150 anos da Confederação: momento para refletir sobre redefinições identitárias canadenses em termos de inclusão e de articulação de “comunidades de memória”
Resumo
As comemorações dos 150 anos da Confederação estimulam uma reflexão sobre as redefinições das identidades canadenses no momento atual. As mobilidades culturais apresentam-se como um desafio a levar nosso pensamento para além dos nacionalismos e até mesmo dos transnacionalismos (beyond translationalisms) e nos instigam a vislumbrar perspectivas transculturais capazes de nos guiar em direção a uma possível redefinição das questões identitárias sem cair nas situações perversas de exclusão. O objetivo do presente artigo é o de partir do conceito de Pierre Ouellet proposto no livro Testaments, le témoignage et le sacré, de 2012, ou seja, o de “comunidades de memória” que pode tornar-se um instrumento para a redefinição das identidades nos contextos canadense e quebequense. Ao invés de distinguir autóctones, povos fundadores e migrantes, podemos pensar as comunidades em termos de partilha de um stock memorial comum, comunidades reagrupadas com base no compartilhamento de formas semelhantes de organização dos imaginários coletivos e de seu desejo de pertença à América. Ouellet considera que, no contexto atual de constantes migrações, mais importante do que falar de identidades nacionais ou mesmo transnacionais, é falar de «communautés de mémoire», conceito que compreende, para além da memória dos povos fundadores, as culturas dos que acabam de chegar ao país, e que vão constituir - através das trocas - uma memória múltipla que o autor chama de comunidades de memória.Referências
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