A visão distópica de Atwood na literatura e no cinema.

  • Eliane Amaral Campello

Resumo

 O presente trabalho retoma a leitura comparativa realizada durante o “Ciclo de cinema canadense”, promovido pelo Núcleo de Estudos Canadenses/Fundação Universidade Federal do Rio Grande — NEC/ FURG, entre o romance The Handmaid’s Tale (1985), de Margaret Atwood, e sua adaptação para o cinema, por Harold Pinter (1990). Entre as inúmeras interfaces existentes nesses dois campos culturais, saliento os valores que a autora tematiza na sua República de Gilead, a partir do fato de que a maioria das mulheres se tornaram estéreis. As atitudes do “comando” contra o estatuto dos direitos da mulher informam a visão distópica de Atwood. Na passagem do texto literário para a tela, entretanto, há aspectos relevantes, caracterizadores dessa distopia, que são totalmente desconsiderados. Nessa perspectiva, examino a influencia da narrativa encaixada na sua relação com a narradora e a presença do espaço canadense, elementos essenciais na obra literária, em contraponto ao “final feliz” da versão para o cinema.Abstract: This work recovers the comparative reading between the novel The Handmaids Tale (1985), by Margaret Atwood, and its adaptation to the movies by Harold Pinter (1990), presented in the ‘Ciclo de Literatura Canadense’ sponsored by the Núcleo de Estudos Canadenses/Fundação Universidade Federal do Rio Grande — NEC/FURG. Among the various interfaces in these two cultural fields, I underline the values that the writer thematizes in her Republic of Gilead. Such values spring from the fact that most of the women have become sterile. The command’s attitudes against the statute of women’s rights support Atwood’s dystopic vision. However, in the passage from the literary text to the screen, there are relevant aspects that characterize such a dystopia which are not taken into account. From such a perspective, I analyze the influence of a framed story within the category of the narrator and the presence of the Canadian space in the novel, in counterpoint to the “happy end” of the film.

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Publicado
2015-10-20
Seção
Artigos