas presentes em cada contexto; o sentimento de ameaça frente a culturas que instabilizam a distribuição de recursos matérias e simbólicos que já existiam ou que advieram com a instalação do Polo Naval; a uma diferença no grau de apropriação e incorporação dos significados que regulam as regras e infrações dos espaços de comportamentos; e um quadro de desequilíbrio na organização e coesão dos grupos que participam e atualizam os sentidos estes espaços.Palavras-Chave: Identidade; Migrações; Trabalhadores; Rio Grande/RS.
Publicado
2016-07-26
Seção
Dossiê A dinâmica das relações raciais: dados, abordagens e intersecções
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