Les rapports nature-culture dans l’art “biotech”canadien et brésilien.

  • Christine Palmiéri

Resumo

As obras “biotec” fazem-nos descobrir novos tipos de corpos; seres vivos quiméricos ou monstruosos que nunca antes existiram na natureza. Por diversas intervenções biotecnológicas ou transgênicas, muitos artistas, no Canadá como no Brasil, nos obrigam a levar em consideração, no seio do espaço social e da esfera cultural, o que Jeremy Rifkin chama de “o século biotech”, onde se refazem, de um ponto de vista ao mesmo tempo prático e teórico, estas relações complexas entre história (sociopolítica) e evolução (biotecnologia). Estas formas de arte biotech nos forçam a nos colocar a questão: onde termina o vivo e onde começa o artifício? Elas propõem novas representações do mundo inventando não mais novas ficções mas possíveis realidades até aí apenas fantasiadas. Elas instauram novos elos entre a natureza e a cultura, a animalidade e a humanidade, o bios e a tekhné, o corpo e a arte. Observaremos a este respeito, de um ponto de vista comparatista, as obras de Eduardo Kac (artista brasileiro) e as de Bioteknica (Shawn Bayley e de Jennifer Willet, artistas canadenses). Diante destas obras, que parecem eliminar o modo representacional em proveito de um modo direto de intervenção sobre o vivo, nós tentaremos ver como se rearticula o campo simbólico de nosso mundo pós-histórico e pós-político pela própria reinvenção da noção de humanidade e pela redefinição radical de nossas formas de expressão e de nosso poder de criação.Résumé: Les œuvres “biotech” nous font découvrir de nouveaux types de corps: des êtres vivants chimériques ou monstrueux qui n’ont jamais existé dans la nature auparavant. Par diverses interventions biotechnologiques ou transgéniques, plusieurs artistes, au Canada comme au Brésil, nous obligent à prendre en considération, au sein de l’espace social et de la sphère culturelle, ce que Jeremy Rifkin appelle «le siècle biotech», où se refaçonnent, d’un point de vue à la fois pratique et théorique, ces rapports complexes entre histoire (sociopolitique) et évolution (biotechnologique). Ces formes d’art biotech nous forcent à nous poser la question: où finit le vivant et où commence l’artifice? Elles proposent de nouvelles représentations du monde en inventant non plus de nouvelles fictions mais de possibles réalites jusque-là fantasmées. Elles instaurent de nouveaux liens entre la nature et la culture, l’animalité et l’humanité, le bios et la tekhné, le corps et l’art. Nous observerons à cet égard, d’un point de vue comparatiste, les œuvres d’Eduardo Kac (artiste brésilien) et celles de Bioteknica (Shawn Bayley et de Jennifer Willet, artistes canadiens). Devant ces œuvres, qui semblent éliminer le mode représentationnel au profit d’un mode direct d’intervention sur le vivant, nous essaierons de voir comment se réarticule le champ symbolique de notre monde post-historique et post-politique par la réinvention même de la notion d’humanité et par la redéfinition radicale de nos formes d’expression et de notre pouvoir de création.

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Publicado
2015-12-14
Seção
Artigos