O RAP autóctone no Brasil e no Quebec. Brô MC’s e Samian: “Inclassificáveis”.

  • Volnei José Righi Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI São Luiz Gonzaga-RS
Palavras-chave: RAP Autóctone, Representação, Identidade, Resistência

Resumo

Desde a década de 1980, o RAP é utilizado por comunidades periféricas e excluídas como canais de manifestação artística e cultural, bem como de questionamento social, de resistência e de enfrentamento aos poderes instituídos pelo mundo capitalista. Neste artigo, propomos uma aproximação entre o RAP produzido por índios brasileiros, representantes da etnia Kaiowá-Guarani, "Brô MC's", do Estado do Mato Grosso do Sul, que misturam a língua portuguesa com o Guarani para denunciar sua situação de miséria e de confinamento. O rapper mestiço Samian (Samuel Tremblay), por sua vez, originário da comunidade de Pikogan, utiliza a língua francesa e o "algonguin" para produzir seu trabalho artístico, de protesto e de denúncia. Em ambos os casos, o RAP coloca em evidência as disputas de terra e o apagamento da cultura indígena, bem como da própria vida do índio. O RAP se ocupa em ser o enunciador que dá voz para as populações indígenas e coloca em evidência os conflitos sociais e culturais entre a vida cotidiana dos grandes centros urbanos do Brasil e do Quebec e as realidades das comunidades autóctones

Biografia do Autor

Volnei José Righi, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI São Luiz Gonzaga-RS
Doutor em Literatura Brasileira (Universidade de Brasília-DF) e Doutor em Português (Université Rennes 2, França). Professor na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI São Luiz Gonzaga-RS, Brasil. Pesquisador-Associado na Equipe de Pesquisa Interinstitucional “Memória, Identidade, Território” - ERIMIT, da Université Rennes 2.
Publicado
2017-12-31
Seção
Dossiê Representações das dinâmicas urbanas na literatura e no cinema do Quebec e do Brasil