Os movimentos feministas e a construção de espaços institucionais para a garantia dos direitos das mulheres no Brasil e no Canadá

  • Cynthia Mara Miranda
Palavras-chave: Movimentos feministas. Espaços institucionais. Brasil. Canadá.

Resumo

A criação de espaços institucionais para a garantia dos direitos das mulheres no Estado é uma inovação decorrente de uma intensa mobilização dos movimentos feministas em várias partes do mundo. O estudo comparado das oportunidades e restrições políticas para a criação desses espaços no Brasil e no Canadá são realizados no presente artigo com o objetivo de compreender quais são os conflitos e as disputas políticas que demarcam, na atualidade, a relação entre movimentos feministas e os governos federais em prol da igualdade entre os gêneros. O marco teórico da pesquisa seguiu a vertente dos estudos de gênero que enfatizam especialmente a relação entre os movimentos feministas e o Estado. A pesquisa permitiu visualizar a capacidade dos movimentos feministas brasileiros e canadenses de influenciar as ações do Estado em momentos em que há oportunidades políticas para atuação e em momentos de eventual recuo quando as restrições impedem qualquer avanço na pauta das mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVAREZ, Sônia. Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista. Cadernos Pagu, Campinas, n. 43, p. 13-53, jul./dez. 2014.

BASHEVKIN, Sylvia. Regress Trumps Progress: Canadian Women, Feminism and the Harper Government. Washington: Friedrick Ebert Stiftung, 2012.

BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York; London: Routledge, 1990.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. Da comparação. In: GOMES, Laura; DRUMMOND, Lívia. O Brasil não é para principiantes: Carnavais, malandros e heróis, 20 anos depois. Rio de Janeiro: FGV, 2000.

CORRÊA, Sônia. Gênero e desenvolvimento: de que estamos falando? Cadernos ABONG, São Paulo, n. 22, p. 5-10, 1997.

DESCARRIES, Francine. Um feminismo em múltiplas vozes, um movimento em atos: os feminismos no Quebéc. Labrys, estudos feministas, Brasília, UnB, n. 1-2, jul./dez. 2002.

DOBROWOLSKY, Alexandra. The Women's Movement in Flux: Feminism and Framing, Passion and Politics. In: SMITH, Miriam (Ed.). Group Politics and Social Movements in Canada. Peterborough: Broadview Press, 2008. p. 159-180.

FERREIRA, Virgínia. A globalização das políticas de igualdade entre os sexos: do reformismo social ao reformismo estatal. In: GODINHO, Tatau; SILVEIRA, Maria Lúcia (Orgs.). Políticas públicas e igualdade de gênero. São Paulo: Coordenadora Especial da Mulher, 2004. p. 77-102.

GUZMÁN, Virgínia. La equidad de género como tema de debate y de políticas públicas. In: LARGO, Eliana. Gênero en el Estado: Estado del Gênero. Chile: Ediciones de las Mujeres, Isis Internacional, 1998.

HAUSSMAN, Melissa; RANKIN, L. Pauline. Framing the Harper government: gender-neutral electoral appeals while being gender-negative in caucus. In: MASLOVE, Allan M. (Ed.). How Ottawa Spends 2009-2010: Economic Upheaval and Political Dysfunction. Ottawa: Carleton University, 2010.

JENSON, Jane. Writing gender out: the continuing effects of the social investment perspective. In: DOBROWOLSKY, Alexandra (Ed.). Women & Public Policy in Canada: Neo-liberalism and after? Ottawa: Oxford University Press, 2009.

LOUIS, Marie-Victoire. Diga-me: o que significa Gênero? Revista Sociedade e Estado, v. 21, n. 3, p. 713-726, set./dez. 2006.

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, v. 2, n. 11, p. 9-41, 2000.

PIETILA, Hilkka. Women as Agents for Development: Learning from the Experiences of Women in Finland? In: FERREE, M. M.; TRIPP, A. M. Global Feminism: transnational women’s activism, organizing, and human rights. New York: New York University Press, 2006.

PINTO, Céli Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003.

RANKIN, L. P.; WILCOX, K. D. De-gendering engagement? Gender mainstreaming, women’s movements and the Canadian Federal State. Atlantis, v. 29, p. 52-60, 2004.

SARDENBERG, Cecilia Maria Bacellar; COSTA, Ana Alice Alcântara. Feminismos no Brasil: enunciando e canalizando demandas das mulheres em sua diversidade. Labrys, v. 20, p. 1-22, 2011.

SCOTT, Joan Wallach. Os usos e abusos do gênero. Projeto História, São Paulo, v. 45, n. 332, p. 327-351, dez. 2012.

STIENSTRA, Debora. Gendered dissonance: feminists, Fafia, and Canadian foreign policy. In: SJOLANDER, C. T; HEATHER A; SMITH H. A; STIENSTRA, Deborah (Ed.). Feminist perspectives on Canadian foreign policy. New York: Oxford University Press, 2003.

TARROW, Sidney. Power in Movement: social movements and contentious politics. Cambridge University, 1998.

TELES, Amelinha. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1999.

TEMPORAO, José Gomes. Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil: conquistas recentes e desafios prementes. Cienc. Cult., São Paulo, v. 64, n. 2, jun. 2012. Disponível em: . Acesso em: 8 jan. 2015.

VALENTE, Virgínia Vargas. Los feminismos peruanos: breve balance de três décadas. In: CEVASCO, Gaby (Ed.). Histórias, confluências y perspectivas: 25 años de feminismo en el Peru. Peru: Heinrich Bollstiftung, 2004.

Publicado
2015-11-19