Entre a Conformidade e a Crítica. Desenvolvendo “Ativismo” e Cidadania Ativa: Pedagogias Arriscadas?

  • Walkyria Monte Mór
  • Brian Morgan
Palavras-chave: , cidadania ativa, educação crítica, formação de professores, ensino de línguas.

Resumo

Os autores discutem o conceito de cidadania ativa/engajada a partir das perspectivas brasileira e canadense e relacionam essa discussão especificamente à formação de professores de línguas. Dessa forma, o texto concentra-se em pesquisa, prática e teorias sobre o tema, levando em conta as histórias sóciopolíticas da Educação e do ensino de línguas, por meio das quais o desenvolvimento dessas modalidades de cidadania revelam as suas relevâncias nos respectivos países. Ao defender que a noção de ‘cidadania engajada’ traz grandes contribuições aos programas que buscam adotar letramentos críticos, os autores avaliam o potencial das práticas dessa visão de cidadania para a promoção de participação social e do ‘fazer crítico’ em contextos de línguas estrangeiras/segunda língua. De acordo com os argumentos dos autores, cidadania ativa é sempre potencialmente ‘perigosa’ (ref. Foucault) — um equilíbrio contraditório e delicado entre conformidade e crítica em contextos de sala de aula. Exemplos específicos de sala de aula são discutidos e relacionados à teoria neste artigo. O potencial da conformidade é compreendido quando as práticas de cidadania respondem a abordagens neoliberais no desenvolvimento de voluntarismo e autoconfiança. Nessas, embora incentivados, os estudantes têm um papel reduzido. O potencial da crítica se evidencia quando as práticas dos professores não negligenciam a cumplicidade do estado em valores neoliberais. Essas práticas possibilitam desenvolver a consciência crítica dos aprendizes sobre essa mencionada cumplicidade, sobre as crenças que afirmam valores neoliberais de autoconfiança e a percepção de que suas próprias responsabilidades são reduzidas.

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Publicado
2015-11-26
Seção
Dossiê Temático