Profanar o sagrado, sacralizar o profano

Palavras-chave: Performance, Mitologias do Feminino, Narrativas de Parto, Violência Obstétrica

Resumo

No presente relato apresento reflexões sobre uma série de apresentações da performance Mitoprofânica, um solo criado dentro do projeto Performances do Parto, que faz parte da pesquisa prática da dissertação de mestrado “Ecos do Arcaico – narrativas contemporâneas de parto para um novo nascer”, de minha autoria (pela UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina). A encenação foi criada para ser apresentada em eventos e coletivos que lidam com temáticas do nascimento no Brasil; tece uma trama dupla com um dos mitos de Deméter - deusa grega que sintetiza aspectos de poder do feminino - e a narrativa de um parto real, para abordar o assunto da violência obstétrica. A partir dos desdobramentos dialógicos dos públicos participantes nas referidas apresentações, busco situar quais caminhos esta encenação pode percorrer para ser utilizada como ferramenta poética detonadora de diálogos, novas narrativas e reflexões a respeito do atendimento às gestantes e mães no sistema de saúde brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniela Carvalhaes Carmona, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Sou atriz, performer, arte-educadora, designer, instrutora de yoga e doula. Possuo graduação em Desenho Industrial pela Fundação Armando Álvares Penteado (1992); formação técnica como atriz pelo Teatro-escola Célia Helena (1996); formação técnica em Yoga pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Yoga (2010); pós graduação em Medicina Integrativa pelo Sistema de Ensino do Hospital Albert Einstein (2014). Atualmente sou discente de mestrado do Programa de Pós Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e autora e coordenadora do projeto Quintal da Luz, destinado a atender gestantes e puérperas dentro dos valores do parto humanizado, com rodas de gestantes, Yoga Para o Parto, consultoria de gestação e parto, vivências e doulagem. Tenho experiência na área de Artes, com ênfase em Interpretação Teatral, atuando principalmente nos seguintes temas: drama, performance, vertigem, bartebly, tio vânia, orinoco.
Maria Brígida de Miranda, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Graduada em Licenciatura em Educacao Artistica pela Universidade de Brasília (1993), Mestre (Master of Arts) pela University of Exeter (1995) e Doctor of Philosophy na área de teoria e prática teatral pela La Trobe University (2004). Professora adjunta da Universidade do Estado de Santa Catarina nas áreas de interpretação e direção teatral. Professora do Programa de Pos-graduação em Teatro desde 2008, pesquisa e orienta dissertações e teses nas áreas de prática teatral, arte e gênero, teatro feminista, sistemas de treinamento de atores, práticas marcias e meditativas para atores. Autora do livro Playful Training: Towards Capoeira in the Physical Training of Actors (2010) publicado internacionalmente pela Lambert Academic Publisher em 2010. Atriz, diretora e preparadora de atores com trabalhos em teatro Retrato de Augustine (2010); Histórias do Corpo (Australia 2012); Urano quer Mudar (2013); e cinema Malabares (2009); Do que te lembras Maria? (2014). Editora da Revista de Estudos em Artes Cênicas URDIMENTO (PPGT/UDESC).

Referências

THAIN, Alanna. Affective Commotion Minding the Gaps in Research-Creation. In Inflexions – a journal for research creation. No 1 (May, 2008); trad. minha. Disponível em http://www.inflexions.org/n1_thainhtml.html---

AGAMBEN, Giorgio. Elogio da Profanação. In Profanações. São Paulo: Boitempo, 2001.

EISLER, Riane. O Cálice e a Espada - Nosso passado, nosso futuro. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2007.

MANNING, Erin. Wondering the World Directly, or How Movement Outruns the Subject. Sage Journals, October 6, 2014. Disponível em https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1357034X14546357?journalCode=boda. Acesso em setembro de 2017.

_____________. The Minor Gesture. 1. ed. Durhan: Duke University Press, 2016.

_____________. Politics of Touch – Sense, Movement, Sovereignty. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2007.

ODENT, Michel. Pode a Humanidade Sobreviver à Medicina? Tradução de Izabel Aleixo Laura Uplinger. 1. ed. Rio de Janeiro: Instituto Michel Odent, 2016.

WALKER, Barbara G. The Woman’s Encyclopedia of Myths and Secrets. San Francisco: HarperCollins Publishers, 1983, pág. 219.

Publicado
2019-05-28
Seção
Dossiê A arte do Acontecimento - vertentes atuais da arte relacional e participativa